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“Te quiero, Barcelona”

Detalhe da fachada dos fundos da Casa Batlló, de Gaudi, em Barcelona

Eu sou completamente apaixonado por esta cidade. Barcelona me pega de um jeito que poucas cidades conseguiram. Nao sei se sao suas avenidas imensas com encantadores passeios públicos, nao sei se é esse clima quente aliado ao vento mediterrâneo, nao sei se sao as obras de arte de Gaudi ao ar livre espalhadas pela cidade. Nao sei. Barcelona me encanta e eu moraria fácil aqui (mais do que em qualquer outra cidade européia).

Acordamos revigorados na segunda-feira após o balde de água-fria do fim de semana complicado. Estamos na Grácia, quatro ou cinco quadras do lugar que fiquei no ano passado, e eu adoro essa regiao de muitas árvores, passeios, alguns bares de tapas e casas de Gaudi. Tanto a La Pedrera quando a Casa Batlló ficam pertinho, e abrimos a segunda visitando as duas de uma vez além de dar uma esticada até La Rambla.

La Pedrera, ou Casa Milà, é uma construçao emblemática que Gaudi ergueu entre 1906 e 1910. A mao do gênio pode ser vista já de fora, na imensa porta de ferro batido, as sacadas surreais, as janelinhas estilosas e o sensacional jardim no telhado com cavaleiros medievais dominando a paisagem. A exposicao no último andar melhorou muito do ano passado para este, com vários detalhes que explicam esta e outras obras de Gaudi.

Detalhe da Casa Milá, de Gaudi, em Barcelona

O que me vem à cabeça sempre é: mesmo hoje em dia, La Pedrera seria muito avançada, imagina em 1910. Um andar todo mobiliado com peças de época dá um panorama perfeito do conservadorismo de alguns móveis com a loucura dos detalhes do prédio, das portas, das maçanetas, dos lustres. Sensacional. E ainda tem uma sala auditório que, como diz bem o nosso livro guia, o “teto parece ter sido coberto com clara batida em neve”. Hehe

Dali fomos para a Mansana de La Discordia, que traduzindo quer dizer O Quarteirao da Discórdia, que nada mais é do que uma parte do Passeio da Grácia com três casas absurdamente geniais desenhadas por três arquitetos rivais para três famílias rivais do começo do século passado: Casa Lleó Morera, de Domènech I Montaner, Casa Amatller, de Puig I Cadafalch, e a Casa Batlló, de Antoni Gaudi. Todas na mesma calçada.

Das três, apenas a Casa Batlló é aberta ao público, e é um sonho delicioso de Gaudi que merece e muito ser visto. A casa é uma alegoria da lenda de Sao Jorge com o telhado sendo as costas do dragao, e as sacadas em forma de máscaras de carnaval sendo as caveiras das vitimas do monstro. Ela impressiona do lado de fora (e fica assustadoramente bela à noite), mas é dentro que ela conquista o olhar e o coracao. Até lágrimas cairam. 

Um senhor no Barri Gotic, em Barcelona

Passada a emocao, descemos pelas Ramblas para observar a dezena de estátuas vivas (algumas sensacionais) e desbravar o Barri Gótic, um lugar em que eu felizmente me perdi no ano passado, e pude passear e passear e passear por aquelas ruazinhas que, conta a lenda, sao tao estreitas que poderiam ser amarradas com um lenço. Terminamos o dia olhando a Sagrada Familia iluminada à noite.

A terça também começou com Gaudi, com uma visita a Sagrada Família, templo em construçao. Falei tanto dele no ano passado que vale mais ler aqui, mas continuo impressionado. No subsolo da igreja, enquanto mais de 300 pessoas trabalham no canteiro de obras (e milhares admiram embasbacados a construcao), um atelier restaura as maquetes originais que Gaudi deixou e prepara os novos passos da empreitada. Lindo.

Dali fomos para a praia no Port Olimpic aproveitar o solarao de 32 graus que está beijando a cidade. Meninas de topless de um lado, chinesas oferecendo massagens do outro e até um velhinho de uns 70 anos caminhando totalmente nu na areia, com a bengala num braco, e a bermuda e a camisa no outro. Hilário. A praia, ao menos no Port Olimpic, nao é das melhores, com muitas pedras, mas a água do Mediterrâneo vale o risco. 

A Sagrada Família, de Gaudi, vista da Av. Gaudi em Barcelona

Para esta quarta-feira, último dia em Barcelona, separamos Miró e Picasso. Vamos subir o Monte Judeu (Montjuic) para conhecer a Fundaçao Miró e, se der, vermos o tal Pavilló Mies van der Rohe. Tentaremos descer de teleférico (se nao for caro) para ir ao Barri Gotic conhecer o Museu Picasso, cuja entrada é gratuita às quartas de tarde. Talvez Parq Guell, se sobrar um tempinho, mas nao dá para garantir, ainda mais que ele merece e muito uma tarde inteira. Quem sabe.

Ps. Voltando da Sagrada Família ontem à noite demos de cara com muitos torcedores do Barcelona no ônibus. Mais de 60 mil pessoas foram conferir a apresentacao de Ibrahimovic. Nao teve jogo. Era só a apresentacao. E um garoto de uns 15 anos tinha um pedaco de grama do estádio em um copo de plástico… 🙂

Fotos da viagem:
http://www.flickr.com/photos/maccosta/
http://www.flickr.com/photos/lilianecallegari/

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