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Category — Culinária

Cerveja + Comida: Cão Véio Tatuapé e GET

Na próxima segunda-feira  (05/03), a turma da GET Cervejas Especiais se junta ao pessoal da novíssima unidade do Cão Véio Tatuapé para a quarta experiência do Cura Para a Segunda do Cão, uma série de jantares harmonizados com cervejas. Alguns dias atrás tive o prazer de prova-los e o resultado agradou bastante.

Os quatro pratos foram desenvolvidos pelo gastropub do Chef Henrique Fogaça e surgem devidamente escoltados com as cervejas inglesas da Adnams, marca exclusiva no Brasil da importadora GET. A elaboração da harmonização e apresentação do evento ficou sob responsabilidade do sommelier Riccelli Adriel.

A primeira edição ocorreu originalmente na matriz em Pinheiros em 2016. Contando já com três edições de bastante sucesso, a casa e a distribuidora acharam o momento ideal para repetir a dose e poder apresentar ao público as novas unidades recém abertas do Cão Véio, “expandindo a cultura cervejeira e a boa gastronomia sem frescura”, conforme assinatura da casa. Abaixo as harmonizações que provei:

Abrindo o cardápio, a Adnams Dry Hopped (Galaxy) Lager surgiu harmonizada com a Doberman, uma salada com folhas variadas, queijo tipo gruyère, manga, tomate pêra, castanha de cajú, manjericão, dill e hortelã finalizada com molho oriental. Esse é o primeiro prato é uma entrada, uma “saladinha” que combina muito bem essa interpretação britânica de uma (australian) lager lupulada norte-americana. Belo começo!

Para o segundo prato, um salto. A harmonização segue com a Adnams Crystal Rye IPA mais o Bulldog Inglês do Cão Véio Tauapé, um sanduíche com hambúrguer de kobe bovino, bacon, queijo cheddar, cebola roxa caramelizada e pepino em conserva, servido no pão australiano. Absolutamente perfeito!

O terceiro prato combina a Adnams Blackshore Stout (escrevi sobre ela aqui) com o Mastim, sanduíche de cupim assado lentamente, finalizado na manteiga de garrafa com vinagrete de agrião, cebola roxa e tomate servido no pão caseiro. O molho é o De Cabron Chipotle Maracujá, de Henrique Fogaça. A harmonização é uma surpresa incrível valorizando o cupim, a manteiga de garrafa, o achocolatado e o café. Meu favorito de todo o passeio.

Fechando, uma sobremesa. O quarto e último prato reúne a Adnams Broadside (escrevi sobre ela aqui) com o Vagabundo, uma rabanada de brioche no pão australiano, creme inglês com Jack Daniel’s e, nesta versão especial para a Cura Para a Segunda do Cão, compota de banana. Uísque, cerveja, banana, creme inglês e amor.

SERVIÇO (LIMITADO Á APENAS 40 LUGARES)
CURA PRA SEGUNDA DO CÃO – CÃO VEIO TATUAPÉ
DIA: SEGUNDA – 05/03 – 20h
INGRESSOS: R$135,00 + SERVIÇO
Rua Itapura, 1534 – Vila Gomes Cardim, São Paulo – SP
Reservas: Venda de ingressos no local ou pelo fone (11) 2373-3310

março 3, 2018   No Comments

Bom restaurante português em SP

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O pessoal na firma falava muito desse bistrô, e por mais que comida do mar não esteja lá entre as minhas preferências, sempre fiquei curioso para conhecer o lugar. Ontem, no almoço, fomos todos juntos numa turma de 12 pessoas, e não é que sai completamente apaixonado pelo Bacalhau com Natas (Creme de Leite) gratinado no forno? Se na foto parece tentador, saiba que ao vivo é ainda melhor. Ainda comemos uma boa alheira e finalizamos com um típico Pastel de Belém.

O local atende pelo nome de Tonel Bistrô Lusitano, e é comandado por Alice e Herminia, duas portuguesas extremamente simpáticas que fazem do lugar uma cozinha de uma casa no Algarve. Elas preparam os pratos (você pode levar a sua tigela que elas fazem o bacalhau – servido de diversos modos – para viagem), servem, sentam a mesa com os clientes, puxam a orelha se você ficar usando o celular durante o pedido (“Ele está fazendo check-in”, comentou alguém. “Ah, check-in pode”, brincou uma delas) e são extremamente atenciosas.

Dá uma olhada no álbum delas no Facebook e anote o endereço.

Vale uma visita!

Tonel Bistrô Lusitano
R. Antônio das Chagas, 409
Chácara Santo Antonio
São Paulo, SP
Tel: 5181-5441
Ter. a dom. 9h/16h

outubro 23, 2012   No Comments

Tour Comida di Buteco São Paulo 2012

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texto por Marcelo Costa
fotos por Liliane Callegari

Sexta-feira, dia tradicional de happy hour. Nada como despedir-se de uma semana de trabalho em um bom boteco (daqueles que você ou conhece o dono, ou conhece bem o garçom), petiscando boa comida acompanhado de amigos e cerveja – não necessariamente nessa ordem – festejando o fim de semana que vem pela frente. Melhor ainda quando, a convite da organização do Comida di Buteco, somos levados por um pequeno tour pela capital para conhecer alguns bares que integram a competição paulistana em 2012, que vai até 01 de julho.

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Atualmente realizado em 16 cidades brasileiras, o Comida di Buteco foi criado em Belo Horizonte no ano 2000, e estreia em São Paulo em 2012. Já tive o imenso prazer de experimentar alguns pratos premiados no concurso da cidade mineira, o que me deixa bastante animado para a competição em São Paulo. O chef Eduardo Maya, carioca boa praça de alma mineira especializado em comida de raiz, votante do badalado Guia Michelin de Restaurantes e idealizador do projeto andou muito na capital paulista para selecionar os 50 botecos para o certame.

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Assim que chega à mesa do Pé Pra Fora, boteco no começo da Avenida Pompéia, pertinho do metrô Vila Madalena, ponto de encontro do Tour Comida di Buteco, Eduardo cumprimenta a todos e de cara recomenda uma colher de azeite, tradição no evento: “É para dar uma forrada no estômago, deixar uma película protetora, afinal a noite promete”, diz, não deixando ninguém de fora: “Já tomou sua azeitada?”, pergunta pra um. “Não vale deixar a colher torta para caber menos azeite”, brinca com outro, enquanto pede para o garçom porções do petisco da casa… e cerveja para acompanhar.

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“São Paulo é uma colcha de retalhos gastronômica”, diz ele. “Tem ‘botecão’ simples e tradicional, tem bar arrumadinho e todo tipo de influência cultural. Fizemos questão de respeitar essa diversidade”, conta, preocupando-se em explicar o conceito da premiação: os bares participantes são avaliados em quesitos como qualidade do cardápio, atendimento, temperatura da bebida e higiene do local, mas um dos critérios mais emblemáticos é o envolvimento direto do proprietário no negócio. “Nós buscamos botecos com alma”, resume Maya.

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Região lotada de bares chiques e restaurantes charmosos, mas com poucos botecos tradicionais, a Vila Madalena, por exemplo, tem apenas um representante no concurso: “Escolhemos o Jacaré Grill, e até tentamos outro, mas não deu certo”, diz Eduardo, que conseguiu criar um bom mapa de botecos paulistanos, com bares na Lapa, Santana, Perdizes, Cambuci, Vila Buarque, Mooca, Casa Verde, Vila Maria, Vila Mariana, Imirim. Brooklin, Ipiranga, Mandaqui, Saúde, Campo Belo, Vila Zelina, Tatuapé, Vila Matilde, Jaguaré, Liberdade, Bela Vista, Consolação, Santa Cecilia, Barra Funda e, ufa, no centro.

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O primeiro petisco chega à mesa. É o Delícia de Pé, um belo (e bastante apetitoso) pedaço de filé de peito de frango empanado com um creme especial, o que o aproxima de uma coxinha creme, petisco bastante tradicional em vários botecos paulistanos. Aberto em 1970, o Pé Pra Fora é tão tradicional que sua vitrine lotada de torresminhos é, ao mesmo tempo, uma tentação e um atestado de identidade. Alguém na mesa assim que percebe os torresmos comenta: “Esse buteco é true”, no que Maya completa: “Uso isso para identificar os botecos de raiz”.

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Partimos então para o nosso segundo destino na noite: Mooca. No caminho, Eduardo segue contando histórias gastronômicas divertidas, que incluem desde um tour de vespa por botecos no Vietnã até a explicação de pratos provados em viagens, como a carne de sapo, no Saigon – “Você escolhe ele vivo, e a pessoa prepara para você na hora. Lembra bastante carne de frango, ao contrário da rã, que comemos em alguns Estados brasileiros, que tem um pouco de água e lembra também peixe”, explica – ou um prato com dois peixes exatamente iguais, mas com gostos diferentes, na Espanha.

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A segunda parada é no Bar do Vardema, na rua Guaimbé, uma travessa da Paes de Barros, na Mooca. O boteco está lotado com um balcão farto oferecendo dezenas de petiscos, entre eles o excelente Bolinho de carne com toque de shoyu, que participa da premiação. A família do dono, que está de aniversário – e avental, está presente, e um coro de “Parabéns Pra Você” irrompe na casa. Cada freguês é convidado a votar dando notas de 0 a 10 ao petisco, ao atendimento, à temperatura da cerveja e também para a higiene do local. Votos na urna, bora para o terceiro e último boteco desta sexta-feira.

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Na van, o papo continua bom. “Boteco é uma extensão da casa da gente”, filosofa Maya, que além de defender a cultura da botecagem, busca incentivar que os bares participantes usem receitas de família em seus cardápios, e inovem. “Cozinha é experimentação”, diz com a experiência de que tem duas escolas de culinária em Belo Horizonte, e exige ingredientes obrigatórios no Comida di Buteco. Esta primeira edição em São Paulo foi livre, mas Eduardo promete levar os donos de boteco paulistanos a experimentarem na cozinha em 2013: “Linguiça e mandioca serão obrigatórios”, avisa.

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A terceira parada deveria ser n’O Alemão, um boteco no Imirim, que está no concurso com um tentador Escondido de berinjela (massa leve de mandioca com cebola, recheado com berinjela, pimentão, queijo fresco e acompanhado de molho especial), mas a lotação do local acabou nos levando para um excelente plano B: o tradicionalíssimo Elídio Bar, na Mooca, que está defendendo no Comida di Buteco um sensacional Frango à passarinho crocante, servido com maionese (de dar água na boca e repetir várias vezes – enquanto houver espaço).

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Seu Elidio Raimondi, falecido em 2012, foi o primeiro a ter um balcão de acepipes no bar fundado em 1959. Hoje em dia, as novas comandantes da casa são suas três filhas: Celeste, Solange e Suzete Raimondi, que aprenderam a cuidar de todos os detalhes com seu pai, que amava o futebol. Pelas paredes do Elidio Bar há mais de 40 camisas de times autografadas, muitas do Rei Pelé, e um enorme desenho do mítico campo da Rua Javari, casa do Moleque Travesso, o Juventos, tradicionalíssimo clube do bairro. O balcão de acepipes conta com aproximadamente 120 tipos e é uma enorme tentação.

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“Uma das coisas bacanas do Comida di Buteco é que ele leva você a conhecer a sua própria cidade”, observa Eduardo Maya, ao saber que boa parte dos presentes não conheciam o ponto tradicional da Mooca. Bastante animado com essa primeira edição em São Paulo, o idealizador do projeto pretende mudar e ampliar os hábitos de botecagem na cidade, aumentar os pontos de baixa gastronomia de qualidade, fazendo com que casas já festejadas – como o Veloso (que está no concurso) – dividam sua audiência com novos concorrentes. Quem tem a ganhar somos nós, botequeiros.

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Ps. No sábado, animados pelo tour da sexta, levei Lili para conhecer o tradicional Amigo Leal, na Amaral Gurgel, antigo ponto de encontro de jornalistas da Folha de São Paulo e do Estadão, na compania do casal Leonardo e Aline, e do palmeirense Tiago Agostini. O Amigo Leal está participando do Comida di Buteco com o viciante prato Doidera Alemã, de mais ou menos 1 kg de Eisben (joelho de porco) frito servido com molho de maionese e pão preto. Deu vontade de ficar petiscando e bebendo chopp a tarde inteira. Agora só faltam 46…

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Ps2. Além de mim e da Lili representando o Scream & Yell, participaram do Tour Comida di Buteco a Isabelle Lindote, do Aventuras Gastronômicas; o Márcio Oliveira e a Paula Ricupero, do Tempero Urbano; a Ana Lúcia Araújo, do Cabana Bacana; e o Robson Catalunha, do grupo de teatro Satyros.

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Todas as fotos por Liliane Callegari. Veja mais aqui

Leia também:
– Site do Comida di Buteco -> www.comidadibuteco.com.br/
– Meus cinco botecos preferidos em São Paulo, por Mac (aqui)
– Tops dos 14 dias em Minas Gerais, por Mac (aqui)
– Guia da Baixa Gastronomia: Pão na Chapa, por Mac (aqui)
– Receita de Sopa Parisiense com cebola, por Mac (aqui)
– A simplicidade de um bom molho pesto, por Mac (aqui)
– Receita de Talharim Alla Amatriciana, por Mac (aqui)
– Roteiro: Argentina e Chile – Parte 1: Comida (aqui)

junho 24, 2012   No Comments

No Urbanaque: Guia da Baixa Gastronomia

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 “O Urbanaque agora é música para comer e beber. Além das preciosas dicas de cervejas que o Leonardo Dias Pereira publica na seção Birrinhas, vamos começar a coletar informações preciosas no Guia da Baixa Gastronomia. O tema da estreia foi o pão na chapa. Uma iguaria simples, rápida e segura que além de matar a sua fome, pode definir o caráter e o cardápio de toda uma padaria. Nossa primeira colaboração veio de Marcelo Costa, do Scream & Yell, que descreve com maestria todas as qualidades de “A Boa”. Aproveite”

Nunca gostei tanto assim de pão na chapa. Tive uma fase, ali antes dos 20 anos, em que a balada que começava depois do jantar terminava, invariavelmente, com o dia claro em uma padaria em frente à Rodoviária Velha, no centro de Taubaté, com um pão na chapa e um pingado que ajudavam a recompor as ideias e levar o corpo para a casa (com o pão e o leite para a mãe e a irmã). Afinal, não basta voltar pra casa com o sol raiando: tem que levar o café da manhã.

Um dia isso mudou. Já cidadão de São Paulo, encontrei a Padaria Boulevard. Vasculho a memória, e fico na dúvida se foi uma ex-namorada que estudava no Mackenzie que me apresentou à padaria, ou se fui eu mesmo, que morei seis anos nas redondezas, que descobri sozinho. Não importa. O que importa é que um belo dia conheci aquilo que no balcão da padaria é popularmente conhecido como “A Boa”, uma pequena baguete de provolone levada à chapa com manteiga e depois coberta com requeijão. Água na boca, né.

Não é uma descoberta isolada. A Boulevard é um vício da região. Estudantes do Mackensie abarrotam o local na hora do café da manhã e do almoço, e no fim de semana são os moradores que disputam um lugar cobiçado no balcão. Os lanches também são um ponto alto da padaria (vale dar uma olhada no cardápio no site da casa), mas vez em quando, quando o sol abençoa o sábado ou domingo de manhã, estico até a Boulevard para comer “A Boa”, o meu pão na chapa preferido de São Paulo.”

Padaria Boulevard
Rua Piauí, 270, esquina com a Rua Itambé
São Paulo (SP) – Higienópolis
http://www.padboulevard.com.br

fevereiro 20, 2011   No Comments

Um almoço no Inverse My Fridge Day

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“Eu não acredito no quanto nós bebemos”. Com essa frase, Lili definiu – mais ou menos – como foi o nosso Inverse My Fridge Day. Recebemos seis amigos em casa no domingo para um pesto genovês acompanhado de muita salada, cerveja belga e vinho português. Vou dizer: foi cansativo, mas extremamente prazeroso. Das coisas que, se eu pudesse e tivesse dinheiro, faria muito mais vezes no ano.

O dia começou comigo indo para a feira comprar paisagem. Trouxe alface crespa, alface americana, rúcula, manjericão e limão (vai que alguém quisesse se aventurar numa caipirinha). Lili foi a Bela Paulista comprar um doces para a sobremesa. De volta a casa, dividimos as tarefas e mãos a obra: descasca alho daqui, polvilha a receita de queijo parmesão ali, um pouco de pimenta do reino, sal, pinoles moídos, azeite e… pronto.

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Arrumamos a mesa na sala e descobrimos que não temos peças de cozinha em grande quantidade. Então, as três taças de cristal vindas de vinícolas de Santiago (agora duas, pois Lili quebrou uma no fim da noite) ficaram com as meninas enquanto os homens beberam nas taças toscas mesmo. Não tínhamos oito pratos iguais também, mas os copos para água eram todos iguais. Acho que a única coisa que temos em quantidade.

Levamos a mesinha da cozinha para a sala e ajeitamos. Fizemos, ainda, um pré-teste de brusqueta, que ficou ok. Tiago Agostini foi o primeiro a chegar. Alguns minutos depois chegou Tiago Trigo, com uma garrafa de vinho branco para entrar na fila do esvaziamento. Em seguida, Marco e Luisa, que trouxeram pudim de doce de leite. Jonas e Elisa chegaram logo depois, e começou a correria.

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Fizemos uma entradinha básica de brusqueta acompanhada de uma torradinha especial de alecrim acompanhada de vinho branco (o português Periquita) para a maioria, e cerveja (a belga Hoegaarden) para a minoria. Todos presentes, então massa na água fervente para não perdemos tempo. Quase 14h da tarde, a fome começa a bater. Em três minutos tínhamos espaguete suficiente para um batalhão… de amigos.

Arrependo-me de termos feito duas receitas exatas para oito pessoas. Devia ter feito uma terceira para deixar de sobra, para os convidados passarem no pão italiano e sentirem o gosto perfeito da mistura de manjericão, azeite, pinoles, queijo parmesão, alho, sal e pimenta do reino. Como só fiz duas receitas, uma foi para a enorme tigela de macarronada e a outra ficou a gosto de quem quisesse incrementar mais o prato.

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Todos elogiaram, e comemos tanto que acho que nenhum de nós chegou a jantar no domingo. Aliás, comemos e bebemos. Foram 19 Hoegaardens e 6 garrafas de vinho, sendo cinco vinhos brancos e um licoroso da Concha Y Toro que compramos em Vina Del Mar, animados após os elogios embasbacados de um brasileiro dentro do supermercado. Ressaca? Um pouquinho de dor de cabeça. E só.

Fiquei imensamente feliz, pois a mesa fluiu. A turma toda conversou, gargalhou, contou piadas, causos, impressões de trabalho e me senti orgulhoso por poder reunir tantas pessoas bacanas em um mesmo lugar. Logo eu, que achava que com o passar dos anos iria viria um velho chato e caseiro distante dos amigos. Nada como pessoas queridas para fazerem o coração da gente, machucado e tristonho, voltar a bater com gosto.

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Ok, ok. A tarefa de cozinhar para oito pessoas é extremamente extenuante. A gente meio que parece perder o controle da cozinha quando a comida aumenta. Uma coisa são dois pratinhos para o casal no dia-a-dia. Outra são oito pratos num fim de semana especial. Apesar do stress natural, valeu a pena. Todos ficaram aparentemente felizes, e este domingo é daqueles que facilmente eu repetiria de novo. Valeu a experiência, Brastemp.

As fotos do almoço estão aqui, e se você quiser também tentar fazer um pesto em casa, a receita – simples e básica – é esta aqui. Agora é esperar a Fernanda Guedes terminar o trabalho para sabermos no que se transformou a nossa geladeira. Curiosidade! Veja também como foi a festinha da geladeira da Casa da Chris (aqui) e como ficou a geladeira da Anita, do Objetos de Desejo (aqui). E no flickr do Inverse My Fridge já tem fotinhos do encontro que tive com a Fernanda (aqui).

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dezembro 14, 2009   No Comments

Receita de Sopa Parisiense de Cebola

Sopa de Cebola

No Top Ten de Pratos que pedi para Lili fazer de nossa viagem para a Europa (postado aqui), surpreendeu uma inocente sopa de cebola tomar o primeiro lugar. E olha que ela era apenas a entrada de um almoço em uma brasserie simplezinha perto do Fórum Les Halles chamada L’Entrecote Des Halles (Rue Saint Denis, 38) . Como nem só de caldo verde vivem os dias frios, resolvi experimentar uma sopa de cebola. E não é que existe mesmo uma variação parisiense?

A primeira tentativa, no meio da semana, foi aprovada pela Lili, mas ficou um pouco salgada. Culpa das torradinhas de cebola que comprei. Elas precisam ser torradas normais, ok. A receita pedia vinho branco seco, mas apostei no vinho tinto carmenere, e gostei. Essa foto acima já é da segunda tentativa, quase acertada, do sábado à noite. Faltou ficar mais uns cinco ou dez minutos no fogo, para engrossar. Mesmo assim ficou ótima, diz Lili. Receita abaixo.

Ingredientes

– 4 cebolas grandes cortadas em rodelas
– 4 colheres (sopa) de manteiga
– 4 colheres (sopa) de farinha de trigo
– 5 xícaras (chá) de caldo de carne
– 1/2 colher (chá) de sal
– 1 pitada de pimenta-do-reino
– 1/2 xícara (chá) de vinho branco seco
– 8 fatias de pão francês tostadas
– 8 fatias de queijo tipo suíço

Preparo

Frite as cebolas na manteiga em uma panela sobre fogo médio. Mexa sem parar de 2 a 3 minutos até que dourem. Junte a farinha de trigo e cozinhe por 1 minuto.

Acrescente o caldo de carne, o vinho, o sal e a pimenta-do-reino. Aqueça ao ponto de fervura. Abaixe o fogo e cozinhe lentamente em panela parcialmente tampada por meia hora. Aqueça o forno.

Coloque a sopa em 4 cumbucas refratárias e deposite-as em uma assadeira. Coloque 2 fatias de pão em cada uma delas e cubra com 2 fatias de queijo. Leve ao forno quente e asse até o queijo derreter.

Sirva imediatamente, colocando as cumbucas sobre pratinhos individuais.

Rendimento: 4 porções

Sopa de Cebola

Leia também:
– Receita de Caldo Verde (aqui)

setembro 14, 2009   No Comments

A simplicidade de um bom molho pesto

Fazendo molho pesto em casa, parte 1

Apesar de não termos passado por Genova, na região italiana da Ligúria, em nosso mochilão de julho, provamos a principal especialidade do lugar, o popular molho pesto, em Florença, na Toscana, e em um pequeno restaurante em Roma, no Campo del Fiori. Embora existam variações, o molho pesto é composto de folhas de manjericão amassadas com azeite de oliva, pinoles (uma noz comum na Itália), alho e sal mais queijo parmesão ou pecorino.

O al pesto de Florença estava bem melhor que o de Roma, o que se explica, afinal as especialidades romanas são os molhos carbonara (molho engrossado com uma mistura cremosa de ovos, queijo e cubinhos crocantes de guanciale – bacon não-defumado italiano, preparado com as bochechas do porco) e alla matriciana (massa al dente mergulhada num molho de tomate condimentado com cubinhos de pancetta e guanciale), que já fiz aqui.

Em Florença, o restaurante ficava no caminho do Mercato Centrale (Via Sant’Antonino, 19R) e entramos atraídos por um cartaz que oferecia a tentadora especialidade da casa: Bistecca alla Fiorentina, uma saborosa costeleta de lombo bovino. Lili aprovou o pesto e adorei a costeleta. Em Roma, no Campo del Fiori, fomos os dois de pesto, e ficamos decepcionados. Melhor mesmo foi o spaguetti alla matriciana acompanhado de uma salada caprese divina na Taverna dei Fiori Imperial (Via Madonna dei Monti, 16).

Para aproveitar este feriadão em casa decidimos arriscar uma receita de molho pesto para um gnocchi de batatas. Peguei a receita (aqui) do livro da amiga Alessandra Porro e ela pareceu simples, sem muita chance de errar, desde que tivéssemos os ingredientes certos. Compramos manjericão, nozes e sai atrás de um bom queijo parmesão ralado. Lili fez o “trabalho árduo” (espremer o alho, tirar a casca das nozes e picar o manjericão) e a mim coube misturar tudo conforme a receita pediu. E ficou… sensacional.

É sério. De todos os pratos e molhos que já fizemos em casa este, sem dúvida, foi o que mais nos agradou (ok, os tournedos com ervas moram em meu coração). Lili ficou encantada e o almoço acompanhado de um vinho chileno foi divino. Fizemos toda a receita, o que permitiu alguma sobra para o almoço do dia seguinte. E quem diz que conseguimos esperar? Eu havia comprado pão bola com cobertura de queijo no almoço, e o recheamos com o divino molho pesto (que também pode ser servido como acompanhamento no churrasco e com carnes em geral). Uma delícia.

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A receita abaixo é “control c control v” da postada pela Alessandra no blog “Guia para a sobrevivência do homem na cozinha”, versão online do livro que está esgotado. Divirta-se. E vicie.

Espaguete al pesto
Para 4 pessoas

-6 dentes de alho
-1 colher de chá de sal
-1 xícara de chá de folhas de manjericão fresco
-3 colheres de chá de nozes sem casca
-80 gramas de queijo pecorino ou parmesão ralado
-½ xícara de chá de azeite
-Pimenta do reino
-500 gramas de espaguete

1) Descasque os dentes de alho, passe pelo espremedor e coloque em uma tigela. Adicione a colher de chá de sal e misture muito bem.
2) Triture as nozes (no liquidificador, com um pilão ou com as mãos) e junte ao alho com o sal.
3) Lave as folhas de manjericão. Seque e pique em pedaços bem pequenos. Coloque também na tigela. Acrescente o queijo e o azeite e misture muito bem até obter uma pasta homogênea. Tempere com um pouco de pimenta do reino e deixe descansar fora da geladeira. Isto é o pesto.
4) Leve ao fogo uma panela com cinco litros de água e uma colher de sopa de sal. Quando a água ferver jogue o espaguete aí dentro. Misture algumas vezes.
5) Escorra quando estiver al dente, coloque em uma travessa e junte os temperos . Mexa bem e sirva imediatamente.

Obs.:
-O pesto é também servido como acompanhamento no churrasco, com carnes em geral e com o bolito (cozido italiano). Pode ser guardado em geladeira por uma semana.
-Nozes: A receita originalmente leva uma noz chamada pinolli que não é muito fácil de se achar no Brasil. Use as nozes comuns, porém é preciso retirar, além da casca, a pele que a recobre. Faça assim: Leve uma panelinha com água ao fogo. Quando começar a ferver coloque as nozes e conte até 30. Retire da água, deixe esfriar e tire a pele. Ou então compre nozes já sem pele e casca.
-Queijo: Por favor, não use queijo de pacote que é mais seco que areia e não tem gosto de nada.

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setembro 7, 2009   No Comments

Guia para sobrevivência do homem na cozinha

Guia para a sobrevivência do homem na cozinha

Eu já contei a história desse livro aqui, mas volto a falar dele por alguns motivos especiais. Ganhei o livro (lançado em 1998) três anos atrás da Helena, uma amiga querida fã de Chico que decidiu me dar um empurrão na cozinha (não, eu não cai). O texto linkado foi escrito especialmente para o Comidinhas, da queridíssima Alessandra Blanco, e tempos depois recebo um email fofissimo da Alessandra Porro, autora do livro, comentando sobre o post e agradecendo.

Como o livro encontra-se esgotado (mas você pode encontrar usado na ótima Estante Virtual – veja aqui), a Alessandra decidiu colocá-lo inteirinho em um blog.  E assim nasceu o “Guia para a sobrevivência do homem na cozinha, versão blog”, que traz todas as receitas do livro. Diz a Alessandra: “Em dez anos aprendi muito, há coisas que faria diferente. Mas ao invés de mexer no texto, decidi deixar como foi publicado e acrescentar comentários ao pé das receitas. Bom proveito e bom apetite!”. Siga o conselho e seja feliz… na cozinha.

http://guiaparaasobrevivenciadohomemnacozinh.blogspot.com/

junho 2, 2009   No Comments

Presente de amiga secreta

Rolou tudo perfeito no amigo secreto da turma de amigos da Lili, em que sou um namorado infiltrado (hehe). Fiz duas receitas do Chili da semana passada, e ficou muuuito melhor (Tiago, a próxima vai ficar ainda melhor! Aguarde). E bebi algumas caipirinhas de cachaça com abacaxi. A Ana T adorou os malabares que eu levei de presente pra ela além de uma blusinha cinza com lacinho que era a cara dela. E eu ganhei, da cunhada querida aniversariante, este livro acima que compila uma série de receitas das comidas preferidas de bandas como Belle and Sebastian, Calexico, Devendra, The Hold Steady, Interpol, Violent Femmes, Franz Ferdinand, Death Cab For Cutie e muitos outros. Aqui tem um resenha interessante do livro que recomenda o Pork Loin with Poblano Chiles dos Decemberists (que prova que nem todas as bandas alternativas são vegetarianas) com os Patriot Act Mojitos do Nada Surf para acompanhar e as Chocolate Balls do Ben Kweller como sobremesa. Nem precisa dizer que o Bacon and Eggs do Tilly and The Wall me chamou mais a atenção, certo? Presente pra lá de especial. E olha que a Jeanne ainda disse que eu era difícil de presentear! Curti. Agora é ir pra cozinha.

dezembro 14, 2008   No Comments

Domingo de comida mexicana

Missão deste domingo: aprender a fazer chilli, um prato tradicional da culinária mexicana e texana feito com feijão, carne moída, tomates em pedaços e pimenta, sem esquecer do tempero, uma mistura do pó de pimentas, cominho, alho, cebola e orégano. Semana que vem temos entrega de presentes do amigo secreto dos amigos da Lili (não conto quem eu tirei), e ela inventou que nós iríamos cozinhar comida mexicana. Ela inventa e eu vou pra cozinha. Esperta a mineira.

No sábado à noite, pós Los Pirata (show foda – fotos aqui) e pré Bazar Pamplona, passamos em um Pão de Açúcar 24 horas atrás dos ingredientes. Tive que esperar uns cinco minutos até o açougueiro limpar umas carnes e vir me atender, e quando ele veio ainda trouxe o pedido errado. Pedi 500g de coxão mole moído. E ele, depois de cortar e moer a carne: “1 quilo e 200 e muito?”. Resposta afirmativa, ele vai, tira umas 200 gramas e me entrega um quilo. Quase 23h de um sabadão, eu não ia discutir.

Compramos uma série de coisas especiais para o prato (pimentas, tacos, massa para burritos, feijão vermelho, nachos e feijão marrom – não tinha o roxinho que a receita pedia) além de algumas Hoegaarden para abastecer a geladeira e acompanhar no almoço. De manhã, demos um google atrás de alguma receita interessante, e Lili achou essa do fim no post em um Yahoo Respostas. Na verdade, fiz uma mistura dela com a de algumas outras que eu também tinha olhada, tipo: nesta não vai cerveja, mas coloquei uns 300 ml de cerveja (que uma outra receita exigia) Bauhaus na mistura.

O começo é bem simples: frita-se o meio quilo de carne nas três colheres de óleo por dez minutos e, depois, vai juntando os ingredientes. Chamamos alguns amigos (iríamos fazer duas receitas aproveitando o outro meio quilo de carne extra além do outro pacote de feijão) para experimentar o prato (Adri, Kátia e Tiago: espero que vocês estejam bem – risos), já que se hoje comemos em cinco, na semana que vem vamos ser entre 12 e 15. Melhor errar com menos gente, né. Mas deu tudo certo. Reclamaram um pouquinho do excesso de cominho e, sinceramente, acho que não ficou tão apimentada quanto deveria ficar, mas valeu a experiência e estamos prontos para domingo que vem.

A receita que segue abaixo foi bem modificada. Acho que, na verdade, cozinhar é um pouco disso também: adaptar os pratos ao seu gosto pessoal. Tinha impressão que iria ser difícil demais fazer o chili, mas foi bastante fácil (contando que não temos panela de pressão e Lili deixou o feijão de molho de um dia para outro – ok, Lili deverá ganhar uma panela de pressão em algum dos amigos secretos que ela está participando, mas curto essa idéia de deixar de molho de um dia para o outro). É um prato perfeito para uma turma de quatro, cinco ou mais amigos. Ainda mais com uma tequila aberta. No nosso caso, nossa Jose Cuervo Especial está prometida. Então fomos de cachaça Germana. Uma delícia. Experimente em casa.

Receita
Ingredientes:
1/2 kg de carne moída;
3 colheres (sopa) de óleo;
2 cebolas (grandes) em rodelas finas;
2 colheres (chá) de sal;
Pimenta-do-reino, pimenta chili, páprica, cominho e tomilho a gosto;
1 kg de tomates, sem pele e sem sementes, picados;
1/2 kg de feijão roxinho ou vermelho cozido.

Modo de preparo:
Frite a carne no óleo, por 10 minutos, mexendo sempre. Junte a cebola, o sal, as pimentas e a páprica. Cozinhe em fogo baixo por mais 5 minutos. Junte os tomates e o feijão (já cozido), tampe a panela e cozinhe em fogo baixo por 1 hora. Acrescente um pouco de água fervente ou mesmo cerveja (200 ml), se for necessário, mexendo de vez em quando.

dezembro 7, 2008   No Comments