Random header image... Refresh for more!

Posts from — agosto 2009

“Se Beber, Não Case” e “The Doors”

“Se Beber, Não Case”, Todd Phillips

“Se Beber, Não Case”, Todd Phillips (2009)

O Omelete cravou (aqui) e eu não discordo: estamos diante da melhor comédia do ano (Brüno, infelizmente, rodou). A última vez que ri tanto em uma sala de cinema foi no pastelão “Quem Vai Ficar com Mary?”, e por mais absurda que pareça a história de “Se Beber, Não Case” (que não é pastelão!), há uma explicação para tudo aquilo que está acontecendo. Ou quase tudo. Preciso rever para juntar algumas coisas perdidas. Uma na verdade. Ainda vou escrever sobre o filme, então não vou gastar toques agora. Mas o final é… sensacional. Sensacional. Leve um lenço. Você pode chorar de rir.

“The Doors”, Oliver Stone (1991)

A cinebiografia assinada pelo polêmico Oliver Stone retorna às lojas em versão de luxo com dois DVDs, um deles apenas de extras que destacam dois excelentes documentários sobre a produção e 15 cenas deletadas. O tecladista Ray Manzarek odiou a adaptação e não dá nenhum depoimento nos documentários, mas a tal jornalista que diz que casou com Jim Morrison em uma cerimônia pagã aparece e desce a lenha no diretor.

Oliver Stone, no entanto, se protege dizendo que juntou vários personagens reais em um no filme e que todo mundo tinha uma visão de Jim Morrison, e essa é a dele. Por mais que soe escapista, não dá para desvalorizar o filme, que não chega ao brilhantismo de “Ray” nem de “Johnny and June”, mas traz algumas cenas fabulosas e histórias imperdíveis de uma das maiores bandas da história do rock. E Val Kilmer brilha no papel principal.

Vi no cinema na época do lançamento, e depois em VHS. Eu tinha um pôster do filme em meu quarto, com marcas de batom que algumas amigas deixaram. Dúvidas que o mito continua vivo?

agosto 28, 2009   No Comments

Que tal uma Gelatina de Pinga e de Caipirinha

gelatina.jpg

O mais próximo que eu já havia chegado de uma gelatina alcoólica foi no T In The Park, um festival no meio da Escócia, em que algumas garotas passavam vendendo gelatina de vodka feita em casa. Comprei para colaborar e, claro, experimentar, mas fiquei um pouco frustrado. A gelatina não tinha sabor de vodka (aliás, qual o sabor da vodega mesmo?) e não deu barato. A mistura não devia dar certo.

Bem, com vodka talvez não fosse para dar certo, mas com cachaça, meu amigo, é uma delicia. Dá até para brincar com um famoso slogan: é impossível comer uma só. No caso, a gelatina em questão é a da Bendita Hora, um local cujo conceito é misturar pizza com arte. Não provei da pizza, mas ganhei um potinho de Balas de Gelatina de Pinga que me conquistaram. É quase uma bala de goma, com gosto forte e delicioso de uma boa e velha cachaça.

Além da Balas de Gelatina de Pinga há outro sabor que me deixou bastante curioso: Gelatina de Caipirinha. Deve ser viciante se for na mesma linha dessa de Pinga. Cada potinho custa R$ 12 e durante os meses de agosto, setembro e outubro, uma parte deste valor será destinado para o Instituto Brasil Solidário. Coisa fina. Veja aqui a página do hot site da Balas de Gelatina de Pinga e aqui o site da Bendita Hora. Vou ali provar mais uma bala e já volto.

agosto 28, 2009   No Comments

Banzé no Oeste, Macho Alfa e Aimee Mann

Mel Brooks em cena de “Banzé no Oeste”

“Banzé no Oeste”, de Mel Brooks (1974)
Para a American Film Institut, “Banzé no Oeste” (“Blazing Saddles”) é uma das dez melhores comédias de todos os tempos. Mel Brooks é uma das poucas pessoas a terem recebido um Oscar (cinema), um Grammy (música), um Emmy (TV) e um Tony (teatro) e está totalmente à vontade neste que é o seu quinto filme, e que bateu forte (mas muita forte) na turma Monty Python (o final de “Calice Sagrado” é uma homenagem clara para “Banzé no Oeste”).

Mel Brooks avacalha os filmes de diligência e faroestes com passagens cômicas e ainda provoca os racistas ao fazer de um negro (Cleavon Little) o xerife de uma cidadezinha do velho oeste. Gene Wilder está ótimo, o próprio Mel Brooks rouba algumas cenas coom governador (foto), mas é Harvey Korman quem brilha. O texto é excelente, embora haja um certo vácuo entre algumas piadas, mas nada que diminua o filme, muito menos o final surreal e arrasador. Um clássico.

*******

Como JJ Bronson, grande amigo que assina a coluna Macha Alfa no iG, está de férias em paisagens idílicas, fiquei responsável por escrever a coluna desta semana. Assino com o singelo pseudônimo de JR Durão, e o tema é “Mulher tem que ter pegada?”. Leia a coluna aqui.

*******

Aimee Mann em Buenos Aires, foto de Ligia Helena

A queridissima Ligilena esteve em Buenos Aires semana passada para, entre outras coisas, assistir ao show de Aimee Mann. Abaixo um relato descompromissado que ela fez aqui para o blog. A foto é dela. No flickr (http://www.flickr.com/photos/ligelena) tem mais.

“Bom, como eu disse pro Mac, não sou crítica de música. E sou muito, muito, muuuuito fã da Aimee Mann. Então posso contar como foi o show, mas vai ser em primeira pessoa. Se vocês quiserem podem baixar uns dois tons do meu texto pra terem a real noção do que foi aquela apresentação.

Quando eu decidi ir pra lá pra ver a Aimee, resolvi fazer a loucura completa e comprei o ingresso mais caro, na segunda fileira (a primeira já estava lotada) do Teatro Gran Rex. É um teatro gigante, que já recebeu a Björk, o Coldplay, o Muse, entre outros grandes. E a platéia estava quase completa pra ver Aimee na América do Sul pela primeira vez.

Minhas impressões da segunda fila foram completamente diferentes das impressões dos meus amigos que assistiram do fundão. Eles assistiram a um show introspectivo e melancólico. Eu assisti a um show descontraído e feliz. Acho que conseguir ver as expressões da Aimee foi o que fez a diferença. Ela é alta, magrela e desajeitada, daquele tipo de pessoa que não sabe bem onde colocar as mãos e tropeça em tudo, sabe? A cada música ela fazia questão de agradecer, sorrindo muito, feliz da vida. Não tentou fazer média, não disse “hola” nem “gracias”, mas cativou todo mundo.

No palco, ela e mais dois músicos se revezavam entre piano, órgão, escaleta, bateria, violão, guitarra e baixo. Até flauta doce ela tentou tocar, sem muito sucesso. Pediu desculpas, estava aprendendo a tocar “aquilo” havia só duas semanas. 

O setlist foi muito generoso, com músicas de todos os discos e até um lado B do Lost in Space, “Nightmare Girl”. A platéia veio abaixo a cada canção da trilha de Magnolia, especialmente com a dobradinha de Wise Up e Save Me. De matar. Ainda rolou Momentum, One, Deathly (essa, no bis, serviu pra me arrancar as últimas lágrimas). Do “Whatever”, rolou “Stupid Thing”. Do I’m With Stupid, rolou “You Could Make a Killing” e “Amateur”. Do Bachelor no. 2, Deathly, que eu já tinha dito. Do Lost in Space, “The Moth” (que abriu o show) e “Today’s the Day”. Do Forgotten Arm, “Going Through the Motions” e “Little Bombs”. E do último, Smilers, “Little Tornado”, “31 Today”, “Freeway”. Ela fechou o show cantando “Voices Carry”, do Til Tuesday. Generosa ou não?

Eu não anotei o setlist, eu nem sei se aí em cima estão sobrando ou faltando canções. Porque eu estava completamente encantada e entorpecida pelo show. No dia seguinte ela partiu para Santiago, no Chile, e minha vontade era ir atrás pra ver mais um show. E a pergunta que ficou martelando na minha cabeça foi: por que ninguém trouxe essa mulher pro Brasil? E a certeza que ficou foi: se eu tiver qualquer chance de ver um show dela de novo, vou de olhos fechados. “

agosto 19, 2009   No Comments

Brasileiro o que? Brasileiro o caralho, o caralho

Desde antes de entrar no avião de volta ao Brasil que eu já sabia que a readaptação neste ano seria um tanto mais difícil do que no ano passado. Você vai uma vez, vê que tudo é diferente (muita coisa pra melhor), volta, readapta e continua tocando o barco. Repetir isso tudo não é tão fácil. Passei pelas mesmas coisas nesta viagem, visitei muitos lugares que já conhecia, mas reafirmar as idéias do outro ano bateu mais forte desta vez.

Passei a semana toda vagando a esmo até assistir na manhã de sexta à cabine de “Se Nada Mais Der Certo”, ótimo filme de José Eduardo Belmonte que abre com uma citação de Rousseau que eu tinha na minha mesa quando trabalhava na biblioteca de Direito em Taubaté: “Uma sociedade só é democrática quando ninguém for tão rico que possa comprar alguém e ninguém seja tão pobre que tenha de se vender a alguém”.

O filme é uma bela porrada, que eu vou tentar dissecar melhor quando fizer uma resenha dele mais perto da estréia, mas toca em coisas que me assustam bastante, a principal versando sobre a derrota do homem para o sistema simbolizada no ato de perder tudo, mas aos poucos: o cara perde o emprego, fica sem dinheiro para pagar a conta de luz, e então cortam, e ele tenta uma maneira de se reerguer, e não consegue.

Acredito imensamente no poder da manhã seguinte. Nas minhas épocas áureas de crises violentas eu sempre me agarrava na idéia de que precisava sobreviver à madrugada, pois uma mágica da vida é que o dia morre toda noite para renascer toda manhã. Os problemas permanecem, mas quanto mais cedo você enfrentá-los, mais cedo surgirá uma maneira de resolvê-los. É uma rotina constante, a gente perde, mas também vence.

Lógico que esse é um pensamento voltado para o plano particular. O problema do Brasil é maior, e mais intenso. Como sorrir com tanta gente sofrendo jogada nas ruas, nos sinais, dormindo ao relento, sem o mínimo necessário para viver uma vida digna. Difícil. Como consertar? Sinceramente, não sei. As estatísticas dizem que o país está crescendo, e só o que vejo é mais miséria, mais pobreza e mais falta de oportunidades.

Quando falo em morar fora do país não estou de maneira alguma negando que estes outros países sejam também imperfeitos. Todo país tem problemas assim como todas as famílias. Alguns mais, outros menos, mas todos têm problemas. Os “pobremas” daqui, no entanto, me tomam cada vez mais e doem. Talvez eu vá, quem sabe, mas acredito que volto naquele velho navio e morra aqui na “favela onde eu nasci”.

Como escreveu Oswald de Andrade: “O Brasil é uma República Federativa cheia de árvores e gente dizendo adeus”. Porém, inevitável, não podemos nos esquecer de nossas qualidades. É fácil reclamar, dizer que os outros são melhores nisso e naquilo sem levantar a nossa bola nas coisas que merecemos. Copo meio vazio, sabe. E foi isso que pensei ao assistir a mais um show do compositor Wado em São Paulo.

Não sei quantas vezes vi Wado ao vivo, e essa foi uma das apresentações que eu menos esperava algo. Ouvi o disco novo essa semana, aquela coisa meio “Ivete Sangalo” (hehe), como o próprio brincou comigo após o fim do show, e gostei, mas fui sem expectativas para vê-lo ao vivo. E o show, caro amigo, foi um dos melhores que assisti dele nos últimos anos. O tipo de coisa que me fez ter alegria de estar aqui, agora.

Wado fez um resumão da carreira tocando três canções de cada disco em ótimas versões roqueiras: “Uma Raiz, Uma Flor”, “Beijou Você” e “Ontem Eu Sambei” da estréia (2001); “A Gaiola do Som”, “Poço Sem Fundo” e “Tarja Preta” do “Cinema Auditivo” (2002), “Tormenta”, “Vai Querer?” e “Alguma Coisa Mais Pra Frente” do clássico “A Farsa do Samba Nublado” (2004); “Pendurado”, “Teta” e “Reforma Agrária do Ar” do “Terceiro Mundo Festivo” (2008) além de uma inédita, “Não Pára”, que Maria Alcina gravou no excelente “Confete e Serpentina” (leia aqui).

Do disco novo, “Atlântico Negro” (2009), Wado só tocou a bonita “Pavão Macaco”, do verso instigante e emblemático: “Vem morar comigo neste apartamento, estamos um sobre os outros, temos satisfação”. Os cinco discos de Wado estão todos para download no site oficial do artista (http://www2.uol.com.br/wado/index2.html), música boa dada de graça, tão fácil, a um toque do mouse. Alimento para a alma.

Talvez não seja à toa, mas no momento em que estamos fazendo a melhor música do mundo passamos por uma dura crise de falta de espaços em veículos de massa que dêem ao público o melhor de nossas artes. Não sei se a qualidade dos discos está atrelada à dificuldade de mostrar a música para a grande massa, mas vivemos um momento especial em nossa música, e algo inverso acontece nos EUA e na Inglaterra, locais em que nada novo e instigante acontece já há alguns bons três anos.

U2, Morrissey, Bruce, Bob Dylan, Wilco e outras lendas lançaram discos no último ano pelo simples vício de lançar um disco. Não me entenda errado e deixe o fanatismo de lado: há coisas boas nesses cinco discos, mas todos estes nomes já fizeram coisas muito melhores em suas carreiras e estão apenas rolando a engrenagem. Bandas novas? Nada comove. Por outro lado, o sangue ferve com facilidade neste país verde e amarelo.

Alguém pode dizer que é pouco, mas para mim não. Eu respiro música. Ela é a minha ligação com o mundo. Ela me faz vivo. Eu quero mais, claro. Quero um país melhor. Quero que as diferenças entre ricos e pobres diminuam drasticamente. Quero que a pessoa jogada na rua levante, sacuda a poeira e dê a volta por cima. E sei que o mínimo que eu quero já é quase impossível, o que não quer dizer que vou deixar de querer, mas que aperta o peito, ah, aperta.

Quando eu tinha 14, 15 anos, um dos meus sonhos (além de ser piloto de Fórmula 1 e ou jornalista) era escrever uma série de livros nos moldes da coleção pocket da Brasiliense com pequenos tratados com dicas para consertar o país. O primeiro volume seria o “Como reestruturar o setor educacional”, que consistia basicamente em dar cultura ao povo, e não passá-lo de ano como pessoas sem dinheiro passam por debaixo da catraca. Não lembro os outros livros da série, mas isso permaneceu na minha memória.

É duro demais ser brasileiro, mas eu nunca saberia ser outra coisa, e nem quero. Lembro da raiva de Arnaldo Antunes cantando o trecho de letra que dá titulo a este post na versão ao vivo de “Lugar Nenhum” (do álbum “Go Back”) e entendo sua revolta, mas ela nunca me desceu bem. Nunca. Tenho vontade de encher um barco com uns 500, 900 brasileiros que fazem o país andar para trás, e mandar para o inferno gritando para eles: “Brasileiro o que? Brasileiro o caralho, o caralho”. A chance de outros 900 fdp surgirem, no entanto, é imensa. O problema é a máquina, alguém grita. E está certo.

Volto a repetir a citação de Rousseau: “Uma sociedade só é democrática quando ninguém for tão rico que possa comprar alguém e ninguém seja tão pobre que tenha de se vender a alguém”. E só tenho uma certeza: estamos longe demais da democracia. Penso com dor na frase de Oswald de Andrade e no choque da lembrança da tecla que sempre bato: somos exemplos. As coisas começam a mudar dentro de casa, na nossa roda de amigos, no nosso trabalho. Porém, tento fazer o melhor, mas já não sei se adianta. Cansaço.

Ps. Perdoe a falta de foco e clareza. Eu também estou tentando me entender.

agosto 8, 2009   No Comments

Quanto custa uma viagem para a Europa?

O Parlamento de Londres visto da London Eye

Essa é a pergunta que não quer se calar (risos). O Edu já tinha pergutando isso em um post pré-viagem, e eu tinha detalhado os nossos gastos “por cima” nos comments (leia aqui), mas é uma avaliação totalmente particular baseada em um mochilão maluco de 37 dias. Uma viagem de 20 dias sai muito mais em conta. Aproveitando que o Luiz perguntou se “uns dez mil reais segura a onda legal”, vai a minha experiência abaixo, e a certeza de que se você conseguir economizar, dá sim para ir.

01) A Passagem

É o mais caro da viagem. Custa entre 650 dólares e pode chegar até 1000 dólares em alta temporada. Ou seja: viajar fora de temporada (que vai de 15 de junho até o fim de agosto) já garante uma grande economia. E pode acreditar: tem festival, shows e coisas legais para se fazer na Europa em maio e setembro, meses que não são tão frios e nebulosos como os invernais, e são mais baratos que julho e agosto, os temíveis e careiros meses de férias (e muito sol).

Uma vantagem das passagens: você pode pagar ela antes em até cinco vezes no cartão sem juros (se for uma companhia internacional tipo Iberia, Air France e outras) ou mais vezes se for uma nacional (TAM), com juros. O importante é que planejando bem, você já pisa na Europa com a passagem paga sem mexer no dinheiro das férias do trabalho, o que é uma grande economia para os dias de aventura pela frente.

Fiz uma pesquisa rápida em um site de viagens com as datas de partida para 30/04/2010 e volta 30/05/2010 e Air France e KLM oferecem passagens por cerca de R$ 2100. Esse preço pode abaixar se você conhecer uma agente de viagens bacana, que encontre uma promoção legal em um vôo menos concorrido, mas em média é isso: R$ 2100 que podem ser divididos em cinco vezes no cartão de crédito (com a taxa de embarque vindo na primeira parcela).

02) Hospedagem

Aqui você adapta a viagem ao seu bolso. Em sites como o Homelidays (www.homelidays.com) e Hostel World (www.homelidays.com) você consegue pesquisar habitações em hotéis, apartamentos, albergues, casas de família e campings. Os preços variam de acordo com o luxo e com o país. Um quarto dividido com 10 pessoas é mais barato que um quarto para casal, porém facilidades aparecem. O ap que ficamos em Paris foi o mais barato de toda nossa viagem, e o melhor. E Paris é uma cidade cara e de difícil hospedagem. A dica é: procure.

Para um cálculo no chutometro, só pata você ter idéia, você pode gastar entre 20 e 30 euros por dia em hospedagem (às vezes mais, outras menos, repito: dependendo das facilidades que você queira ter). Vamos pegar a média (25 euros) e multiplicar primeiramente pela cotação do Euro em relação ao Real (é menos, mas vamos arredondar para R$ 3) o que nos vai dar R$ 75 por dia. E multiplicamos de novo esse valor por 20 dias (R$ 1500) e 30 dias (R$ 2250). É algo entre isso que, em muitos lugares, pode ser pago no cartão de crédito, mas é bom confirmar antes.

Como o Acauã já comentou aqui no blog, tem o Couch Surfing, que é uma comunidade (tipo o Orkut) em que os associados abrem suas casas para outros associados. Na brodagem, sem nenhum custo. Como ele descreveu: “Quando vai viajar, você procura por boas almas dispostas a hospedar nas cidades para as quais vai e manda mensagem tentando combinar algo”. Vale muito ler o blog do Claudiomar. Ele viajou por 32 países – como Nepal e Hong Kong – hospedando-se somente em casas de pessoas do CouchSurfing. (http://claudiomar.blogspot.com/).

Vale lembrar que aquele amigo querido ou aquela prima com quem você não fala faz anos podem render uma boa economia se tiverem um cantinho para te abrigar. 🙂 Outra coisa: muitos países, na entrevista de entrada, perguntam o lugar em que você vai ficar. Por isso tenha sempre a mão o endereço do amigo ou da tia, ou mesmo o nome do hotel, pois pode dar um dorzinha de cabeça não ter.

03) Viajando internamente pela Europa

Sou uma completa negação para explicar os passes de trem (alguém ajude nos commentes, please) tipo o Europass, mas os trens são uma grande economia (falo sobre alguns aqui) e companhias barateiras como a Easyjet e a Ryanair podem lhe dar muitas alegrias. Prefira sempre a Easyjet, que não causa tantas dores de cabeça quanto a Ryanair, mas se precisa, não pense duas vezes: mesmo com a multa que pagamos em Veneza o vôo saiu 1/4 mais barato do que seria por outra companhia. A dica é sempre tentar comprar com antecedência os trechos, pois quanto antes você comprar mais barato vai estar.

Aqui entra então um item importante em uma viagem econômica: planejamento antecipado. Tendo a viagem toda traçada você perde um pouco da aventura de acordar em Roma numa terça-feira e pensar: “Acho que vou para Viena hoje”. Mas terá uma grande economia (passagens compradas no dia ou na véspera são caras mesmo nas companhias barateiras). Nos fizemos uns cinco trechos entre países de avião, e tudo saiu por aproximadamente R$ 600. O trecho por trem saiu por R$ 75.

04) Visto e Seguro Viagem

Os países da União Européia não pedem visto de entrada, mas sempre há uma entrevistinha em que geralmente o policial pergunta o que você está indo fazer na Europa (ou no país que você está entrando), onde você vai ficar, quando você vai voltar e por ai. Se você tem todos os documentos certinhos (reserva de hostels, endereço da casa do amigo ou do CouchSurfing, trechos internos de viagem) que comprovem que você está passando férias, ótimo, mas é bom sempre estar garantido.

A vantagem é que,  devido ao Acordo de Schengen (valeu pela dica, Felipe), entrando no primeiro país você não passa por entrevistas nos 24 países da União Européia e nos 4 da EFTA que assinaram a política de livre circulação de pessoas no espaço geográfico da Europa (com exceção do Reino Unido, que você sempre que entrar precisará passar pela imigração). Então, se você entrar na Europa com um vôo em escala pela Espanha, França ou Holanda, a entrevista será feita nestes países, e os demais são porta aberta.

Já o Seguro Viagem é necessário e cobrado em alguns países (como a França). Você pode fazer com o seu agente de viagens, mas compensa muito cotar no World Nomads (outra dica da Ligilena), que foi o que eu e Lili fizemos para esta última viagem (e ninguém pediu, mas vai que não tivéssemos feito – iriam pedir). É só colocar o periodo de viagem e verificar o preço. Três semanas sai 75 dólares.

05) Comendo e passeando na Europa

Prepare-se para o choque, pois pisar na Europa é caro, principalmente na Inglaterra. Você vai se assustar quando perceber que uma Coca-Cola lata custa R$ 10, e vale muito fuçar o cardápio para perceber que o vinho (na França, Itália e Espanha, principalmente) e a cerveja (na Bélgica e na Alemanha) são muitas vezes mais baratos que os refrigerantes. E aqui também cabe a sua vontade pessoal, pois dá para viver de batatas fritas e fast food, mas é sério que você vai pra França e não vai almoçar ou jantar em bistrô? E nem vai comer massa na Itália?

Vou chutar, mas 50 euros (R$ 150) é uma quantia razoável para você comer, passear e ir a museus. Ou seja, em 20 dias, R$ 3000 e em 30 dias R$ 4500. Isso atentando para o fato de você usar e abusar dos passes especiais como o Roma Pass, que te dá condução de graça nos ônibus e metros da cidade além de descontos em muitas atrações, o Paris Museum, que eu comentei aqui e que a Lina, do Conexão Paris, discute aqui. Quase todas as cidades tem um desse tipo, e ajuda muito.

Vale também lembrar que carteirinhas de estudante são benvindas, e não precisa ser a oficial. Mas muitos museus e passeis limitam o desconto para menores de 26 anos mesmo com a carteirinha. Vale levar, e tentar. Bem, dá para dizer canhestramente que R$ 10 mil dá e sobra para viajar, mas eu, você e a Lili (risos) sabemos que nunca sobra e sempre falta, mas isso tudo é apenas para dar uma idéia que eu mesmo não tinha quando fui viajar nas primeiras vezes. Ou seja, estou tentando mostrar que é preciso planejamento, economias, mas rola fazer sim.

O que é preciso, mais do que tudo, é focar nas coisas que você quer ver, fazer e sentir em uma viagem dessas. Fazer o orçamento, deixar de beber uma cerveja nos dias em que você bebe cinco (risos) para economizar e voar. Uma viagem começa no seu planejamento, nas pesquisas que a antecedem. Existem muitas facilidades e também muita dificuldade, e tudo faz parte. Isso tudo é só um esboço de 15 minutos em uma sexta-feira corrida. Com calma, a coisa toda pode ficar mais interessante ainda. Mesmo.

Por baixo de uma ponte em Veneza

Leia também:
– A querida Luana Bandeira, a pedido de amigos, fez um textão bacana com algumas dicas de como montar um mochilão, escolher hospedagem, transportes e enxugar os custos em uma viagem para a Europa. Vale ler. Baixe o arquivo em world aqui.

agosto 7, 2009   No Comments

“Atlântico Negro”, de Wado, para download

O cantor e compositor Wado está disponibilizando seu novo disco, “Atlântico Negro”, para download gratuito em seu site oficial: http://wado.com.br/. Em uma primeira ouvida, o quinto disco de Wado é o mais afundado na música brasileira de sua carreira com destaques para afoxés, sambas e funks. É um disco para ser ouvido com calma com muita atenção nas referências. Wado fez um faixa a faixa do disco a pedido do GazetaWeb.com. Acompanhe.

01. Estrada (Wado/Dinho Zampier/Mia Couto)
É o afoxé mais afoxé do disco, quase um axé mesmo. Para começar com certo desconforto. Contém uma narração charmosa de um estudante estrangeiro que está em Maceió e é de Guiné-Bissau.

2. Atlântico Negro (Wado/Dinho Zampier/Beto Bryto/Fernando Coelho)
Vinheta final de Estrada, determina os rumos disco com interessante sotaque.

3. Jejum / Cavaleiro de Aruanda (Wado/Tony Osanah)
Medley de uma canção minha que pede um dia de abstinência com o clássico de Tony Osanah que foi sucesso com Gal Costa, Ronnie Von e recentemente com Margareth Menezes e Ney Matogrosso.

4. Martelo de Ogum (Wado/Dinho Zampier)
Samba que tem letra inspirada no título do álbum Made in the Dark, da banda Hotchip, e é uma homenagem a Ogum, orixá dos metais e das novas tecnologias.

5. Cordão de Isolamento (Wado/Dinho Zampier)
Afoxé inspirado nos discos de Davi Moraes e que toca no delicado assunto das cordas que separam classes sociais em carnavais e micaretas.

6. Hercílio Luz (Wado/Mia Couto)
Hercílio Luz é o nome da ponte de ferro de Florianópolis, Santa Catarina, que lembra a ponte de São Francisco, na Califórnia (EUA). Na minha infância ela era de uso apenas dos pedestres e dos ciclistas – por ser muito antiga, não tinha mais força para que carros a atravessassem com segurança. Muitos trechos da poesia de Mia Couto estão ali.

7. Pavão Macaco (Wado)
Lista coisas desconectadas de seu habitat e nos coloca frente a frente no espelho com uma espécie de bicho vaidoso e lacônico… Dizendo assim prefiro a música para contar a história…

8. Frágil (Wado/Alvinho Cabral)
É uma montanha-russa melódica e de sentimentos, uma canção de amor tradicional.

9. Feto / Sotaque (Wado – Wado/Alvinho Cabral/Eduardo Bahia)
Medley de duas canções que acho que, juntas, têm unidade de sentido e criam uma nova e ainda mais divertida. Única regravação minha no disco.

10. Boa Tarde, Povo (Baianas de Santa Luzia do Norte/Maria do Carmo)
Um clássico do cancioneiro alagoano que já foi gravado pelo grupo paulistano Barbatuques e teve remixes de Lucas Santtana. Nossa versão aproxima a música dos big beats do Fatboy Slim.

11. Rap Guerra no Iraque (Gil do Andaraí)
Conheci essa música numa coletânea de funk carioca chamada Proibidão, que faz muito sucesso no Rio de Janeiro – acho que essa era a vigésima sétima compilação feita. A letra é muito boa. Tentamos regravá-la de forma respeitosa.

agosto 5, 2009   No Comments

37 dias, 14 cidades, 6 países e muitas histórias

Uma garota no metrô em Notting Hill, Londres

É difícil explicar a sensação de chegar a casa após um mochilão de 37 dias. Você sente falta da sua cama, dos seus objetos pessoais, de roupas limpas, mas trocaria o seu chuveiro por qualquer um dos apartamentos da viagem (risos). As coisas todas estão em seu lugar, mas o coração precisou aumentar alguns cômodos para abrigar as novas experiências, que se acumularam entre tantas novas paisagens e histórias.

Voltando no tempo, lembro que houve uma época que eu achava que nunca sairia de Taubaté, a cidade que me abrigou durante 20 anos, mas que já no final da adolescência não me cabia mais, como uma roupa que rasga em movimentos mais bruscos. Fazer uma longa viagem para o exterior então nem pensar. Ok, pensar sim. Ou melhor, sonhar. Alguns sonhos nos invadem sem que a gente exija deles racionalidade.

Viajar é dar a alma um momento de vida. Estamos presos a um cotidiano mecânico cujo maior símbolo, a rotina, nos diz que hora acordar todos os dias, que veículo pegar para ir ao trabalho, como se relacionar com nossos semelhantes e, após uma seqüência de atos pouco diferentes do dia anterior, voltar para casa com o pouco tempo que resta tentando fazer dele algo útil para a… alma.

Muitas coisas diferentes aconteceram nesta viagem em relação à viagem do ano passado, a mais visível tendo relação com a companhia da Lili. Tem gente que gosta de viajar sozinho e tem gente que não consegue viajar sozinho. Ambas as situações trazem vantagens e desvantagens, mas foi bastante especial dividir esse percurso com a Lili, pois respiramos juntos às cidades, e conversamos dezenas de horas sobre os lugares.

A alegria das meninas brincando na água na fonte do Louvre em Paris

Assim como no ano passado, em que cheguei recebido por Odile e Carlos em Leuven, e me senti seguro para seguir nos próximos tantos dias, foi bastante importante chegarmos a Londres para ficarmos na casa do Daniel, da Beth e do Samuel (e da gata Coco). Os três fizeram de tudo para nos sentirmos em casa, e conseguiram. Londres ficou mais leve, e a tarde no Hyde Park com Blur ensaiando e pedalinho no lago foi inesquecível.

Dali uma pequena passada em Paris, para deixarmos as malas no melhor e mais barato apartamento da viagem, e seguirmos para a Bélgica, o país que faz alguns dos melhores chocolates do mundo, todas as melhores cervejas e ainda promove os melhores festivais de rock. Nick Cave no Rock Werchter foi um estupro sonoro. E os elefantes rosas da ótima Deliriuns Tremens dançaram em alguns copos de cerveja com o Carlos e a Camilinha em Bruxelas.

Já Paris é aquilo. Lili amou a cidade, mas odiou os parisienses. Como quase todos que passam pela cidade. Porém, inevitavelmente, Paris encanta. Se pudesse, eu passaria dias dentro do L’Orangerie e aproveitaria todos os bistrôs, cafés e padarias da Rua Montorgueil, uma descoberta deliciosa que nos deixou totalmente estupefatos. E o Louvre, a Torre, e Napoleão, e beber vinho na grama da Champ de Mars. Paris é foda.

Bruges por sua vez foi uma descoberta interessante. A cidade que mantém o centro histórico medieval mais bem preservado de toda Europa é repleta de turistas, mas sua noite é vazia e surpreende. As dicas da Maria, a dona do Bed and Breakfast que ficamos, foram imprescindíveis. E a pedalada de 5 quilômetros até Damme foi um momento de liberdade incrível desses que a gente não acredita estar vivendo.

Observando o Rio Sena em Paris

A cidade ainda rendeu alguns dos melhores pratos da viagem tanto na Le Gambrinus (uma cervejaria que cozinha a maioria de seus pratos na cerveja da casa) estendendo-se ao fofo e aconchegante Tante Marie, em Damme, com suas pequenas porções de prazer e seu ótimo chocolate quente. E, claro, o Cactus Festival, um festival de cidadezinha de interior com Cold War Kids, Gutter Twins, Calexico e Paul Weller. Foda.

Berlim continua sendo algo inexplicável para mim. Meu sangue alemão não se sente bem na cidade, que vive sobre a sombra da culpa, mas foi interessante demais ter ficado no lado Ocidental para contrastar as diferenças do lado Oriental, que me abrigou no ano passado. E foi ótimo descobrir uma loja sensacional de vinis e CDs em plena região do Europa Center. Nunca esperava encontrar o “On Strike” (Pepe Escobar disseca ele aqui) em vinil original. Nunca.

Foi um choque sair da Alemanha e ir para a Itália. Difícil imaginar dois países mais contrastantes. A Itália é uma bagunça, mas conversa com você na rua, no ônibus, na mesa de bar enquanto a Alemanha é extremamente organizada e carrancuda. Descemos em Pisa, nos apaixonamos pela Torre Pendente, e nos decepcionamos um pouco (ok Lili, eu mais) com uma Florença extremamente turística e descuidada em seu museu principal. Ah se não fosse Michelangelo com seus Escravos, seu Baco e seu Davi…

Já Roma é tudo aquilo que eu imaginava triplicado. Em que outro lugar do mundo uma simples e inocente salada caprese pode encher os olhos da gente? E são várias Roma. Tem a das igrejinhas que são pequenas obras de arte. A Roma do passado antigo, do Coliseu, da Casa Dourada de Nero, das ruínas. A Roma do aconchegante Trastevere, tudo que eu sempre imaginei que o Bixiga em São Paulo deveria ser. A Roma de Fellini, da iluminada Fontana de Trevi (e de muitas outras fontanas).

Quando a grama vira praia em Berlim

O Vaticano foi bastante cansativo. A Praça de São Pedro é bela, e a Catedral é o mínimo que se espera da grande casa da religião católica, mas a visita à Capela Sistina é um abuso de paciência com o roteiro passando por dezenas de outras salas. Se você quiser vê-la pesquise antes uma passagem secreta. Ou tenha bastante paciência. A visita vale, mas cansa. Para fechar a parte italiana teve Veneza, que eu tenho tanta coisa pra falar…

Dava para escrever um texto inteiro declarando meu amor por Veneza. Ainda faço. Vim tentando ler no avião uma reportagem em francês da National Geographic, que também foi reproduzida na edição nacional (descobri aqui). E o texto, assinado pela Cathy Newman, editora especial da revista, é uma aula de jornalismo. Então vamos combinar assim: eu digo que Veneza é a cidade mais encantadora e apaixonante em que já coloquei os meus pés e você lê o texto da Cathy aqui, fechado.

A parte espanhola começou com a Barcelona de Antoni Gaudi, de Joan Miró e do urbanista socialista Ildefons Cerda, que desenhou em 1859 uma grade urbana de quarteirões regulares e imensos passeios públicos que fazem a cidade viver e respirar. Amo Barcelona de uma forma que não sei explicar, e que acaba diminuindo por comparação meu apreço por Madri, uma bela cidade com três museus espetaculares, deliciosas casas de tapas e muito calor (o vento do Mediterrâneo faz falta).

Foram seis países e 14 cidades em 37 dias. Juntos, esses países devem ser do mesmo tamanho da nossa Região Sudeste, mas quanta diferença. Começa pela língua. Quando você começa a se adaptar ao inglês britânico tem que encarar o flamengo, a língua neerlandesa falada na Bélgica, que mais parece um disco sendo tocado ao contrário. E ai vem o francês, o alemão, o italiano e, ufa, o espanhol (ou portunhol). E tem as comidas, e tem o jeito de cada pessoa, de cada país, de cada cidade. Muita informação, mesmo.

É difícil explicar a sensação de voltar para o seu país após um mochilão de 37 dias. Você sente falta das pessoas falarem a sua língua, dos seus amigos que lhe chamam para um boteco, da comida totalmente particular, da música, do futebol, mas trocaria o nosso transporte público por qualquer um dos outros da viagem (hehe). É bom estar em casa. É bom poder dividir essas experiências, esses olhares muito pessoais neste espaço um tanto impessoal. Obrigado pelo carinho, pela leitura, pelas dicas e bons agouros. Espero ter correspondido com dicas e com o exemplo de que se eu consigo, você também consegue. Piegas, mas verdadeiro. Estamos de volta. \o/

********

TOPS DA VIAGEM

Um gondoleiro em Veneza

Dez Cidades
01- Veneza (foto)
02- Paris (foto)
03- Roma (foto)
04- Barcelona (foto)
05- Londres (foto)
06- Madri (foto)
07- Bruges (foto)
08- Bruxelas (foto)
09- Berlim (foto)
10- Firenze (foto)

Hyde Park em Londres

Dez Lugares
01- Rua Montergueil, Paris (foto)
02- Santa Croce, Veneza (foto)
03- Hyde Park, Londres (foto)
04- Parc Güell, Barcelona (foto)
05- Grande Praca, Bruxelas (foto)
06- Fontana de Trevi, Roma (foto)
07- Plaza Mayor, Madri (foto)
08- Camden Town, Londres (foto)
09- Barri Gotic, Barcelona (foto)
10- Torre Pendente, Pisa (foto)

Uma Deliriuns Tremens em Bruxelas

Dez Cervejas
01- Bloemenbier 7,0% (Belgica)
02- Deliriuns Tremens 8,5% (Belgica)
03- Hercule 9,0% (Belgica)
04- Duvel Speciale 7,0% (Belgica)
05- Leffe 9.0 (Belgica)
06- Leffe Radieuse 8,2% (Belgica)
07- La Divine 8,5% (Belgica)
08- Mongozo Banana 4,5% (Belgica)
09- Rochefort 11,5% (Belgica)
10- Mort Subite 4,5% (Belgica)

Obra de Camille Claudeu no Museu D’Orsay em Paris

Dez Museus
01- Museu D’Orsay, Paris
02- Museu do Prado, Madri
03- L’Orangerie, Paris
04- Museu Reina Sofia, Madri
05- Galleria Borghese, Roma
06- Galleria Academia, Firenze
07- Museu Peggy Guggenheim, Veneza
08- Museu Picasso, Paris
09- Centre Pompidou, Paris
10- Tate Modern, Londres

Gambas em Bruges

Dez Pratos prediletos da Lili
01- Sopa de Cebola em Paris
02- Camarão ao Alho e cerveja em Bruges
03- Croquete de Camarão em Damme
04- Al Pesto em Firenze
05- Pizza Quatro Queijos no Trastevere em Roma
06- Salada Caprese em Roma
07- Morango com chocolate em Bruxelas
08- Gazpacho em Madri
09- Paella Valenciana em Madri
10- Batatas Bravas em Barcelona

Dez CDs comprados na viagem

Dez CDs comprados
01- Rocks Germany 2001, Radiohead (Bootleg)
02- Rockin’ Live From Italy 1993, Bruce Springsteen (Bootleg)
03- The Complete Sun Masters, Johnny Cash (box triplo)
04- Live, Nick Cave (bootleg)
05- Live 1981-82, The Birthday Party
06- Rum, Sodomy and The Lash, The Pogues
07- Live From Austin, Tom Waits (bootleg)
08- Rome Concert 1980, Talking Heads (bootleg)
09- Enter The Vaselines, Vaselines
10- On Strike, Echo and The Bunnymen (vinil)

Nick Cave deixou ela surda no Werchter

Quinze Shows
01- Bruce Springsteen no Stadio Olimpic, Roma (fototexto)
02- Blur no Hyde Park, Londres (foto – texto na Rolling Stone de agosto)
03- Paul Weller no Cactus Festival, Bruges (fototexto)
04- Leonard Cohen no Palais de Bercy (fototexto)
05- Tindersticks no Hyde Park (fototexto)
06- Nick Cave and The Bad Seeds no Rock Werchter (fototexto)
07- Franz Ferdinand no Rock Werchter (fototexto)
08- Mogwai em Firenze (foto – texto)
09- Big Star no Hyde Park (fototexto)
10- Yeah Yeah Yeahs no Rock Werchter (fototexto)
11- Gutter Twins no Cactus Festival (fototexto)
12- Cold War Kids no Cactus Festival (fototexto)
13- Calexico no Cactus Festival (fototexto)
14- Magic Numbers no Cactus Festival (fototexto)
15- Crystal Castles no Hyde Park (fototexto)

Agora é melhor esfriar a cabeça como essa estátua em Leuven, na Bélgica

Fotos da viagem:
http://www.flickr.com/photos/maccosta/
http://www.flickr.com/photos/lilianecallegari/

Leia tudo o que aconteceu no dia-a-dia da viagem aqui.

agosto 4, 2009   No Comments

Em São Paulo…

…e acordando!

 Ps. O trema não me diz muita coisa, mas sinto falta do “til”, viu. (risos)

Ps2. Numa reedição de fotos acabei perdendo alguns comentários. Sorry :/

agosto 3, 2009   No Comments

O dia já vem raiando meu bem…

A Calle Miguel de Cervantes em Madri

Está chegando a hora, e estamos detonados. Meu joelho direito resolveu chiar de toda a viagem na madrugada passada, e a noite foi péssima. Bem provável que nunca mais estendamos tanto uma viagem como fizemos desta vez (e como fiz no ano passado). Como diria Bruce Springsteen suado e jogado no chao: nao dá mais, Roma.

Mas ainda tivemos o sábado para camelar por Madri e fomos cumprir nossas duas últimas “obrigacoes oficiais” (hehe). A primeira foi visitar o Museu Thyssen-Bornemisza, que exibe a colecao que a dona Carmen foi adquirindo nos últimos 30 anos. Ele perde em comparacao para seus dois vizinhos, mas completa algumas lacunas que os mesmos deixam em aberto. Juntos, o Paseo del Arte (Thyssen, Sofia e Prado) é sensacional.

O Thyssen começa lá nos primitivos italianos e chega até a pop art. Após ter visto tantas versoes da crucificacao de Jesus, da Anunciacao e da vitória de Davi sobre Golias, a mente começa a se confundir. O mesmo acontece com as dezenas de quadros de paisagens das salas holandesas, mas foi bacana reconhecer Veneza e a Piazza Navona nos quadros de Canaletto (aqui) e Wittel (aqui).

As coisas começam a melhorar mesmo ali pela sala 32 com Monet, Picasso, Renoir e Van Gogh, e nas próximas que trazem Cezanne, Gauguin e Matisse além de mais um belo quadro de bailarinas de Degas. O final, ali pela 41, tem Mondrian, Kandinski, Juan Griss, Braque, mais Picasso, um Chagall que eu adoro (veja aqui), Dali, Magritte e Roy Linchestein além do meu preferido do museu: ”Quarto de Hotel”, de Hopper.

A nossa próxima parada, debaixo de solarao, foi no deslumbrante Palácio Real, que me deixou sem ar no ano passado (leia o post aqui), mas que já me encontrou detonado desta vez, e teve um pouco de dó (hehe). Mas foi bonito rever o quarteto de Stradivarius da Família Real e a entrada suntuosa que fez Napoleao dizer ao seu irmao, ao coloca-lo no trono da Espanha, “você está em melhor companhia do que eu”.

Ainda passamos na Caixa Fórum, um belo prédio maluco com toques gaudilescos (o restaurante é sensacional), mas agora é ajeitar os últimos detalhes, arrumar as grandes malas, e voar sobre o Atlântico. Segunda-feira voltamos com a programacao normal trazendo um resumao da viagem e coisas do Brasil. Até.

Detalhe do restaurante do Caixa Fórum de Madri

Fotos da viagem:
http://www.flickr.com/photos/maccosta/
http://www.flickr.com/photos/lilianecallegari/

agosto 3, 2009   No Comments

Um jarro de sangria e as pinturas negras

A ordem em Madri é nadar em cerveja

Tem como contrariar um pedido desses?

 7 da noite, 35 graus, Nine Inch Nails esgotado. O que nos resta? Beber.

*******

Penúltimo dia de viagem. Dorzinha no peito, viu. Por mais que eu esteja sentindo uma saudade enorme dos amigos, da casa, da música, de Sao Paulo e também da rotina, a vontade era estender um pouco mais esse passeio para passar por Viena, Praga, Budapeste, Amsterda e ainda ver o Manic Street Preachers no Lokerse Festival, semana que vem, perto de Antuérpia, na Bélgica. Sonhar nao custa nada, né mesmo.

Quinta-feira

Fachada do Museu Reina Sofia em Madri

Saímos de Barcelona cedinho na quinta-feira (aliás, recomendamos bastante o Hotel Condado, um três estrelas com preço de hostel) em direçao a Madri. Conseguimos um preço bom antecipado do trem AVE (alta velocidade) e a viagem de 6h30 em um trem normal ficou em 2h30. O dia começou com ABBA (viajamos assistindo ao filme “Mamma Mia”) e eu queria que terminasse com NIN, mas como você já viu, nao rolou.

Localizamos o Hostal Gonzalo em Madri (boa dica da Ligelena) com bastante facilidade. Ele fica na Calle Cervantes, rua em que nasceu, viveu e morreu o autor de “Don Quixote”. E está em excelente localizacao, pertinho do Paseo do Prado e dos três grandes museus da cidade (e da Europa). Foi desfazer as malas, respirar um poquito e sair para procurar uma cerveja (para mim) e um gazpacho (pra Lili). Eita calor dos infernos.

Como tinhamos três dias em Madri decidimos separar um dia para cada museu, e começamos desta forma a quinta-feira no Reina Sofia, casa de “Guernica”, de Picasso. Reclamei muito da organizacao deste museu no ano passado (leia aqui), mas a versao 2009 está beeem bacana. Colocaram os filmes do Buñuel algumas salas antes e há mais silêncio para se apreciar o “Guernica” (apesar dio barulho da multidao – hehe).

Uma multidão admira o “Guernica” de Pablo Picasso

Além daqueles quadros que eu já havia citado no ano passado, e que foi especial demais rever – “Muchacha en la Ventana” (aqui), “Autoretrato Cubista” (aqui) , “Gran Arlequín y Pequeña Botella de Ron” (aqui) , “El Gran Masturbador” (aqui), todos de Salvador Dali, “La Fabrica Dormida”, de Daniel Vazquez Dias (aqui), “La Chimenea”, de Diego Rivera, e “Valencia”, foto de Cartier-Bresson (aqui) – listei mais alguns no caderninho.

Dentre os novos listados estao dois Dali (”O Enigma de Hitler” e “La Velocidad Máxima de la Madonna de Rafael”) um Picabia (”Spanish Woman“), a série “Los Desastres da La Guerra”, de Goya, e algumas fotos do hungáro André Kertész (uma delas mais abaixo), um cara que influenciou Cartier Bresson. Isso tudo além de Miró e Ligia Clark (um dos “bichos” dela foi adquirido recentemente pelo Reina Sofia).

Aproveitei para conhecer o lado Jean Nouveau do Reino Sofia, que eu deixei passar batido no ano passado, e que Lili nao aprovou muito nao (ao contrário do Caixa Fórum de Madri, do escritório Herzog & De Meuron, que fez Lili vibrar). Para ela é muito tecnologia para pouca funcionalidade, e eu leigo concordo, mas tem uns ângulos bem bacanas no prédio (além de umas coisas meio Centre Pompidou).

Uma foto clássica de André Kertész

À noite, aproveitando o calor que fez o centro da cidade se abarrotar, fomos para a Plaza Mayor, a mais bela praça madrilenha (pelo espaço, pela farra, pela música, por tudo), e arranjamos uma mesinha para petiscar batatas bravas com pimenta e beber um jarro da sangria. Enquanto isso no La Rivera, Trent Reznor enlouquecia 25oo fas que haviam esgotado os ingressos da noite única dois meses antes.

Sexta-feira

Nem coloquei o celular para nos acordar. Lili pegou bastante no meu pé dizendo que eu havia desprezado Madri no ano anterior, e que a cidade era bonita, mas nao é isso. Madri é bela, tem três museus sensacionais e muito mais coisas, mas para mim cai diante de boa parte das cidades que visitei (principalmente a concorrente Barcelona). E nao lembro de outra cidade na viagem que tenha me permitido descansar sem dor na consciência.

A Ligelena é uma fa ardorosa de Madri, principalmente da noite madrilenha, e esse é um ponto que nao posso opinar muito (ela tem ótimas dicas – veja aqui). Tanto esta viagem quanto a do ano passado nao foram viagens de baladas, noitadas e bares (no máximo, alguns pubs, shows e festivais – hehe), entao minah visao é muito esta de cidade diurna. Gosto de Madri, mas mais de Barcelona (e Paris, Veneza, Londres e Roma – até Berlim).

O Paseo do Prado em Madri

Após um chocolate quente ligeiro partimos para o Museu do Prado, um dos melhores museus do mundo, para vermos as duas majas (vestida e desnuda) de Goya, e o estupendo “As Meninas”, de Velázquez, e muito mais. Esqueci de contar, mas compramos o Paseo del Arte, um pacote que reúne os três museus da cidade por apenas 14,40 euros (quase o mesmo preço da Galeria Degli Uffizi sozinha em Firenze).

No Top 3 do ano passado (releia o post todo aqui) eu tinha colocado a “Maja Desnuda” (veja aqui) em primeiro e “As Meninas” (veja aqui), mas me vejo obrigado a reconsiderar. Assim que entrei na grande sala em que está exposto “As Meninas” me arrepiei. Velázquez pula para o primeiro lugar do Museu do Prado, e entra de cabeça na briga pelo posto de um dos meus quadros favoritos de todos os tempos.

Além destes dois revi “O Cardeal”, de Rafael (veja), o polêmico “O Jardim das Delícias”, de El Bosco (veja), “Fábula”, de El Greco (veja) e o violento “O Triunfo da Morte”, de Pieter Bruegel “O Velho” (veja), em que centenas de caveiras descem à Terra para matar homens, muheres e crianças. Aproveitando o clima fechamos o Prado com a tenebrosa e inebriante sala das “Pinturas Negras” de Goya (algumas delas aqui).

“Dos viejos comiendo”, uma das pinturas negras de Goya

Goya pintou essa série de 14 quadros nas paredes de sua casa e as obras evocam sátiras da religiao, retratos de confrontos civis e uma visao crudelíssima da velhice. As 14 obras (uma possível décima-quinta encontra-se na coleção Stanley Moss, em Nova York) foram retiratas da parede e passadas para quadros, algumas sofrendo danos, mas ainda assim mantendo a aura de dor, revolta e incomodo que cercava o pintor. De tirar o fôlego.

Na parte tarde nos dividimos. Lili foi olhar lojas de roupas e eu fui procurar CDs. Quase pirei na Fnac madrilenha. Sai de lá com um box de François Truffaut em forma de rolo de filme com doze DVDs do cineasta francês (todos com legenda em castelhano) por apenas 15 euros (12 filmes por R$ 45). Além de CDs de Johnny Cash, Tom Waits e de um box com cinco filmes de… Glauber Rocha. Sai mais barato comprar aqui, acredite.

Agora à noite, para relaxar, vamos para um dos bares do roteiro da Ligelena, e nadar em cerveza e sangria (como aconselha o cartaz do post anterior). Amanha temos Thyssen Bornemisza, Palácio Real e mais um boteco, e entao é arrumar as malas para ir para casa. Saimos domingo de manha de Madri para Paris, e de lá para Sao Paulo chegando provavelmente no começo da noite em Guarulhos. Estamos indo de volta pra casa. 

“As Meninas”, de Diego Rodríguez Velázquez

Fotos da viagem:
http://www.flickr.com/photos/maccosta/
http://www.flickr.com/photos/lilianecallegari/

agosto 1, 2009   No Comments