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Uma noite com Jeff Tweedy e Nels Cline

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Se tudo correr bem escrevo o texto sobre o show do Wilco em Roma durante o voo para Atenas (tenho quatro horas de sono pela frente, e eu preciso dormir. Mesmo), mas você pode olhar o set list (o bis mudou, conto depois) aqui, pode ver dezenas de fotos do show aqui e, se a conexão e o Youtube ajudarem (estou tentando subir o vídeo pela quarta vez), sentir como é ver o Wilco colado no palco aqui. Sem mais (por enquanto), senão escrevo e não durmo.

maio 30, 2010   No Comments

Parco della Musica, de Renzo Piano

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Da série “acasos da vida”. Quando fui atrás de colocar no roteiro da viagem um show do Wilco, fiquei entre uma apresentação na Escandinávia e uma Itália. As duas iriam pedir uma reorganização no roteiro, e tinham atrativos interessantes. Se fossemos para Dinamarca vê-los, com certeza estenderíamos o passeio até Helsinque para ver obras do arquiteto finlandês Alvar Aalto e bisbilhotar a região (o vulcão ainda não tinha acordado). No entanto, por economia, decidimos por Roma (e, de lá, para a Grécia e Turquia).

O show do Wilco em Roma estava marcado para um lugar que eu nunca tinha ouvido falar (e olha que passamos quatro dias em Roma ano passado). Uma busca sobre infos do local e eis que vem a grande surpresa (e o delicioso acaso): o Parco della Musica é um belíssimo complexo arquitetônico inaugurado em 2002, obra do italiano Renzo Piano, um dos arquitetos preferidos da Lili. Ou seja: a gente vê o show e, de quebra, conhece mais uma grande obra da arquitetura recente. Não poderia ser mais perfeito, mas foi…

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Sobre o show você pode ler aqui, mas preciso dizer que o auditório é simplesmente uma coisa linda. Desenhado na mesma área que sediou os Jogos Olimpicos de Verão, em 1960, o Parco della Musica é um interessante parque musical formado por três auditórios fechados (o menor com capacidade para 700 lugares, o médio para 1200 e o maior, que iria receber o Wilco, 2800), que são ligados por um longo e confortável lobby, e uma sala de concertos ao ar livre inspirada nos velhos teatros romanos.

Aliás, durante as escavações para construção do complexo foram encontrados alicerces de uma casa datada do século VI AC (a piada tem fundamento: é quase certo que se você cavar qualquer esquina em Roma irá encontrar sítios arqueológicos). Renzo Piano mexeu na planta original do complexo atrasando o projeto em um ano a fim de acomodar os vestígios arqueológicos e incluiu um pequeno museu para abrigar os artefatos que foram descobertos. Está lá, no centro do complexo, uma adaptação especialíssima.

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Por fora, os três anfiteatros parecem uma grande casca de tartaruga (ou então um besouro), e o inusitado da aparência rendeu um conjunto arquitetônico de brindar o olhar. Os detalhes se estendem ao interior do prédio, com uma acústica impecável, que ganhou vários elogios de Jeff Tweedy durante o show. Para nós, um daqueles acasos que nos faz ficar sorrindo a toa. “É só uma música”, alguém espeta. “É só um prédio”, outro provoca. Bobagem. São coisas que dão sentido à nossa vida caótica, nos fazem felizes, pequenos momentos de paz em meio ao caos. Parabéns Tweedy, parabéns Piano. Vocês fazem… arte.

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Fotos da viagem:
http://www.flickr.com/photos/maccosta/
http://www.flickr.com/photos/lilianecallegari/

maio 30, 2010   No Comments

Top 30 cervejas a viagem

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Já era esperado, certo. As cervejas belgas de Abadia assumem a ponta do top de cervejas da viagem. No Brasil, uma garrafinha de Chimay sai por R$ 20. Na Espanha, no supermercadp, 1,50 euro (cerca de R$ 4,20). O listão abaixo ainda traz outras novidades como a cerveja de cannabis (bem mediana) e a deliciosa Voll Damm além da Grimbergen. Estou apostando nas novidades. Das 30 cervejas listadas abaixo eu só havia bebido a Voll Damm, a Edelweiss e a San Miguel.

No topo, as Chimay que carregam o selo trapista no rótulo, que denomina as cervejas feitas por monges em uma das sete abadias que seguem o padrão de qualidade (desses sete mosteiros, seis ficam na Bélgica). As Chimay são simplesmente uma delicia, o ponto a se conquistar no quesito cerveja perfeita. Apesar de serem de estilo Abadia, a Grimbergen não são trapistas (valeu pela correção, Tosi), mas não ficam atrás, e a curiosidade é que o alto teor alcoólico de ambas não se percebe no paladar (mas sobe que é uma beleza).

A Cannabia (essa) é interessante, mas o sabor do canhamo (que no conjunto lembra mais o de um chá de erva cidreira) presente na mistura atrapalha a apreciação do malte. E, eu sei que você quer saber disso, não sobe nem dá barato (e é vendida em supermercado). É só uma cerveja com um gosto de erva no meio (que mais atrapalha do que ajuda). Vale pela curiosidade, e só.  Já a Voll Damm é uma pequena obra prima espanhola do estilo Marzenbier coroada por vários prêmio, que já tinha me acompanhado em Madri dois anos atrás (aqui), e volta ao top ten.

1) 5/5 – Chumay Blue, Bélgica (aqui) 9%
1) 5/5 – Chimay Red, Bélgica (aqui) 7%
3) 4,95/5 – Grimbergen Cuvée de l’Ermitage, Bélgica (aqui) 7,5%
4) 4,92/5 – Grimbergen Optimo Bruno, Bélgica (aqui) 10%
5) 4,65/5 – Judas, Bélgica (aqui) 8,5%
6) 4,59/5 – Kout Special Dark Beer 14°, República Tcheca (aqui) 6%
7) 4,50/5 – Grimbergen Blonde, Bélgica (aqui) 6,7%
8 ) 4,02/5 – Voll Damm, Espanha (aqui) 7,2%
9) 3,95/5 – Edelweiss, Áustria (aqui) 5,5%
10) 3,55/5 – Hofbrau Munchen, Alemanha (aqui) 5,1%
11) 3,48/5 – Soproni’s Fekete Démon, Hungria (aqui) 5,2%
12) 2,80/5 – Negra Modelo, México (aqui) 5,2%
13) 2,75/5 – Staropramen Cerný (Dark), República Tcheca (aqui) 4,4%
14) 2,74/5 – Kozel Cerný (Dark), República Tcheca (aqui) 3,8%
15) 2,73/5 – Pilsner Urquell, República Tcheca (aqui) 4,4%
16) 2,70/5 – Kronenbourg 1664, França (aqui) 5%
17) 2,65/5 – Arany Ászok, Hungria (aqui) 4,5%
18) 2,62/5 – Staropramen Granat, República Tcheca (aqui) 4,8%
19) 2,55/5 – Staropramen Premium Lager, República Tcheca (aqui) 5%
20) 2,54/5 – Gambrinus Svetly, República Tcheca (aqui) 4,1%
21) 2,49/5 – Hubertus Bräu, Áustria (aqui) 3,9%
22) 2,45/5 – Kozel Premium, República Tcheca (aqui) 4,8%
23) 2,10/5 – San Miguel, Espanha 4,8%
24) 2,25/5 – Eggenberg Vollbier, Áustria (aqui) 5,1%
25) 2,09/5 – Wieselburger Stammbräu, Áustria (aqui) 5,4%
26) 2,10/5 – Róna, Hungria (aqui)
27) 2,10/5 – Nastro Azzuro, Itália (aqui)
28) 2,01/5 – Dreher, Hungria (aqui) 5,2%
29) 1,99/5 – Elephant, Dinamarca (aqui)
30) 1,85/5 – Gösser Märzen, Áustria (aqui) 5,2%
31) 1,84/5 – Cannabia, Espanha (aqui) 4,8%
32) 1,00/5 – Gösser Radler, Áustria (aqui) 2,0%

Fotos da viagem:
http://www.flickr.com/photos/maccosta/
http://www.flickr.com/photos/lilianecallegari/

maio 30, 2010   No Comments

A dificuldade de um hotel em Roma

É preciso muita sorte para achar um hotel bom e barato em Roma. Até as espeluncas são caras. Ano passado quebramos a cara com um albergue. Agora, em que reservei o hotel de véspera (até tentei outro que um amigo falou – esse – mas estava lotado) até que nos saímos melhor, mas esse hotel em que estamos não vale de maneira alguma os 80 euros (cerca de R$ 220) de diária. Com boa vontade, 40 euros. E olhe lá.

O engraçado é que nosso hotel fica quase do lado da Estação Termini (local que abriga a maioria dos hotéis de baixo custo da cidade), num grande prédio que abriga, além dele, mais outros sete hotéis. Isso mesmo. Tem um que é uma estrela. Esse que estamos é duas. E tem outro que é quatro estrelas. Você vai subindo a escadaria e encontra, no primeiro andar, a recepção de um hotel. No segundo é a recepção de outro. No terceiro de outro. E por ai vai. Tipo um hotel por andar.

Comparando com o ano passado já é um avanço. Então imagina como era o do ano passado…

maio 30, 2010   No Comments

Primavera Sound 2010: Dia 3

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A escalação do terceiro e último dia da edição 2010 do Primavera Sound deixava clara a intenção da organização do festival: com Pet Shop Boys fechando o palco principal à 1 da manhã e Orbital encerrando a maratona no palco Ray Ban à partir das 3 da matina, o negócio era dançar e festejar até o dia raiar. Quase 170 shows depois, o Primavera Sound fechou às portas em 2010 com o saldo extremamente positivo.

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Muitas coisas interessantes pingavam nos palcos cuja curadoria especial era do site Pitchfork (No Age, Lee Perry, The Slits, Dum Dum Girls), da revista Vice (The Drums, Matt and Kim, Gary Numan) e do pessoal do evento All Tomorows Parties (Build do Spill). Ainda tinha coisas dispares como Florence + The Machine (cujo show o El Pais classificou como um “golpe de estado no reinado pop”), Van Dyke Parks e Kimya Dawson, a última numa jam session no palco MiniMúsica.

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Aposta musical da BBC inglesa, o The Drums surgiu no segundo semestre do ano passado causando alvoroço com um ótimo EP independente. Contratados pela Island, o grupo do Brooklin colocou o pé na estrada e promete voar alto. O som é rock inglês tradicional mascado como chiclete, mas a energia dos moleques surpreende e faz parecer que carisma é algo que nasce com a pessoa. Um grande show, mas não solte rojões: a chance de eles se tornarem irrelevantes após três discos (como Kaiser Chiefs, Bloc Party, Interpol e Killers, pra citar quatro) é enorme.

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No segundo maior palco do festival, uma banda que cresce mais a cada dia que passa: Grizzly Bear. O show foi viajandão na medida certa, com momentos comoventes e alguns minutinhos dispensáveis. O pessoal do Flaming Lips precisa tomar cuidado, porque corre sérios riscos de perder seu post dream pop. No palco da ATP, o Build To Spill convertia almas através de guitarradas em um show delicioso… para se ver em pub fechado. O No Age fez aquela catarse que os brasileiros conferiram antes no Popload Gig, ano passado (assim como o Matt and Kim).

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Para fechar a programação pessoal, o Charlatans subiu ao palco com a incumbência de voltar até o distante 1990 recapitulando seu álbum de estréia, “Some Friendly”, e três músicas bastaram para a banda colocar no chinelo a apresentação modorrenta que eles fizeram num Abril Pro Rock, no Brasil, anos atrás. Tim Burgess parece estar envelhecendo com dignidade (embora pareça estar virando o Steve Tyler do britpop), e o show foi correto e divertido (mais tarde eles fariam um pequeno set acústico em uma das tendinhas menores do festival).

Num balanço de um parágrafo, o Primavera Sound recebeu um média de público de 30 mil pessoas por dia e antecipa tendências: o rock de arena parece estar com os dias contados, ou, então, está perdendo um grande espaço para os murmúrios. Foi impressionante ver bandas minimalistas (XX, Beach House, o próprio Grizzly Bear em boa parte do show) tocando para grandes platéias atentas, que não estavam ali para pular, mas sim pelo prazer de escutar uma boa canção. Novos tempos da música pop.

Top 5 de shows
1) Wilco (segundo o El Pais, “no se puede sonar mejor que Wilco”)
2) Broken Social Scene
3) Spoon
4) Grizzly Bear
5) Scout Niblett

Decepção
Pavement (nostálgico e melancólico, tascou o El Pais)

Toquei hits, fiz o público feliz e não sorri
Pixies

Troféu Show Chato pra Caralho
Cocorosie

Cinco shows que eu queria ver, e não vi
Hope Sandoval
Van Dike Parks
Tortoise
Delorean
The Big Pink

Leia também:
– Primavera Sound, Dia 1: The Fall, Superchunk, Pavement (aqui)
– Primavera Sound, Dia 2: Pixies, Wilco, Spoon, The XX (aqui)

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Fotos da viagem e dos shows:
http://www.flickr.com/photos/maccosta/
http://www.flickr.com/photos/lilianecallegari/

Fotos gerais do festival, crédito para Colectivo Anguila (foto 1), Marta Moreiras (foto 2) e Inma Varandela (última).
As demais por Marcelo Costa

maio 30, 2010   No Comments