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Parco della Musica, de Renzo Piano

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Da série “acasos da vida”. Quando fui atrás de colocar no roteiro da viagem um show do Wilco, fiquei entre uma apresentação na Escandinávia e uma Itália. As duas iriam pedir uma reorganização no roteiro, e tinham atrativos interessantes. Se fossemos para Dinamarca vê-los, com certeza estenderíamos o passeio até Helsinque para ver obras do arquiteto finlandês Alvar Aalto e bisbilhotar a região (o vulcão ainda não tinha acordado). No entanto, por economia, decidimos por Roma (e, de lá, para a Grécia e Turquia).

O show do Wilco em Roma estava marcado para um lugar que eu nunca tinha ouvido falar (e olha que passamos quatro dias em Roma ano passado). Uma busca sobre infos do local e eis que vem a grande surpresa (e o delicioso acaso): o Parco della Musica é um belíssimo complexo arquitetônico inaugurado em 2002, obra do italiano Renzo Piano, um dos arquitetos preferidos da Lili. Ou seja: a gente vê o show e, de quebra, conhece mais uma grande obra da arquitetura recente. Não poderia ser mais perfeito, mas foi…

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Sobre o show você pode ler aqui, mas preciso dizer que o auditório é simplesmente uma coisa linda. Desenhado na mesma área que sediou os Jogos Olimpicos de Verão, em 1960, o Parco della Musica é um interessante parque musical formado por três auditórios fechados (o menor com capacidade para 700 lugares, o médio para 1200 e o maior, que iria receber o Wilco, 2800), que são ligados por um longo e confortável lobby, e uma sala de concertos ao ar livre inspirada nos velhos teatros romanos.

Aliás, durante as escavações para construção do complexo foram encontrados alicerces de uma casa datada do século VI AC (a piada tem fundamento: é quase certo que se você cavar qualquer esquina em Roma irá encontrar sítios arqueológicos). Renzo Piano mexeu na planta original do complexo atrasando o projeto em um ano a fim de acomodar os vestígios arqueológicos e incluiu um pequeno museu para abrigar os artefatos que foram descobertos. Está lá, no centro do complexo, uma adaptação especialíssima.

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Por fora, os três anfiteatros parecem uma grande casca de tartaruga (ou então um besouro), e o inusitado da aparência rendeu um conjunto arquitetônico de brindar o olhar. Os detalhes se estendem ao interior do prédio, com uma acústica impecável, que ganhou vários elogios de Jeff Tweedy durante o show. Para nós, um daqueles acasos que nos faz ficar sorrindo a toa. “É só uma música”, alguém espeta. “É só um prédio”, outro provoca. Bobagem. São coisas que dão sentido à nossa vida caótica, nos fazem felizes, pequenos momentos de paz em meio ao caos. Parabéns Tweedy, parabéns Piano. Vocês fazem… arte.

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Fotos da viagem:
http://www.flickr.com/photos/maccosta/
http://www.flickr.com/photos/lilianecallegari/

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