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Dylan com Café, dia 8: John Wesley

Bob Dylan com café, dia 8: lançando em janeiro de 1968, “John Wesley Harding” é a calmaria após a tempestade elétrica dos três álbuns anteriores. É o álbum da manhã seguinte após discos madrugadeiros. “Apenas abracei o que veio. Foi assim que fiz as mudanças, abraçando o que veio”, explicou Dylan à Jann Wenner. “Dediquei-me mais à composição. Sentia que todos esperavam que eu fosse um poeta, então tentei ser um”, explica definindo “John Wesley Harding” como um álbum “sobre temor… ele lida com o demônio do ponto de vista do temor”. O Dylan deste disco havia se instalado em uma casa em Woodstock e uma bíblia repousava aberta à vista de todos, o que rendeu várias imagens e personagens para o álbum. Um clássico absoluto que se tornou ainda mais apocalíptico na versão irrepreensível de Jimi Hendrix, e aqui surge desnuda e emocionante: “All Along The Watchtower”. É deste disco também a inspiração para o nome de uma famosa banda de heavy metal que nasceria no ano seguinte, 1969: “The Ballad of Franky Lee and Judas Priest”.

Especial Bob Dylan com Café

fevereiro 27, 2018   No Comments

Documentário: “Eu, Oxum”

A cantora Héloa assina direção e roteiro do documentário “Eu, Oxum”, ao lado de sua mãe, Martha Sales. Produzido de maneira independente, “Eu, Oxum” conta a história de cinco mulheres que são filhas de Oxum, orixá que representa a força das águas doces, e suas conexões com a fé. A direção de arte e fotografia ficaram por conta de Gabriel Barreto e Marcolino Joe. Ao todo, são 22 minutos de imagens e memórias do processo individual – e diferenciado – de cada uma dessas mulheres em idade, tempo de inserção na religião e na casa, relações de parentesco e as funções que ocupam dentro desse espaço sagrado, onde Héloa imergiu e se encontrou em sua busca de espiritualidade, força ancestral e reafirmação da mulher negra e sergipana que é. A trilha sonora, assinada por Vinícius Bigjohn e Klaus Sena, é totalmente dedicada à Oxum e apresenta o retrato do sagrado feminino, da natureza dos rios e mares. Entre as participações de destaque, o Yalorixá Maria José de Santana, responsável pelo “Ilê Axé Omin Mafé”. Conhecida como “Mãe Bequinha”, ela também conta sua história, como a mais antiga “filha de Oxum” do município de Riachuelo, localizado na região do Vale do Cotinguiba, interior do Sergipe.

Leia também:
– Héloa: “Sergipe é um celeiro de grandes artistas

fevereiro 27, 2018   No Comments

Documentário: A prisão do Planet Hemp

Com direção e roteiro por Matias Maxx e direção de arte e edição a cargo de Felipe Benoliel, o curta “Planet Hemp: A Vitória Não Virá Por Acidente” (2017) retoma o caminho que acabou levando o grupo à prisão em 1997, em Brasília, montando uma linha do tempo com imagens de reportagens e shows, contando as repressões sofridas pelo grupo e o avanço que o Brasil caminha para a descriminalização.

Episódios de repressão ao Planet Hemp dão-se desde 1995, mas se intensificam em 1997, quando após ter vários shows cancelados e CDs recolhidos, os integrantes da banda são presos, passam cinco dias encarcerados e incendeiam o debate sobre liberdade de expressão e política de drogas, em um país recém saído da ditadura.

A prisão deu muita visibilidade à banda e ao debate sobre a legalização da maconha. Na década seguinte, o caso influenciaria não só outras bandas, como toda uma geração, que manteve aceso o debate sobre a legalização da maconha. Essa movimentação gerou repressão, sobretudo às marchas, que chegaram a ser proibidas pelos Ministérios Públicos e foram palco de lamentáveis cenas de brutalidade policial.

A discussão da legalidade da Marcha da Maconha chegou ao STF, que declarou sua legitimidade em 2011, em uma audiência histórica, na qual a prisão do Planet Hemp foi citada como uma “interferência brutal do processo de produção intelectual e artística”. Mais uma comprovação que a história do Planet Hemp e da luta pela legalização da maconha no Brasil, caminham juntas e se retroalimentam.

Na década presente o Brasil, acompanhando uma tendência mundial, passou a discutir e regulamentar o uso da maconha medicinal. As mudanças, no entanto, acontecem longe das esferas legislativas, e sim através de iniciativas da sociedade civil no judiciário, que em suas últimas decisões vem garantindo salvo condutos e habeas corpus para usuários medicinais cultivarem maconha em casa.

Por conta dessa luta diária, que atravessa gerações, ativistas repetem os versos do Planet Hemp, “Nossa vitória não será por acidente”.  Assista ao curta abaixo.

fevereiro 27, 2018   No Comments