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Posts from — dezembro 2011

La Garantía Soy Yo

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Após dois dias de sol intenso e passeios inesquecíveis, a sexta-feira resolveu nos pregar uma peça em Foz do Iguaçu, começando pelo tempo, que amanheceu nublado e com uma fina garoa (ainda bem que fomos para as cataratas um dia antes) como se questionando nossas opções de passeio: uma ida a Ciudad del Este, no Paraguai, e um tour básico pela Itaipu Binacional, a enorme hidrelétrica dividida entre Brasil e Paraguai.

Para ir a Ciudad del Este pegamos um ônibus no centro de Foz, que atravessou as Aduanas e nos deixou no meio de algo que parecia uma 25 de Março (rua comercial muvucada de São Paulo) com a rua Santa Efigênia (rua de eletrônicos onde se encontra de tudo – original e pirateado – também em São Paulo), uma junção que revela o pior das duas ruas: centenas de pessoas oferecendo coisas (de cuecas, panos de prato até celulares e socos ingleses) para milhares que compram.

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Parte do desconforto é culpa minha, que nunca serviria para trabalhar em um pregão de bolsa de valores, por exemplo. O excesso de barulho, de pessoas falando, pedindo atenção, me dá náuseas, e junte a isso o fato que você está em um território de compras, uma “zona franca”, como comentou um turista no ônibus, em que o intuito é gastar dinheiro, e danou-se. Sem contar o fato do bordão “La Garantía Soy Yo” ecoar na cabeça a todo momento.

Faltou pesquisar e ir com alguns lugares de confiança indicados por amigos, por exemplo. E faltou uma pequena sensação de “foda-se, vamos nos divertir” também. Como a de um capixaba que, um dia antes, elogiava no ônibus: “Fomos para lá e eu não pretendia comprar nada, mas trouxe duas sacolas de coisas que eu nem sabia que existiam”. No fim, acabamos ficando apenas uma hora e meia em Ciudad del Este, não compramos nada, e voltamos de braços cruzados. Vale voltar?

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Quanto a Itaipu Binacional, o tempo colaborou: lá pelas 15h abriu um solzão lindo e quente, muito quente, que acompanhou o nosso passeio. O complexo, localizado no Rio Paraná (que alguns quilometros depois se encontra com o Rio Iguaçu na Tríplice Fronteira) e construído no período de 1975 a 1982, é hoje a maior usina geradora de energia do mundo. É um gigante de concreto com uma extensão de 8 quilômetros que represa 1.350 quilômetros quadrados.

Para conhecer a hidrelétrica existem três tours e várias visitas a projetos bancados pela companhia. Dos tours (todos com necessidade se serem reservados com antecedência aqui) há do mais básico (a visita panorâmica) até o circuito especial, um passeio de duas horas e meia em que o visitante adentra o interior da barragem, passa ao lado de condutos por onde escoam até 700 mil litros de água por segundo, e conhece o antigo leito do Rio Paraná (entre muitas outras coisas – aqui).

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Há ainda tours que incluem conhecer o Refúgio Bela Vista, o Ecomuseu, o Canal de Piracema, o Refugio Tatí Yupí além de alguns passeios de barco no Rio Paraná (a lista completa está aqui). Acabamos fazendo o tour mais simples (a Visita Panorâmica), já que o Circuito Especial estava esgotado (vale reservar com antecedência), e foi interessante (um ônibus passa sobre a barragem em que é possível observar a represa, o vertedouro e o outro lado do leito do rio), mas… básico.

Ainda havíamos comprado um passeio noturno para observar um show de luzes na barragem, mas acabamos deixando de lado devido ao cansaço. No fim, voltando para a cidade em meio a uma pequena tempestade, acabamos optando por um cinema (no Shopping Cataratas) e por dormir mais cedo para dedicarmos o sábado ao Parque das Aves e a outra visita a Puerto Iguazu. Ainda queremos visitar tanto a Mesquita Muçulmana quanto o Templo Budista e o lado argentino das Cataratas. Não sei se vai rolar fazer tudo até amanhã…

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Fotos por Marcelo Costa: http://www.flickr.com/photos/maccosta/

dezembro 31, 2011   No Comments

Banho nas Cataratas do Iguaçu

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A quarta-feira terminou fudidamente quente em Foz do Iguaçu e a quinta-feira não quis deixar por menos, e (felizmente) caprichou no calor: solzão lindo na cabeça, óculos escuros na cara e muito protetor solar na pele que o dia prometia. E foi muito além de nossas expectativas.

Como primeira tarefa de um casal estreante na Tríplice Fronteira, partimos em direção ao obrigatório Parque Nacional do Iguaçu, grande atração turística que se estende por 250 mil hectares de floresta subtropical divididas entre Brasil (Foz do Iguaçu) e Argentina (Missiones).

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O Parque Nacional argentino foi criado em 1934 e o Parque Nacional brasileiro em 1939, na administração do presidente Getúlio Vargas. Os parques tanto brasileiro como argentino passaram a ser considerados Patrimônio da Humanidade em 1984 e 1986, respectivamente. E merecem tal honraria.

A principal vedete do conjunto ecológico são as 275 belíssimas quedas de água que formam as Cataratas do Iguaçu, mas o parque (principalmente de alguns anos para cá) aprendeu a diversificar os passeios, de forma que o visitante pode experimentar a visita de diversas formas.

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A primeira dica especial é simples: compre o ingresso no site oficial (aqui), pois economizará uns 40 minutos de fila na porta do parque (a fila da internet estava absolutamente vazia). O preço varia de acordo com a nacionalidade (estrangeiro, mercosul, brasileiro e moradores da região) e possuidores de cartões Itaú conseguem 50% de desconto (veja aqui).

O ticket lhe dá acesso ao parque com direito a ver a grande estrela: as Cataratas (olhe o mapa do parque). Um ônibus lhe deixa na beira de uma trilha de cerca de 1 quilometro (asfaltada) que vai ambientando o fregues com a experiência: as quedas começam “pequenas” e impressionantes, e até chegar a Garganta do Diabo, a maior das quedas, o queixo do espectador irá cair umas cinco ou seis vezes.

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É meio inexplicável em palavras, e você ainda pode refutar a diversão dizendo “é só água caindo”, mas ainda assim impressiona. Segundo consta, a ex-primeira-dama dos Estados Unidos, Eleanor Roosevelt, teria exclamado “Pobre Niágara!” ao se deparar com as Cataratas do Iguaçu. Ainda quero visitar o Niágara (e também as Cataratas Vitória, na África Austral), mas o dia de hoje já valeu essa viagem.

A estrutura do lado brasileiro é exemplar (do lado argentino, na palavra de amigos e de alguns blogs, é mais roots, mas não menos sensacional – leia aqui) e a sensação é bastante especial. Porém, o passeio ainda se divide em diversas atividades que incluem rafting, arborismo, passeios de bike em trilhas e um de barco até dentro de uma das quedas (combos podem ser comprados aqui – e divididos em até seis vezes).

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Neste primeiro dia optamos por este último passeio, o Macuco Safari, de custo elevado (R$ 140 por 1h45 de passeio), mas plenamente satisfatório (a versão argentina, Gran Aventura, custa metade do preço, e é, dizem, mais radical): nada mais é do que subir o leito do rio até próximo das quedas d’água, chegar bem perto de algumas delas, e sair do barco de alma e roupas lavadas. Literalmente tomar banho de cataratas. Inesquecível.

A equipe do parque recomenda não levar câmeras no passeio, mas até rola, desde que você a proteja bem, pois acredite: molha e muito (eles avisam o momento em que o bicho vai pegar). Ainda assim eles fazem algumas fotos que, após o percurso, se interessar, você pode comprar e pedir para enviar por e-mail ou gravar em CD ali mesmo (R$ 12 cada foto, R$ 65 um vídeo de 25 minutos do seu passeio gravado em DVD e entregue no seu hotel/hostel).

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Todos os amigos indicaram o passeio de helicóptero (R$ 180 por 10 minutos), e até planejamos fazer os dois, mas saímos tão felizes e desgastados do Macuco Safari que deixamos o helicóptero para uma outra vez. No entanto, pretendemos voltar até o domingo para fazer a Trilha do Poço Preto (essa aqui). Tomara que sobre tempo.

Todo o desenrolar do dia foi sossegado. Ônibus do centro de Foz de Iguaçu até a porta do parque e vice-versa. Tiramos um cochilo no fim da tarde com o plano de jantarmos em Puerto Iguazu, a cidadezinha argentina de fronteira. Daqui pra lá, ônibus de linha internacional (R$ 4), mas a volta nos pregou uma peça: os ônibus funcionam até aproximadamente às 19h. Voltar só de taxi (R$ 50).

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Ainda assim a visita valeu muito a pena. Compramos seis garrafas de vinho (todos indicados pelo brasileiro de alma portenha Tiago Trigo) por R$ 80, duas cervejas Patagonia por R$ 20 e jantamos no Acva, que o Leonardo tinha indicado (e que um blog também rendia elogios). Ficamos com uma vontade enorme de ficar em um hotel no lado argentino (apesar do inconveniente de mostrar os documentos na Aduana toda vez que ultrapassar a fronteira).

Lili foi de Tempura de Camarão com Perfume de Coco, Guacamole e Molho de Fungui na entrada enquanto optei por Palmito acompanhado de três molhos. Para o prato principal não tive dúvidas: um enorme e inesquecível Oyo de Bife Gratinado com Papa Rustica Rellenos (Batata recheada de queijo e amendoas) enquanto Lili arriscou (e se satisfez) em um peixe Surubi sobre Pure Cremoso de Mandioca, Coco e Gengibre. Noite especial de comidas (compensando o McDonalds de ontem).

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A sexta-feira promete muito: nos planos uma visita rápida ao Paraguai na parte da manhã combinada com um tour na Itaipu Binacional no fim da tarde (esse passeio aqui). Estamos pensando em voltar até Puerto Iguazu para jantarmos (novamente) e visitarmos a feirinha, mas precisamos ver se vamos ter pique. Ainda queremos fazer o passeio do Parque das Aves, no sábado de manhã, e visitar as cataratas argentinas no domingo. Tomara que a gente consiga.

Fotos por Marcelo Costa: http://www.flickr.com/photos/maccosta/

dezembro 29, 2011   No Comments

Foz do Iguaçu, 36 graus

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Meses atrás, numa dessas promoções relâmpago de companhias aéreas, acabei decidindo na moedinha o destino do réveillon: entre várias opções de tentativa e erro (ou melhor: tentativa e preços altos), optamos por Foz do Iguaçu, que nós dois não conhecíamos. Recorremos a alguns guias, os amigos deram dicas preciosas (Leonardo Vinhas, que já morou na cidade, fez um textão detalhado e precioso) e cá estamos, torrando debaixo de um sol de 36 graus (e animadíssimos).

Logo que chegamos, por volta das 16h, comentei com o taxista sobre o sol (“Que beleza de tempo”, disse pra puxar assunto e ele, pela cara, estava pensando: “Quero ver você achar esse sol infernal uma beleza daqui quatro dias”) e as pancadas de chuva que o site de meteorologia previa para todas as tardes de nossa estadia: “Chuva? Não chove aqui desde novembro!”. E vou te contar: é sol demais.

Fim de tarde, sem tempo para os passeios tradicionais, pensamos em esticar ao Paraguai para procurar uma loja da Canon que “descobrimos” via outdoor de beira de estrada. “Paraguai? Lá tudo fecha às 15h, 15h30”, disse o gerente do hotel. “Se você quiser ir passear, tudo bem, mas para compras é preciso ir cedinho”, orientou, aproveitando para emendar: “Mas tem uma van que passará aqui em meia hora para levar um pessoal para o Duty Free do lado argentino. Se interessar…”

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Nesse intervalinho de meia hora aproveitei para tentar encontrar um sebo de vinis que o Leo tinha indicado, mas acho que meu cérebro cozinhou debaixo do sol. Fui pra lá e pra cá, e nada. Muita coisa fechada (não sei se é fim de ano, o avançado da hora – mais de 17h – ou siesta pra fugir do sol), calor de fazer Lúcifer sorrir e uma brisa rara e refrescante marcavam o centro de uma cidade aparentemente pacata.

Na volta, na porta do hotel, a van já nos esperava. O gerente, animado, ainda caçou outros dois hóspedes incautos: “Não querem gastar um dinheirinho?”. E partiu o bonde: “Oie, estava fazendo uma muambagem no Paraguai e agora estou indo para a Argentina”, comentou meu vizinho de banco de van no telefone com uma mulher. “Escolhe três perfumes que você quer muito que eu levo”, prometeu.

O tal Duty Free, minutos após a Aduana Argentina, soa uma pequena homenagem para Miami. Lili pegou algumas coisas de maquiagem e alguns acessórios para a câmera enquanto adquiri um pack da cerveja alemã Kaiserdom. Não tinha Jack Daniels e nenhum vinho argentino da lista que o Tiago Trigo tinha me passado. E nem toca-discos (preciso trocar o meu), mas valeu para matar o tempo. A quinta-feira de sol e cataratas promete…

dezembro 28, 2011   No Comments

Os Melhores de 2011 do Guia da Folha

Hoje estou debutando no júri de Melhores do Ano do Guia da Folha votando na categoria Melhor Show Nacional. Aqui todos os votos.

dezembro 23, 2011   No Comments

Dez links que valem o seu clique

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 Rolling Stone: As melhores canções de 2011, por Rob Sheffield (aqui)
Que deselegante! Sandra Annenberg apresenta memes do ano (aqui)
The White Stripes presents… Lomography (aqui)
Duas dezenas de shows do Raconteurs online (aqui)
Em PDF: Wado, entre a música e o concurso público (aqui)
O Top Ten 2011 de Jon Pareles, New York Times (aqui)
Blog do Sakamoto: Os dez posts mais comentados de 2011 (aqui)
NME: Os dez filmes do ano (com alguns do ano passado) (aqui)
“Lei Rouanet inflaciona mercado e preços de ingressos” (aqui)
“Cultura Dependente”, editorial da Folha de São Paulo (aqui)

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dezembro 22, 2011   No Comments

Melhores de 2011 da SuperInteressante

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Assim como em 2010, o pessoal do site da revista Superinteressante caprichou demais em seu especial do ano, imperdível, que desta vez reúne Lúcio Ribeiro (Popload), Renato Silveira (Cinema em Cena), Marcel Nadale (Mundo Estranho), Renan Frade (Judão) e Marcelo Hessel (Omelete), entre outros, além de todo o pessoal da Super e de mim: assino o texto “Música em 2012”. Leia aqui.

Ps. eu também participo da votação da Trama Virtual: aqui

dezembro 22, 2011   No Comments

Opinião do Consumidor: Schlenkerla

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 O estilo Rauchbier elenca um tipo de cerveja produzido a partir de malte defumado. O malte de cevada era seco com a fumaça (rauch) de um forno, e mesmo com a industrialização, duas cervejarias da cidade de Bamberg, na Alemanha (a Schlenkerla e a Spezial), mantém o método tradicional que resulta em um conjunto intenso e bastante particular, recomendada para pessoas de paladar forte.

A cervejaria Schlenkerla produz rauchbiers desde 1678 e o carro chefe é a versão Marzen. O aroma traz a marca do malte defumado intensamente presente, desdobrando-se em algo que remete a molho barbecue e bacon. Causa estranheza no começo, mas siga em frente. O paladar, amargo e intenso, lembra café forte, torrefação, chocolate amargo e… churrasco. O malte defumado gruda na garganta de tal forma que o final é prolongado e permanece um bom tempo.

A versão Weizen junta o malte defumado com dois tipos de malte de trigo (estes não defumados). A expectativa era de que ela soasse menos defumada, mas o aroma é carregado de algo que lembra… bacon. E peito de peru. O trigo aparece sutilmente (principalmente quando a cerveja é bebida em temperatura ambiente, mais apropriada). O paladar, sem fazer drama, é isso tudo: bacon, peito de peru, fumaça, churrasco. Aliás, num churrasco ela deve ser absolutamente imbatível.

Além da Marzen e da Weizen, a Schlenkerla produz uma versão Urbock Rauchbier. São cervejas bem particulares que me parecem impensáveis sem um acompanhamento, e vale muito a dica de harmonizações do Brejas (que tal com uma pizza de calabreza? Veja aqui). São cervejas intensas e que melhoram com o tempo no copo (ao contrário das nossas, que ficam terríveis quando esquentam).

Interessante a descrição em um site: “O conhecedor toma esta cerveja devagar, mas com persistência e objetividade. Ele sabe que o segundo copo é mais gostoso que o primeiro, e que o terceiro é mais gostoso que o segundo”. Crie coragem.

Teste de Qualidade: Aecht Schlenkerla Rauchbier Weizen
– Produto: Rauchbier
– Nacionalidade: Alemanha
– Graduação alcoólica: 5,5%
– Nota: 3/5

Teste de Qualidade: Aecht Schlenkerla Rauchbier Marzen
– Produto: Rauchbier
– Nacionalidade: Alemanha
– Graduação alcoólica: 8,5%
– Nota: 3/5

dezembro 17, 2011   No Comments

Blemish volta a tocar em São Paulo

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Quando me mudei pra São Paulo, final de 1999, começo de 2000, havia poucas casas noturnas na cidade que recebiam shows, e as que existiam ficavam na Rua Mourato Coelho, na Vila Madalena (Alternative, Torre e Borracharia). Nessas casas vi alguns dos melhores shows daqueles anos, de bandas fodidamente sensacionais ao vivo como Wacko (Guarulhos) e Blemish (São José dos Campos).

O Blemish passou por altos e baixos desde 2000 (uma das melhores noites que passei em 10 anos de São Paulo foi com eles tocando ao lado da Bidê ou Balde, que fazia o primeiro show na cidade, pré lançamento do primeiro disco, no Orbital, uma festa em que ferrei as caixas de som na discotecagem com Afghan Whigs no volume máximo – fotos aqui), alguns integrantes foram morar em Londres, tocar com Isabel Monteiro no renascido Drugstore (aqui), mas eles estão de volta.

O retorno com shows acontece em janeiro e a banda passa por São Paulo (Sesc Vila Mariana, 18/01 infos aqui), Campinas (20/01, Bar do Zé, infos aqui) e São José dos Campos (Hocus Pocus, 21/01, infos aqui). Vale ficar atento ao Facebook dos caras (aqui), pois novas datas podem ser anunciadas. Essa volta também marca o lançamento do álbum “Transatlantic Broken Dreams”, com canções compostas entre 1998 e 2011, incluindo a regravação do hit ‘Silver Box Song’, de 2001.

Um conselho: não perca esses shows de forma alguma. Mesmo.


dezembro 17, 2011   No Comments

Natura Musical anuncia contemplados 2011

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Em dois dias no final de outubro deste ano fui para Cajamar, na belíssima sede da Natura, analisar e debater com os jornalistas Marcus Preto (Folha de São Paulo) e Marcelo Damaso (Se Rasgum) quais projetos a Comissão de Especialistas formada por nós indicava como prioritários dentre milhares enviados para o edital Natura Musical 2011, no valor de R$ 1,5 milhão.

Foi uma experiência bem interessante que me permitiu olhar o outro lado dos editais de cultura, e fiquei bastante satisfeito com o que presenciei. Foram dois dias de análises, estudos e observações acerca de dezenas de projetos (ao menos 60 ficaram – e ainda dicam – indo e vindo na minha mente, quem dera poder patrocinar todos), e a Natura oficializou no dia 14/12 a lista de contemplados abaixo:

“O programa Natura Musical cresceu. Neste ano, chegamos à oitava edição do Edital Nacional do Natura Musical. Mais de mil projetos foram inscritos e o valor investido, R$ 1,5 milhão de reais, aumentou 50% em relação à quantia investida no ano passado. Quem ganha é a música brasileira!

Os novos nomes da casa, jovens artistas e músicos já consagrados, são:

Tulipa Ruiz, Tom Zé, Milton Nascimento e Otto. O edital ainda viabilizará a produção do filme “Que Cantadora A Vida Me Fez”, sobre a cantora e compositor Dona Inah, e do livro biografia “O Samba foi sua Glória”, sobre o compositor Wilson Baptista.

Os projetos foram selecionados por uma comissão técnica independente composta pelos jornalistas Marcelo Costa (SP), editor do site Scream & Yell, Marcus Preto (SP), da Folha de S. Paulo – também curador e produtor dos projetos Música de Bolso e do Prata da Casa – e Marcelo Damaso (PA) – também produtor musical e diretor responsável do Festival Se Rasgum, o maior da região Norte.

Saiba mais sobre os projetos selecionados:

Tulipa Ruiz: Ainda colecionando elogios com seu CD de estreia, Tulipa Ruiz vai gravar seu segundo álbum acompanhada pelos músicos Gustavo Ruiz, Caio Lopes, Luiz Chagas e Márcio Arantes. A cantora fará uma turnê passando por São Paulo, Rio de Janeiro, Porto Alegre, Brasília, Salvador e Belém.

Tom Zé: Celebrando seu 75 anos, Tom Zé continua criando. Ele está preparando um novo CD e vinil com canções inéditas e produção musical de Kassin. O trabalho levará o nome de ‘Navegador de Canções’. Para o lançamento, o compositor fará shows em São Paulo e no Rio de Janeiro.

Milton Nascimento: O músico mineiro vai comemorar seus 50 anos de carreira com sete shows pelo Brasil. A rota inclui São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Porto Alegre, Brasília, Salvador, e Três Pontas, suas cidade natal. A turnê será registrada em um DVD que será distribuído gratuitamente em escolas públicas de Três Pontas.

Otto: Com o CD ‘The Moon 1111’, Otto promete dar continuidade à sua sempre boa mistura musical, do rock e rap ao maracatu e frevo. Os músicos Fernando Catatau, Kassin, Dengue e Pupillo farão parte de seu time. O CD será lançado com shows em São Paulo e Recife.

“Que Cantadora A Vida Me Fez”: com o filme-documentário da diretora Patrícia Francisco, poderemos conhecer a vida e obra da cantora Dona Inah. Com seus 76 anos, a sambista paulista traz histórias que revelam muito sobre a história do Brasil e de nossa música brasileira.

“Wilson Baptista – O Samba Foi Sua Glória”: O músico e pesquisador Rodrigo Alzuguir se dedica há mais de 7 anos à biografia do compositor Wilson Baptista. Conheceremos todo esse riquíssimo material no ano que o grande sambista comemoraria seu centenário.”

dezembro 16, 2011   No Comments

Da Argentina, três cervejas da Antares

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No final dos anos 90, três amigos de faculdade (dois caras e uma garota) decidiram abrir um pub num velho galpão em Mar Del Plata, na Argentina, oferecendo cerveja artesanal. O nome homenageava uma estrela gigante e vermelha, a 16ª mais brilhante do céu, e, 13 anos depois, a Antares se tornou a maior micro-cervejaria portenha, com sete rótulos no cardápio (e uma produção mensal de 45 mil litros).

Segundo o site oficial, a cervejaria argentina buscou na Antares Porter seguir o “clássico estilo inglês”. O aroma, marcado pelo malte tostado, remete a chocolate e café. O paladar segue o aroma: começa adocicado (caramelo e chocolate) e no final sugere um leve amargor, que permanece durante um bom tempo (o malte tostado faz o serviço). É uma cerveja simples, sem muitas nuances, que parece rala e aguada demais. Apenas ok.

A versão Imperial Stout leva à frente aquilo que a Antares Porter promete, mas não cumpre: o aroma é muito mais carregado de notas de chocolate, café e mel (o último, bastante presente). O paladar, ainda que amargo, também é comandado pelo mel, com chocolate e café presentes (e uma alfinetada de álcool – são 8,5% de graduação alcoólica levemente perceptíveis) do inicio ao fim. Melhor que a Porter, mas ainda assim, apenas ok.

Fechando esse primeiro lote da micro-cervejaria argentina, a poderosa Antares Barley Wine (10% de graduação alcoólica) mostra bastante personalidade. O melaço já se faz presente no aroma extremamente maltado (como uma boa Barley Wine) e um tiquinho frutado – e, claro, alcoólico. No paladar, o malte dá as cartas enquanto mel e o amargor do lúpulo fazem um fundo interessante. O final é amargo e seco de uma ótima cerveja.

A Antares está sendo distribuída no Brasil pelo Clube do Malte, de Curitiba, que ainda comercializa molho e geleias feitos à base de cerveja pelos argentinos. Visitando o país, vale conferir no site da cervejaria os endereços dos Pubs Antares (Buenos Aires, Bariloche, La Plata, Mendoza e, claro, Mar Del Plata), afinal, tirada de torneira, ela será uma experiência ainda melhor.

http://www.cervezaantares.com

Teste de Qualidade: Antares Porter
– Produto: Porter
– Nacionalidade: Argentina
– Graduação alcoólica: 5,5%
– Nota: 2,20/5

Teste de Qualidade: Antares Imperial Stout
– Produto: Russian Imperial Stout
– Nacionalidade: Argentina
– Graduação alcoólica: 8,5%
– Nota: 2,77/5

Teste de Qualidade: Antares Barley Wine
– Produto: Barley Wine
– Nacionalidade: Argentina
– Graduação alcoólica: 10%
– Nota: 2,91/5

Leia também:
– Schmitt, uma ótima Barley Wine gaúcha, por Marcelo Costa (aqui)
– Monster Ale, a Barley Wine da Brooklyn, por Marcelo Costa (aqui)

dezembro 15, 2011   No Comments