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Foz do Iguaçu, 36 graus

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Meses atrás, numa dessas promoções relâmpago de companhias aéreas, acabei decidindo na moedinha o destino do réveillon: entre várias opções de tentativa e erro (ou melhor: tentativa e preços altos), optamos por Foz do Iguaçu, que nós dois não conhecíamos. Recorremos a alguns guias, os amigos deram dicas preciosas (Leonardo Vinhas, que já morou na cidade, fez um textão detalhado e precioso) e cá estamos, torrando debaixo de um sol de 36 graus (e animadíssimos).

Logo que chegamos, por volta das 16h, comentei com o taxista sobre o sol (“Que beleza de tempo”, disse pra puxar assunto e ele, pela cara, estava pensando: “Quero ver você achar esse sol infernal uma beleza daqui quatro dias”) e as pancadas de chuva que o site de meteorologia previa para todas as tardes de nossa estadia: “Chuva? Não chove aqui desde novembro!”. E vou te contar: é sol demais.

Fim de tarde, sem tempo para os passeios tradicionais, pensamos em esticar ao Paraguai para procurar uma loja da Canon que “descobrimos” via outdoor de beira de estrada. “Paraguai? Lá tudo fecha às 15h, 15h30”, disse o gerente do hotel. “Se você quiser ir passear, tudo bem, mas para compras é preciso ir cedinho”, orientou, aproveitando para emendar: “Mas tem uma van que passará aqui em meia hora para levar um pessoal para o Duty Free do lado argentino. Se interessar…”

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Nesse intervalinho de meia hora aproveitei para tentar encontrar um sebo de vinis que o Leo tinha indicado, mas acho que meu cérebro cozinhou debaixo do sol. Fui pra lá e pra cá, e nada. Muita coisa fechada (não sei se é fim de ano, o avançado da hora – mais de 17h – ou siesta pra fugir do sol), calor de fazer Lúcifer sorrir e uma brisa rara e refrescante marcavam o centro de uma cidade aparentemente pacata.

Na volta, na porta do hotel, a van já nos esperava. O gerente, animado, ainda caçou outros dois hóspedes incautos: “Não querem gastar um dinheirinho?”. E partiu o bonde: “Oie, estava fazendo uma muambagem no Paraguai e agora estou indo para a Argentina”, comentou meu vizinho de banco de van no telefone com uma mulher. “Escolhe três perfumes que você quer muito que eu levo”, prometeu.

O tal Duty Free, minutos após a Aduana Argentina, soa uma pequena homenagem para Miami. Lili pegou algumas coisas de maquiagem e alguns acessórios para a câmera enquanto adquiri um pack da cerveja alemã Kaiserdom. Não tinha Jack Daniels e nenhum vinho argentino da lista que o Tiago Trigo tinha me passado. E nem toca-discos (preciso trocar o meu), mas valeu para matar o tempo. A quinta-feira de sol e cataratas promete…

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