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Posts from — agosto 2011

Conexão Vivo Salvador – Dia 1

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Noite quente em Pituba, bairro praieiro nobre de classe alta da capital baiana. A edição 2011 do Conexão Vivo, que pelo segundo ano consecutivo se encontra em Salvador, teve sua largada na quinta-feira com sete shows (dos vinte e sete programados para todo o fim de semana – o Conexão Vivo termina só no domingo, 14/08) e quatorze artistas revezando-se em dois palcos e promovendo encontros que surpreenderam na grande maioria das vezes.

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A bela paraense Juliana Sinimbú abriu os trabalhos mostrando personalidade ao unir nomes da velha geração (Edu Lobo, Chico Buarque, Caetano Veloso) com gente nova e empolgou em um show que teve carimbó, lambada e a participação do parceiro Felipe Cordeiro. Os mineiros do Black Sonora vieram na sequencia, e o show caminhava devagar até que o pernambucano Di Melo subiu no palco e fez a festa com “A Vida em Seus Métodos Diz Calma” “Perna Longa” e “Kilário”, um dos grandes momentos da noite.

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Juarez Maciel e Grupo Muda receberam a presença de Edgard Scandurra no palco, que cantou “Flores em Você” (do Ira!) e entrou no embalo interessante de jam session meio cubana, meio jamaicana, dos mineiros. Marku Ribas veio na sequencia e distribuiu elegância ao público em um show que contou com a presença do contrabaixista Zérró Santos.

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O grande encontro da noite ainda estava por vir: o grupo comandado pelo violonista mineiro Gilvan de Oliveira fazia um show bonito executando canções próprias (“Saudades de Led Zep”) e versões (“Lamento Sertanejo”), mas bastou Armandinho subir ao palco para a apresentação ganhar um novo colorido. O mestre da guitarra baiana encantou solando muito em “Renascimento” e “Sarajevo” (parceria dele com Pepeu), duas jams sessions de lavar a alma (e que, estendidas, acabaram tirando do set list “Em Terra de Cego Quem Tem Cinema é Doido”) culminando em uma versão impecável de “Smooth”, que, como avisou Armandinho, era “Santana na Baiana”.

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Com dois bons discos lançados, o Porcas Borboletas fez um show intenso numa das melhores apresentações solo da noite. Danislau, o principal vocalista, é um performer de mão cheia mostrando um domínio de palco raro na nova cena brasileira. Abriram o show com a ótima “Menos”, emendaram as boas “Wellington” e “Super-Herói Playboy” e seguiram contanto suas histórias urbanas até a entrada de Paulo Miklos, que, muito empolgado, cantou “Bichos Escrotos”, “A Verdadeira Mary Poppins”, “Nome Próprio” (do Porcas) e “Diversão”.

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Para fechar a primeira noite do Conexão Vivo, Ortinho, que mostrou um repertório de parcerias louvável destacando “Pense Duas Vezes” (parceria dele com Marcelo Jeneci e Arnando Antunes) e “A Casa é Sua” e “Envelhecer” (parcerias com Arnaldo). Tocou canções de sua ex-banda, Querosene Jacaré (“Você Não Sabe da Missa Um Terço”), recebeu a presença de Pepeu Gomes (num visual meio Ozzy) no palco para tocar “Raio Lazer” e “Herói Trancado” fechando a noite com outra do repertório de Jeneci, “Café com Leite de Rosas”.

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O Conexão Vivo Salvador começou muito bem, com estrutura impecável e shows de alta qualidade. O projeto continua nesta sexta-feira na Praia de Pituba, a partir das 18h30. Aliás, falando em praia…

Fotos por Marcelo Costa exceto a foto 1, por Marcelo Santana

Leia mais
Tudo sobre o Conexão Vivo em Salvador (aqui)
Conexão Vivo em Salvador: Dia 1 (aqui)
Conexão Vivo em Salvador: Dia 2 (aqui)
Conexão Vivo em Salvador: Dia 3 (aqui)
Conexão Vivo em Salvador: Dia 4 (aqui)
Cinco grandes shows por cinco jornalistas (aqui)

agosto 12, 2011   No Comments

Cinco fotos: Veneza

Clique na imagem se quiser vê-la maior

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Here Comes The Sun

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A casa

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Para onde ir?

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A criança

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Veneza

Veja mais imagens de cidades no link “cinco fotos” (aqui)

agosto 9, 2011   No Comments

Download: El Mapa De Todos e Narciso Nada

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O Senhor F Discos disponibiliza para audição e download a coletânea que registra a performance de 14 artistas no Festival El Mapa de Todos, incluindo Frank Jorge (“Amigo Punk”), Do Amor (“Exploit”) e Wander Wildner (“Eu Tenho Uma Camiseta Escrito Eu Te Amo”) além de uma faixa bônus que reúne El Mato a Un Policia Motorizado acompanhado por Andrio Maquenzi (Superguidis). Baixe gratuitamente aqui.

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“O carnaval acabou e hoje é dia de alegria para aqueles que só choram em dias de folia”, diz a letra de “Quarta-feira”, canção que abre o terceiro EP dos curitibanos do Narciso Nada (os anteriores foram “Choro Nem Mais Nada”, de 2007, comentado aqui no Scream & Yell, e “Narciso Nada”, de 2009). Baixe o EP “Arbusto Para Fome Esconder” gratuitamente no site dos caras: http://www.narcisonada.com.br/site/

agosto 9, 2011   No Comments

Opinião do Consumidor: Carlow Brewing

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Em meio a dezenas de cervejarias seculares européias temos a Carlow Brewing Company, uma das aproximadamente 16 micro-cervejarias irlandesas nascidas nos anos 90 – ela é de 1996. A Carlow leva o nome da segunda menor cidade da Irlanda (com pouco mais de 20 mil habitantes), a menos de duas horas de Dublin, e é um esforço do patriarca da família O’Hara, que sonhava em fabricar uma cerveja nos moldes indígenas antigos: “com ingredientes naturais e nenhum aditivo artificial”.

A primeira fermentação aconteceu em 1998 e, já em 2000, a cervejaria conquistaria duas medalhas de ouro no International Brewing Awards (por sua O’Hara’s Irish Stout). A produção, que foi de 1.500 litros em um tanque em 1998, passou para 6.500 litros em 2009 marcando assim o nascimento de outras cervejas da compania, que agora soma sete rótulos: O’ Hara’s Leann Follain, Curim, O’ Hara’s Irish Stout, O’ Hara’s Irish Red, Seasonal Brews/Limited Editions, O’ Hara’s Irish Wheat e O’ Hara’s Irish Pale Ale.

O tour pessoal começa pela O’ Hara’s Irish Red, uma “traditional red ale” de um vermelho tão intenso que chega a parecer negro em alguns momentos. O aroma é levemente frutado com destaque para o caramelo enquanto o paladar é marcado pela lembrança reconhecível de cervejas britânicas, sem ser tão picante. Aqui o malte levemente tostado impressiona ora lembrando caramelo, ora lembrando café – e o bom conjunto vai se tornando amargo (e ainda mais britânico) no final do copo. Intrigante.

“Quando se pensa em cerveja irlandesa, se pensa em Stout”, diz o site da cervejaria, e é quase impossível não ligar Stout ao nome Guiness (a representante mais famosa do estilo). A Carlow tenta fugir da comparação/competição produzindo uma O’ Hara’s Irish Stout muito mais leve, mas não sem personalidade. As características estão todas presentes – a cor negra profunda e o aroma forte de café e chocolate amargo, que se estende ao paladar – criando uma ótima cerveja (plenamente irlandesa).

Lançada em 2009 e feita no sistema dry hopping, a O’ Hara’s Irish Pale Ale já em 2010 foi eleita a cerveja do ano pelo IrishCraftBrewers.com, e o título não foi à toa. O aroma lupulado é extremamente marcante e encantador – com algo de floral. O paladar destaca o malte de caramelo, um pouco de cítrico e muito de lúpulo revelando um leve amargor picante que se pronuncia no final e vai ficando, ficando e ficando – excepcional. Provável melhor rótulo da cervejaria, uma daquelas cervejas para se ter sempre em casa.

Com seu nome que homenageia antigas rotas celtas, a Curim Gold é uma surpresa (boa ou negativa, depende do bebedor): uma cerveja de trigo que troca a Bavária (aquele paladar forte de banana) pela República Tcheca (terra das pilsens clássicas). Quem for esperando beber algo próximo a uma Weiss irá se decepcionar, mas quem gosta das pilsens tem um bom representante, melhor do que muita coisa do estilo, com aroma leve (ameixa, pão fresco, mel) e paladar refrescante. Interessante.

Fechando o pacote da cervejaria Carlow, a Leann O’Hara Folláin, uma Extra Stout irlandesa que deve ser proibida para fãs brasileiros do estilo: vocês vão querer mais e mais. Aroma carregadissimo de chocolate (doce, não amargo) e café – talvez ameixa. O paladar segue nitidamente o aroma com forte presença de chocolate (aqui um bocadinho mais amargo, mas ainda assim suave) e café, que se prolonga no final. Praticamente coloca no banco de reservas a stout tradicional da casa.

As cinco cervejas acima podem ser compradas em packs de três rótulos no… aeroporto de Dublin ao preço de 6 euros. Se você for à Irlanda, vale pensar no tour pela casa (infos aqui).

Teste de Qualidade: O’ Hara’s Irish Red
– Produto: Red Ale
– Nacionalidade: Irlanda
– Graduação alcoólica: 4,3%
– Nota: 3,14/5

Teste de Qualidade: O’ Hara’s Irish Stout
– Produto: Stout
– Nacionalidade: Irlanda
– Graduação alcoólica: 4,3%
– Nota: 3,23/5

Teste de Qualidade: O’ Hara’s Irish Pale Ale
– Produto: Pale Ale
– Nacionalidade: Irlanda
– Graduação alcoólica: 5,2%
– Nota: 3,88/5

Teste de Qualidade: Curim Gold
– Produto: Ale
– Nacionalidade: Irlanda
– Graduação alcoólica: 4,3%
– Nota: 2,96/5

Teste de Qualidade: Leann O’Hara Folláin
– Produto: Extra Stout
– Nacionalidade: Irlanda
– Graduação alcoólica: 6%
– Nota: 3,34/5

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Veja também:
– Top 100 Cervejas, por Marcelo Costa (aqui)
– Top 10 Cervejas Européias, Viagem 2008, por Marcelo Costa (aqui)

agosto 5, 2011   No Comments

Três vídeos: Bonifrate ao vivo em São Paulo


Um Trem Não Se Improvisa (03/08/2011)


Vertigem de uma Festa Interestelar (03/08/2011)


A Farsa do Futuro Enquanto Agora (03/08/2011)

A noite bastante fria em São Paulo não assustou o bom público que marcou presença na festa Folk This Town, no Varal Bar (numa travessa da Teodoro Sampaio), para conferir Pedro Bonifrate (vocalista do Supercordas) lançar seu novo disco solo, “Um Futuro Inteiro”.

Em um show calmo e bonito, Bonifrate concentrou-se no repertório do disco novo (liberado para download de forma gratuita no blog do músico junto aos discos anteriores: “Os Anões Da Villa Do Magma” e “Sapos Alquímicos Na Era Espacial” ) deixando de fora canções do Supercordas (mas o papo da noite era de que o disco novo está encaminhado).

Bonifrate ainda faz dois shows em São Paulo nos próximos dias escudado pelos supercodas Filipe Giraknob e Diogo Valentino. No sábado ele se apresenta na Casa do Mancha (infos aqui) – com o próprio Mancha na bateria – e na terça-feira abre a noite no Studio SP tocando com Pélico e Garotas Suecas (infos aqui).

Download: Um Futuro Inteiro- http://bonifratemusic.wordpress.com/

agosto 4, 2011   No Comments

A armadilha de uma descrição verbal

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Trecho do prefácio do livro “Escuta Só”, de Alex Ross:

“Escrever sobre música não é especialmente difícil. Quem cunhou o epigrama “Escrever sobre música é como dançar sobre arquitetura” — a declaração foi atribuída em diferentes momentos a Martin Mull, Steve Martin e Elvis Costello — estava turvando as águas. A crítica musical é certamente uma ciência curiosa e dúbia, e seu jargão varia do inexpressivo (“A Quinta de Beethoven começa com três sóis e um mi bemol”) ao floreado (“A Quinta de Beethoven começa com o destino batendo à porta”). Mas não é mais dúbia do que qualquer outro tipo de crítica. Toda forma de arte luta contra a armadilha de uma descrição verbal. Escrever sobre dança é como cantar sobre arquitetura, escrever sobre literatura é como fazer edifícios sobre balé. Há uma fronteira envolta em névoa que a língua não pode atravessar. Um crítico de arte pode dizer de Laranja e amarelo de Mark Rothko que a tela consiste de uma área de tinta amarela que flutua acima de uma área de tinta cor de laranja, mas de que serve isso para alguém que nunca viu um Rothko? O crítico literário pode copiar algumas linhas da “Esthétique du mal”, de Wallace Stevens —

And out of what sees and hears and out
Of what one feels, who could have thought to make
So many selves, so many sensuous worlds…

— mas quando tenta explicar o significado desses versos, quando tenta expressar sua música silenciosa, outra dança irrealizável se inicia. Então por que se arraigou a ideia de que há algo de peculiarmente inexpressivo na música? A explicação pode não estar na música, mas em nós mesmos. (…) A “Grande Enciclopédia Soviética”, em um de seus momentos mais sensatos, definiu a música como “uma variante especifica de som feito por pessoas”. No fim das contas, a parte difícil de escrever sobre música não é descrever um som, mas um ser humano. É um trabalho delicado, pretensioso no caso dos vivos e especulativo no caso dos mortos”…

“Escuta Só”, de Alex Ross, foi lançado pela Companhia das Letras no Brasil

agosto 3, 2011   No Comments

Palestras de Alex Ross no Rio e em SP

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Para abrir o ciclo de grandes conferências em comemoração de seus 25 anos, a editora Companhia das Letras traz ao Brasil o escritor e crítico de música Alex Ross para palestras em São Paulo e Rio de Janeiro. Alex Ross é crítico de música da revista New Yorker. Seu primeiro livro, “O resto é ruído — Escutando o século XX” (Companhia das Letras, 2009), foi finalista do prêmio Pulitzer.

Sob o título de “Chacona, lamento, walking blues: linhas de baixo da história da música”, Ross falará sobre a história da música passando pelo período Renascentista até os tempos atuais e sobre como a dança sul-africana conhecida como Chacona tornou-se tão influente para compositores clássicos. Esses e outros assuntos podem ser lidos no livro “Escuta Só” (com lançamento previsto para dia 2 de agosto no Brasil), que reúne ensaios inéditos e textos publicados na revista New Yorker, da qual o autor é crítico musical desde 1996.

Na quinta-feira, dia 04/08, o evento acontece a partir das 19h, na Sala São Paulo. A entrada é gratuita, mediante confirmação prévia por e-mail. Já no Rio de Janeiro, a palestra acontece no sábado, dia 6, no IMS – Instituto Moreira Salles, a partir das 18h. Os ingressos custarão R$ 10,00 e R$ 5,00 (meia-entrada) e já estão a venda.

Serviço:

São Paulo:
Quinta-feira, 4 de agosto de 2011, às 19h
Sala São Paulo
Praça Julio Prestes, 16 – Luz
Grátis. Lugares limitados. Confirme sua presença pelo e-mail rsvp@companhiadasletras.com.br. Válido para duas pessoas.

Rio de Janeiro:
Sábado, 6 de agosto de 2011, às 18h
IMS – Instituto Moreira Salles
Avenida Marquês de São Vicente, 476 – Gávea
Tel.: 21 3284-7400

agosto 1, 2011   No Comments