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Uma cidade fantasma

 Praticamente seis horas de viagem de ônibus de Belo Horizonte para Diamantina. Ali por Sete Lagoas (o ônibus da Passaro Verde vai parando aqui e ali no caminho) entrou uma senhora e um tal de Felipe. Ela monologou com ele praticamente duas horas para o ônibus inteiro ouvir. Poderia irritar se não fosse engraçado. “Cheguemo”, gritou ela para o tal Felipe quando o ônibus entrou em Curvelo, a capital do forró (bem destacado na rodoviária da cidade).

Fora isso, a viagem foi tranquila e cansativa. “Cheguemo” em Diamantina debaixo de um sol forte. O hotel fica ao lado da rodoviária, e segundo Lili é o pior hotel em que já ficamos. Bate até o de San Pedro de Atacama. “E olha que lá estávamos no meio do deserto”, observa ela. Até achamos uma pousada fofa no centro histórico por R$ 20 a mais do que estamos pagando no hotel, mas decidimos ficar aqui já que acordamos amanhã às 5h30 para irmos para Ouro Preto. Vai ser bom estar do lado da rodoviária e não “lá embaixo”.

Como era de se esperar, Diamantina no dia primeiro de janeiro estava completamente entregue aos fantasmas. Comemos em um self-service básico, que embora tivesse a boa Backer (cerveja artesanal mineira), não nos impressionou com a comida. À noite, para jantar, foi uma dificuldade. Acabamos optando por um caldinho muito bom (de feijão com torresmo pra mim, de mandioca com carne seca pra Lili).

Ok que era feriado, mas sentimos que falta um pouco de estrutura para a cidade atender aos turistas. Imagina: em três bares que fomos não havia carta de cachaça. Minas Gerais produz mais de 2 mil marcas diferentes e os caras aqui não tem nada! Nos ofereceram no primeiro bar uma “pinga artesanal”, que Lili bebeu e gostou. Depois uma de alambique, igualmente boa, mas sem marca.

Já a cidade é uma jóia. Lili, que conhece bem Ouro Preto, diz que ambas são muito parecidas, mas que Diamantina é muito menor. As ruas são lindas e a cidade tanto durante o dia quanto à noite é belíssima. Batemos muita perna, mas acabamos fazendo poucas visitas aos lugares históricos, já que todos estavam fechados. Acabamos acompanhando junto com moradores a posse do novo prefeito, e esperamos que a banda de jovens da cidade tocasse, mas demorou pacas, e desistimos.

Um dos momentos engraçados da noite aconteceu quando foram abertos os votos para o cargo de primeiro secretário do novo prefeito. Resultado final: fulano de tal, 04 votos; votos em branco, 05. Os presentes riram, mas o prefeito confirmou fulano de tal como primeiro secretário. Eita Brasil. O dia permaneceu com bom tempo até a madrugada, quando despencou uma chuvarada enorme, mas amanheceu novamente lindo.

Para esta sexta-feira vários planos. Passamos na casa de Juscelino, filho ilustre da cidade, e começamos o circuito pelas igrejas tradicionais, todas datadas de 1700  e pouco. Se você estiver com planos de passar por Diamantina (hoje, 02 de janeiro, ela já está bem mais habitada), comece seu passeio pela Igreja de São Francisco de Assis (1772). O Artur, que recebe os turistas ali de quinta a domingo, dá uma ótima aula sobre as igrejas da cidade, com excelentes observações históricas. Vale a visita.

Fotos: Marcelo Costa (http://www.flickr.com/photos/maccosta)

janeiro 2, 2009   No Comments