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Primavera Sound 2011: Dia 3

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O terceiro dia do Primavera Sound 2011 começou cedo em um sábado ensolarado (mas com um vento refrescante do Mediterrâneo) na capital da Catalunha. Cedo naquelas: John Cale iria se apresentar no Auditório do Parc Del Fórum às 17h30, e aqueles que quisessem ver poderiam reservar um lugar pagando 2 euros. As bilheterias abriam às 16h30, e cinco minutos depois os ingressos de reserva estavam esgotados. Para quem não conseguiu a reserva restava apenas tentar a sorte na fila de espera do auditório, e outra fila enorme se formou lotando os 3 mil lugares do local.

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John Cale entrou de saia escocesa acompanhado dos 20 integrantes da orquestra BCN216 mais guitarra, bateria e contrabaixo. No teclado, o ex-Velvet Underground soltou a música que abre seu disco mais famoso seguindo faixa a faixa álbum à dentro. Em 1973, seu ex-parceiro Lou Reed narrava a desventura romântica de um casal em Berlim, um história de amor e drogas que acaba de forma trágica. Neste mesmo ano, John Cale colocou nas lojas “Paris 1919”, um disco cujo mote era um acordo de paz entre nações, fazia uma ode à vida no campo e visava a contemplação.

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A excelente acústica do auditório valorizou as melodias das canções de “Paris 1919” e números como “Hank Panky Nohow” e “Paris 1919” soaram tão líricos e intocáveis que chegaram a emocionar. Cale e orquestra tocaram as nove músicas do álbum original, um b-side das sessões do disco, e seguiram para mais meia hora revisitando a carreira do músico no mesmo horário em que os novíssimos garotos do Yuck aumentavam as guitarras no palco sob curadoria do festival All Tomorrow Parties (dava para ouvi-los da entrada do festival, e o palco é bem distante).

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Na direção contraria, no palco Llevant, o Warpaint conseguiu arrebatar um bom público, que assistiu a um ótimo show no palco que iria exibir a final da Champions League enquanto o palco Ray Ban flagrava a reunião do Papas Fritas, grande pequena banda do indie norte-americano dos anos 90. Quase oito da noite, e com o sol brilhando, o Fleet Foxes mostrou bastante classe no palco principal enquanto Dean e Britta faziam um set acústico em uma pequena tenda (eles iriam repetir a apresentação, mas de forma elétrica, no palco ATP três horas depois).

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Novamente no auditório, mas desta vez com a turma de Jonathan Donahue, que tinha como missão executar as canções do clássico “Desert’s Songs” (que retorna às lojas em versão remasterizada e dupla), e quem viu o Mercury Rev em Curitiba, 2005, sabe que eles podem muito ao vivo. E o grupo não decepcionou abusando do gelo seco e das luzes climáticas, mas tocando com intensidade boas versões de “Holes”, “Tonite The Shows”, “Opus 40” e “Goddes In The Highway”, quatro cavalos de batalha do grande disco.

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PJ Harvey voltou a apresentar quase a integra do repertório do excelente “Let England Shake” para um público que parecia ter aprovado o disco. Os hits “C’mon Billy”, “Down By The Water” e “Big Exit” marcaram presença em um dos shows hors-concours de 2011. Pausa para pizza, hambúrguer e batatas fritas, e na sequencia o grande show de todo o fim de semana: Jon Spencer Blues Explosion, que levou quase 5 mil pessoas para o palco do ATP e fez um show venenoso e intenso, uma porrada movida a duas guitarras e bateria seca que garantiram ao power trio a medalha de ouro do rock and roll no Primavera Sound 2011.

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Ainda rolou de ver duas músicas do Odd Future no palco curado pela Pitchfork, mas a festa já estava com os minutos contados. Apesar dos contratempos do primeiro dia, o Primavera Sound conseguiu entrar nos eixos na sexta-feira e o sábado viu uma festa sem igual no parque aos pés do Mediterrâneo naquele que é considerado por muitos (músicos inclusive) um dos grandes festivais de música do planeta. 140 mil pessoas passaram pelo Parc Del Fórum, e ainda rolam shows no domingo no Poble Espanol, mas já é possível cravar que o Primavera Sound 2011  baixa as cortinas com saldo positivo. Que venha 2012.

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Top 5 do Dia 3
1) Jon Spencer Blues Explosion
2) John Cale
3) Mercury Rev
4) Fleet Foxes
5) Warpaint

Leia também
– Os destaques dia a dia do Primavera Sound 2010 (aqui)
– Os destaques dia a dia do Primavera Sound 2011 (aqui)
– Os destaques dia a dia do Primavera Sound 2012 (aqui)

Todas as fotos por Marcelo Costa

maio 29, 2011   No Comments

Primavera Sound 2011: Dia 2

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No segundo dia de sua edição 2011, o Primavera Sound, em Barcelona, corrigiu os erros que tumultuaram a abertura e o festival foi quase irretocável. A produção abandonou a ideia do cartão recarregável e devolveu o dinheiro daqueles que chegaram a colocar cash liberando assim o pagamento de alimentação via dinheiro. E ainda colocou muito mais ambulantes vendendo cerveja festival afora. Muito mais cheia que a primeira noite, a segunda só não foi perfeita porque a limpeza durante o festival (que no ano passado já havia deixado a desejar) ainda não funciona, e ali pela meia-noite o Parc Del Fórum parece mais um depósito de copos de plástico do que um local de shows.

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O line-up do segundo dia também parecia melhor que a noite de abertura e a festa começou com o retorno do The Monochrome Set (o plano era pegar o Fiery Furnaces no Llevant no mesmo horário, mas as pernas disseram não). Até o casal Dean Warehan e Britta Phillips assistiu ao show em meio a galera. O som é totalmente Smiths e fica a dúvida: Morrissey e Marr copiaram eles ou eles decidiram copiar os Smiths neste show de volta? Se a queixa não der em nada, afinal o Interpol segue impune tocando após tantas CPIs, fica o comentário: o Monochrome Set se esforçou muito para parecer Smiths no Primavera Sound. Não precisava.

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Distribuindo sorrisos e felicidade, M. Ward, que veio ao festival sem a Zoey (sua cara metade no She and Him), fez um show arrebatador no palco principal para uma audiência de respeito ainda com o dia claro. No set list, canções de sua carreira solo, do supergrupo indie Monsters of Folk e covers de Daniel Johnston e Chuck Berry que fizeram muita gente arremessar o chapéu de palha (distribuído por um dos patrocinadores do festival) para o alto. Daqueles shows para estampar sorriso na cara de quem assiste.

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Já o National mostrou como está enorme ao levar uma multidão para o quinto dos infernos, ou melhor, o palco Llevant. O grupo de Matt Beringer (o homem que bebe uma garrafa de vinho por show) superlotou a área e o público espanhol foi brindado com uma apresentação matadora dos novaiorquinos, que em vários momentos lembrou a banda insana de dois, três anos atrás. No palco principal, o Belle and Sebastian distribuiu hits e fofurices em um show bastante parecido com a apresentação de São Paulo do ano passado enquanto o Explosions In The Sky chegou avisando que “o mar era nosso” para fazer um show bonito.

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1h30 da madruga, e uma multidão aguardava ansiosamente a grande atração da noite (e do festival). Frases no telão brincavam com o público: “Será que você está fazendo parte de uma piada?”. Pontualmente às 1h45, o nome do grupo foi acesso letra a letra no fundo do palco, e Jarvis Cocker entrou para deixar o público ainda mais enlouquecido: “Esse é o nosso primeiro show em 9 anos. Nós tocamos aqui 9 anos atrás. Nosso guitarrista entrou na banda 15 anos atrás. Mas hoje não vamos falar de história: vamos fazer história. Do You Remember The First Time?”.

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A postura de Jarvis como frontman impressiona. Ele se requebra e dança desajeitado, mas exprime um charme incomum. Ele provoca o público com gestos sexy mostrando que aprendeu direitinho tudo que viu das aulas de David Bowie. E canta, mas canta muito. E distribui um hit atrás do outro. “Disco 2000” fez a plateia inteira gritar a letra até ficar rouca, mas o show ainda reservava muitas surpresas, como um inusitado pedido de casamento no fosso no meio da apresentação. Jarvis desceu para cantar “Spy” com a galera da grade, depois perguntou o nome do casal que estava vendo o show na área de fotógrafos, e emendou: “Ele tem uma coisa para te falar”. Aproximadamente 30 mil pessoas testemunharam o pedido. E ela aceitou…

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Uma faixa no meio da galera dizia: “Spanish revolution: sing along with de common people”. Jarvis não desperdiçou o momento. “É complicado quando uma pessoa de fora chega em seu país e emite uma opinião, mas vi a faixa de vocês e só tenho a dizer que algo está errado quando a polícia entra em uma praça e pessoas inocentes vão para o hospital”. A audiência foi ao delírio, e o grande hit do Pulp ecoou com milhares de pessoas cantando junto a Jarvis em um momento realmente emocionante de um show que ainda vai crescer muito com as próximas apresentações, e deverá estar impecável quando a banda chegar no Hyde Park, em Londres.

Desde já, um dos históricos shows de 2011.

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Último dia de festival no Parc Del Fórum (o domingo ainda guarda shows no Poble Espanol), e a organização conseguiu resolver a pendenga futebolística, e a decisão da Champions League será transmitida pelo telão do palco Llevant. De shows, o sábado tem John Cale no anfiteatro, Yuck, Papas Fritas, Warpaint, Fleet Foxes, PJ Harvey, Dean Wareham e Britta Phillips, Jon Spencer Blues Explosion, Mogwai, Odd Future e Animal Colective. Partiu.

Top 5 do Dia 2
1) Pulp
2) M. Ward
3) The National
4) Explosions In The Sky
5) Belle and Sebastian

Leia também
– Os destaques dia a dia do Primavera Sound 2010 (aqui)
– Os destaques dia a dia do Primavera Sound 2011 (aqui)
– Os destaques dia a dia do Primavera Sound 2012 (aqui)

Todas as fotos por Marcelo Costa (exceto a terceira do Pulp por Inma Varandela / Divulgação Primavera Sound Festival)

maio 28, 2011   No Comments

Primavera Sound 2011: Dia 1

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Começou o Primavera Sound! Na verdade, o festival começou já faz umas duas semanas com dezenas de shows em lugares pequenos da cidade, mas pra valer, com 10 palcos e um punhado de atrações, a festa começou na quinta. O aumento de 20% de entradas parece ter abalado a organização do Primavera. Filas enormes para retirar pulseira e recarregar o cartão com dinheiro para comprar comida e bebida marcaram as primeiras horas do festival. E eles não perderam tempo: liberaram no mesmo dia para que se pudesse consumir pagando em cash e vambora.

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Uma das apostas da organização do evento, o quarteto Sonny and The Sunsets – comandado pelo ótimo Sonny Smith – fez uma boa apresentação no palco Llevant, que fica no quinto do infernos do festival. Haja pernas. De lá para o anfiteatro do Parc Del Fórum, um prédio estranho desenhado pelos suíços Jacques Herzog e Pierre de Meuron, parece um dia de viagem (exagero, claro, mas só para você ter uma ideia: é longe pacas).

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E foi ali no anfiteatro lotado que Sufjan Stevens fez uma apresentação irretocável, estranha, galáctica. O músico – de asas de anjo – chegou se apresentando e entregando o mote da noite. “Eu sou Sufjan Stevens e toco folk, mas esta noite vou tocar pop cósmico. Espero que vocês entrem na minha nave espacial”, mandou o norte-americano em um ótimo espanhol. A produção espetacular era de fazer o queixo bater no chão três vezes. A música, por sua vez, era algo de tribal, eletrônico, lembrava Radiohead e ao mesmo tempo Paul Simon e Lady Gaga. Uma frase de Sufjvan ficou ecoando durante um tempo na cabeça: “A dor é bonita quando você sofre para crescer”.

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O clima de amor do show de Sufjvan ficou de lado quando Nick Cave adentrou o palco principal de guitarra em punho com o Grinderman. Quando alguém disser para você que rock and roll é coisa do mal só pode ser do Grinderman que ele está se referindo. Nick Cave declama, teatraliza, joga guitarra no chão, o microfone, canta de mãos dadas com o público enquanto Warren Ellis e compania fazem o inferno atrás. A nuvem de riffs passa cortando a noite, mesmo com as guitarras em um volume mais baixo que o usual. Show da noite (agora imagina se eles tivessem com o som perfeito?)

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No pequeno e aconchegante palco Jagermeister Vice, os argentinos do El Mato A Un Policia Motorizado fizeram uma apresentação empolgante para um público empolgado. E abrindo caminho para o fim do primeiro dia (ao menos para nós), Flaming Lips no palco principal. Wayne Coyne padece de carência e o show reúne momentos de anticlímax com passagens absurdamente sensacionais. O vocalista fala muito, mas a versão semi acústica de “Yoshimi Battles the Pink Robots” foi daquelas coisas de fazer a alma chorar. Coyne fala muito, mas quando canta garante um bom show.

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Para o segundo dia do festival, muita coisa boa para ver. Tem Belle and Sebastian, Fiery Furnaces, National, Deerhunter, Explosions In The Sky e mais umas 50 atrações. Sobretudo tem Pulp, o primeiro show da volta. Que venha Jarvis Cocker.

Top 5 Dia 1:
01) Grinderman
02) Sufvan Stevens
03) Flaming Lips
04) El Mato A Un Policia Motorizado
05) Sonny and The Sunsets

 Fotos: http://www.flickr.com/photos/maccosta

Leia também
– Os destaques dia a dia do Primavera Sound 2010 (aqui)
– Os destaques dia a dia do Primavera Sound 2011 (aqui)
– Os destaques dia a dia do Primavera Sound 2012 (aqui)

Todas as fotos por Marcelo Costa (exceto Grinderman, por Dani Canto / Divulgação Primavera Sound Festival)

maio 27, 2011   No Comments

Horários do Primavera Sound e novidades

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Faltam 12 11 dias para o grande festival em Barcelona (e contando), e a produção finalmente liberou os horários de cada show. Ano passado as coisas começaram mais cedo, e desta vez está se estendendo pela madrugada. Sem pensar muito listei em bold o que eu gostaria de ver. Na hora, muita coisa vai cair (e outras surpresas devem entrar). Garantido mesmo para mim só os com asteriscos… na verdade, garantido só os com três asteriscos… (risos)

E, pena: não vai rolar de ver o Yuck…

Mais: além da escalação oficial com horários e palcos (tudo aqui), algumas “polêmicas” estão cercando a edição 2011 do festival. A mais séria (hehe): Barcelona decide a Champions League contra o Manchester United, em Londres, às 20h45 do dia 28/05. Ou seja,  na hora que o festival começa a pegar fogo. E a organização ainda não se manifestou se irá colocar ou não um telão no Parc Del Fórum.

Imagina que, se o Barcelona ganhar a Champions League, a cidade vai parar (e pirar). A questão, acredite, é seríssima, e está em aberto ainda. O horário do jogo bate com dois shows concorridos: o final do Fleet Foxes e o começo da PJ Harvey (que podem ter horários alterados). Na Ilha de Wight, ano passado, havia um telão para os jogos da Copa do Mundo. Foi doloroso ver os ingleses tropeçarem na frente dos Estados Unidos na estreia. Mas funcionou (ao menos na Inglaterra) tanto que no domingo transmitiram a Fórmula 1.

Algumas outras mudanças também estão sacudindo os bastidores do Primavera Sound. O aumento de 20% de público, a criação de mais um grande palco, os horários estendidos até a madrugada. A coisa mais maluca que eles passam a testar este ano: o cartão que dará acesso ao festival (modelo cartão de débito/crédito) será usado também para comprar bebida, comida e merchandising no ambiente do festival – e será pessoal podendo ser usado nos anos posteriores. Um modelo de fidelização interessantíssimo.

Tudo isso e algumas coisas mais você pode conferir aqui (valeu pelo link, Fábio). O fato é que há muita coisa legal no line up do festival e em tudo que o Primavera Sound vem fazendo em Barcelona. É um modelo de festival sensacional em que a coisa toda não se resume ao que acontece apenas no Parq Del Fórum, mas sim agita a cidade catalã por quase duas semanas em atividades (shows, palestras) em diversos lugares. Um festival para se admirar (e se inspirar, viu Brasil).

25/05 – QUARTA_FEIRA
Nisennenmondai 17h
Las Robertas 18h15
Comet Gain 19h30
Echo & The Bunnymen (Heaven Up Here/Crocodiles) 20h45 *
Caribou 23h *

26/05 – QUINTA-FEIRA
Toundra 17h
Marina Gallardo 17h
Colectivo Oruga 17h
GAF 17h
Emeralds 18h
Triángulo De Amor Bizarro 18h
Islet 18h
Dúo Cobra 18h
The Record Summer 18h15
Sonny & The Sunsets 19h
Moon Duo 19h
Blank Dogs 19h15
Cults 19h15
Thelemáticos 19h15
DM Stith 19h30
The Car Is On Fire 19h30
Of Montreal 20h
Sufjan Stevens 20h30
*
Seefeel 20h30
Ducktails 20h30
The Fresh & Onlys 20h30
Bearsuit 20h45
P.I.L. 21h15
Big Boi 21h15
*
Glasser 21h45
Oneohtrix Point Never 21h45
Connan Mockasin 21h45
Fernando Milagros 22h
Grinderman 23h ***
The Walkmen 23h

Smoke Fairies 23h
Glenn Branca Ensemble 23h15
Eladio y Los Seres Queridos 23h15
El Mató A Un Policía Motorizado 00h15 ***
Kyst 00h30
Caribou 00h45
Interpol 00h45
Suicide performing first LP 00h45 *
Das Racist 00h45
Ty Segall 01h30
Woody Alien 01h45
Gold Panda 02h
The Flaming Lips 02h15 ***
Salem 02h15
Lüger 02h15
Baths 03h15
Factory Floor 03h45
El Guincho 04h
Suuns Escenario Ray-Ban 04h
John Talabot 04h15
Girl Talk 05h

27/05 – SEXTA-FEIRA
DM Stith 16h
Nouvelle Cuisine 17h
Aias 17h
Ainara LeGardon 17h
Berlinetta 17h
Allfits 17h
Sufjan Stevens 17h
Julian Lynch 18h
Avi Buffalo 18h
Lichens 18h
Kokoshca 18h
Julia Kent 18h15
The Fiery Furnaces 19h
*
The Monochrome Set 19h
Tennis 19h15
La Célula Durmiente 19h15
Male Bonding 19h15
Jason Collett 19h30
M. Ward 20h *
James Blake 20h30

Wolf People 20h30
Dan Melchior und Das Menace 20h30
Maryland 20h45
The National 21h15 *
Pere Ubu plays “The Annotated Modern Dance” 21h15
Ariel Pink’s Haunted Graffiti 21h45
*
Half Japanese 21h45
Incarnations 21h45
Arto Lindsay 22h
Garotas Suecas 22h
Belle & Sebastian 22h45
*
No Joy 23h
Low 23h15 *
Twin Shadow 23h15
Perrosky 23h15
Field Music 00h15
Explosions In the Sky 00h30 *
Deerhunter 00h30
Ford & Lopatin (formerly Games) 00h30
Javiera Mena 00h30
Shellac 00h45
Kode9 Burial Set 01h30
Les Aus 01h30
Pulp 01h45 ***
Zurych 01h45
Autolux 02h15
Del Rey 02h45
Jamie XX 03h
Barry Hogan DJ 03h30
Battles 03h45 *
Simian Mobile Disco 03h45

Lindstrom 04h30
Carte Blanche 05h

28/05 – SÁBADO
Perfume Genius 16h
Za! 16h55
Cuzo + Damo Suzuki 17h
Pájaro Jack 17h
Disco Las Palmeras! 17h
The Tallest Man On Earth 17h30
The Soft Moon Escenario 17h30
John Cale & Band + BCN216 perform PARIS 1919 17h45 ***
Yuck 18h

La Débil 18h
Cloud Nothings 18h
Igloo 18h15
Warpaint 18h45 *
Papas Fritas 18h45

Phosphorescent 19h15
Ornamento Y Delito 19h15
tUnE-yArDs 19h15
The Birkins 19h30
Fleet Foxes 19h40 *
Nosoträsh “Popemas” 20h
Gonjasufi 20h30
The Album Leaf 20h30 *
Rubik 20h30
Deep Sea Arcade 20h45
Einstürzende Neubauten 21h15 *
Mercury Rev perform Deserter’s Songs 21h30

Gang Gang Dance 21h45
Money Mark 21h45 *
Kurt Vile & The Violators 21h45
Francis International Airport 22h
PJ Harvey 22h30 *
Matthew Dear (Live Band) 23h
Davila 666 23h
Dean Wareham plays Galaxie 500 23h15 *
A Classic Education 23h15
James Blake DJ 00h
Mogwai 00h15 **
Swans 00h15
Prince Rama 00h15
Tannhäuser 00h30
The Jon Spencer Blues Explosion 00h45 ***
Darkstar 01h30
Odd Future 01h45
Animal Collective 02h

Pissed Jeans 02h15
The Suicide Of Western Culture 03h
The Black Angels 03h15
DJ Shadow 03h30
Holy Ghost! 03h30
DJ Coco 03h30
Kode9 And The Space Ape 04h30
Caspa 04h45

29/05 – DOMINGO
Me And The Bees 17h
Deakin 18h15
My Teenage Stride 19h30
BMX Bandits 20h45
Mercury Rev perform Deserter’s Songs 22h00 ***

maio 13, 2011   No Comments

Primavera Sound 2010: Dia 3

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A escalação do terceiro e último dia da edição 2010 do Primavera Sound deixava clara a intenção da organização do festival: com Pet Shop Boys fechando o palco principal à 1 da manhã e Orbital encerrando a maratona no palco Ray Ban à partir das 3 da matina, o negócio era dançar e festejar até o dia raiar. Quase 170 shows depois, o Primavera Sound fechou às portas em 2010 com o saldo extremamente positivo.

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Muitas coisas interessantes pingavam nos palcos cuja curadoria especial era do site Pitchfork (No Age, Lee Perry, The Slits, Dum Dum Girls), da revista Vice (The Drums, Matt and Kim, Gary Numan) e do pessoal do evento All Tomorows Parties (Build do Spill). Ainda tinha coisas dispares como Florence + The Machine (cujo show o El Pais classificou como um “golpe de estado no reinado pop”), Van Dyke Parks e Kimya Dawson, a última numa jam session no palco MiniMúsica.

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Aposta musical da BBC inglesa, o The Drums surgiu no segundo semestre do ano passado causando alvoroço com um ótimo EP independente. Contratados pela Island, o grupo do Brooklin colocou o pé na estrada e promete voar alto. O som é rock inglês tradicional mascado como chiclete, mas a energia dos moleques surpreende e faz parecer que carisma é algo que nasce com a pessoa. Um grande show, mas não solte rojões: a chance de eles se tornarem irrelevantes após três discos (como Kaiser Chiefs, Bloc Party, Interpol e Killers, pra citar quatro) é enorme.

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No segundo maior palco do festival, uma banda que cresce mais a cada dia que passa: Grizzly Bear. O show foi viajandão na medida certa, com momentos comoventes e alguns minutinhos dispensáveis. O pessoal do Flaming Lips precisa tomar cuidado, porque corre sérios riscos de perder seu post dream pop. No palco da ATP, o Build To Spill convertia almas através de guitarradas em um show delicioso… para se ver em pub fechado. O No Age fez aquela catarse que os brasileiros conferiram antes no Popload Gig, ano passado (assim como o Matt and Kim).

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Para fechar a programação pessoal, o Charlatans subiu ao palco com a incumbência de voltar até o distante 1990 recapitulando seu álbum de estréia, “Some Friendly”, e três músicas bastaram para a banda colocar no chinelo a apresentação modorrenta que eles fizeram num Abril Pro Rock, no Brasil, anos atrás. Tim Burgess parece estar envelhecendo com dignidade (embora pareça estar virando o Steve Tyler do britpop), e o show foi correto e divertido (mais tarde eles fariam um pequeno set acústico em uma das tendinhas menores do festival).

Num balanço de um parágrafo, o Primavera Sound recebeu um média de público de 30 mil pessoas por dia e antecipa tendências: o rock de arena parece estar com os dias contados, ou, então, está perdendo um grande espaço para os murmúrios. Foi impressionante ver bandas minimalistas (XX, Beach House, o próprio Grizzly Bear em boa parte do show) tocando para grandes platéias atentas, que não estavam ali para pular, mas sim pelo prazer de escutar uma boa canção. Novos tempos da música pop.

Top 5 de shows
1) Wilco (segundo o El Pais, “no se puede sonar mejor que Wilco”)
2) Broken Social Scene
3) Spoon
4) Grizzly Bear
5) Scout Niblett

Decepção
Pavement (nostálgico e melancólico, tascou o El Pais)

Toquei hits, fiz o público feliz e não sorri
Pixies

Troféu Show Chato pra Caralho
Cocorosie

Cinco shows que eu queria ver, e não vi
Hope Sandoval
Van Dike Parks
Tortoise
Delorean
The Big Pink

Leia também:
– Primavera Sound, Dia 1: The Fall, Superchunk, Pavement (aqui)
– Primavera Sound, Dia 2: Pixies, Wilco, Spoon, The XX (aqui)

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Fotos da viagem e dos shows:
http://www.flickr.com/photos/maccosta/
http://www.flickr.com/photos/lilianecallegari/

Fotos gerais do festival, crédito para Colectivo Anguila (foto 1), Marta Moreiras (foto 2) e Inma Varandela (última).
As demais por Marcelo Costa

maio 30, 2010   No Comments

Primavera Sound 2010: Dia 2

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Na programação oficial, 64 nomes divididos em nove palcos. Na programação pessoal, nove. O segundo dia do festival espanhol prometia arrebentar com as pernas da galera, e conseguiu. O primeiro show do dia era para ser o de Hope Sandoval, mas a siesta estendida impediu que chegássemos em tempo de pegar um lugar na enorme fila que levava ao teatro do festival. Fica pra próxima. Rolou de ver a última música do New Pornographers, e o show deve ter sido bem bom. Fecho com chave de ouro.

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No palco ATP, a inglesinha Scout Niblett convertia pessoas comuns em fãs. Com cinco discos já lançados, a menina se diz influenciada pela guitarra de Kurt Cobain (o show é ela na guitarra e um cara na bateria quando não ela sozinha na bateria), mas em alguns momentos é impossível dissocia-la de PJ Harvey, embora Scout seja bem mais calminha. Uma carreira para se acompanhar. O lenga lenga freak folk da dupla Cocorosie levou uma multidão ao palco Ray-Ban com criançinhas africanas no telão e um som que lembrava Enya saindo das caixas de som. Chato.

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Bom mesmo foi o show do Spoon, uma das melhores formações ao vivo da atualidade. Nem o disco novo, que é chatinho, conseguiu tirar a força da cambada de Britt Daniel no palco. O cara parece sentir cada acorde, e consegue passar isso para o público. As músicas novas (três na noite) não deixaram o clima cair, mas foi com hits como “You Got Yr. Cherry Bomb” e “Don’t Me Be a Target” que o gupo fez a apresentação realmente valer a pena. O clima no show do Planeta Terra, anos atrás, estava melhor, mas aqui a banda se superou numa grande apresentação.

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Uma volta rápida ao palco ATP para ver três canções do badalado duo Beach House (acrescido de um baterista) reunir um público excelente e então era hora de ir para o palco principal encontrar Jeff Tweedy, que deu seu recado logo na primeira canção da noite: “Wilco, will love you babe”. Porém, o som em “Wilco, The Song” estava péssimo, e a banda emendou a tempestade sonora de “I Am Trying To Break Your Heart” procurando um caminho no escuro, mas ainda tropeçou nos diversos problemas técnicos.

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“Estamos com problemas, mas acho que agora vai. Vamos começar o show, mas preciso que vocês cantem essa comigo”, pediu Tweedy soltando a voz com “Jesus, etc…”. Atendido. Daí em diante o show engatou coroando, principalmente, a performance arrasadora do guitarrista Neils Cline, que fez números como “One Wing”, “Handshake Drugs”  e “Impossible Germany” soarem… eternas. Hits pra cá e pra lá (“A Shot In The Arm”, “Heavy Metal Drummer”, “I’m The Man Who Loves You”, “Misunderstood”) e um show foda. Se em discos a turma de Jeff Tweedy acomodou-se, ao vivo eles continuam sendo uma experiência redentora. Ou como grifou o El Pais, a melhor banda de rock do mundo.

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Para o final, Pixies… em quaaaaase marcha lenta. Porém, se fosse estático, um show do Pixies ainda seria melhor do que muita coisa por ai (e do próprio festival) tamanha a quantidade de hinos que a banda apresentou no Primavera Sound. Eles foram álbum a álbum tirando o melhor. Assim, “Velouria”, “Is She Weird”, “Allison” e “Rock Music” apresentaram o disco “Bossa Nova”. Já “Tromple Le Monde” foi representado por “Planet of Sound”, pela cover redentora de “Head On” (do Jesus and Mary Chain) e por “Alec Eiffel”.

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O quarteto aumentou o pique das canções na metade do show, e o grosso da apresentação ficou entre “Surfer Rosa/Come on Pilgrim” e “Doolittle”. É só enfileirar as grandes canções: “Monkey Gone To Heaven”, “Debaser”, “Wave of Mutilation”, “Hey”, “Gouge Away”, “Here Comes Your Man”, “Bone Machine”, “Broken Face”, “Caribou”, “Isla de Encanta”, “Holyday Song” e, para o bis, a dobradinha “Gigantic” e “Where is My Mind?”. Até a cover de Neil Young, “Winterlong” mostrou às caras em um show saudosista e comportado, mas ainda assim um grande show.

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O Primavera Sound segue em seu terceiro dia com mais 64 bandas. Tem coisas boas na agenda (The Drums, Build To Spill, Grizzly Bear, Sunny Day Real Estate, Florence + The Machine e The Slits), mas isso depende mais do condicionamento físico do que da vontade de ver mais alguns grandes shows. Pernas, ajudem.

Leia também:
– Primavera Sound, Dia 1: The Fall, Superchunk, Pavement (aqui)
– Primavera Sound, Dia 3: The Drums, Grizzly Bear, Charlatans (aqui)

Fotos da viagem e dos shows:
http://www.flickr.com/photos/maccosta/
http://www.flickr.com/photos/lilianecallegari/

Fotos do show do Pixies, crédito Inma Varandela

maio 29, 2010   No Comments

Primavera Sound 2010: Dia 1

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Na programação do dia de abertura do Primavera Sound 2010, 44 bandas iriam se dividir entre sete palcos (esse número vai subir para 59 na sexta e para 64 no sábado). A caminhada de um para o outro nem é tão longa, mas haja pernas e joelhos para descer e subir degraus. Tonificantes rock and roll são vendidos (a saber: cerveja, muita, Jack Daniels com energético e Jagermeister), mas a sensação é de que, por mais que você queira, não vai rolar ver tudo que queria.

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Os portenhos do El Mato a Un Policia Motorizado abriram a minha programação pessoal e fizeram um belíssimo show, melódico e ao mesmo tempo nervoso. Na seqüência, The Fall no palco principal. Mark E. Smith parece um velhinho caduco e tresloucado entre a molecada. Aumenta todos os instrumentos da banda no talo e canta (bem) como um doente. O som que sai das caixas é anos 80 datado (lembra muito PIL), mas se andam copiando tanto a década de 80, Mark também tem mais direito, afinal ele estava lá.

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O XX, por exemplo, não estava, e impressiona o fascínio que o (agora) trio inglês causa no público. As canções são tristes, melancólicas, escuras e soporíferas. Há uma pontadinha de eletrônica que impede o público de dormir, além da garoa, do vento mediterrâneo e dos hits, todos cantados em coro pela audiência, que tentava dançar as canções sem tirar os pés do chão. A tristeza pode ser bela, diria alguns. Na maioria das vezes ela enche o saco, diria outro. O show do XX fica no meio do caminho. Mundo estranho esse em que vivemos.

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Dos anos 80 para os 90: a Espanha ama o Superchunk. Todo ano algum festival os escala, e a entrega da banda impressiona. As canções são todas meio iguais, um pop punk que engata a sétima marcha nos primeiros dois minutos, desacelera depois do refrão e termina com todo mundo com o braço levantado e pulando muito. É uma receitinha danada que funciona quando bem executada, e o Superchunk tem o dom. O show foi ainda melhor que o do Festival de Benicassim, três anos atrás.

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O grande show da noite, porém, estava por vir. A orquestra rock and roll do Broken Social Scene fez uma apresentação arrebatadora no segundo maior palco do Primavera Sound. A desconstrução das canções tão presente em álbuns funciona muito ao vivo assim como a troca de instrumentos e vocalistas. A banda não perde o controle um segundo sequer (embora soe tremendamente Neil Young em várias passagens), mas Kevin Drew é bem mala quando tenta animar o público. Bastava saber que a música de sua banda já basta. Grande show.

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Para o final, Pavement em versão festival. Ou seja, os shows de três horas de duração da volta aqui se transformaram em uma hora e meia… de hits. Começou com “Cut Your Hair”, teve “Perfume V” e “Spit on a Stranger” no meio e terminou com “Stereo” e “Range Life” (fora o bis com “Gold Soundz”). Stephen Malkmus passa 80% do tempo com a alça da guitarra fora do pescoço, jogando o instrumento pra cá e pra lá, e faz a banda parecer necessitar da bagunça para legitimar a história lo-fi, e isso incomoda um pouco, mas a excelência da execução das canções torna a noite especial.

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O Festival continua nesta sexta-feira histórica que tem, em seqüência, no palco principal Spoon, Wilco e Pixies. Além tem Hope Sandoval & The Warm Inventions, The New Pornographers, Low, Panda Bear, Autoramas e Yeasayer (e mais 50 outros além dos hot sandwiches e da comida mexicana – olhe aqui sem medo. Haja pique). Não vai rolar ver tudo, mas o trio principal não irá passar batido. A gente se vê no caminho.

Leia também:
– Primavera Sound, Dia 3: The Drums, Grizzly Bear, Charlatans (aqui)
– Primavera Sound, Dia 2: Pixies, Wilco, Spoon, The XX (aqui)

Fotos da viagem e dos shows:
http://www.flickr.com/photos/maccosta/
http://www.flickr.com/photos/lilianecallegari/

maio 28, 2010   No Comments