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Mais ou menos contra o topless

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Título polêmico, eu sei, mas vou tentar me explicar, calma. Passei o dia inteiro na praia, e após ter bebido sete latinhas de CruzCampo, cerveja ok de Sevilha (4,8%) distribuída pela Heineken, e ter torrado no sol das 12h às 19h, fiquei caraminholando alguns assuntos que estão rodeando a minha mente nesta viagem: o choque cultural, os cheiros e os sons das cidades, uma ilha à parte do mundo chamada Brasil e outras cositas.

Bem, a troca de albergue foi muito boa! Saí de um quarto dividido com doze pessoas para um só pra mim, em uma residência de estudantes. Na boa, albergue é pra pessoas mais jovens, que estão afim de socializar e tal, e eu já estou chegando na casa dos 40. Nunca fui muito bom em socializar em língua portuguesa quando era moleque, imagine agora em inglês e espanhol. Nessa última madrugada, das doze camas do meu quarto no albergue, só três estavam ocupadas (eu e duas garotas que pareciam inglesas). O resto, balada.

Fiz o check in no hostel e fui pra praia. Aluguei um guarda-sol e uma esteira, levei duas CruzCampo na mochila, coloquei os fones de ouvido e apaguei ouvindo Lou Reed e Leonard Cohen sob um sol forte. Vez em quando acordava, olhava algum topless, e voltava a dormir. No fim, já meio bêbado, cheguei a conclusão que topless não é uma coisa tão legal quanto a gente imagina. Topless intimida e, além do mais, nem toda mulher tem seios lindos para sair mostrando. Tipo eu, que tenho coxas feias, e prefiro ir à praia de bermuda do que de sunga, pra poupar a visão alheia.

Mas antes que alguém de um sobressalto na cadeira (de praia), nem é questão de beleza, sabe. É que sou partidário do fetiche da imaginação e da sensualidade, então acho que um belo biquíni (bonito, provocativo) assim como um belíssimo decote são muito mais interessantes do que a nudez. O homem imagina o que está por detrás dos panos e essa imaginação rende boa parte da sedução e do romance em uma história de amor. Toda nudez deveria ser castigada (risos), mas se você quiser fazer topless, faça porque todo mundo devia ter o direito a fazer o que quiser. Cada cabeça, uma sentença.

Há, claro, uma questão importante aqui: o que um homem acha e o que uma mulher quer ter como direito. Nesse ponto, sou contra por uma questão romântica, mas totalmente a favor na questão teórica. Até gostaria de saber em qual ponto da História decidiram que as mulheres deveriam cobrir os seios, e os homens não, mas meu lado romântico acredita mesmo que há um componente interessante nessa coisa do desconhecido, e aprova.

Entendo (respeito e apoio) que as mulheres queiram queimar sutiãs e que todos deveriam ser iguais, de peitos desnudos conforme lhe der na telha (eu mesmo só me sinto à vontade sem camisa na praia, e olhe lá), mas apesar de admirar algumas mulheres de topless, prefiro ficar na imaginação – por isso não compro revista para ver mulher nua (mas assumo: prefiro a Maja Desnuda). Do ponto de vista de direitos, todo mundo deve poder mostrar os peitos. E cidadãos do século passado, como eu, que se acostumem.

Bom, amanhã acordo, arrumo as malas, passo na tinturaria para pegar as roupas que deixei para lavar e passar, e parto para Madri, capital da Espanha, com algumas ideias em mente: quero ver “Guernica”, comer em um bom restaurante, ver um filme espanhol no cinema e sair pruma balada. Era para eu ter ido ao Matrix, em Berlim, mas me perdi após o show do Radiohead e cheguei no albergue às 3 da manha. Quero ver se, em Madri, encontro alguma balada rock and roll.

Fotos da viagem e dos shows:
http://www.flickr.com/photos/maccosta

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