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Ouvindo: “Inflikted”, Cavalera Conspirancy

Um disco antigo (oxi, lá se vão 11 anos!) – Lembro como se fosse hoje no café da manhã minha primeira audição de “Inflikted” (2007), o disco que reunia os irmãos Cavalera 11 anos (coincidência) após a saída de Max do Sepultura, em 1996. E foi uma audição emocionante que se revelou ainda mais especial quando o Tiago Trigo chegou na redação do iG e, sem falar nada, coloquei os fones de ouvido nele e dei play no som: “Caralho, eles voltaram! O que é isso?”. Era o Cavalera Conspirancy, e era um discaço. Inevitavelmente também era nostalgia, a volta a um tempo especial que nenhum fã queria ver terminando como terminou (e o que tenho para falar sobre o pós 1996 está na resenha do doc “Sepultura Endurance” – leia aqui). Voltei a esse tempo nostálgico e a esse último disco dos irmãos que realmente me chapou (até peguei o segundo, “Blunt Force Trauma”, de 2011, mas não me animei a ir atrás dos dois seguintes – como boa parte do público) ao publicar no site a entrevista do Homero com o Iggor (aqui) devido ao shows que ele faz com o irmão revisitando a era “Beneath The Remains” / “Arise” em várias cidades brasileiras nessa semana. Nunca mais será antológico e inesquecível como aquele RDP / Sepultura no Olympia, 1996 (minha mandíbula quase estilhaçou no cotovelo de alguém em meio ao pogo, nada que a cerveja e o nível alcoólico não aliviassem na hora – já os dias seguintes…), mas sempre será divertido, barulhento e revigorante. Sempre.

Ps. Velhice é uma merda: quando você menos percebe se vê em 1991 com uma camiseta preta surrada do Sepultura suando horrores sob o sol castigador de Taubaté… todo feliz (risos).

 

outubro 29, 2018   No Comments

Ouvindo: o debut do Alabê KetuJazz

Fruto da colaboração do percussionista francês (radicado no Brasil) Antoine Olivier com o saxofonista brasileiro Glaucus Linx, o Alabê KetuJazz tem a missão de unir a percussão forte do candomblé da nação Ketu com a liberdade estilística do Jazz. Com 10 canções criadas a partir dos rituais do candomblé, o disco “Alabê KetuJazz” (disponível em todas as plataformas de streaming, YouTube incluso) é um bom exemplo de como é possível admirar e amar a beleza da música respeitando suas origens, suas fontes, sua cultura. Antoine escreveu um faixa a faixa especial (publicado no Scream & Yell – leia aqui) comentando os ritos sagrados que percorrem cada uma das 10 canções. Sobre “Saudações”, a faixa que abre o disco, ele escreve: “Da mesma forma que o grupo sempre canta para Exú e Ogum antes de subir ao palco, abrimos o disco com saudações para pedirmos suas bênçãos, para abrirmos nossos caminhos e vencermos nossas lutas”. Benção. Sobre “Opanijé Xaxará”, que ganhou o clipe abaixo, Antoine explica: “Opanijé é o toque sagrado entoado para o Orixá Omolú, que é acompanhado por uma dança dramática, dialogando com a dualidade e efemeridade das coisas. A melodia do sax simboliza o Orixá presente, contando sua história através do movimento do som, assumindo o papel do Orixá incorporado na festa de Candomblé. A música surgiu de dentro do toque dos atabaques seguindo o ritual. É a potência da vida e da cura homenageando Omolú, passando pelas nuances de nossas existências, pelos ires e vires de nossa evolução espiritual. O início é força da vida e da cura homenageando o Orixá, e as paradas rítmicas anunciam a doença e morte. O fim marca a volta à cura e à saúde”.

outubro 29, 2018   No Comments