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Tim Festival: A punk rave do Klaxons e a tristeza de Marcelo Camelo

Marcada pelo cancelamento de dois headliners (Paul Weller e Gossip), a terceira noite da edição paulista do Tim Festival começou com o samba jeitoso de Roberta Sá no Auditório Ibirapuera. De vestidinho “Emília”, a cantora misturou canções de seus dois álbuns (“Braseiro” e “Que Belo Estranho Dia Para se Ter Alegria no Show”) lembrando em alguns momentos Marisa Monte. Sai do Auditório cantando “Alo Fevereiro” (“Tamborim avisou, cuidado / Violão respondeu, me espera / Cavaquinho atacou, dobrado / Quando o apito chegou, já era”).

Do outro lado, na tenda Novas Raves, a responsabilidade de abrir os trabalhos ficou a cargo do Neon Neon, grupo que chama a atenção por ser um projeto paralelo do gente boa Gruff Rhys, vocalista do Super Furry Animals, em parceria com o produtor Boom Bip, que embarca em uma viagem estranha aos anos 80 temperada com momentos de hip-hop. Quem roubou a noite, no entanto, foi o artista performático Har Mar Superstar, baixinho, gordinho, cabeludo e careca, com uma camiseta do Menudo e muito pique para agitar a galera mais do que o Neon Neon. No mínimo, rendeu boas risadas.

De volta ao Auditório, a quantidade de espaços vazios impressionava. Quem apostava em uma invasão de fã dos Los Hermanos errou. Em sua primeira apresentação em São Paulo, Marcelo Camelo amplificou as qualidades e defeitos de “Sou”, sua estréia solo. As músicas tristes (e chatas) ficaram mais tristes (e muito mais chatas) e temas alegres como “Menina Bordada” ganharam com os bons improvisos do sexteto Hurtmold (acrescidos do trompetista Rob Manzurek, de Chicago).

A jovem cantora Mallu Magalhães, sentada na primeira fila, viu Marcelo Camelo tocar “Janta” (que conta com sua participação no álbum) e duas canções dos Hermanos surgiram (“Pois É” e “Morena”) numa apresentação marcada pela monotonia e com algumas boas intervenções do Hurtmold. O show ainda está cru, mas deve crescer conforme banda e artista se entrosarem, o que talvez melhore até as faixas mais fracas de “Sou”, o que dúvido. O próprio Marcelo Camelo percebeu o excesso de calma no palco ao dizer, em certo momento, que “falta um pouco de desordem” no show. Falta mesmo.

Novamente na tenda, o Klaxons baixou em São Paulo para fazer demônios dançarem com sua punk rave (muito mais punk que rave). Os ingleses baixaram em São Paulo para apresentar as grandes canções do ótimo álbum “Myths of the Near Future” em versões rápidas, pesadas e diretas de “Totem On The Timeline”, “Gravitys Rainbow”, “Its Not Over Yet”, “Atlantis To Interzone”, “Magick” e ainda duas inéditas (fraquinhas numa primeira audição): “Moonhead” e “Calm Trees”. Har Mar Superstar voltou para encoxar os músicos e botar fogo no final da apresentação, 55 minutos vigorosos que valeram a noite, mas o Tim Festival 2008 continua devendo.

Fotos: Lili Callegari (http://www.flickr.com/photos/lilianecallegari)

  

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