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Search Results for "engenheiros"

Os 51 posts mais acessados no Scream & Yell em 2017

Em 12 meses, o total de visualizações do site foi de 1.190.889! As 51 páginas mais acessadas foram:

01) Download: Tributo ao Skank, por Pedro Ferreira (aqui)
02) Entrevista: Mallu Magalhães, por Marcos Paulino (aqui)
03) Especial: Melhores de 2016 Scream & Yell (aqui)
04) Download: Tributo a Belchior, por Jorge Wagner (aqui)
05) Download: 51 álbuns de 2016 (aqui)
06) “Daqui Pro Futuro”, Vespas Mandarinas, por Leo Vinhas (aqui)
07) Entrevista: Carlos Maltz, por Paulo Argollo (aqui)
08) Assista: Scream & Yell Vídeos – Abril 2017 (aqui)
09) Os 50 discos nacionais de 2017 para a APCA (aqui)
10) Download: baixe o disco “Sem Palavras”, por Leo Vinhas (aqui)

11) PJ Harvey em São Paulo e o velório do mundo, por Mac (aqui)
12) Três filmes: O sexo no cinema brasileiro, por Renan Guerra (aqui)
13) “In Rainbows”, do Radiohead, ganha tributo brasileiro (aqui)
14) Download: tributo a Milton Nascimento, por Pedro Ferreira (aqui)
15) Discografia comentada: Bob Dylan, por Gabriel Innocentini (aqui)
16) Discografia comentada: Paul McCartney, por Wilson Farina (aqui)
17) 30 discos que completam 30 anos em 2017, por Mac (aqui)
18) Alemanha: Três cervejas da Kaiserdom, por Mac (aqui)
19) Gorillaz em São Paulo: 30 de março 2018, por Mac (aqui)
20) “Is This It” é realmente importante?, por William Alves (aqui)

21) Download: “Brasil También Es Latino”, por Leo Vinhas (aqui)
22) Sete motivos para rir de Chris Martin, por Mac (aqui)
23) 11 points de cerveja artesanal em Buenos Aires, por Mac (aqui)
24) Download: baixe o álbum “Faixa 6”, por Leo Vinhas (aqui)
25) O show do U2 em São Paulo, por Marcio Guariba (aqui)
26) Filmes: Animais Noturnos, A Qualquer Custo, O Lagosta (aqui)
27) Download: Tributo a Alceu Valença, por Leo Vinhas (aqui)
28) Boteco: 11 cervejas da linha IPA da Dogma, por Mac (aqui)
29) Entrevista: Apanhador Só, por Bruno Capelas e Mac (aqui)
30) Discografia comentada: Paralamas, por Leo Vinhas (aqui)

31) Discografia comentada: Ramones, por Leo Vinhas (aqui)
32) Download: “As Lembranças São Escolhas”, por Dary Jr. (aqui)
33) Letrux em Noite de Climão, por Renan Guerra (aqui)
34) Rodrigo Salem, um jornalista em L.A., por Mac (aqui)
35) Filmes: A Jovem Rainha, A Criada, Elle, por Mac (aqui)
36) 21 shows internacionais em 2018, por Mac (aqui)
37) Música: “Songs of Experience”, U2, por Rodrigo Salem (aqui)
38) Ranking: 1001 cervejas, por Marcelo Costa (aqui)
39) Download: Tributo aos Engenheiros, por Anderson Fonseca (aqui)
40) Discografia comentada: Bruce Springsteen, por Mac (aqui)

41) Cinema: “mother!”, de Darren Aronofsky, por Mac (aqui)
42) “De Canção a Canção”, de Terrence Malick, por Mac (aqui)
43) 10 pérolas raras do Rock Brasil anos 80, por Mac (aqui)
44) Discos Perdidos: Cilibrinas do Eden, por André Fiori (aqui)
45) Entrevista: Bernardo Vilhena, por Bruno Capelas (aqui)
46) Conheça seis selos musicais de Portugal, por Mac (aqui)
47) Entrevista: Giraffe Tongue Orchestra, por Daniel Tavares (aqui)
48) O Punk que sobreviveu à segregação, por Guilherme Olhier (aqui)
49) Entrevista: Frank Jorge, por Janaina Azevedo (aqui)
50) Entrevista: Kevin Johansen, por Leonardo Vinhas (aqui)
51) Entrevista: Father John Misty, por Carlos Messias (aqui)

Confira os textos mais lidos no Scream & Yell nos meses anteriores

janeiro 10, 2018   No Comments

Cinco Sons no Cultura Livre

No quesito música ao vivo e bate papo musical, o Cultura Livre é hoje o melhor programa da TV brasileira. Muita pela curadoria, esperta e atenta, que vai atrás de nomes bacanas da nova música brasileira dando um espaço legal para eles manifestarem a sua música e opiniões, outro tanto pelo conhecimento da Roberta Martinelli, que comanda o programa com inteligência e bom humor. Por tudo isso, quando a produção do Cultura Livre me procurou para participar do quadro Cinco Sons, em que um convidado elenca cinco discos seguindo um cronograma do programa, me senti super honrado. O quadro, gravado aqui em casa, foi ao ar na terça-feira (24/10) e agora está disponível no Youtube. Assista abaixo às minhas escolhas (para você que acompanha esse blog cada vez mais abandonado, as escolhas talvez não sejam nenhum surpresa) e confira o canal do Cultura Livre no Youtube. Vale muito a pena!

outubro 27, 2017   No Comments

Discutindo gravadoras, selos e mercado

Perguntas de Natalia Albertoni em agosto de 2014

A maior parte da produção nacional é feita por selos independentes (criados até pelos próprios artistas)? Desde quando? Por quê?
É um processo que começou no meio dos anos 90, com o barateamento tecnológico, que permitiu que músicos construíssem estúdios sem gastar uma fortuna. A proliferação de selos independentes, no entanto, se deve ao descaso das grandes gravadoras com Música, com M maiúsculo. É importante lembrar que as grandes gravadoras foram importantíssimas não só por investimento dos primeiros registros musicais como na proliferação da cultura. Porém, no Brasil, depois da segunda metade dos anos 90, os investimentos no novo começaram a minguar, e muitas gravadoras começaram a apostar apenas na recriação de modelos até esgota-los (aconteceu com o emo, com o pagode e diversos outros estilos). Ou seja, alguém tinha um vislumbre de sucesso, e a gravadora brasileira ia lá e criava um exercito de bandas clones. Deixou-se de apostar no novo, no risco de algo bom conquistar o público. Com isso, os artistas precisaram encontrar outra saída e os selos independentes se mostraram úteis.

Sempre existiram selos no Brasil, certo? Principalmente nos anos 1980… por que existe esta ideia de que selo é uma forma de produção gringa?
Porque a ideia era copiada das matrizes das grandes gravadoras, que criavam sub selos dentro da própria organização tentando dar uma cara para os produtos daquele departamento. Por exemplo, o selo Chaos, da Sony Music, responsável pelo lançamento dos primeiros discos de Gabriel O Pensador, Chico Science & Nação Zumbi e Skank, nada mais era do que o mesmo selo da Universal norte-americana, que havia lançado bandas como Soul Asylum e Ned’s Atomic Dustbin. No Brasil, nos anos 80, nós tivemos o Plug, selo dentro da RCA que lançou um monte de nomes da cena gaúcha: Engenheiros do Hawaii, Nenhum de Nós, Defalla. Lógico que nós já tínhamos selos independentes no país na mesma época. A Baratos Afins, por exemplo, era um selo / loja de discos que havia lançado muita gente boa (Fellini, Golpe de Estado, Voluntários da Pátria) seguindo o velho lema dos selos independentes mundiais: estamos lançando coisas de qualidade que soam estranhas aos ouvidos do pessoal das grandes gravadoras. A mudança acontece quando, no começo dos anos 2000, tudo passa a soar estranho aos ouvidos das grandes gravadoras, e artistas que antes teriam casa num grande selo passam a apostar na independência.

Como você vê essa mudança de rumo no mercado fonográfico? Das grandes gravadoras para os selos… Muda algo para o consumidor?
Mudou muito porque as grandes gravadoras ainda detém o controle da distribuição e ainda detém verba de veiculação (o que faz do dial das rádios um extenso comercial). Então onde o povo irá encontrar os selos menores? Em lojas especializadas, mas nestas lojas só vai quem já sabe o que está indo procurar. A dona de casa, o cara que trabalha na obra, o bancário, as pessoas comuns, que tem uma vida comum cuja música é apenas uma trilha incidental que entra aqui e ali em alguns momentos do dia, fica dependente de canais de divulgação e distribuição que estão viciados, que não recebem o novo, apenas mais do mesmo. E isso faz com que o público entre em um marasmo, em uma zona de conforto bastante prejudicial aos novos artistas. A internet abriu um pouco esse leque, mas as coisas ainda estão engatinhando.

O selo funciona quase como uma curadoria, certo? Qual a vantagem de seguir um e quais são interessantes ficar de olho para acompanhar novidades?
Exatamente. Uma curadoria que, via de regra, segue uma linha estética. Então quando você compra um disco da Sub Pop (norte-americana) ou da Rough Trade (inglesa) ou da Monstro Discos (Brasil), você já tem uma vaga ideia do que pode estar ali, porque são selos que trabalham com nichos específicos e estão com as antenas ligadas para o mundo tentando buscar o novo, algo que continue levando a bandeira do selo estrada a frente. O investimento em um selo pequeno é menor do que é uma grande gravadora, então eles podem apostar mais e tanto acertar mais. Um acerto muitas vezes “recupera” o investimento de 10 “erros”, isso economicamente falando porque discos lançados não são erros, certo. “Velvet Underground & Nico” não vendeu absolutamente nada quando foi lançado, e é um dos discos mais importantes da história do rock. A questão é que, no mundo capitalista que vivemos, uma gravação, um lançamento de disco, uma divulgação, isso tudo custa dinheiro, e as gravadoras necessitam do lucro para continuar lançando discos.

Aliás, o selo ainda é bom filtro para identificar o que há de bom (principalmente levando em consideração o mundão da internet) em um determinado estilo musical? Ou hoje o selo virou um recurso para lançar disco?
Os selos continuam sendo o melhor filtro, sem dúvida. Se há um lugar no mundo onde a música nova pode ser surpreendente é num selo independente.

O que selos nacionais tem a aprender com gente de selo gringo como Nonesuch, Domino, OWSLA?
Curadoria, trabalho a longo prazo e não esquecer que o que importa é a música. No Brasil tudo é pra ontem, então quando um artista é lançado, não se pensa em trabalhar a carreira em longo prazo, a resposta tem que ser imediata. Se fosse assim, nomes como Bob Dylan e Bruce Springsteen teriam sido dispensados sumariamente das gravadoras brasileiras após o primeiro disco. Nonesuch, Domino e OWSLA tentam entender os artistas que contratam e traduzi-los da melhor forma para o público, sem serem agressivos. O que importa é a música, e esses selos se notabilizaram por venderem boa música. Gosto muito do trabalho da Merge, da Secretly Canadian e da YB.

Aumentou mesmo a produção por selo?
Por necessidade de mercado, sim.

É a única via para fazer música no país?
Não. As gravadoras ainda existem e, mesmo hibernando, ainda são uma via possível.

A multiplicação de selos é atestado da desnecessidade de gravadoras? Qualquer artista grava e lança fazendo um selo?
Sim e não. Qualquer artista pode gravar e lançar, mas como vai distribuir? Como vai colocar a música na rádio, na novela, como vai fazer com que seu disco chegue a um público maior? As gravadoras ainda detém esse mercado de distribuição.

O que não muda nessa lógica é a necessidade de ter empresários, certo? Eles ainda são importantes, principalmente para o mainstream…
Eles são importantes no que tange dar liberdade para o artista criar música, e fazer apenas isso. E isso é importante principalmente para os independentes, que precisam encontrar brechas na estrutura do mercado para conseguirem surgir. Um músico pode fazer isso, mas se ele tem um bom empresário, que o conhece e está de acordo com seus ideais e seus desejos, ele pode continuar criando enquanto o empresário fica detectando as oportunidades de mercado.

Veja outras entrevistas aqui

maio 7, 2015   No Comments

“Espelho Retrovisor” no Notícias do Dia

“Espelho Retrovisor – Um Tributo aos Engenheiros do Hawaii”, que será lançado pelo Scream & Yell no dia 11/11, foi notícia no jornal “Notícias do Dia” (Florianópolis, SC), que destacou a participação da DJ e produtora catarinense Blancah PatyLaus no projeto, recriando “Quartos de Hotel”, do disco “Várias Variáveis”. Leia

novembro 6, 2014   No Comments

Belchior no Scream Yell (e no Globo)

Clique na imagem para ver o texto em melhor qualidade

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Entre os aos menos três projetos de lançamento que o Scream & Yell tem para 2014, o primeiro já começa a dar as caras. Com produção e curadoria do grande parceiro Jorge Wagner, até o fim do mês estará disponível para download gratuito no site um tributo independente a Belchior chamado “Ainda Somos os Mesmos”, com base no álbum “Alucinação”, de 1976.

“Alucinação” é praticamente um greatest hits de Belchior contando com alguns dos maiores sucessos da carreira do compositor, alguns deles na voz de outros interpretes, caso de “Como Nossos Pais” e “Velha Roupa Colorida”, eternizadas por Elis Regina. Los Hermanos, Wander Wildner e Engenheiros do Hawaii estão entre as bandas que já regravaram canções de Alucinação.

Abaixo você confere a seleção de artistas que estará presente na coletânea.

Álbum: “Ainda Somos os Mesmos”
1- Dario Julio & Os Franciscanos – Apenas Um Rapaz Latino Americano
2- Manoel Magalhães – Velha Roupa Colorida
3- Phillip Long – Como Nossos Pais
4- Nevilton – Sujeito de Sorte
5- Lucas Vasconcellos – Como o Diabo Gosta
6- Bruno Souto – Alucinação
7- Lemoskine – Não Leve Flores
8- Fábrica – A Palo Seco
9- Transmissor – Fotografia 34
10- Marcelo Perdido – Antes do Fim

EP Bônus: Entre o Sonho e o Som
1- nana – Coração Selvagem
2- Jomar Schrank – Comentário a respeito de John
3- Ricardo Gameiro – Medo de Avião
4- João Erbetta – Paralelas
5- The Baggios – Todo Sujo de Batom

março 12, 2014   No Comments

Entrevista para a Revista Bula

Entrevista concedida a Carlos William Leite (outubro de 2006)

Marcelo Costa é uma lenda entre blogueiros e zineiros. Editor do site Scream e Yell, um dos fenômenos da história dos zines no Brasil, ele concedeu uma divertida entrevista a Bula. Com respostas telegráficas e certeiras, falou sobre música, cinema, internet com uma auto-estima que parece ser inquebrantável.

Onde começa sua genealogia?
Tem de tudo no meu sangue. Muito de alemão, do meu tataravô, que saiu da Alemanha para engravidar uma índia na Bahia. Daí em diante entra um pouco de sangue espanhol e francês, e o baiano do meu bisavô. Uma mistura brasileira, digamos.

Como surgiu o Scream & Yell, o mais famoso zine Brasileiro?
Obrigado pelo “mais famoso”. Da junção de gostos de um cara que era a discoteca musical da turma (eu) com a de um outro que amava Metallica e Engenheiros do Hawaii nas mesmas proporções. E mais: num dia de natal. Era em papel, numa época que hoje até dá saudade. Era muito bacana postar via correio os zines, fazer papelotes com endereço e apresentação do S&Y, todo dia chegando coisa em casa, de todos os lugares do país. Mas, numa resposta direta, o zine surgiu para suprir a necessidade de se falar de coisas que não se falavam na época.

Por que mesmo os projetos antigos, com prestigio e grande números de acessos, conseguem viabilidade financeira na internet?
Primeiro: Porque jornalistas não são vendedores de anúncios. Sabemos escrever, argumentar em palavras no papel (seja real ou word mesmo), mas somos uma grande negação quando precisamos vender o próprio peixe. Muito porque ou se escreve, ou se vende anúncio. Quando tentamos fazer as duas coisas, nunca dá certo. Segundo: cultura não é viável no Brasil. Monta um site de sexo que você verá como será mais fácil ganhar dinheiro.

Quem é o gênio da raça na terra brasilis?
Tenho pensado muito nisso. Uma vez o The Guardian fez uma matéria dizendo que Morrissey era o maior inglês vivo. E o The Guardian é o jornal mais respeitado das ilhas. Desde então fiquei pensando nisso em relação ao Brasil. Chico Buarque é um nome forte. Além de ter uma história absolutamente genial, ele ainda produz tanto livros quanto discos. Se fosse pra escolher um nome só, agora, seria ele.

E o chato?
Caetano Veloso. Ele tem o mesmo passado do Chico, mas usa de forma com que as pessoas o odeiem. Gostei do disco novo, por exemplo, mas cada vez que Caê abre a boca tenho calafrios. Ele é um pesadelo ambulante.

Quais músicas compõem a sua trilha?
São tantas, mas tantas, mas tantas. Porém, dia desses fiz um CD com as músicas que eu mais gostava de ouvir sempre. Entrou “Rust” do Echo & The Bunnymen, a versão lenta de “Disco 2000” do Pulp cantada pelo Nick Cave, “Lucy” do Divine Comedy e “Everyday Is Like Sunday”, do Morrissey com o Colin Meloy, vocalista do Decemberists. As canções sempre voltam. Amo, por exemplo, “O Fundo do Coração”, d’Os Paralamas do Sucesso, mas não a ouço faz um tempo. “Working Man Blues Nº 2” , nova do Bob Dylan, deve fazer parte de uma trilha futura.

Quais livros povoam a sua estante?
A maioria é sobre música, e algumas biografias. E alguns romances, claro. Tem Aldous Huxley, responsável pelo meu livro predileto de todos os tempos (“O Macaco e a Essência”), tem Paul Auster (meu livro recente preferido: “Achei Que Meu Pai Fosse Deus”), tem as biografias ótimas do Marlon Brando e do Billy Wider, livros de música como o ótimo “Eu Não Sou Cachorro Não”, do Paulo César de Araújo, e o “Mate-me Por Favor”, do Larry McNeil e da Gilliam McCain. E Shakespeare, que eu amo. É muita coisa, mas nada tanto assim (risos).

A vida é curta para não ser pequena? como diria o Chacal.
Sim. Ou como diria Woody Allen: “É assim que eu vejo a vida: cheia de solidão, miséria, sofrimento e tristeza, e acaba rápido demais”. Não dá para se lamentar muito, né.

Cinema, literatura ou música?
Ahhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhh… risos

Um filme brilhante?
Um não, três: “A Trilogia das Cores”, do Krzystof Kieslowski.

Um filme chatíssimo?
“Chicago”… ou “Moulin Rouge”

O blog do século?
O do compadre Inagaki. Quer nome melhor prum blog do que “Pensar Enlouquece, Pense Nisso”?

Machado de Assis ou Glauber Rocha?
João Gilberto

O que é pior que música sertaneja?
Filhos de cantores sertanejos se transformando em artistas pop.

Qual o maior escritor brasileiro vivo?
Lygia Fagundes Telles

Qual a grande revelação da música brasileira?
Violins, de Goiânia, uma banda que merece atenção.

Um rock raro?
“O Disco dos Mistérios ou 3 Diabos e 1/2 ou Sexplícito Visita o Sítio do Pica-Pau Amarelo ou Tributo a H.Romeu Pinto”, dos mineiros do Sexo Explicito, de 1991. Como item raro poderia vazar a versão de “Purple Rain” que eles gravaram para esse disco, mas que Prince não liberou. Se chamava “Sem Ninguém”.

Um pobre rock?
Qualquer disco do Strokes com exceção do “Is This It” .

A pior banda de todos os tempos?
São tantas…

Pra que serve o ECAD?
Para calar o canto dos sabiás.

Dizem que na música e na literatura existem várias igrejas, em qual delas você reza?
Na Assembléia Hippie Punk Popular.

Um blogueiro chato?
Marcelo Costa, ele vive reclamando e têm a vida que pediu a Deus…

Gilberto Gil: uma mistura de desastre com populismo pop ou um grande ministro e um cara legal?
Um grande músico em um grande circo.

E o PT?
Um sonho que nos apresentou a realidade: não existem sonhos!

Já pensou em acabar com Scream & Yell?
Já acabei com ele, e voltei. Já abandonei ele por meses, e voltei. Agora ele caminha ao meu lado, na camiseta que visto, no CD que ouço, no Champagne que bebo, no calmante que me faz dormir. Mas um dia ele vai acabar. Espero.

É possível sobreviver sem a internet?
Como nos vivíamos sem internet é a pergunta. E eu não sei te responder (risos)…

Qual o futuro do livro?
Os livros sempre vão existir… já os discos…

E das gravadoras?
Elas vão fazer a ponte entre o artista e o mercado até que os artistas descubram o caminho por si só. Então fim. Será mesmo?

O que te motiva atualmente?
Bob Dylan, Patti Smith, Scarlett Johanson, jornalismo e Liliane Callegari.

O que existe além das estrelas?
Um menino jogando cristais na via-láctea.

O que fazer quando o inferno astral não passa?
Rir de si mesmo.

Se existir o céu, o que gostaria que deus te falasse na chegada?
“Foi engano, senhor Marcelo Costa. Por isso, você voltará agora mesmo e viverá mais alguns bons pares de anos com esse mesmo corpo além do que lhe era previsto. Cortesia da casa pelo inconveniente.”

Que epigrafe te define?
O ato mais sublime é colocar outro diante de ti, WB.

Onde está a melhor música do mundo?
Hoje em dia, no terceiro mundo. É uma música que tem ginga e tristeza.

O que sobrou dos anos 80?
A certeza do quão bregas éramos.

Concorda que os anos 90 foi a década da desilusão?
Hummm, acho que foi a década em que a molecada virou adulta e bundona.

Existe algo, além de dinheiro, na cabeça dos executivos de gravadoras?
Vinho e vento.

Por que a música brasileira vive de ciclos?
Porque a vida vive de ciclos.

Pagode pode ser considerado uma espécie de distribuição de renda, como o futebol?
Claro, assim como o senado e a câmara federal.

Por falar em futebol, qual o seu time?
Corinthians, mas faz tempo, acho que foi em 1910.

Artesanato é arte?
Qualquer coisa hoje em dia é arte, menos Woody Allen.

Funk quebra barraco é música?
Nem funk quebra barraco nem rolê de bonde. São a mesma coisa: nada. Mas o mundo precisa do nada para ocupar o tempo na falta de algo melhor.

Quem mandaria para Marte?
Pensei no Paulo Maluf, mas seria maldade com os marcianos. Então mandaria a Daniella Cicarelli. Assim ela não mata todo mundo de desejo e inveja aqui na Terra.

Dez anos a mil ou mil anos a dez?
Mil anos a mil.

Veja outras entrevistas aqui  

novembro 13, 2013   1 Comment

Festival Casarão, Porto Velho: Dia 3

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Pra começo de conversa: o calor é uma bobagem. No terceiro dia do Festival Casarão, em Porto Velho, aproveitei o dia para conhecer a Public Hals, uma cervejaria local que fabrica seu próprio chopp (razoável) e continuar bebendo a tarde inteira. Vantagem: a cerveja tradicional brasileira, leve e refrescante, evapora com rapidez (do copo e do corpo) e a gente segue noite adentro. Se no dia anterior, o rock do período paleolítico era a tônica, na sexta da independência foi a vez de boas influências de Los Hermanos serem captadas no ar.

Os locais do Jam deram o start da noite com um rock de riffs ásperos e batida funkeada que conectam o quarteto com o barulho dos anos 90. Nada de novo, mas um ponto de partida interessante se a banda souber trabalhar as referências. Na sequencia, e apesar do nome, o Sub Pop (boa surpresa da cidade de Vilhena) não deixa aparente influências de nenhuma banda do selo de Seattle, mas sim de Los Hermanos, seja no vocal de Derek Ito (próximo ao tom de Amarante), seja nos bons pop sambas do quinteto, que na maioria dos arranjos é conduzido pelo bom sax de Gustavo Closs. Pra ficar de olho.

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Do Estado vizinho, Acre, surgiram Os Descordantes, um grupo com potencial para levantar a bandeira e seguir a trilha aberta pelo Los Porongas. Novamente uma vibe Los Hermanos pairou no ar, mas a força dos refrãos das canções próprias (como o ótimo hit regional “Enquanto Puder”) e cover interessantes (de uma exagerada “As Rosas Não Falam” até uma fidelíssima “Tú És o MDC da Minha Vida”) mostraram uma banda forte e segura de si. Grande show. Prejudicada pelo avançado da hora, a Versalle teve que fazer um show enxuto, de apenas cinco músicas, mas aproveitou cada segundo em uma apresentação empolgante.

A alta madrugada seguia firme quando Duca Leindecker e Humberto Gessinger (de bata e chimarrão) subiram ao palco para apresentarem o projeto Pouca Vogal, que une canções do Cidadão Quem! (de Duca), dos Engenheiros do Hawaii (de Humberto) e algumas parcerias registradas pela dupla em 2008 e 2009, todas canções cantadas (e gritadas e choradas e desafinadas) em coro por uma plateia devota e absolutamente ensandecida. Era a terceira vez de Humberto Gessinger em Porto Velho, e impressiona como ele conseguiu criar uma nova persona exatamente igual a anterior (e tocando praticamente as mesmas canções).

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O apreço do engenheiro-mor por arranjos duvidosos parece ter chegado ao ápice com o Pouca Vogal, e aqui e ali podem ser flagrados vários momentos em que Humberto e Duca piscam o para o sertanejo universitário, mas nem isso, nem os vocoders, nem a gritaria cantada encobrindo a voz de Humberto (que descansa a garganta enquanto o público se esgoela) conseguem derrubar um repertório de hits que também pesca pérolas como “Pose”, do álbum “Gessinger, Licks e Maltz” (1992) e “Banco” (boa faixa do fraco “Minuano”, de 1997, cuja gancho da letra – “Deve haver alguma coisa que ainda te emocione” – trouxe de coda “(I Can’t Get No) Satisfaction”, dos Stones.

Os hits (dos Engenheiros), claro, estiveram quase todos presentes. De “Piano Bar” a “Pra Ser Sincero”, de “Toda Forma de Poder” a “Terra de Gigantes”, de “Somos Quem Podemos Ser” a “Refrão de Bolero”, de “Era um Garoto” a “Infinita Highway”, e mesmo com a dupla tentando desarranjar as canções, é quase certo que ao menos 1200 rondonienses acordaram completamente roucos e/ou sem voz neste sábado, e vão guardar essa noite do Casarão com carinho na memória. O festival segue neste sábado com shows de Wado, Transmissor e mais seis bandas ao ar livre (e gratuito) no Mercado Cultural.

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Fotos por Marcelo Costa (exceto foto 3, por Douglas Diógenes)

Leia também:
– Cobertura completa do Festival Casarão 2012, por Mac (aqui)
– Três perguntas para Vinicius Lemos, do Festival Casarão (aqui)
– Os destaques do Festival Casarão 2010, por Tiago Agostini (aqui)

setembro 8, 2012   No Comments

Debate: Rock Brasileiro, que barulho é esse?

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1986. O pessoal da revista Bizz decidiu colocar em uma mesma sala algumas cabeças pensantes do rock nacional para tentar entender mercado, influência, mídia e outras picuinhas. O debate reuniu Renato Russo (Legião), Herbert Vianna (Paralamas), Felipe Lemos (Capital), Gutje (Plebe), Paulo Ricardo (RPM), Charles Gavin (Titãs), Carlos Maltz (Engenheiros), João Gordo (Ratos), Skowa, Nasi (Ira!), Sandra Coutinho (Mercenarias), Thomas Pappon (Fellini) e Alex Antunes (Akira S).

O debate tomou oito páginas do miolo da revista Bizz de fevereiro de 1988 (e que tinha duas capas: uma com Marina Lima, para as bancas, e outra com Jesus and Mary Chain, para os assinantes) e Paulo Marchetti, autor do livro “A História do Rock de Brasília”, republicou todo o extenso material em seu blog, o Sete Doses de Cachaça, dividido em seis posts. Abaixo, os links diretos para cada um deles. Vale muito ler.

Debate Rock Nacional, Parte 1 (aqui)
Debate Rock Nacional, Parte 2 (aqui)
Debate Rock Nacional, Parte 3 (aqui)
Debate Rock Nacional, Parte 4 (aqui)
Debate Rock Nacional, Parte 5 (aqui)
Debate Rock Nacional, Parte 6 (aqui)

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agosto 30, 2011   No Comments

As grandes baladas dos anos 00

A Wonkavision fecha o ciclo de um single por mês lançando a baladaça “1/2 Amor”, disponível para download na Last Fm, Reverbnation e My Space. “1/2 Amor” fecha com chave de ouro a coleção que, gosto pessoal, trouxe as brilhantes “O Ímpar Perfeito” e “Superpoder”. Estas três faixas mais “O Fora”, “Write a Note”, “A Farso Que Eu Fracasso em Ser”, “Paranoia”, “Pumadidas”, “Not For Me”, “Tanto Faz”, “Rebobinar” e “Double Dealing” podem ser baixadas em algum dos três endereços acima. Divirta-se

*********

E falando em baladas, já que “1/2 Amor” é daquelas bem tradicionais, lentas e apaixonadas, somei todos os comentários sobre o post “As melhores baladas do rock nacional nos anos 00” e por enquanto está assim:

08 votos
Bide ou Balde, Mesmo Que Mude
LosHermanos, Sentimental

04 votos
Pública, Long Plays
Skank, Dois Rios

03 votos
Ludov, Kriptonita
Titãs, Epitáfio
Wado, Deserto De Sal

02 votos
Autoramas, A 300 KM
Beto, Só, O Tempo Contra Nós
Cachorro Grande, Que Loucura
Gram, Você Pode Ir Na Janela
Lestics, Luz do Outono
Mombojó, Adelaide
Paralamas do Sucesso, Seguir Estrelas
Skank , Balada Do Amor Inabalável
Superguidis , O banana
Terminal Guadalupe, De Turim a Acapulco
Vanguart, Enquanto Isso na Lanchonete
Violins, Gênio Incompreendido

01 votos
Acústicos & Valulados, Deus Quis
Adriana Calcanhoto, Sou Eu Assim Sem Você
Ana Carolina, Nada Pra Mim
Autoramas, Sonhador
Cachorro Grande, Sinceramente
Caetano Veloso, Não Me Arrependo-
Canastra, Volte Sempre
Canto dos Malditos na Terra do Nunca – Sinta Vontade de Ficar
Carolina Diz, Sobras
Cascadura , Mesmo eu Estando do Outro Lado
Cascadura , Queda Livre-
Cássia Eller, Relicário
Cerebro Eletrônico, Dê
Céu , 10 Contados
Columbia – Amanha
Cordel do Fogo Encantado – Na Veia
Curumin, Vem Menina
Ed Motta, Outono No Rio
Engenheiros do Hawaii, Dom Quixote
Fábio Góes , Surfista
Forgotten Boys, The Ballad of
Frejat, Amor Pra Recomeçar
Fresno, Cada Poça Dessa Rua Tem um Pouco De Minhas Lágrimas
Giancarlo Ruffato , Reza
Gianoukas Papoulas, Cinza
Ira – Eu Vou Tentar
Ivete Sangalo, Quando a Chuva Passar
Lô Borges, Quem Sabe Isso Quer Dizer Amor
Los Hermanos, De onde vem a calma
Los Hermanos, O velho e o moço.
Los Porongas, O escudo
Mallu Magalhaes – J1
Mallu Magalhães, Get To Denmark
Marcelo Camelo, Janta
Marcelo Nova, A Balada do Perdedor
Marisa Monte, Infinito Particular
Mombojó, Nem Parece
Mombojó, O mais vendido
Monno, 21 Dias
Mopho, Não Mande Flores
Nando Reis, Relicário
OAEOZ, Dizem
Paralaxe, Santo Antônio
Pato Fu, Canção Pra Você Viver Mais
Pato Fu, Agridoce
Pato Fu, Sorte E Azar
Pitty, Equalize
Pitty, Na Sua Estante
Planta e Raiz, De Você Só Quero Amor
Relespública, Nunca Mais
Relespublica, Essa Canção
Revelação, Talvez
Rodox, Quem Tem Coragem Não Finge
Sérgio Britto, Rachel
Seu Jorge, Tive Razão
Skank, Ali
Skank, Seus Passos
Terminal Guadalupe, 525 Linhas
Terminal Guadalupe, Como se fosse primavera
Tom Bloch, O Amor (zero sobrevivente)
Transmissor, 10 Segundos
Vanessa Da Matta, Boa Sorte
Vanguart, Last Time I Saw You’
Vanguart, Antes que eu me esqueça
Vanguart, Cachaça
Video Hits, VO (C)
Violins, Manicômio
Violins, Auto paparazzi
Wander Wildner, Eu Não Consigo Ser Alegre
Wander Wildner, Um Bom Motivo

fevereiro 2, 2009   No Comments

Alguém ainda ouve fitas cassete?

Nesta semana, após soltar um spam básico divulgando a publicação dos Melhores do Ano do Scream & Yell, uma amiga retornou o e-mail dizendo que tinha ido parar, através daquele spam, em uma coluna antiga minha na Revoluttion, que versava sobre fitas cassete e tinha o sugestivo título de “Qual música te define?“. Entre papos sobre fitas cassete e seleções de canções para pretês (isso é tão 02 Neurônio, né), lembrei que tenho sei lá quantas dezenas de fitas cassete em casa.~São duas maletinhas cheias delas, a maioria seleções de canções que eu fazia para eu mesmo ouvir, outro tanto de demos, e uma pequena parte de seleções feitas por amigos.

Muito tempo atrás, revirando essas fitas, tive a idéia tosca de sortear uma coleção do R.E.M. e mais algumas outras, e foi bem legal. Aí eu tava pensando se não deveria fazer o mesmo com essas, afinal, é muito melhor que elas sejam ouvidas do que ficarem guardadas eternamente em uma maletinha no quarto escuro. Mas então me pergunto: alguém ouve fitas hoje em dia? Não sei. Eu, até um ano atrás, de vez em quando pegava uma daquelas seleções e colocava pra ouvir, mas agora, na casa nova, meu Tape Deck nem está na sala, o que dificulta.

Dentre as dezenas de seleções que fiz tem algumas que considero especiais tipo a “Sobremesa” (a capa é uma torta de morango), que além de Nação Zumbi (a faixa título), tem R.E.M. (”So, Central Rain, I’m Sorry”), U2 (”Wake Up Dead Man”), Arnaldo Baptista (”Será Que Eu Vou Virar Bolor?”), Neil Young (”Changing Highways”), Engenheiros (”Sob o Tapete”) e Mundo Livre S/A (”Homero, o Junkie”), entre outras.  Tem que ter um gosto bem amplo para curtir uma seleção dessas. Já a “Golden Lights” (inspirada em uma canção dos Smiths) traz Blues Etílicos (”Terceiro Uisque”), Soul Asylum (”Somebody To Shove”), Herbert Vianna (”Lição de Astronômia”), Lou Reed (”Trade In”), Legião Urbana (”A Tempestade”) e Radiohead (”No Surprises”), entre outras. Só estas duas já servem de paralelo para as outras cento e tantas. Será que um dia vou ouvir isso? Será que alguém quer ouvir isso? Será que alguém ainda ouve fitas cassete?

janeiro 19, 2008   No Comments