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Posts from — outubro 2017

Cinco Sons no Cultura Livre

No quesito música ao vivo e bate papo musical, o Cultura Livre é hoje o melhor programa da TV brasileira. Muita pela curadoria, esperta e atenta, que vai atrás de nomes bacanas da nova música brasileira dando um espaço legal para eles manifestarem a sua música e opiniões, outro tanto pelo conhecimento da Roberta Martinelli, que comanda o programa com inteligência e bom humor. Por tudo isso, quando a produção do Cultura Livre me procurou para participar do quadro Cinco Sons, em que um convidado elenca cinco discos seguindo um cronograma do programa, me senti super honrado. O quadro, gravado aqui em casa, foi ao ar na terça-feira (24/10) e agora está disponível no Youtube. Assista abaixo às minhas escolhas (para você que acompanha esse blog cada vez mais abandonado, as escolhas talvez não sejam nenhum surpresa) e confira o canal do Cultura Livre no Youtube. Vale muito a pena!

outubro 27, 2017   No Comments

Dicas Scream & Yell: Nova Hollywood

Um box bacanudo com seis filmes da virada dos anos 60 para os anos 70 que simbolizam a derrocada da Era de Ouro de Hollywood, que foi atropelada por uma turma de novos cineastas dispostos a mudar os rumos do cinema norte-americano. Assista abaixo.

Mais Dicas Scream & Yell

outubro 26, 2017   No Comments

Shakespeare e eu

Comecei a rever “Hamlet” (1996), a maravilhosa epopeia do Kenneth Branagh com 4h20 de duração que é das minhas adaptações favoritas da obra de Shakespeare, e quando percebi me vi relembrando da primeira vez que li o Bardo e já estava mandando uma mensagem pruma das bibliotecas da minha vida via Facebook:

“Olá! Meu nome é Marcelo, moro em São Paulo desde 2000, mas cresci em Taubaté e durante muito tempo peguei livros emprestados ai da biblioteca (posso dizer orgulhosamente que ela ajudou a me definir – risos). Nessa época havia ai uma coleção do Shakespeare, vários volumes (entre 15 e 20), com capa azul. Eu gostaria de saber se vocês ainda tem essa coleção a disposição do leitor e se poderiam identificar editora e edição, pois eu sonho vez em quando com essa coleção, e gostaria de tê-la em casa 🙂 É uma edição comentada de várias peças do Shakespeare.”

Hoje cedo o pessoal da biblioteca me respondeu gentilmente acrescentando essas duas fotos da coleção que me encantou quase quatro décadas atrás e então descubro que tudo do que li de Shakespeare na primeira (e segunda) vez (no começo dos anos 80) foi de uma coleção de 36 volumes de… Portugal (uma coleção mui provavelmente doada por alguma boa alma) – tenho ainda comigo desde sempre dois volumes da Editora Abril com 4 tragédias e 4 comédias datado de 1981, mas a minha base foi essa coleção portuguesa.

A primeira vez que li essa coleção foi entre os 11 e 12 anos. Como é de se imaginar, muita coisa passou batido por mim, mas a paixão foi tanta que reli essa coleção completa durante a crise dos 17 (pré e durante o Serviço Militar Obrigatório).

A edição é datada de 1955 e é da Lello & Irmãos, uma editora do Porto (também livraria). Soube através de um amigo português no Facebook que “a Livraria Lello ainda existe no mesmo local e é a mais incrível livraria de Portugal e uma das mais lindas do mundo. Paragem obrigatória se um dia fores ao Porto”. Dica anotada! Adoro essa edição da Lello das obras de Shakespeare porque muitos dos textos vem com um apêndice informativo primoroso, que amplia demais o olhar sobre a obra.

Numa busca na web cai nesse texto do Fernando Simões Garcia e compartilho a salvação do autor neste trecho delicioso que analisa as traduções de Shakespeare para o português:

“Fernando Pessoa escreveu o seguinte sobre a edição da Lello & Irmãos:

‘Apenas folheei, e nem uma linha li, das traduções que o sr. dr. Domingos Ramos terá imortalmente que expiar. Porque não é com a competência de tradutor-de-inglês do sr. dr. Ramos que eu implico e esbarro. É com a sua competência para traduzir Shakespeare, visto que lhe cai em cima e o reduz a prosa’.

Muito mais sensível do que eu, Fernando Pessoa rejeitou pela capa os volumes que me salvariam — pela qualidade e pelo tamanho. Trinta e seis volumes. Apostei metade do meu salário neles. Foi uma aposta. Eu não sabia da qualidade do que eu comprava. A edição foi composta por cinco ou seis tradutores. Todos eles com seu estilo. Sem regras fixas, cada um foi moldando a peça traduzida à medida de si próprio.

António de Castilho, por exemplo, que traduziu o Fausto — e há quem o acuse de o ter feito sem saber alemão — compôs em verso próprio o seu A Midsummer Night’s Dream. Sem notas, sem ensaio introdutório. Castilho negligenciou tudo, menos a poesia. O resultado, que não é do meu gosto, pode agradar a quem tenha o espírito mais movimentado. Não deixa de ser curioso, no entanto, esse esforço — e essa disparidade de tradutores, de inclinações intelectuais. Em contraposição, o Dr. Ramos, o Dr. condenado pelo Pessoa, é certamente o tradutor mais judicioso que possa existir. Traduziu diversas peças, todas elas bem alimentadas de ensaios introdutórios e notas explicativas.

O exemplo mais elevado é a tradução de Júlio César: o Dr. Ramos seguiu, passo a passo à letra do Bardo, a narrativa de base que deu origem à peça: a vida de Júlio César de Plutarco. O leitor que tenha paciência de folhear o volume achará ali uma sobrevida, uma camada a mais da personalidade vibrante e do destino trágico de César. As notas são exaustivas, completas, pra latinista nenhum botar defeito. Outro tradutor: Henrique Braga. Traduziu, entre outras, Troilus e Créssida. Sua obsessão com os tradutores franceses — os mesmos de que Machado de Assis fez largo uso — é esclarecedora. Ele compara, estuda e até repara as traduções feitas para o francês. Às vezes chega a dizer que são péssimas traduções, as dos franceses. O homem é ousado.

Com exceção de 4 ou 5 das Comédias, li todo o Shakespeare pela edição da Lello & Irmãos. Não me arrependo. Mesmo hoje, lendo em inglês, volto a elas. A tradução é sempre precisa. Sempre clara. Feita numa época em que as pessoas sabiam escrever em língua portuguesa.

O traço mais elevado dessa edição é a pluralidade. Cada tradutor expandiu a sua própria personalidade e o seu próprio gosto — e o modo pelo qual o gôsto se desenvolve — carregando à ponta do lápis as suas expressões e preferências mais íntimas. Sem a uniformidade tão característica das edições de hoje, a sensação que tive foi a de estar lidando com gente real — gente que leu, estudou e amou a obra de William Shakespeare.”

Pessoas como eu. Talvez você. <3

Leia a integra da esplendorosa análise do Fernando Garcia aqui.

Ps 2023: Consegui finalmente comprar a coleçãio completa <3

outubro 25, 2017   No Comments

Sobre “Black Mirror”…

Como nunca escrevi nada sobre “Black Mirror” no site, e só fiz esse pequeno comentário no Facebook ano passado, decidi repostar ele aqui pra achar mais fácil quando precisar… hehe

Não sou muito de hypes (aliás, adoro ignora-los), mas terminamos “Narcos” no fim de semana (S02 <<<< S01) e a Liliane sugeriu vermos “Black Mirror”, que eu estava ignorando solenemente desde 2011 e não sabia patavina do que se tratava. Fui lá, baixei as duas primeiras temporadas, e planejei: 13 episódios? A gente mata fácil em cinco dias. Dai começamos no domingo e vimos os dois primeiros (numa votação ae, o primeiro é o quinto melhor entre os 13), duas baitas porradas. E então decidimos passar a ver um por dia, afinal, já que vamos ser esmurrados (com socos beeem inteligentes no cérebro), melhor aproveitar e curtir a surra. Hoje vimos o primeiro da segunda temporada (o quarto na contagem geral). Tá sendo delicioso apanhar…

outubro 24, 2017   No Comments

Dicas Scream & Yell: Manics 2

O Manic Street Preachers já havia sido tema de um programa no Scream & Yell (o de número 20: assista aqui), mas os 10 anos de “Send Away The Tigers”, festejados com uma edição pra lá de caprichada do disco, me fez relembrar um texto que eu escrevi na época do lançamento do álbum, e que eu leio no vídeo abaixo.

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outubro 21, 2017   No Comments

Dicas Scream & Yell: Noize Record Club

Conheça um clube bacana de vinil que já lançou, de maneira exclusiva, discos de Otto (“Certa Manhã Acordei de Sonhos Intranquilos”), Curumin (“Japan Pop Show”), Tulipa (“Dancê”), Apanhador Só (“Antes Que Tu Conte Outra”) e Liniker e Os Caramelows (“Remonta”) e “Os Afro-Sambas”, de Vinicius de Moraes e Baden Powell, entre outros: Noize Record Club é o tema do vídeo abaixo!

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outubro 19, 2017   No Comments

Scream & Yell Discos 29: Bruce

O tema deste programa é o imperdível box de 15 CDs “The Complete 1978 Radio Broadcasts”, de Bruce Springsteen & the E Street Band! De quebra, eu dou uma peneiradinha na carreira do Chefão até o período. Assista abaixo!

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outubro 17, 2017   No Comments

Dicas Scream & Yell: Especial The Who

Ainda empolgado pela passagem do The Who pelo Brasil (leia aqui sobre o show em São Paulo), listei alguns especiais que tenho aqui em casa sobre a banda! Assista abaixo!

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outubro 15, 2017   No Comments

Cinco fotos: a casa de Jorge e Zélia

A Casa do Rio Vermelho é como ficou conhecida a residência onde viveu o casal de escritores baianos Jorge Amado e Zélia Gattai, em Salvador, Bahia. Reaberta em 2014 como museu, a casa mantém a estrutura original com exibição de vídeos, fotografias, móveis e utensílios além de áudios que contam mais de 30 horas de histórias de Jorge e Zélia, incluindo o jardim onde estão depositados as cinzas dos dois escritores. É um passeio imperdível.

Visite: http://casadoriovermelho.com.br

Exu

Mulher

Sapos e Azulejos

Sala

Yoko Ono Lennon

Veja mais imagens no link “cinco fotos” (aqui)

outubro 12, 2017   No Comments

Dicas Scream & Yell: Woody Allen

Depois de rememorar as filmografias de Federico Fellini, Billy Wilder e François Truffaut (além dos 10 primeiros filmes de Jean-Luc Godard), achei que já estava na hora de me debruçar sobre a extensa obra de Woody Allen. Bem, não é algo tão fácil: eu achava que iria terminar pra estreia de “Café Society“, em 2016, e cá estou sem saber se finalizo tudo até a estreia de “Wonder Wheel” (2017). Um dos auxiliares nessa maratona de filmes sobre Woody é esse belíssimo catálogo da mostra que trouxe toda sua obra para o Brasil em 2009. Extenso, repleto de informações, ensaios, críticas e curiosidades, “A Elegância de Woody Allen” é um item bacana para fãs do cineasta, e toda vez que posto uma foto de algum filme que assisti (para a vindoura filmografia comentada) junto ao catálogo, alguém me pergunta: “Que livro é esse?”. Bem, eu falo um pouco mais sobre ele no vídeo abaixo (e você pode encontra-lo facilmente para comprar no site da Estante Virtual. Vale a pena).

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outubro 11, 2017   No Comments