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Posts from — fevereiro 2015

10 shows na Mostra Prata da Casa

Tudo o que bom, dura pouco, diz o ditado popular. A minha gestão como curador auxiliar do Sesc no projeto Prata da Casa se encerra com uma mostra de 10 (dos 27) shows, que passa a régua na edição 2014 do projeto. De 3 a 7 de março, às 21h, o Sesc Pompeia relembra alguns dos projetos mais emblemáticos apresentados no ano anterior. Em março, o evento une dez bandas em cinco dias seguidos de apresentações na unidade, com ingressos que custam entre R$6 e R$20.

Se não houve facilidade para fechar a lista dos 27 escolhidos durante o ano (cheguei a ter 80 possíveis nomes), escolher apenas 10 shows foi torturante. Gostei de todos os shows, uns mais, outros menos, mas cheguei a ter 14 nomes, que fui organizando seguindo critérios que buscavam usar esse balanço como um retrato real do que foi o ano dentro do Prata da Casa. Apesar da dor no coração dos shows que ficaram de fora, a lista representa bem a proposta do projeto, e me orgulho. Abaixo, o release oficial.

“27 artistas, 27 grandes shows, 27 provas de que a música brasileira vive um momento criativo que merece ser acompanhado bem de pertinho, de preferência na beira do palco, admirando jovens artistas que merecem a sua atenção”, afirma o editor do site de música Scream & Yell e curador do projeto em 2014. Marcelo passou por redações do Notícias Populares, Zip.Net, UOL, Terra e IG, além de colaborar com revistas específicas da área, como Billboard Brasil e Rolling Stone. Já como crítico musical, integra a APCA (Associação Paulista dos Críticos de Arte) na categoria Música Popular e participou da Academia do VMB (MTV), do júri do Prêmio Multishow e do Prêmio Bravo.

Criado em junho 1999, o projeto tem como objetivo introduzir novos artistas para a cena musical brasileira e também abrir espaço para apresentar seus trabalhos. Os espetáculos do Prata da Casa acontecem sempre às terças-feiras, às 21h. No palco da Choperia, o projeto revelou artistas como Vanessa da Mata, Céu e Vanguart. “Uma pequena amostra do alto nível de qualidade da música que vem ecoando pelos mais diversos cantos do país”, afirma o curador do Prata 2014.

03/03. Terça-feira, às 21h
Bruno Souto e Jonnata Doll e Os Garotos Solventes

Um compositor pernambucano e um grupo cearense prometem abalar as estruturas do Sesc Pompeia no primeiro dia da Mostra. Originário do grupo Volver, em 2013 Bruno Souto lançou seu álbum solo “Estado de Nuvem”, considerado um dos melhores do ano e que embalou o espetáculo na Choperia. Do Ceará, outra banda encantou o público em 2014: Jonnata Doll e Os Garotos Solventes. Com o rock’n’roll contagiante e um vocalista inspirado no lendário Iggy Pop, o conjunto volta aos palcos para trazer mais “protopunk” de Fortaleza.

04/03. Quarta-feira, às 21h
Jennifer Souza e Ian Ramil

Com uma mistura delicada de referências que deslizam entre Bossa Nova e Radiohead, Jennifer Souza e Ian Ramil apresentam o novo momento da música brasileira. Sensibilidade e lirismo traduzem ambos, e a noite abriga tanto o sotaque mineiro de Jennifer quanto o gaúcho de Ian. O público que já se emocionou durante o Prata da Casa 2014, pode acompanhar novamente o trabalho tocante dessas duas revelações da música na Mostra.

05/03. Quinta-feira, às 21h
Herod e Giallos

A terceira noite reúne o que teve de mais intenso em 2014: Herod e Giallos. Rock com direito a muita guitarra e berros estridentes é garantia com os dois grupos paulistanos.“¡CONTRA!”, álbum de estreia do Giallos, trouxe uma homenagem aos Replicantes e ao MC5 com canções recheadas de blues punk. A Herod, para o seu show no Sesc Pompeia, apostou em um terceiro guitarrista que incrementou na interpretação de “Limbo”, música que fez o público tremer no ano passado.

06/03. Quinta-feira, às 21h
The Baggios e Coutto Orchestra

Duas bandas de Sergipe com dois momentos simbólicos no Prata 2014. O The Baggios promoveu uma integração ímpar com a plateia quando o guitarrista Júlio Andrade improvisou umriff e o conjunto se deparou com o público cantando na sequência. Essa batalha aconteceu em meio ao duo de guitarra e bateria embalando um blues rock do sertão. Já durante a apresentação da Coutto Orchestra, o músico Aragão, da banda NaurÊa, foi chamado ao palco pelo grupo para uma versão de “Dorival Caymmi”, do repertório do músico convidado. Arrepiante é a palavra que melhor representa a noite de sexta-feira da Mostra.

07/03. Sábado, às 21h
RAPadura e Mexidinho

A agitação no sábado conta com o samba-blues de Mexidinho e a fusão de estilos de RAPadura. De Recife, Mexidinho trouxe no Prata 2014 um momento de descontração com o público, ao criar três rodas de ciranda para balançar os espectadores com as canções do compositor. O cearense RAPadura também conquistou a plateia com junção de Luiz Gonzaga e rap, com um dos shows mais celebrados do projeto.

Mais sobre o Prata da Casa

fevereiro 27, 2015   No Comments

Cure for Pain: The Mark Sandman Story

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“Cure for Pain: The Mark Sandman Story” é um documentário de 2011 que examina a vida e a obra de Mark Sandman, o intenso líder da banda Morphine. Ben Harper, Queens of Stone Age, John Medeski estão entre os convidados do filme. Assista na integra e legendado abaixo.

fevereiro 26, 2015   No Comments

Documentário: Sobre Amigos e Canções

Documentário que conta a história do movimento musical mineiro Clube da Esquina, produzido como trabalho final do curso de Jornalismo da PUC-SP. O filme superou expectativas e foi exibido na TV Cultura e em diversos festivais e mostras. As diretoras Bel Mercês e Leticia Gimenez entrevistaram e acompanharam, durante todo um ano, músicos como Milton Nascimento, Lô Borges, Beto Guedes, Wagner Tiso, Toninho Horta e outros. Além das histórias contadas pelos protagonistas do movimento, o documentário é recheado com um material de pesquisa rico em imagens históricas.

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fevereiro 23, 2015   No Comments

Histórias de viagem: Raconteurs em 2008

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Fotos por Marcelo Costa

Minha primeira viagem para a Europa foi em 2008, e para acalmar o desejo guardado por tantos anos preparei um roteiro absurdo de 40 dias de viagem passando por nada menos que seis países sempre atrás de shows e festivais. Na época dividi o roteiro de modo direto: eu iria enlouquecer em festivais nos primeiros 20 dias e puxar o freio nos 20 dias seguintes. E o Festival Internacional de Benicàssim foi exatamente o ponto de mudança no roteiro.

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Em três semanas de viagem eu encarava o terceiro festival seguido: comecei no excelente Rock Werchter, na Bélgica (que eu voltaria dois anos depois), parti na segunda semana para a Escócia para pegar o mastodôntico T In The Park (parando em Berlim pra ver Radiohead), que me cansou tanto que cheguei a dormir coisa de duas horas entre um show e outro numa tenda e, dali, partir para a Espanha e para o Benicàssim.

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Para não esquecer: descendo a escada do avião em Girona vindo de Glasgow, a escocesa atrás de mim abriu um sorriso e mandou um sonoro “I Love You, Spain” para comemorar o maravilhoso sol que nos recebia. E foi debaixo de um sol de deserto que cheguei ao festival para pegar minha pulseira, beber como água um copo de um litro de Heineken, e começar a procurar pelos amigos hospedados no vilarejo (fiquei na cidade vizinha, Castelon, que também me abrigou quando voltei ao festival alguns anos depois).

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Depois de troca-los por Grinderman, na Bélgica, e por The Pogues, na Escócia, finalmente me vi frente a frente com o Raconteurs, e foi um daqueles shows de lavar a alma, mas só em alguns momentos. Jack White conseguiu montar uma banda de garagem com todos os clichês do gênero (para o bem e para o mal), e isso fez com o show alternasse muito o clima, com longos improvisos e jams que validam o momento, e que vez em quando desembocavam em momentos matadores, como a versão de “Steady, As She Goes” do vídeo.

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Na época escrevi: “Nenhuma música surge tal qual foi gravada em álbum. Eles recriam tudo, e em várias passagens se superam, mas não é “o” show. São apenas quatro bons músicos declarando paixão e devoção pelo barulho. “Many Shades of Black”, com Brendan Benson comandando, foi um dos grandes momentos, mas muita coisa boa do primeiro disco foi preterida em favor de faixas medianas do segundo”. Bem, hoje amaria ver esse show novamente (com todas as músicas do segundo disco)… Uma baita lembrança boa.

Leia também:
Histórias de viagem: D’akujem (aqui)
Histórias de viagem: Um hotel em Paris e Cherry Coke (aqui)
Histórias de viagem: Resumão de ideias confusas da viagem 2008 (aqui)

fevereiro 21, 2015   No Comments

Ida. Ou Agata Trzebuchowska, 23 anos

“Não fiz nenhuma audição para o papel. Eu estava em uma cafeteria em Varsóvia, e uma diretora, amiga do Pawel (diretor de “Ida”), me viu e fez uma foto. Pawel me ligou depois, conversamos e ele pediu para que eu fizesse um teste de tela. As coisas começaram assim. Eu estava um pouco com medo, não vou negar. Pawel me pediu que eu fosse natural. Ele sabia que não estava trabalhando com uma atriz profissional e tinha noção das consequências disso. Não estou segura de seguir a carreira de atriz. As vezes acho que esse mundo não é pra mim. Tive que parar meus estudos por um tempo. Faço especialização em Antropologia Cultural na Faculdade de Ciências Humanas de Varsóvia”.

Leia a entrevista do jornal argentino La Nacion na integra aqui

fevereiro 18, 2015   No Comments

Um documentário sobre Nick Drake

“A Skin Too Few” foi produzido em 2007 para integrar a reedição do box “Fruit Tree”, lançado pela primeira vez em 1979 e reunindo os três oficiais de Nick Drake: “Five Leaves Left” (1969), “Bryter Layter” (1970) e “Pink Moon” (1972). Quando foi reeditado em CD, em 1986, foi acrescentado um CD com raridades, “Time of No Reply”, com quatro outtakes das sessões de “Five Leaves Left”, quatro gravações demo caseiras, um take diferente de “Thoughts of Mary Jane” e as últimas quatro canções gravadas pelo bardo. Esse CD (que pode ser ouvido na integra abaixo) foi retirado da reedição do box em 2007 para dar lugar ao DVD com o documentário “A Skin Too Few”, que conta um pouco da vida de Nick, morto aos 26 anos em 1974. Participam familiares, amigos e o produtor Joe Boyd. Com o tempo, outros álbuns de raridades, com material diferenciado, foram lançados no mercado, destacando-se “Family Tree”, de 2007, e o quíntuplo “Tuck Box”, de 2013, que contém “Family Tree”, os três álbuns oficiais de Nick mais um quinto CD de raridades, “Made to Love Magic” (2004) com 10 das 14 canções de “Time of No Reply” (além de outras três inéditas). Renato Russo gravou “Clothes of Sand”, presente em “Time of No Reply”, em seu primeiro disco solo, “The Stonewall Celebration Concert” (1994)

fevereiro 12, 2015   No Comments

Dez links

– Entrevista: o professor e filósofo Peter Pál Pelbart (aqui)
– Monja Coen conversa com Criolo (aqui)
– Iñárritu fala sobre Keaton, Tim Burton e “Birdman” (aqui)
– Despedida: Buena Vista Social Club em maio no Brasil (aqui)
– Entrevista: o jornalista musical Dean Goodman (aqui)
– Riqueza de 80 pessoas soma a de 3.600 bilhões de pessoas (aqui)
– RIP F.C. (aqui)
– Arthur Dapieve: um pub de blues e jazz em Estocolmo (aqui)
– O sonho andino de Gaudí (aqui)
– Diário Ilustrado da Paternidade (aqui)

fevereiro 2, 2015   No Comments