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Última semana de Ai Weiwei no MIS-SP

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Consegui conferir na penúltima semana de exibição a mostra “Ai Weiwei – Interlacing”, que reúne fotos e vídeos do chinês Ai Weiwei, arquiteto, artista conceitual, escultor, fotógrafo, blogueiro, tuiteiro e crítico social que, atualmente, vive sob vigilância do governo chinês. A exposição aberta em fevereiro no MIS-SP se encerra no próximo dia 14/04, e vale muito conferir o trabalho do cara. Os ingressos custam R$ 6 (inteira) e R$ 3 (meia).

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Com curadoria do suiço Urs Stahel, que em entrevista a Livia Deodato, da Veja São Paulo, definiu Ai Weiwei como “um artista que luta pela liberdade de expressão.. A mostra é dividida em onze grupos: Paisagens Provisórias, Aeroporto de Pequim, Terminal 3, Ninho de Pássaro, Estudo de Perspectiva, Retratos de Contos de Fadas, Terremoto, Estúdio de Xangai, Fotos de Celular, Fotos de Blog, Fotos de Nova York e Fotos de Pequim.

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Gostei muito da série Estudo de Perspectiva, em que Weiwei aponta o dedo médio para diversos cânones mundiais, gesto que pode soar infantil em primeiro plano, mas que ganha profundidade em um universo de pessoas cada vez mais interessadas em dizer que viu algo, sem parar para pensar e entender o objeto em questão. Como se dissesse: “Estive no Louvre. Check. Vi a Monalisa. Check. Vi a Torre Eiffel. Check”. Dedo médio, check.

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A série de fotos que registra as pessoas que participaram da instalação “1001 Chineses em Kassel”, na Alemanha, para o Documenta 12, em 2007, também são muito interessantes (Ai fotografou cada uma das pessoas em frente aos órgãos de imigração, após cada uma delas pedir ao governo liberação para sair do país). “Em cinco anos, o público e a crítica vão olhar novamente para a arte dele e ter provavelmente outra percepção”, diz Urs Stahel.

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“Ai Weiwei – Interlacing” não é obrigatória apenas para observar as relações de um governo com um cidadão comum, artista e crítico, mas também para aprofundar o olhar sobre uma nação importante e repleta de singularidades. Neste ponto, as obras de Ai Weiwei em seu período nova-iorquino soam menores perante a força de ações como a instalação feita com mochilas de crianças mortas em uma escola que desabou durante o terremoto de Sichuan, em 2008.

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Em 2011, Ai Weiwei foi preso pelas autoridades chinesas quando embarcava para Hong Kong. Poucas horas após sua detenção, seu estúdio em Pequim foi invadido por mais de 40 policiais. Dezenas de itens foram confiscados e funcionários foram interrogados. Ele passou três meses detido num local secreto e atualmente vive sob vigilância. A exposição “Ai Weiwei – Interlacing” estará aberta até 14 de abril no MIS, Avenida Europa, 158, São Paulo, podendo ser visitada de terças a sextas, das 12 às 21h; sábados, domingos e feriados, das 11 às 20h.

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