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Azarar na W3

Nem gosto dessa música. No disco de estreia do Little Quail, as minhas preferidas sempre foram “Essa Menina”, “Aquela”, “Família Que Briga Unida Permanece Unida” e a cover de “Samba do Arnesto”, mas assim que pisei em Brasília e vi a placa, a música não desgrudou o fim de semana inteiro: “agora é minha vez, vou te azarar na W3?. No final do domingo, porém, eu fazia uma versão pessoal na cabeça: “agora é minha vez, asa sul, bloco 203 308?. Bobagens.

Brasília mexe com você. Conheci poucas cidades na vida que me intimidassem tanto. Lili e Palandi, nosso excelente guia em terras candangas, toda hora perguntavam: “E ai, gostou da cidade?”. E eu saia com uma evasiva. Para Lili é fácil se apaixonar por Brasília. No domingo comentei que se o sonho de todo jornalista era ter sua própria revista, o sonho de todo arquiteto era planejar uma cidade inteirinha, do zero, como Brasília. Já o Pala, bem, ele nasceu em Brasília, mesmo sem ter nascido lá.

Pareceu-me tudo germânico demais (e Berlim me intimidou também): o eixão enorme como uma “autobahn”, aquelas longas avenidas, a ponte JK, as superquadras, as casas iguais em um emblemático conceito socialista. Tudo lindo demais, mas também certinho demais. E preciso confessar que tenho medo das coisas que tentam ser certinhas demais. Mesmo assim, por mais que eu tente relutar, não há como não se apaixonar por essa cidade de concreto e obras de arte disfarçadas de prédios.

A Catedral (foto acima) é linda. O novo Museu é impressionante. O eixo monumental é realmente monumental. Entramos no Congresso Nacional e, de quebra, pegamos uma visita guiada que nos levou a Câmara e ao Senado (pela TV parece tão grande, mas é um espaço tão pequeno). Palandi, com uma paciência enorme e uma paixão pela cidade maior ainda, nos levou de lá pra cá, daqui pra lá, mostrando superquadras, os palácios, situando as curiosidades.

No final do domingo, depois de um belo almoço no Xique Xique (restaurante de comida nordestina que nos abasteceu de uma ótima carne de sol com feijão de corda, arroz, farofa de carne, mandioca cozida que quase derretia na boca, cachaça e chopp escuro), caminhamos até a 308 da Asa Sul, e confesso que fiquei balançado pelo lugar. Para Lili, ali na 308 seria um lugar perfeito para criar os filhos. Ainda tenho as minhas dúvidas, Brasília me intimida, mas cheguei a visualizar a Júlia correndo pelo parquinho… quem sabe.

Ps. Fizemos quase todos os passeios de dia, e posso estar errado, mas Brasília e seus monumentos devem ser conhecidos à noite. Fica para a próxima.

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