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Nashville Pussy no Inferno

“A melhor banda do mundo não é o Rolling Stones… nem o Led Zeppelin… poderia ser o AC/DC… na real, a melhor banda do mundo, aqui e agora, é o Nashville Pussy”, esbravejou o barbudo (e careca) vocalista Blaine Cartwright. Já havia passado das duas da manhã no Inferno, o estoque de cerveja do bar tinha sido consumido com voracidade pela grande maioria dos presentes, e o Nashville Pussy estava fazendo um dos melhores shows do mundo naquele lugar, naquele momento. Blaine tinha razão.

Eu abracei uma garrafinha de água e me lembrei de um trecho do livro “Barulho”, de André Barcinski, em que ele falava do show do Mudhoney com o Nirvana no Paramount, o maior ginásio de Seattle, após a banda de Kurt Cobain virar mega. Lá pelo meio do texto ele escreve algo tipo: “Amigos pulando do ombro de outros amigos. Cerveja pro alto. Valia a pena estar sóbrio só para observar a cena”. Foi mais ou menos isso. Ruyter Suys, esposa de Blaine e excelente guitarrista, fazia gargarejo com uísque e cerveja, e dava um banho de álcool no público. Copos de cerveja eram arremessados de volta ao palco e molhavam os músicos. Uma bagana de cigarro que fosse e tudo aquilo iria em chamas. Rock.

O baterista Jeremy Thompson parece o menos insano da trupe. Parece. Na rodada de Jack Daniels (solenemente ignorada pela bela baixista Katielynn Campbell) no gargalo que rodou o palco, Jeremy bateu Ruyter na poderosa golada. Katielynn foi ao microfone e pediu “caperinha, caperoska”. Dois copos chegaram para a baixista, e não duraram cinco músicas. Tudo isso é extra-show, você deve estar pensando, já que o que interessa é a música, certo. Bem, mais ou menos. Ao vivo tudo muda de figura, e o ingrediente punch de palco pesa pra caralho. Não dava para esperar menos de uma banda que faz 200 shows por ano…

O repertório foi dividido entre todos os álbuns do quarteto destacando as faixas redentoras do álbum “High As Hell”, representado pela faixa título e pelas esporrentas “Rock’n’Roll Outlaw”, “Piece Of Ass”, “Struttin’ Cock” e a matadora “She’s Got The Drugs”, sem contar as covers do Turbonegro e do AC/DC. O vocalista Blaine terminou o show sem camisa. Ruyter também, mas ela estava “protegida” por um sutiã de couro. Na volta para o bis, veio carregada no colo por um segurança. E terminou entornando uma garrafa de cerveja e solando como se fosse Angus Young. Um show para lavar a alma de cerveja, ou se preferir, de Jack Daniels.

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