CALMANTES COM CHAMPAGNE
Imitação Tosca de Um Blog - Página Principal 
Marcelo Costa

31/01/2006 - 11h56
Assim como fez com Cidade de Deus, que concorreu em quatro categorias ao Oscar dois anos após ser lançado, a Academia de Artes Cinematográficas dos EUA lança luz sobre o sensacional Crash - No Limite, que entra na disputa como azarão e deve surpreender bastante. Crash ocupa o lugar de filmes que vinham sendo apontados como nomes certos na lista final da Academia, como Match Point e Johnny & June. Por mais que Brokeback Mountain seja o virtual vencedor, a indicação de Crash deve balançar a votação tanto em melhor filme quanto em direção. Capote é outro filme que merece atenção. E Woody Allen, preterito nas categorias melhor filme e melhor diretor, recebe a 14ª indicação de sua carreira na categoria Melhor Roteiro Original.

A crítica internacional é quase unânime quando tem de escolher uma palavra para definir o senhor: gênio. O título lhe agrada?
Woody Allen: Isso é engraçado. Gênio, no show-business, no cinema e no teatro é uma palavra banalizada, que é aplicada com mais freqüência do que deveria. Mas, quando se sabe que Leonardo Da Vinci foi um gênio, Beethoven foi um gênio, Shakespeare também, então a idéia de que você possa ser um acaba parecendo tola. Eu sou, no máximo, alguém que tem um talento. E que trabalha duro. Se eu sou um gênio, então Rembrandt é o quê?

Confira a integra da entrevista que Woody Allen concedeu ao jornal O Globo. Aqui.

Já estão no ar as minhas resenhas sobre Match Point e Johnny & June, dois filmes que deverão estar na lista de concorrentes ao Oscar nesta terça-feira. Durante o dia publico o texto sobre Boa Noite & Boa Sorte. E até quarta entra no ar a resenha do excelente Brokeback Mountain, que assisti na segunda-feira. No caminho, textos para Orgulho & Preconceito e também Syriana. As resenhas vão entrar na página Arquivo de Textos, e serão destacadas na véspera de suas estréias na capa do site, ok.

Você tem Speedy em casa? Sim? Então, quer concorrer a mil ingressos para os shows do U2 em São Paulo? Vai lá, se cadastra e aguarda: http://www.speedyu2.com.br

30/01/2006 - 07h59
Era uma vez uma madrugada

São quatro horas da manhã e o sono me abandonou. Levanto da cama, olho no espelho, não sei quem sou. Cortei o cabelo, fiz a barba, arranquei o coração. Meus braços descascam a mais de três semanas. Troco de pele como se estivesse trocando de alma. Em comemoração, bebo uma vodka. Ela me acompanha até a Consolação. Procuro um ângulo melhor para observar o nascer do sol. Levanto um brinde enquanto penso em Dostoievsky. E sorrio. Nada mudou. Uma menina perdida na madrugada ri de alguma coisa tolamente engraçada. Um fantasma sem casa para assombrar atravessa sem vontade a rua Augusta. O dia ainda nem nasceu e já é música. O desamor me convida para uma dança. Eu vou. Danço tão mal que nem metade da valsa se passa e já estou novamente sorrindo sozinho na calçada. Até o desamor me abandona, mas acena para mim quando pega outra pessoa. Parece loucura e eu nem bebi cinco perguntas sem respostas. Carros passam e pressinto que posso voar. Mas não sou anjo, não tenho asas, não sei dançar. É sangue, sorvete de morango ou vinho na minha camisa? É amor, desejo ou vício o que me inferniza? Lavo as mãos com o que restou da minha bebida. Calculo quantas passadas vão me devolver à minha cama. Penso em quantos segundos me separam do fim do mundo. Gostaria de ser romântico antes que as estrelas caíssem. É tudo amor e é tudo tão tolice. Ela sorri como se ele mentisse. Ele disfarça a verdade contando uma piada sobre contos de fadas que nunca se realizam. A brincadeira termina. O sol brilha na Avenida Ipiringa. Deixo para trás um rastro de melancolia embebida em vodka. O buraco do coração arrancado do peito causa um vazio. Não sinto mais nada quando chego em casa. Nem dor, nem saudade, nem vontade, nem desejo. Ok, ok. Estou mentindo. Penso no colo da minha mãe. Cafuné, silêncio, lágrimas e suco de beterraba. Você sabe quando acaba? Eu preciso de uma placa, um aviso, um relógio despertando com uma música de Vinicius. Ou Nick Cave. Ou do seu beijo. Não era para ter escrito isso. Nada sei sobre eu e você, mas talvez possa escrever um livro. Shakespeare adoraria desenvolver o tema. Billy Wilder faria uma versão para o cinema. E eu jogaria tudo no lixo. Há um lado no amor que não é divertido. Há muita luz no meu quarto quando me deito. Sinto o seu cheiro como se você estivesse ao meu lado. Estou bêbado, mas ainda consigo tirar meus sapatos. Durmo e logo sonho. Quero acordar com sua voz, com seu hálito, com seu sorriso. Sei que vou ficar alguns séculos dormindo. Talvez seja melhor do que sonhar acordado. Sei lá que horas são e não me importo. Nada têm muita importância além do amor quando se ama. Ele dorme. Ela acorda. Era uma vez uma madrugada.

28/01/2006 - 09h52
Não estou de ressaca, mas é incrível o que meia dose de tequila faz por você. Não que a bebida seja a culpa de tudo. Nunca é. Você apenas se apóia nela para fazer as coisas certas, nas horas erradas. E existem coisas que, inevitavelmente, precisam ser feitas. Existem erros que precisam ser cometidos. Só para relativizar, coloco abaixo um trecho de uma troca de e-mails que me explica bastante. Não o caos interessante que foi a noite passada cheia de sinais. Mas uma centena de coisas que passaram pela minha cabeça depois que coloquei a cabeça no travesseiro.

Ela diz: in love again, darling? tu sofre de paixonite crônica, melhor mandar examinar esse seu músculo cardíaco... risos.

Ele diz: paixonite crônica??????? ei, nos últimos quatro anos eu só me apaixonei três vezes! e uma destas foi dona exclusiva deste músculo cardíaco por quase três anos! paixonite crônica... humpft...

Vou me esconder em cinemas e em temporadas de Friends neste fim de semana. Quando voltar, conversamos sobre filmes, e músicas e banalidades domésticas. Das coisas que eu não entendo vou dar um tempo. Pra você e pra mim mesmo.

Nick Cave canta na linda Breathless: "Still, the fire of love is true". Eu sei, meu caro.

Nada de bebidas por uns bons dias.

27/01/2006 - 14h35
Uma piada: uma mãe está assistindo a uma luta de boxe do filho. Ele está sendo massacrado pelo adversário, e então ela percebe que há um padre ao lado:
- Padre, você pode pedir para Deus ajudar o meu filho?
- Pedir eu posso, diz o padre. - Mas se seu filho não bater não vai adiantar nada.

Essa piada pode ser ouvida ao menos em dois filmes de Woody Allen, mas ganha novo significado com Match Point, novo filme do diretor norte-americano. Em Match Point, Woody Allen defende que não adianta você ser fudidamente bom em algo se você não tiver... um, dois, três: sorte. Match Point é o filme menos Woody Allen do diretor em anos e anos. E é também o melhor filme do homem desde Tiros na Broadway, de 1994, colocando no chinelo obras recentes como Melinda e Trapaceiros. A rigor, sai Nova York e entra Londres. Sai o jazz e entra a ópera. Sai a comédia de costumes e entra um drama de suspense. Saem os longos diálogos que se atropelam. O próprio Woody Allen sai da tela, deixando o brilho para a ótima (e nervosa) atuação de Jonathan Rhys-Meyers. Porém, continua a fixação do diretor por filósofos (Sófocles é o escolhido da vez), romances proibidos e nada de finais felizes. Woody Allen precisou deixar de ser Woody Allen para voltar a fazer cinema clássico. Assista!

Ahhhh, a Scarlett Johansson me deixou sem respiração.

Acho que cheguei à idade de se admirar uma ópera. Ou então estava tão melancólico durante ao filme que toda vez que começava uma ópera eu quase ia às lágrimas.

Mudando de assunto: O Scream tem alguns sites parceiros. Já há bastante tempo que o Cinefília divide textos de cinema conosco. E que eles republicam textos meus lá. Hoje, por exemplo, o destaque do site é a minha opinião sobre Munique. Mas sempre existem textos do staff do Cinefília por aqui. Gosto dessa parceria porque a turma do Cinefilia costuma aprofundar mais nas análises, e é bom estar entre tanta gente boa. Já o caso do Speculum é mais abragente. O Speculum é um dos melhores sites do país, e estende seus textos além do óbvio de cultura pop que exploramos aqui, abarcando fotografia, artes e filosofia. Também dividimos pautas, trocando textos e opiniões. A capa do S&Y, por exemplo, exibe Danilo Corci dissertando sobre Edward Bunker. Nesta semana também estou na capa do Speculum, com o Munique. Além destes dois sites parceiros, cujos links vão vir no final deste post, textos do Scream podem ser encontrados na versão impressa da revista Pipoca Moderna, claro, editados. Enquanto aqui gastamos entre 5 mil e 8 mil toques para analisarmos um filme, lá reduzimos tudo isso a no máximo 3 mil. Quer saber? Vários textos meus ficaram melhor na publicação do que aqui no site. E este blá blá blá todo era só para falar que alguns textos do site vão ser republicados no caderno semanal Plug, do jornal Gazeta de Limeira. O esquema é o mesmo de sempre: via de mão dupla. Quando o editor Marcos Paulino tiver algo bacana que interesse ao público do S&Y, ele nos passa. E quando ele encontrar algo interessante aqui que talvez interesse ao público da Gazeta, ele pega. A parceria foi iniciada na semana retrasada com a publicação da excelente entrevista que o André Azenha fez com a cantora Fernanda Takai, do Pato Fu. E terá sequência neste sábado, quando o Marcos publicará no Plug um resumão dos Melhores do Ano do Scream & Yell. O caminho para se conhecer estes quatro ótimos veículos de cultura segue abaixo. Divirta-se.

Cinefília - http://www.canalcinefilia.com.br
Speculum - http://www.speculum.art.br
Gazeta de Limeira - Plug - http://www.gazetadelimeira.com.br/lazermais/plug.php
Pipoca Moderna - http://www.pipocamoderna.com.br

Downloads: sites que semprem abrigam novidades que logo logo a NME, a Folha de S. Paulo, a Bizz e o S&Y (risos) vão estar falando para você ir atrás. Desta forma, que tal eliminar os atravessadores e ir direto à fonte: as gravadoras. O primeiro:

A sessão de MP3 da Secretly Canadian traz canções para download gratuito de gente como Antony & The Johnsons, Jens Lekman e The Earlies. Eles estão sempre colocando coisas novas ali: http://www.secretlycanadian.com/mp3.php

Quem ai precisa de uma tequila?

26/01/2006 - 22h42
Tudo bem por ai? Por aqui... tudo indo... mas tudo bem.

Nesta sexta estréia Munique, o novo filme de Steven Spilberg, em grande circuito. Mais do que um filme, Munique é uma obra perfeita para se analisar a mídia em geral, e o cinema em particular. Em (poucas) entrevistas (a distribuidora aconselhou o diretor a falar pouco com a imprensa), Spielberg lamenta as críticas negativas ao filme, e dispara: jornalistas estão "usando a crítica para fazer censura política". Na minha humilde opinião, o senhor Spielberg manipula a verdade em Munique, mas nem eu, nem nenhum jornalista é dono da verdade. Nem Spielberg. O filme chega aos cinemas nesta sexta. Assista. Depois confira a entrevista que o diretor concedeu ao jornal britânico The Sunday Times (aqui). Aproveita e leia a minha resenha. E, através dos dois pontos de vista (o do diretor e o de um jornalista), crie o seu.

Estou discutindo muito com as minhas metas...

Para esta quinta, Supercordas no Milo. Queria aproveitar para comentar duas coisas que faltaram na minha lista de melhores de 2005. O Supercordas como capa do ano (a capa do excelente EP Satelites no Bar é primorosa) e o Crippe Crow do Devendra entre os melhores discos. Bem, Supercordas ainda toca nesta sexta na Funhouse.

Estou bêbado... e nem saí pra balada ainda (Cá, isso não vale! risos)

25/01/2006 - 17h02
Me apaixonei. Ops, desrespeitei a meta 4. Ok, vou me desapaixonar. Mas não quero...

Música do dia: a apropriada You Can't Hurry Love, do Concretes. E tem essa também, sensacional, o sertanejo moderno: Eu vou te deletar do meu orkut. Ouça!

Estava relendo posts antigos e percebi que já tinha me rendido ao Killers tempos atrás. Agora é caso de vício. A edição japonesa de Hot Fuss, que traz faixas bônus e um DVD de clipes, não pára de rodar aqui. E na pista, Killers é... matador. risos.

Filme do dia: revi com amigos A Festa Nunca Termina. Filmaço. Adoro este texto.

São Paulo 40 graus. Conheci o Museu do Imigrante e um bar pra lá de bacana chamado Vilarejo, cheio de carros antigos, na Mooca. Descubra ele. Aqui perto de casa, atrás da Praça Roosevelt, a dica é o Papo, Pinga e Petisco, barzinho familiar, barato, de cerveja de garrafa e um ótimo lanche de carne desfiada. Ah, e tem um sebo de vinis no fundo (risos). Tô me apaixonando por essa cidade novamente...

Afrodite, vamos tomar um café qualquer dia desses? Estou precisando de aulas, sabe. Essa coisa de amor me deixa sem respirar. E eu preciso respirar, entende. :***

24/01/2006 - 00h14
Dez metas para o próximo minuto e fevereiro:

01) Arranjar um emprego fixo
02) Economizar, economizar, economizar
03) Me desapaixonar
04) Não me apaixonar até agosto
05) Ver o Franz Ferdinand no RJ
06) Terminar de ler o Dylan e a Carmen
07) Escrever sobre Aldous Huxley
08) Ler John Fante
09) Assistir três filmes do Bergman
10) Ver as cinco mulheres da minha vida

Se eu conseguir a 1, a 3 e a 4, fechou. As outras são fáceis. Coração faz a razão de gato e sapato aqui em casa. Ele tá precisando de férias, tipo, ser jogado pela janela.

Meus três episódios favoritos de Friends nas três primeiras temporadas:
01) Aquele em Que Mônica e Richard são amigos - 3ª Temporada
Por causa do Joey e dos livros no refrigerador
02) Aquele depois do Superbown - 2ª Temporada
Esse é quase inteiro sensacional, e tem a Julia Roberts...
03) Aquele da Ultrasonografia no Final - 1ª Temporada
Por causa do papo sobre beijo e sexo (comentei em posts anteriores)

Estou indo para o final da 3ª temporada, mas um que estará entre os melhores na minha lista definitiva, quando um dia eu ter visto todas as temporadas, será aquele da "Lei de Ross" sobre ficar com irmãs, ex, atuais ou futuras namoradas de amigos.

Uma amiga estava lendo meu texto sobre o X&Y, do Coldplay, e comentou a teoria das bandas coxinhas, que está linkada na resenha sobre o disco da banda de Chris Martin. Fazia tempo que eu não lia... e me diverti. De vez em quando eu acerto. :)~ Então, aproveitando, vou destacar os textos que eu mais gostei de ter escrito:

Resenha do álbum X&Y, do Coldplay - 13/06/2005
A Teoria das Bandas Coxinhas - 31/08/2002
Planeta Terra ... "2+2=5", Radiohead - 13/06/2003
Matrix Reloaded - 15/05/2003
The Clash - Discografia Comentada - 19/08/2003
Bob Dylan, Martin Scorcese e a História Universal - 20/02/2003
Must I Paint You A Picture?, de Billy Bragg - 10/08/2004
Kill Bill Volume 2 - 26/09/2002
Magnólia - 2000
Brincando de Seduzir - sem data

23/01/2006 - 11h54
Calor. Bom dia!

Descobri o nome de um dos episódios top five do Friends aqui em casa: é "aquele em que Mônica e Richard são amigos". É nesse que a Rachel vai pegar gelo na casa dos meninos e descobre que Joey coloca o livro O Iluminado no congelador, de tanto medo. E isso contando que ele já leu O Iluminado várias vezes. Rachel desafia Joey e eles trocam livros. Ele lê Adoráveis Mulheres enquanto ela lê O Iluminado. No entanto, assim que Beth começa a ficar doente em Adoráveis Mulheres, Joey fica com medo que ela morra, e a cena dos dois colocando o livro no congelador é uma das minhas preferidas em toda a série. Neste momento, Ross e Rachel estão dando um tempo... e ele vai dormir com a menina de piercing da copiadora, ah, vai....

Em uma conversa de boteco no fim de semana descobri o que tanto me incomodou em Munique, novo filme de Spilberg: é um filme pró-Bush, que através do discurso de que violência gera violência, justifica a política de guerra do presidente dos EUA. Fico com uma frase do Devendra Banhart: "It's simple: we don't wanna kill".

22/01/2006 - 16h03

Logo, logo, prédios vão derreter nessa cidade. São Paulo ferve. Ontem eu tomei uns três banhos durante o dia, com termômetros marcando 33 graus em alguns pontos do centro. Bebi umas quinze cervejas. E conheci um boteco novo, bacana. Foi o sábado. Tirei o domingo pra bancar a Maria. Putz, a capacidade que a poeira tem de se juntar é algo extremamente assustador. Até lavei roupas... garoto prendado. Homem morando sozinho... bah. Agora, cerveja, PJ Harvey e já já show do Wonkavision.

Filme do dia: Orgulho e Preconceito. A Keira Knightley têm o nariz mais lindo do cinema mundial na atualidade. E o sorriso "não sorriso" mais fofo do planeta (ela deve ter aprendido com a Katie Holmes). No entanto, Orgulho e Preconceito é beeeeem mediano. Porém, são as coisas ruins que trazem mais aprendizado do que as boas. Aprendemos mais com a dor do que com o sorriso. Desta forma, um texto bacana do João Pereira Coutinho define à perfeição a escritora Jane Austen, o filme/livro Orgulho e Preconceito, e a corriqueira queda por problemas sentimentais que andam desabando sobre muitos de nós, defendendo que "primeiras impressões todos temos e perdemos. Mas o amor só é verdadeiro quando acontece à segunda vista":

Jane Austen acertou. Duplamente. Como literatura e como aviso. O amor não sobrevive aos ritmos da nossa modernidade. O amor exige tempo e conhecimento. Exige, no fundo, o tempo e o conhecimento que a vida moderna de hoje não permite e, mais, não tolera: se podemos satisfazer todas as nossas necessidades materiais com uma ida ao shopping do bairro, exigimos dos outros igual eficácia. Leia mais.

Para fechar, boas vindas à Laura. Ela nasceu nessa madrugada no Rio de Janeiro.
Flá e Olivier, ela é linda. Vejo vocês três em fevereiro.

21/01/2006 - 17h27
Passadinha rápida para deixar um sorriso. Ontem eu estava de péssimo humor, e nada como tirar um peso dos ombros para que tudo pareça mais leve. Sorrisos e sorrisos. Isso não quer dizer que hoje eu gostaria de Munique. Ainda acho o filme ruim. :) Agora, dia de sol em SP, Friends em DVD, pessoas queridas durante o dia e sorrisos.

20/01/2006 - 15h19
O corpo está quebrado, humor péssimo, e a vontade é de passar meses deitado no colo da minha mãe. E não tem nada a ver com a ressaca violenta de ontem...

Bem, filme do dia: Munique, de Steven Spilberg. A crítica norte-americana se dividiu sobre o contéudo, mas todos concordaram que 164 minutos é exagero de duração. Alguns críticos escreveram que Spilberg humanizou os terroristas, e um em especial dissertou que é possível sentir "simpatia por estes homens". Discordo. Munique é exagerado, sem foco, sem corte, sem ideologia. Spilberg exibe aquilo que todo mundo sabe: que violência gera violência. Humanizar os terroristas? Oras, precisava? Eles são marcianos? Spilberg envelheceu e esqueceu como se faz cinema. Uma droga.

Como dei uma folga a vocês da minha melancolia ontem, não pude dizer que reassisti a dois filmes que amo: As Pontes de Madison, que surge em texto especial na próxima semana, e Harry & Sally. Estou quebrado. Vou dormir um pouco. Me acorda?

18/01/2006 - 11h54
Idéias malucas por aqui. Logo quando eu tiver mais confiança, eu conto para você, tá. Apesar de estar com medo, assumo que é algo legal. Eu espero. Dedos cruzados.

Do capítulo "o bom filho a casa retorna", estreou ontem no estreante site da ótima revista Rock Press a minha coluna sobre cinema. Escrevi na Rock Press impressa por uns bons dois anos deixando lá textos especiais como alguns da cobertura do Rock in Rio III e a longa entrevista com Ian McCulloch, do Echo & The Bunnymen. Na versão online, estréio a coluna L'Âge D'or, cujo nome é uma homenagem dupla para Renato Russo e Buñuel. Uma das poucas músicas do álbum V da Legião Urbana que não tocou em rádio é L'Âge D'or, um poderoso rock setentista que diz, entre outras coisas: "já tentei muitas coisas de heroina a Jesus: tudo que já fiz foi por vaidade" e que "o maior segredo é não haver mistério algum". L'Âge D'or também é o nome de um filme de Buñuel, de 1930, traduzido por aqui ao pé da letra, A Idade do Ouro, e que segundo a minha querida sócia, "reúne tudo aquilo que não pode". O filme desfila violência gratuita, olhos sangrando, um casal se agarrando na lama em meio a uma multidão e muito mais coisas que fizeram com que A Idade do Ouro fosse proíbido em diversos países. Como nome de coluna, L'Âge D'or se aproxima bastante de Calmantes com Champagne, que antes de virar este blog tosco, era uma coluna aqui no S&Y (leia aqui). A idéia básica dos nomes é fazer tudo o que não pode mesmo, escrever de tal modo que as pessoas até achem que seja um suícidio, pois desnudar a alma, defender opiniões próprias e ir contra a corrente é quase um suícidio num mundo que abaixa a cabeça e aceita como regra o que está pré-estabelecido. Para abrir o espaço lá, nada melhor do que falar de amor numa revista de rock. Alonguei um pouco mais a discussão sobre 2046. Confere a primeira L'Âge D'or.

No mais, filme do dia: A Mexicana. Revi em DVD no fim da madrugada e é um tremendo filme despretensioso, com duas estrelas de Hollywood (Julia Roberts e Brad Pitt), mas que conta com uma história surreal e bastante divertida (e um pouco chupada de Jogos, Trapaças e Dois Canos Fumegantes). E melhor: as cenas deletadas que surgem nos extras do DVD são divertidissimas. Texto antigo...

Pra fechar, não páro de ouvir Devendra Banhart. Vou escrever sobre ele.

E sobre o Strokes também, claro... hehehe

Abaixo, os 50 discos de 2005 pelo Scream & Yell:

01) You Could Have It So Much Better, Franz Ferdinand (Trama)
02) CSS - Cansei de Ser Sexy (Trama)
03) Cidadão Instigado e o Método Túfo de Experiências - Cidadão Instigado (Slag)
04) Toda Cura Para Todo Mal, Pato Fu (Sony)
05) Futura, Nação Zumbi (Trama)
06) Canções Dentro da Noite Escura, Lobão (Tratore)
07) Howl, Black Rebel Motorcycle Club (Red Ink)
08) Grandes Infiéis, Violins (Monstro Discos)
09) Guero, Beck (Universal)
10) Chaos and Creation in the Backyard, Paul McCartney (EMI)
11) In Your Honor, Foo Fighters (Sony & BMG)
12) LCD Soundsystem, LCD Soundsystem (EMI)
13) Clap Your Hands Say Yeah, Clap Your Hands Say Yeay
14) Don't Believe The Truth, Oasis (Sony)
15) 4, Los Hermanos (Sony & BMG)
16) Pista Livre, Cachorro Grande (Deck Disc)
17) Get Behind Me Satan, White Stripes (Sum Records)
18) Playback, Walverdes (Mondo 77)
19) Silent Arm, Bloc Party (Warner)
20) I am a Bird Now, Antony and the Johnsons (Secretly Canadian)
21) O Exercício das Pequenas Coisas, Ludov (Deck Disc)
22) Mezmerize, System Of A Down (Sony)
23) Luisa Mandou um Beijo, Luisa Mandou um Beijo (Midsummer Madness)
24) Demon Days, Gorillaz (EMI)
25) Arular, M.I.A. (Sum Records)
26) Multiply, Jamie Lidell (Warp)
27) Employment, Kaiser Chiefs (Universal)
28) Lullabies to Paralyze, Queens on The Stone Age (Universal)
29) The Magic Numbers, The Magic Numbers (EMI)
30) Frances The Mute, Mars Volta (Universal)
31) Jet-Samba, Marcus Valle (Universal)
32) Out of Exile, Audioslave (Universal)
33) Extraordinary Machine, Fiona Apple (Sony)
34) Takk, Sigur Rós (Geffen)
35) Live At Carnegie Hall, Thelonious Monk e John Coltrane (EMI)
36) Rubinho e Força Bruta, Rubinho Jacobina (Nikita)
37) Cripple Crow, Devendra Banhart (Xl / Beggars Us Ada)
38) Tudo que Eu Quero Dizer Tem que Ser no Ouvido, Cadão Volpato (Tratore)
39) Z, My Morning Jacket (Ato Records)
40) Piratão, Quinto Andar (Tratore)
41) Devils & Dust, Bruce Springsteen (Sony)
42) Max de Castro, Max de Castro (Trama)
43) Late Registration, Kanye West (Universal)
44) Stand By The Dance, Forgoten Boys (ST2)
45) Make Believe, Weezer (Universal)
46) Vc Vai Perder o Chão, Terminal Guadalupe (Independente)
47) Road to Rouen, Supergrass (Capitol)
48) Misantropicalia, Satanique Samba Trio (Amplitude)
49) Apologies to the Queen Mary, Wolf Parade (Subpop)
50) Baladas do Asfalto & Outros Blues, Zeca Baleiro (Universal)

TOP SEVEN SCREAM & YELL 2005

17/01/2006 - 16h00
Apesar das mancadas do Rubens Ewald Filho, que resumiu Johnny & June a um filme de country, os três Globos de Ouro que os jornalistas estrangeiros concederam ao filme o colocam na corrida pelo Oscar. Johnny & June foi premiado como Melhor Filme Comédia/Musical, Melhor Ator Comédia/Musical(Joaquin Phoenix) e Melhor Atriz Comédia/Musical (Reese Witherspoon). Não acho que seja um filme para tanta badalação assim no Oscar. Boa Noite e Boa Sorte é muito mais filme que Johnny & June, mas reduzir a vida de Johnny Cash e seu romance com June Carter a um filme de country foi uma tremenda bola fora do Rubens Ewald Filho, sustentado pela idéia de que ninguém no Brasil conhece Johnny Cash. E eu pergunto: Sr. Rubens Ewald Filho, achas que alguém nesse país conhecia Ray Charles antes do filme?

Bem, filme do dia: Boa Noite e Boa Sorte, de George Clooney. O filme estréia no Brasil no dia 03 de fevereiro, e é excelente. Porém, é em preto e branco, bastante discursivo, muito político e o galã George Clooney é coadjuvante. Para quem gosta, é um prato cheio, mas é um filme muito "artístico" para Hollywood. Como eu e você sabemos que Hollywood não entende bulhufas de cinema, Boa Noite e Boa Sorte se transforma desde já em um dos filmes do ano. Conta a história real do jornalista Edward R. Murrow (David Strathairn), que tinha um programa em rede nacional na CBS nos anos 50 e, com verve potente, decidiu enfrentar o temível senador Joseph McCarthy, no período que entrou para a história mundial como "caça às bruxas". Liderado por McCarthy, uma lista negra que incluia jornalistas, roteiristas de cinema, militares e pessoas comuns, foi interrogada abusivamente a respeito de relações simpáticas com comunistas. Clooney filma com seriedade e o resultado é um pequeno líbelo pela liberdade de imprensa e de expressão. Um pequeno grande filme.

John era John Hammond, o grande caçador de talentos e descobridor de artistas monumentais, que lançou personalidades da história da música - Billie Holiday, Teddy Wilson, Charlie Christian, Cab Calloway, Benny Goodman, Count Basie, Lionel Hampton. Artistas que criaram a música que ressoa através da vida americana. Ele trouxe tudo isso a público. Hammond tinha até conduzido a última sessão de gravação de Bessie Smith. Era legendário, aristocracia americana pura. Sua mãe era uma Vanderbilt legítima, e John fora criado na alta-roda, no conforto e na comodidade - mas não se sentia satisfeito e então seguiu sua paixão, a música, em especial o ritmo vibrante do hot jazz, spirituals e blues, os quais apoiou e defendeu com a própria vida. Ninguém podia barrar seu caminho, e ele não tinha tempo a perder. Mal pude acreditar que eu estava mesmo acordado quando sentei em seu escritório; ser contratado por ele para a Columbia Records era inacreditável. Parecia um delírio.

A Columbia era um dos primeiros e principais selos do país, e, para mim, até mesmo cruzar pela porta era coisa séria. Para começar, música folk era considerada uma porcaria, coisa de segunda, e era lançada apenas por selos pequenos. Gravadoras grandonas eram estritamente para a elite, para música higienizada e pasteurizada. Alguém como eu jamais seria admitido, exceto em circunstâncias extraordinárias. Mas John era um homem extraordinário. Ele não fazia discos para colegiais nem gravava artistas colegiais. Era um homem de visão e previsão, tinha me visto e ouvido, captado meus pensamentos e levado fé nas coisas que estavam por vir. Explicou que me via como alguém na linha de uma longa tradição, a tradição do blues, jazz e folk, e não como alguma maravilha modernosa inovadora. Não que houvesse qualquer coisa inovadora acontecendo. As coisas estavam bem apáticas na cena musical americana no final dos 50 e começo dos 60. As rádios populares estavam em uma espécie de imobilidade, recheadas de entretenimento vazio. Isso foi nos anos anteriores àqueles em que os Beatles, The Who ou os Rolling Stones sopraram vida nova e excitação para dentro do rádio. O que eu tocava na época eram canções de folk com letras fortes e atrevidas, guarnecidas com fogo e enxofre, e você não precisa de pesquisas de opinião para saber que elas não combi navam com nada das rádios, que não se prestavam ao lance comercial, mas John me disse que essas coisas não estavam entre as suas prioridades e que compreendia todas as implicações do que eu fazia.

"Compreendo a sinceridade", foi o que ele disse. John falou com uma atitude ríspida e grossa; entretanto, havia um vislumbre de apreciação no olhar dele.

Quem narra esse trecho acima é nada mais nada menos que o senhor Bob Dylan. Comecei a ler o Crônicas - Volume 1 ontem. Na verdade, desisti de carregar a Carmen Miranda pra lá e pra cá. Estou dormindo com ela e me divertindo muito com a prosa do seu Ruy Castro. Para andar preferi um livro mais leve, esse do Dylan, crônicas escritas de próprio punho. Esse trecho é da crônica que abre o livro, e destaquei ele por exemplificar que até um mito como Dylan já foi uma pessoa comum (algo óbvio, mas que muita gente esquece) e também pela linda frase de John Hammond no final: "Compreendo a sinceridade". Um cara que eu queria ter conhecido.

Para finalizar, adaptando Fernanda Young:
"Todas as mulheres são loucas ou só aquelas por quem eu me apaixono?"

:)~

16/01/2006 - 13h23
Pela primeira vez em cinco anos o Scream & Yell caiu devido a muitos acessos simultâneos. Para quem não sabe, o trâfego gerado pelo acesso simultâneo à mesma página no mesmo momento sobrecarrega o servidor. Se o provedor não der conta, o site sai do ar por alguns minutos. No caso do Scream & Yell, a publicação das mais de 100 páginas sobre os Melhores de 2005 causou uma grande navegação dentro do site, que acabou sobrecarregando e derrubando o servidor. Na hora em que você estiver lendo isso aqui o site já estará no ar novamente. Tô só contando vantagem...

:)~

No ano que vem, duas novas categorias entram no especial de Melhores de Ano: DVD (pedido do xará Orozco) e Blogs (pedido do querido amigo Inagaki). Mais trabalho...

Alguém já armou um abaixo-assinado para que o Franz Ferdinand - que venceu o Top Seven S&Y com Melhor Disco, Músicas e Capa - faça mais shows no Brasil? Cadê?

O Jumbo Elektro coloca seu excelente álbum de estréia inteirinho para download no site oficial da banda: pega o Freak To Meet You e saia cantando por ai!

Decidi que vou fazer o possível para ver ao menos um filme por dia de agora em diante, ok. O de hoje, por exemplo, foi Apenas Um Beijo, de Ken Loach, que - apesar do título fofinho - pega pesado no 'racismo religioso' que faz de tudo para que uma professora irlandesa não fique ao lado de um DJ paquistânes. Ken Loach filma com leveza, e apenas a edição deixa a desejar na segunda metade, acelerando passagens que mereciam serem melhores exploradas. Tematicamente, o grande filme sobre o assunto nos últimos anos ainda é Casamento Arranjado, mas Apenas Um Beijo merece destaque por valorizar o amor em detrimento da família e da religião. Quebrar regras é essencial para o crescimento humano. Principalmente porque se você não as quebra-la, seus filhos as vão quebrar. É assim que funciona. Grandes amores não caem do céu nos braços dos sonhadores. Viva e faça valer a pena.

Fechei minhas mãos com tanta força que senti minhas próprias unhas cravarem na palma das mãos. Fiz o que pude - a gente sempre acha que fez o que pôde - mas não houve jeito: ela escorregou por entre os dedos. Uma pena. Teria sido divertido.

Se você estiver logo atrás de mim na fila para conversar com o cara lá em cima, aconselho você a sair para beber um longo café e conhecer as beldades do paraiso enquanto eu tiro algumas 'pequenas dúvidas' sobre amor e romance. Minha conversa com o cara irá demorar umas três eternidades. Ele vai ter muito o que me explicar.

14/01/2006 - 21h40
A grande maioria dos prédios da orla de Santos é torta mesmo, tipo a Torre de Pisa, ou eu bebi caipirinha de abacaxi demais sob um sol de 30 graus? Tô todo vermelho...

Johnny & June estréia no Brasil no dia 10 de fevereiro...

Na sexta, em Santos, ainda teve show de Marcelo Nova. A banda atual do ex-Camisa de Vênus não ajuda muito e conseguiu estragar canções sensacionais como Quando Eu Morri, Balada do Perdedor, Só o Fim e Eu Vi o Futuro. Recomendo o álbum O Galope do Tempo, que Marceleza acabou de lançar. Já no show ele ficou devendo...

13/01/2006 - 14h52
O amor. Eu havia prometido que iria dar um descanso do assunto a você, caro leitor, mas dois e-mails que chegaram me fizeram reavaliar a questão. Quando termino o texto sobre o soberbo 2046 dizendo que não existe segredo nenhum no amor, que "quem ama, sofre", é preciso que se diga que esse é apenas um dos lados da moeda. Conversando com uma amiga querida ontem (aliás, recomendo a balada rock do Vegas às quintas), fui questionado se, citando o Brilho Eterno de Uma Mente Sem Lembranças, eu apagaria as lembranças de alguma pessoa na minha vida. E a resposta é não. Tudo é aprendizado, e mesmo aqueles que me trairam (foram poucos, mas eles estão por ai) me trouxeram algo para aprender. No amor, então, nem se fala. Para cada fim de relacionamento quase trágico existe, ao menos, uns sessenta dias inesquecíveis, de coração querendo pular para fora do peito, de vontade de ligar para a pessoa amada o tempo todo, de vontade de dormir abraçado e acordar olhando o rosto dela. Eu não apagaria ninguém, nunca. E amaria do mesmo jeito que amei. Ok, eu iria tentar não errar tanto (risos). Tudo isso reforça a teoria de que o amor sempre vai nos fazer sofrer, mas não existe melhor coisa do que estar apaixonado. De que olhar a pessoa que te deixa sem ar dançando. De ver como ela mexe no cabelo, como ela reage ao gosto forte da bebida, como ela ri, como ela conta suas histórias. De falar no telefone por horas e horas e horas. De ficar teclando o F5 na espera de uma nova mensagem. O amor vai te fazer sofrer, mas algo que Kar-Wai não diz em 2046 é que por mais que o sofrimento seja a regra, a exceção é que você pode encontrar a pessoa certa, no momento certo. É raro, mas se acontecer, não deixe que ela escorregue por entre seus dedos. Se não acontecer, você será feliz por alguns meses e depois... terá lembranças que não devem ser apagadas. Pois, como exemplificou Charlie Kaufman, existem coisas que podem ser apagadas do cérebro, mas nunca vão ser apagadas da alma. Ame, vale a pena.

Falando em amor... e rock and roll... acabo de assistir a sessão para imprensa de Johnny & June, que conta a história de Johnny Cash, e seu romance com June Carter. No meio da sessão eu já queria chorar. Consegui prender as lágrimas na sala de exibição, no ônibus, e na entrada do apartamento. Agora, que escrevo, elas caem. Johnny & June é arrebatador. Baseado na autobiografia de Cash, o filme conta a história do homem que ficou conhecido como "Man in Black", cuja voz era mais forte que um trem e suas canções cortavam mais que navalhas. Imagina um filme em que o personagem que dirige o carro é Johnny Cash e, no banco ao lado, está Jerry Lee Lewis. Ainda "participam" da história Elvis Presley, Roy Orbinson, Sam Phillips, Carl Perkins e outros. Joaquin Phoenix e Reese Witherspoon estão ótimos nos papéis principais e concorrem ao Globo de Ouro na categoria Melhor Ator/Atriz Musical/Comédia. Johnny & June também concorre como Melhor Filme. Porém, além do rock, das anfetaminas e das canções, Johnny & June é uma história de amor exemplar. Cash foi o terceiro marido de June, que resistiu muito a se casar com o cantor. Quando aceitou o pedido, a cena é linda, June também aceitou um homem que havia renascido para ela. E que morreu por ela. Após 35 anos de casados, June veio a falecer em 15 de maio de 2003. Cash a seguia quatro meses depois. Tudo que eu falei sobre amor no parágrafo anterior se ampara neste filme. Para ir se preparando, recomendo audições do clássico Johnny Cash at Folsom Prison, álbum de Johnny Cash gravado ao vivo na prisão estadual de segurança máxima da Califórnia.

Já enxuguei meu rosto. Está tudo bem. Ame. E não se preocupe com o resto.

12/01/2006 - 17h49
Caro André Alvarez, pago um café pra você me explicar o que bulhufas acontece aqui e ali em A Passagem? Acho que gostei, mas ainda estou em dúvida. Muitas... risos.

E como a Naomi Watts está linda...

Tudo o que eu tinha para falar sobre amor eu falei no texto que escrevi sobre 2046. Então vou dar uma folga para vocês e falar de coisas mais interessantes... como o meu sofá laranja. Como era o nome daquele livro de receitas quebra-galho que tinha um monte de macetes para coisas domésticas? Então, tô precisando saber como tirar a mancha do meu sofá. Ele é tão... tão... tão... laranja, mas tem umas manchinhas estranhas aqui e ali... não me recrimina. Homens morando sozinhos sujam o sofá...

Falando em textos novos, uma avalanche de textos bacanas na capa do site. Tem a querida Dulce Quental em um linda coluna feminista, o amigo Carlos Eduardo Lima entrando em um taxi com 34 anos e saindo dele com 15, Pedro Damian narrando a emoção de ouvir mais um álbum clássico do Teenage Fanclub, e Ricardo Manini transformando o álbum de Dean Wareham com Britta Phillips (ambos do Luna) em objeto de desejo. Tem muito mais pela frente.

Musicalmente, Arctic Monkeys está divertindo o ambiente, mas está soando apagado pela descoberta tardia do Polyphonic Spree. O novo do Devendra Banhart também chegou arrebatando coração e alma por aqui. E olha que eu consegui gostar do Anthony & The Johnsons. O tal Clap Your Hands And Say Yeah ainda não me pegou e o novo do Strokes é mediano. Ah, Strokes é veterano, sorry. :)~

U2 com Franz Ferdinand por 200 pilas? Me vê cinco ingressos, please (sic). Ei, alguém poderia montar um abaixo-assinado para mandarmos para a gravadora Trama pedindo shows extras do Franz Ferdinand no País. Eu acho que rola...

Bem, pra fechar, downloads: a segunda versão do disco manifesto Help pode ser baixado na integra em arquivo zip num link do Baby Bordeline. No disco, inéditas de Radiohead, Coldplay, Kaiser Chiefs tocando I Heard It Through The Grapevine e novidades de Maximo Park, Go Team!, Magic Numbers, Elbow, BabyShambes e mais, muito mais. Vinte e duas músicas. O download é pesado, então você clica nele, vai dormir e deixa baixando. Aqui. O Baby Bordeline ainda disponibiliza os discos do Mogwai, Dandy Warhols, The Go-Betweens e Engineers, entre outros. Link direto.

11/01/2046 - 00h00
O horário acima é uma homenagem a Wong Kar Wai. Vamos brincar de desaparecer?

Ok, ok, uma frase: "É preciso aprender a desistir". Pouco antes disso, uma outra frase dizia que só que não aceita um "não" consegue tudo aquilo que quer. Antagonismos? Não. As duas frases e outras belíssimas estão muito bem ambientadas na trama de cores e fotografia esplendorosa de 2046. O amor. Só se desiste após tentar muito.

E é preciso aprender a desistir.

10/01/2006 - 02h44
Dias estranhíssimos por aqui. Cruza os dedos por mim. Boas vibrações são sempre benvindas, ok. Enquanto isso, decidi que o especial Melhores do Ano entra na próxima segunda. Muita coisa para se fazer ao mesmo tempo agora. Eu ia tentar ver o 2046 nesta segunda, não rolou. Vou tentar ver na terça. No entanto, dobradinha de Linklater, Delpy e Hawke aqui em casa: já assisti Antes do Amanhecer e encaro, agora, Antes do Pôr-do-Sol. Fui reler o texto que escrevi sobre o segundo e gostei...

Eu já disse que geralmente não gosto do que escrevo? Então, não gosto.

Não quero soar injusto: Carne Trêmula inteiro é foda. Não são só os dez minutos iniciais. Porém, os dez minutos iniciais brigam forte pelo posto de "melhores dez minutos iniciais da história do cinema". No entanto, Fale com Ela ganha por um tiquinho de diferença na minha paixão pelo cinema de Pedro Almòdovar. E Tudo Sobre Minha Mãe está por ali, cabeça a cabeça, entende. Os três são filmes sensacionais.

Por enquanto é só, tem mais coisas, mas estou me resguardando. Sorrisos.

08/01/2006 - 17h02
Bem rápido: os dez primeiros minutos de Carne Trêmula não são um dos dez minutos mais lindos, líricos e poéticos do cinema em todos os tempos? Bendito Almòdovar.

08/01/2006 - 13h40
Muita, mas muita cerveja, e nenhum sinal de ressaca. Balada, rock em alto volume, cerveja Sol. :) Olha, o especial Melhores do Ano não entra na segunda, pelo jeito. Muuuuitas páginas para diagramar, mas o resultado está bem legal. Máximo terça, prometo. Gostei muito de Old Boy, e mais ainda de Marcas da Violência. E o Buñuel me agradou, e não sei, mas estou surpreso com isso. Vou precisar ler um pouco sobre os dois filmes, e rever, mas valeu muito ter visto. Vamos combinar o seguinte, já que a minha órbita pessoal anda estranha nos últimos dias. Você vai no Baby Bordeline, baixa o EP Walking With A Ghost + 4 Live Tracks (aqui) do White Stripes (a faixa título é matadora), pega o Strokes que apareceu de novo lá (aqui) e baixa o Arcade Fire Live at First Avenue club, Minneapolis, com direito a cover de David Bowie, e arte de capa e contracapa (aqui). Mais: Horses, o clássico da Patti Smith. (aqui) Depois que você tiver baixado tudo, a gente conversa, se você quiser. :)~

Por que complicamos tanto as coisas simples da vida?

05/01/2006 - 15h12
Bem, a votação de Melhores de 2005 está chegando ao final. Os últimos votos devem chegar entre hoje e amanhã. Para não doer a minha consciência, decidi correr atrás de três filmes que estão sendo bem citados nas listas: Old Boy (peguei na locadora), Marcas da Violência (peguei no camelô) e 2046, que estréia nesta sexta no País. O amigo Bruno Saito deu capa para 2046 no caderno Ilustrada desta quinta-feira (leia). 2046 - Os Segredos do Amor é um filme do diretor Wong Kar-wai, responsável pelo irretocável Amor à Flor da Pele. Bruno escreveu: Para Wong Kar-wai, o amor é uma ilusão de ótica. Em filmes como "2046 - Os Segredos do Amor", que estréia amanhã, o cineasta constrói labirintos onde os amantes se perdem e não mais se encontram. É um mundo habitado por seres solitários, casais famintos pela consumação do desejo, mas que sempre são frustrados pelos descaminhos do acaso. O filme já pintou em algumas listas de Melhores do Ano. O próprio Bruno Saito o incluiu em sua lista, assim como os jornalistas Lúcio Ribeiro e Thiago Ney. Vejo amanhã e opino.

Tomei coragem e aluguei também um "2 em 1" do Buñuel: L'age D'or (A Idade do Ouro) e Un Chein Andalou (Um Cão Andaluz). Está aqui ao lado e até o fim de semana preciso ver para devolver. Estou com medo, mas eu precisava fazer isso um dia.

Risos - Lembre-se: eu sou pop...

04/01/2006 - 19h37
Comentário rápido: 75 votos já chegaram para o Melhores do Ano do S&Y. E tem como acreditar que quatro, isso mesmo, QUATRO discos estão empatados em primeiro lugar na categoria Disco Nacional de 2005? Todos com 14 votos. Na categoria Show Internacional, a diferença do primeiro lugar para o segundo é de apenas 1 voto. Em 2004, o Teenage bateu o Pixies por um voto, 19 a 18, como melhor show. Neste ano já está 22 a 21. E o terceiro lugar tem 18 votos. Dois livros brigam cabeça a cabeça pelo primeiro lugar e o filme do ano parece que já está definido, abrindo três votos dos demais. Ainda devem chegar uns 15 votos nesta quinta e sexta.

03/01/2006 - 01h31
Acabei de ver The Producers. Só mesmo o Mel Brooks para me fazer sair feliz de um musical. Vou escrever sobre ele nesta terça. Aliás, rola uma boa atualização nesta terça. Entrevista com Fernanda Takai, Rock Raro, Edward Bunker, The Producers. Se conseguir, ainda atualizo as resenhas novas e escrevo sobre o Flores Partidas. E coloco na capa o "Clube do DVD Scream & Yell", que já falei no fim de dezembro. A Livia e o Mauricio vão começar. Quem mais quer ver Amor À Queima Roupa e Cronicamente Inviável? Ah, é todo o País, viu. A idéia é fazer estes dois DVDs rodarem capitais. Estou com sono. Vou tirar uma soneca e volto já...

02/01/2006 - 13h27
Estou com um friozinho fudido na barriga. E nem estou apaixonado. Ok, ok. Estou parcialmente apaixonado, mas quando acontecer de eu não estar apaixonado, pára o mundo que alguma coisa está muito errada. No entanto, não é paixão o que me abala no momento. É o recomeço das coisas. Ainda não sei o quero fazer da vida, mas preciso fazer algo. Trabalhar é um bom começo. Em 2005, publicamos mais de 300 textos no S&Y, o que dá uma média de um texto a cada vinte e nove horas, mais ou menos. Quero tentar manter o mesmo ritmo este ano, mas fazendo algo que permita manter o site, pagar a cerveja e as baladas. Metas, metas, metas.

Tem um punhado de filmes que preciso ver no cinema. Ando meio caseiro, sabe. Ontem revi Igual a Tudo na Vida, do Woody Allen. Meu deus, como o Allen conseguiu transformar a Christina Ricci em um escândalo sensual. Não que ela já não fosse, mas toda vez que ela aparece na tela transpira excitação. No entanto, o filme é beeeeeeeeem mediano. Para compensar, nada como um clássico para nos mostrar o caminho das pedras: A Felicidade Não Se Compra, de Frank Capra. Perfeito para começar o ano com a esperança batendo no lado esquerdo do peito.

Coisas: Wander Wildner em dose dupla nas lojas. O bardo punk brega lança uma coletânea pessoal e um trabalho em CD/DVD com o Replicantes. A coletânea Bebendo Vinho é bem boa, e traz uma faixa inédita, Fora da Lei, que pode ser baixada no site oficial do cantor (aqui). Já Go Ahead, do Replicantes, mistura clássicos e canções do repertório do combo gaúcho que estavam inéditas na voz de Wander.

Os cariocas do Lasciva Lula estréiam site novo. E aproveita e baixa algumas canções de uma das bandas mais queridas deste que vos escreve. Confere.
Dicas: Häagen Dazs, Canção de Amor, Casal de Velhos, Pop Song e Mimo.

Eu já devo ter comentado aqui, mas dois discos que estiveram entre os melhores de 2004 no Scream & Yell estão disponíveis para download na integra:
Nadadenovo, Mombojó
Paraquedas de Coração, Wander Wildner

Para fechar, a amiga Crib Tanaka também coletou os melhores do ano para um site que colabora. Mais uma oportunidade para eu falar de Violins, Marcelo Nova, Franz Ferdinand e Black Rebel Motorcycle Club. Leia aqui.

01/01/2006 - 14h11
Então, tudo bem por ai? Por aqui, balada boa, discotecagem boa, um ano novo cheio de rojões e fogos deixando o céu de São Paulo colorido ao lado de amigos queridos e nada de ressaca. Bem, ordem no caos. Vou começar pela sexta...

Os curitibanos do Faichecleres enfileiraram mini-hits na Funhouse na sexta-feira (Aninha Sem Tesão, A Melhor Amiga, Ela Só Quer Me Ter, Metida Demais), tocaram músicas novas e exibiram a excelência de Tuba com as baquetas, o grande baterista do rock nacional em 2005. Ainda acho que falta peso nas guitarras no som da banda. É tudo muito Jovem Guarda, e a Jovem Guarda era beeeem legal, nos anos 60. Mesmo assim, ao vivo o Faichecleres compensa com carisma e entrega. Um puta show.

Reveillon divertido com amigos queridos. É tão bom conversar, dar risada e ser abraçado (e abraçar) por pessoas amigas que entraram na nossa vida nem há tanto tempo assim, mas que você sabe que sempre vão estar ao seu lado. Depois de cantarmos como se o disco estivese riscado aquele tema de natal (riscado justamente na frase "muito dinheiro no bolso, muito dinheiro no bolso, muito dinheiro no bolso"), champagne e São Paulo inteirinha para nós, iluminada com fogos e rojões. Assumo que enchi os olhos. E pensei: eu amo essa cidade. E amo meus amigos.

Depois, discotecagem de última hora na Funhouse. Bem, a casa divertida é a balada rock mais bacana de São Paulo. Tem cerveja Sol, pessoas bonitas, muitos conhecidos e um clima bem legal. Como fazia tempo que eu não discotecava lá, e a casa estava lotada, fiz um set-list básico de hits para todo mundo entrar o ano cantando e pulando muito. Teve Afghan Whigs (que eu amo, como demonstra um post lá embaixo), Modest Mouse (The View, encomendado pela minha 'sócia'), Strokes (Cá, eu disse que ia tocar Juicebox, e toquei), a melhor música de 2005 segundo os votantes dos Melhores do Ano do S&Y (Walk Away, do Franz Ferdinand), gritos na hora dos Beatles (I Fell Fine), casais dançando juntinhos e cantando o refrão de Can't Take My Eyes Off You (na versão Manics), pedidos de Bowie e Ramones, e muito mais. O legal é que deu para ouvir algumas das músicas que mais gosto num volume alto sem esvaziar a pista em momento algum. Nem na hora do Brian Jonestown Massacre, que poucos conhecem, mas é bem bacana (brigado, Kika).

Afghan Whigs - Miles Iz Ded
Modest Mouse - The View
Franz Ferdinand - Walk Away
Strokes - Juicebox
David Bowie - John, I'm Only Dancing
Brian Jonestown Massacre - Going To Hell
The Killers - Mr Brightside (Live Version)
The Libertines - Can't Stand Me Now
Elvis Costello - (What's So Funny 'Bout) Peace, Love & Understanding
The Smiths - What Difference Does It Make
The Jesus And Mary Chain - I Love Rock N Roll
Ramones - Do You Remember Rock 'n' Roll Radio
Backbeat - Please Mr. Postman

Manic Street Preachers - Can't Take My Eyes Off You
Beatles - I Feel Fine
Teenage Fanclub - About You
Ash - Girl From Mars
Kaiser Chiefs - Everyday I Love Less and Less

No mais, estamos em 2006. Ano novo, vida nova, muita coisa legal para se acontecer. É clichê, mas é verdadeiro: um ano acabar e outro começar nos dá força, fôlego, inspiração e desejos de seguir em frente. Particularmente, não posso reclamar nadica de nada de 2005. Foi um ano especial, de afirmação, e sobretudo de novas amizades. Começo 2006 sonhando muito, e você sabe, caro leitor, que o sonho é o que nos mantém vivos. Precisamos de projetos e metas para seguirmos em frente, senão vamos nos acomodar e, quando menos esperarmos, a vida estará passando pela nossa frente e a gente estará parado no tempo. Esqueça isso. A direção é em frente e para o alto. :) No mais, reescrevo abaixo o que escrevi neste mesmo espaço no ano passado. Continuo acreditando em cada uma dessas palavras!

Coloque os seus sonhos em pauta, meu caro. Sonhe. Nunca deixe de sonhar. Sobretudo, nunca desista de realizar os seus sonhos. Brigue por eles. Discuta por eles. Sobretudo, faça amigos por seus sonhos. Comece com algo pequeno. Vá conquistando confiança e espaço. E saiba que a sua felicidade depende só de você. O emprego é foda. É. A família é foda. Também. O mundo não colabora? Foda-se. A sua felicidade está em suas mãos. Seja feliz e faça as outras pessoas felizes. Sempre.

UM FELIZ 2006 para todos nós. Força sempre, sempre.

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