CALMANTES COM CHAMPAGNE
Imitação Tosca de Um Blog - Página 3 
Marcelo Costa

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27/02/2005 - 09h29

Dá para dizer que a apresentação de Wander Wildner, no sábado à noite, para a gravação do DVD acústico dos gaúchos foi algo assim antológico. Primeiro, as infos: o projeto é bancado pela Sony e renderá um CD com três músicas de cada artista e um DVD com cinco músicas de cada um: Wander Wildner, Bidê ou Balde, Cachorro Grande e Ultramen. Ainda não sei a data do lançamento, no entanto. No sábado, Bidê e Wander gravaram suas partes. Ultramen e Cachorro ficaram para este domingo. O palco parecia um porto (alegre) cheio de latões. A Bidê abriu a noite e tocou, por ordem, Microondas, Bromélia, E Porque Não?, Melissa (com Roger do Ultraje a Rigor) e a nova Mesmo Que Mude. Depois repetiu tudo de novo. Depois repetiu Mesmo Que Mude de novo. As Bohemias que eu havia ingerido antes de entrar na gravação estavam castigando a minha bexiga, mas tudo bem: nada que um intervalo de 20 minutos não resolva. O show da Bidê foi bom, mas o que mais chamou a atenção foi a ausência do baterista Pedro, substituído por Michel, ex-Video Hits. No mais, Carlinhos fez toda farra que costuma fazer. E no fim do show, tirou o paletó para mostrar uma camiseta com o rosto de Jesus Cristo estampado na frente. Nas costas, escrito com caneta: Wander Wildner é Deus!

Wander entrou vestido à la punk brega. Sozinho, dedilhou Rodando El Mundo e, já com a banda, tocou Lugar do Caralho, Mantra das Possibilidades, Bebendo Vinho, Eu Tenho Uma Camiseta, Eu Não Consigo Ser Alegre o Tempo Inteiro e Ritmo da Vida.
Wander Wildner é Deus!

25/02/2005 - 11h30
A gauchada se reúne em São Paulo neste sábado para a gravação de um especial Acústico MTV. Bidê ou Balde, Ultramen, Cachorro Grande e Wander Wildner prometem muito. Conto com maiores detalhes depois.

No domingo, o Jumbo Elektro deve lotar o Avenida Club, no badalado Projeto 2em1. Espero. Nas pick-ups, divido as honras com o amigo Bruno Saito. Sabe tudo isso que eu vivo falando por aqui, então, vai rolar lá. Só rock nacional pós anos 2000. Acho que as únicas concessões que devo fazer são Sex Beatles e Maria Bacana. De resto, vai de Suzana Flag a Réu e Condenado, de Lasciva Lula a Ludov, de Nancyta e os Grazzers a Bidê ou Balde, e Terminal Guadalupe, Wander Wildner, Video Hits e Charme Chulo, entre muitas outras coisas (como Wado, Mombojó, Zé do Belo, etc...). Pinta por lá, e me paga uma cerveja, please. :_)

Detalhe desimportante: estou de plantão no fim de semana!
E você achou que iria ser só festa, né... sei....

Oscar no domingão. Ainda não vi Menina de Ouro, então fica difícil apostar. Mas, só pra você, caro amigo, bem baixinho: se o Kaufman levar pelo roteiro sensacional de Brilho Eterno de Uma Mente Sem Lembranças, me imagine estourando uma champagne em homenagem. Ele merece. Muito.

24/02/2005 - 00h20
A vida é uma merda? É. Mas não existe nada mais maravilhoso que estar vivo. Reclamar faz parte do dia-a-dia, assim como sonhar também deveria, mas muitos se esquecem. Porém, viver é um dos fardos mais maravilhosos que uma pessoa pode carregar. Woody Allen resumiu isso perfeitamente na abertura de Annie Hall, e eu já falei sobre isso em algum lugar. Então, se você me pegar reclamando muito, nem esquenta: pensa que essa carcaça tosca carrega uma alma realizada e feliz. Muuuito feliz. O trabalho é uma merda. A conta está no vermelho. A nova casa está uma zona. O estômago doi. Amigos pisam na bola enquanto deputados aumentam os salários de R$ 12 mil para 21 mil. A vida é uma merda, seguramente . Mas abraço a minha gastrite com os cinco dedos da mão esquerda, olho pra ela, e comento que sou feliz. Ela não acredita, e continua pressionando meu estômago. E eu só posso sorrir para ela, e ser feliz. E sonhar. E pedir para que você fique feliz por mim. :_)

23/02/2005 - 12h09
Hunther Thompson morreu. Quem me contou foi Clarah Averbuck, e a alegria por encontrar uma pessoa querida no meio do caos paulistano deu lugar a um vazio, que sinceramente não sei explicar bem. Eu gostava da narrativa do cara, da maneira como ele via as coisas, mas se eu disser que era fã estaria passando por um tremendo fdp mentiroso. Não era e não sou. No entanto, admirava ele pra caralho. E o vazio, e a impossibilidade de manifestar isso por aqui (estou entre caixas e caixas e caixas da mudança de casa) me fez sentir impotente em um mundo crudelíssimo. Pois a grande merda que se tira de uma história dessas é que se um cara fodaço com Thompson opta por dizer adeus aos 67 anos dessa maneira, é que as coisas nesse planetinha azul estão indo de mal a pior mesmo. E esperança é uma palavra que parece ter sido riscada do dicionário. Com toda certeza, ele sabia muito bem o que estava fazendo. E eu apenas me curvo reverenciando um mestre.

20/02/2005 - 00h07
No momento em que digito nestas linhas inexistentes, meu corpo pede por cama. Já levei metade das coisas do apartamento velho para o novo, e o resultado são dois braços marcados, pernas cansadas e dores nas costas, além de um sorriso no rosto. Segunda e terça de folga para acabar o serviço. E uma noite de sono pela frente.

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Sábado, em um Centro Cultural São Paulo abarrotado, Wonkavision e Ludov fizeram duas apresentações memoráveis. O Wonkavision vinha de um show "sold out" na Funhouse, na noite de sexta para sábado. "Ficaram mais de 150 pessoas para fora", contou o guitarrista Will ao S&Y. No CCSP, a banda gaúcha mostrou todas as canções de seu excelente álbum de estréia, homônimo, mais algumas pérolas do EP Preview. Comprimidos, Nanana, A Garota Mais e O Plano Mudou foram cantadas em coro pelo público, em um show de lavar a alma. Só faltou a cover de Be My Baby, que eles tocam tão bem. :_)

Já o Ludov apresentava em primeira mão para os paulistas as canções do novo álbum, O Exercicio das Pequenas Coisas. Me lembrou exatamente a primeira vez que vi a banda ao vivo, ainda com o nome de Supertrunfo. Instrumentalmente, a banda é impecável. Ouso mais: não existe hoje em dia no Brasil nenhuma banda tão boa sobre um palco que o Ludov. A bateria é uma avalanche. As guitarras pulam do delicado para o barulhento sem perder uma miligrama que seja de força. O baixo é perfeito e, sobre tudo isso, a voz imponente de Vanessa. No entanto, parece que faltam canções para o grupo. E faltam boas letras. Tive a mesma impressão nos dois shows, aquele da estréia cantando em português com o nome de Supertrunfo (acho que em 2001), e este de sábado no CCSP, lançamento do primeiro disco oficial. Entre um e outro, o Ludov lançou o badalado EP Dois A Rodar em 2003. E não é que canções como Dois a Rodar, A Primeira Vez, Trânsito e Princesa agora soam perfeitas. Será tudo questão de tempo? Bem, é algo para ser analisado depois. No momento, a histeria coletiva, as letras na ponta da língua (inclusive de muitas músicas novas) e o som poderoso mostram que o Ludov caminha a passos largos para o estrelato. E eles merecem, muito.

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Único CD que ficou em casa, no intervalo da mudança:
Uma Tarde com PJ, Cansei de Ser Sexy

16/02/2005 - 02h22
O número 5 da revista Pipoca Moderna, de Marcel Plasse, acaba de chegar às bancas. Confesso que gostei mais do novo visual, em comparação com os dos quatro números anteriores. Desta vez, marco presença na revista com um texto sobre O Aviador (melhor editado que o postado aqui no S&Y) e outro sobre Brilho Eterno de Uma Mente Sem Lembranças, pequeno, mas que me fez arrepiar por ter escrito. É, de vez em quando sinto orgulho de mim mesmo. Não é sempre, mas acontece. :_)

Confere o site, please: www.pipocamoderna.com.br

NOVIDADES
Música
Em Casa
There Will Be A Light, Ben Harper and the Blind Boys of Alabama
Acoustic, John Lennon
Paula Toller, Paula Toller
Funeral, Arcade Fire

No Disc Man
Deixe o Suícidio Pra Amanhã, Los Dianos
Você Sabe Muito Bem Onde Eu Estou, Charme Chulo
Às Vezes Céu, OAEOZ
This Is Music, Uncut 10/2004

Música do Momento
Dizem, OAEOZ
The Love Of Richard Nixon, Manic Street Preachers
Secret Garden - Jerry Maguire Version, Bruce Springsteen
One Way Or Another/Teenage Kicks, Cansei de Ser Sexy

Filmes
Jerry Maguire (DVD) - Nem precisava de um DVD de extras.
Legalmente Loira (DVD) - hehehe.
Pique em Nova York (DVD) - A cover do Bowie é bem legal...
Peões (CINEMA) - Para aprender: aula de revolução, capítulo 1.
Crimes em Wonderland (CINEMA) - Espere para ver no SuperCine.

Livros
Blues, Crumb - Foda, muuuuuuuuuuuuito foda!

13/02/2005 - 14h18
Oi.

Tô aqui encarcerado em meu mundo pessoal, lutando com fantasmas, me protegendo de tempestades e tentando encontrar as palavras certas.

Devo me enfurnar no novo apartamento nesta semana, tentando descobrir a melhor maneira de deixar o ambiente apresentável. Fica mais ou menos a cem metros do apartamento antigo, mas é maior. Mais espaço e uma banheira. Hummmm...

Só que ele tá detonadinho e já deixou a minha conta no vermelho (e eu nem arrumei tanta coisa por lá, putz). Bem, sou daqueles que gostam de mudanças na vida, mas sempre tem um leve tremor na hora h, o que não me faz desistir, mas que dá um medinho, dá. Cruza os dedos ai por mim, por favor.

O mal-estar, inclusive, me derrubou de sexta para sábado. Passei a madrugada molhando o travesseiro enquanto assistia Jerry Maguire em DVD, uma das poucas comédias românticas escritas para homens. E homens não choram? Mentira das grandes. Vou ali secar o rosto e já volto.

PS: Arcade Fire e Fernanda Abreu reinam aqui em casa... vá entender. :_)

06/02/2005 - 18h20
Em Busca da Terra do Nunca, outro dos indicados ao Oscar de Melhor Filme, é um bela fábula que remonta à criação de Peter Pan. Tem um frescor infantil, cenas lindas e um roteiro cuidado. O único defeito é pregar que, para alcançar qualquer coisa, basta acreditar. Acreditar apenas não basta. Tem que se fazer. Acreditar é só o começo de uma longa estrada...

Mais dois textos matadores discursam sobre Closer - Perto Demais. Contardo Calligaris, colunista da Folha de S. Paulo, escreve:
Closer - Perto Demais: por que somos infelizes em amor?

O jornalista Jaime Biaggio, do jornal O Globo, entrevistou muita gente, repercutindo o filme. Interessante as opiniões de Héctor Babenco e José Mayer. Babenco dirigiu a versão teatral da peça no Brasil. Mayer encarnava no teatro o papel do médico Larry. Uma novidade? Na peça, a personagem da Natalie Portman... morre!
Todos falam sobre sexo; logo, todos falam sobre Closer

03/02/2005 - 10h54
O Carnaval tá ai. Antes que alguém comece a reclamar da farra, adianto: até curto Carnaval. Isso mesmo. Vou deixar dois links aqui para que o leitor entre no "espírito":

O primeiro é um texto recorrente que sempre indico nestas épocas: "Curta o Carnaval que esse pode ser o seu último verão", de André Forastieri, uma coluna que só o Forasta mesmo poderia ter escrito. Confira.

O outro link é para as seis colunas que o jornalista inglês Matthew Exell, da BBC, escreveu no Carnaval do ano passado, uma das mais hilárias visões dessa festa tipicamente brasileira. Os relatos do terceiro e quarto dias são impágaveis. Confira.

Divirta-se! O mundo é uma porcaria, mas vale muito estar vivo.

02/02/2005 - 00h35
Alexander Payne surgiu para o mundo do cinema com As Confissões de Schmidt, em 2002 (Eleição, de 1999, é fraquinho), um filme que arrebatou vários prêmios nos Estados Unidos, incluindo dois Globos de Ouro e algumas indicações para o Oscar. Quer saber: ou o cara é apadrinhado por algum magnata da indústria ou então o gosto médio nos Estados Unidos está viciado em filmes bonitinhos que tentam se disfarçar de relevantes. Payne retorna agora com Sideways - Entre Umas e Outras, outro filme bonitinho, mas tremendamente ordinário, que recebe uma indicação ao Oscar de Melhor Filme sabe-se lá qual o motivo. Sideways - Entre Umas e Outras repete a fórmula exibida em As Confissões de Schimidt. O roteiro flui bem, as atuações são boas e a história não tem altos arrebatadores nem baixos vergonhosos. A linearidade permeia o filme, que conquista a simpatia do público, mas está longe de ser alguma coisa relevante no quesito "melhores". Sideways é só um filme bonitinho.

A pergunta que nunca vai se calar é: o que faz a Academia virar as costas para filmes criativos como Brilho de Uma Mente Sem Lembranças? Não é a primeira vez que isso acontece, mas a ficção não é vista com bom olhos no Oscar. E enquanto o público se emociona (e até escolhe como melhor do ano, vide Top Seven S&Y 2004) com a obra de Michel Gondry e Charlie Kaufman, a Academia elogia um filmezinho menor como é este Sideways. Não dá para entender, mesmo.

Para não dizer que estou de péssimo humor, o passeio por vinícolas californianas, que os dois amigos fazem no filme, atiçou o desejo de descobrir mais sobre vinhos...

31/01/2005 - 23h43
Na manhã desta segunda-feira assista a Ray, um dos cinco filmes que concorre ao Oscar este ano. Direto, na veia: é beeeem melhor que O Aviador, em tudo. O que o bom filme de Scorsese tem de grandiloqüente, Ray tem de simples. Uns cortes para a memória do biografado ir pra lá e pra cá apenas, e só. De resto, show de Jamie Foxx. E mais do que merecida homenagem à Ray Charles, um cara que prova a tese de que até os gênios tem defeitos. Filmaço.

Está no ar o especial "Melhores do Ano" S&Y, com 71 convidados mostrando suas listas para os leitores do site. Poucas surpresas, mas muuuita coisa legal. Mombojó e Morrissey dividindo o posto de Melhor Disco do Ano, um banho de Brilho Eterno de Uma Mente Sem Lembranças e o Orkut vencendo em site. E Latino cravando a música do ano. A votação S&Y, antes de qualquer coisa, exibe uma eleição democrática. A verdade não tem dono, nem porta-voz. O gosto combinado de várias pessoas acaba colocando alguns poucos em destaque, coisas da democracia, essa bela que deixa muitos apaixonados, e outros irados. O S&Y nada tem de justo ou injusto, de certo ou errado, de bom ou ruim. É apenas um site feito por pessoas que gostam muito de ler, ouvir música e ver filmes, não necessariamente nessa ordem. Então, nada de cagar regras. O gosto de cada um é o gosto de cada um. Vai lá!

27/01/2005 - 18h16
Antes de qualquer coisa quero agradecer aos que me ajudaram na corrente "Olga fora do Oscar". Era um trabalho sujo, mas alguém tinha que fazê-lo. Uma indicação de Olga, e uma possível premiação, poderia colocar em risco toda a produção cinematográfica brasileira. Seria a coroação do "padrão Globo" de se fazer cinema, ou seja, transformar filmes em novelões. Porém, a não indicação de nenhum filme sul-americano é de incomodar. Claro, não dá para falar antecipadamente, afinal ninguém assistiu a nenhum dos cinco indicados a Melhor Filme Estrangeiro, mas depois que o finlandes O Homem Sem Passado papou a estatueta no ano em que Cidade de Deus nem foi indicado, é fácil prever os erros da Academia. Repito: Whisky, do Uruguai, é o melhor filme sul-americano de 2004. Merecia ser indicado.

E será que agora Charlie Kauffman leva?

22/01/2005 - 20h44
Mais sobre o Oscar. Assisti Machuca, concorrente chileno a uma das cinco vagas de Melhor Filme Estrangeiro em 2005. O diretor Andrés Wood tinha tudo para escorregar para a pieguice, mas conseguiu manter o roteiro nos eixos e não apelar para o dramalhão (o que, infelizmente, não aconteceu com Diários de Motocicleta, em que Walter Salles poderia muito bem dispensar umas três cenas lacrimosas lá pelo final). Machuca tem mais méritos por colocar o cinema chileno na ordem do dia do que cinematograficamente falando. É bom, muito bom. Lança luz sobre a ditadura chilena, fala de amizades, tem passagens ótimas, excelentes atuações, mas falta algum detalhe, que não sei dizer o que, para dizer que é um filmaço. Mas vale muito ver.

Na boa, está tudo certo para o Brasil levar a estatueta neste ano. Olga é, disparado, o pior filme da América Latina no ano que passou, o que o credencia, já que o Oscar raramente acerta no ano em que é entregue e tenta compensar no ano seguinte. Apesar das quatro indicações de Cidade de Deus em 2004, a Academia nos deve e o meloso Olga tem tudo para cobrar a fatura. Detalhe desimportante: o argentino Abraço Partido e este chileno Machuca são muuuuuuito melhores que Olga. E o uruguaio Whisky é, disparado, o melhor filme da região. E o colombiano Maria Cheia de Graça (que eu ainda não vi) também deve ir pras cabeças. Vamos lá, pensem positivo e façam coro comigo: Olga nem vai ser indicado, Olga nem vai ser indicado. Olga nem vai ser indicado. Olga nem vai ser indicado. Olga nem vai ser indicado...

Uma das coisas que mais me dá prazer no mundo é ler um texto "fucking special". De uns tempos pra cá, um dos poucos caras com quem esbarro em textos sensacionais é o Sérgio Dávilla. Dá uma conferida no texto matador que ele escreveu sobre Closer - Perto Demais, filme que deu o Globo de Ouro para Natalie Portman na semana passada. Quando eu crescer, quero escrever como esse cara... :_)

21/01/2005 - 03h16
Sono.

Só queria dizer que assisti, esta manhã, a um dos favoritos ao Oscar 2005: O Aviador. Tá, Scorsese merece mais do qualquer outro um Oscar pela carreira, mas O Aviador não é o melhor filme do ano. É bacana, tem passagens boas, mão certeira na direção, boa atuação de DiCaprio (e uma espalhafatosa participação de Kate Blanchett), uma história interessante, mas é só mais um filme na estante. É bom, mas normal, por mais excentrico e louco que o personagem seja. E por mais síndrome de toc que Howards Hughes sofra, a história, baseada em sua biografia, soa exagerada demais (qualquer biografia é exagerada demais). Isso sem contar nos fatos que Scorsese preferiu omitir do biografado, como morte por atropelamento e pedofilia...

Volto a falar sobre O Aviador mais tarde, tá. Só acho, ainda, que Brilho Eterno de Uma Mente Sem Lembranças é muito mais filme que qualquer outro em 2004.

18/01/2005 - 01h22
Não vou negar, mas o ano começou bem punk por aqui. Lama. No entanto, bons motivos não faltam para festejar. A vida anda parecendo uma negociata: você perde algo em uma mão e ganha com a outra. É um jogo que enche o saco, mas temos ao nosso lado a oportunidade do blefe, e, sobretudo, a perseverança de não desistir de nossos sonhos. A vida segue. Nós também. E isso é bom.

O S&Y convidou mais de 100 pessoas, entre músicos, jornalistas e editores de sites para o Top Seven 2004, os melhores do ano S&Y. Gente como Fernanda Takai, Wander Wildner, Álvaro Pereira Júnior, Marcelo Orozco, José Flávio Júnior, Gabriel Thomaz e muuuuuuitos outros participaram da "eleição", que, na outra segunda-feira, já deve estar publicada. Muita coisa legal, muitos discos interessantes, muitos filmes sensacionais. Aguarde.

Nervoso e Wado dividiram o palco do Avenida Club, em São Paulo, na semana passada. Wado, acompanhado pela Realismo Fantástico, apresentou seu novo show, com base no triste A Farsa do Samba Nublado. Sambas tortos e baladas melancólicas em um dos grandes shows nacionais da atualidade. Já Nervoso trouxe para os paulistas o repertório do elogiado Saudades das Minhas Lembranças. A mistura de Jovem Guarda com Los Hermanos, no entanto, não surtiu tanto efeito no público. Nervoso mostrou garra e, sobretudo, respeito pelos presentes. "Eu sei que é difícil ouvir músicas que vocês nunca ouviram, mas estou aqui mostrando meu trabalho e queria agradecer a presença de todos", disse o cara lá pelo meio do show, cujo os destaques foram canções boas e fortes como Maus Limites, Clube da Luta, Já Desmanchei Minha Relação, A Visita e Não Quero Dar Explicação.

Por aproximadamente uma hora e meia, nas noites de sexta, sábado e domingo, o mundo definitivamente parou de girar. Ou deu a impressão disso. No palco estranho de um teatro adaptado em uma velha fábrica, no bairro da Pompéia, em São Paulo, duas das mais importantes bandas nacionais dos últimos dez anos se encontraram para tocar, na integra e seguindo o tracking list, o álbum Da Lama Ao Caos, de Chico Science e Nação Zumbi, disco de ouro em 1994. Treze pessoas no palco: as bandas recifenses Mundo Livre S/A e Nação Zumbi fizeram história com uma apresentação inspirada, criativa, única e rara sob o nome de Orquestra Manguefônica. Foi uma daquelas coisas que uma pessoa nunca esquece na vida. Ainda explico melhor...

No domingo a noite, outro momento raro que só a música pode proporcionar a uma pessoa: o retorno do Defalla quase completo (a loirinha Biba na bateria, o "professor Pardal" Flu no baixo e o maluco de pedra Edu K nos vocais, mais dois "moleques" nas guitarras) foi uma deliciosa volta ao passado. Não a toa, gente como JC (Gueto), Sandra (Mercenárias), Clemente (Inocentes) e Thunderbird (Devotos) circulavam pelo local. Lucio Maia (Nação Zumbi) também, além de 75% do atual undergorund paulistano. Se a performance ensandecida de Edu injetar algumas doses de adrenalina nessa turma já valeu a pena. O esporro começou com Sodomia e terminou com Popuzuda Rock'n'Roll. No meio, Não Me Mande Flores, I Have To Sing a Song, Melô do Rusty James, Jo Jo, Repelente, Sobre Amanhã e Caminha (Q Aqui é de Osasco), entre outras. Nada explica melhor a matadora apresentação do que Fred 04 (Mundo Livre S/A) na beira do palco cantando a plenos pulmões It's Fucking Borin To Death. Precisa dizer mais alguma coisa?

09/01/2005 - 19h27
Fim de domingo, fim de plantão. Coisas legais no pedaço. Quem não assistiu ao Estação Globo: Rock, que passou neste domingo na Globo, no meio da tarde, perdeu um programa que foi, em uma palavra, MATADOR. Comandado por Álvaro Pereira Júnior, com participação do grande André Forastieri, o programa deu uma passada na história do rock, mais ou menos o que a Superinteressante fez com o pacotaço especial História do Rock Brasileiro. A revista é bem melhor. São quatro volumes, mais completos, e cheio de material interessante. Para quem não comprou ainda, o pacote com os quatro volumes está sendo vendido em bancas, se não me engano por R$ 49,85. Paulada, eu sei, mas é uma coleção excelente. No entanto, a "versão televisiva" tem um ponto de extrema importância: o alcance que a TV Globo tem. Um programa desses tem o poder de mexer com a cabeça da molecada. As imagens são fortes, o texto muito bom. E as participações das bandas também foi bem bacana. Parabêns ao Álvaro pela excelente sacada. Quem não viu, trate de ver se algum amigo gravou! Essencial.

Republiquei o texto da Bidê que tinha sido feito sob encomenda para a Usina do Som, já que o site saiu do ar (infelizmente) e o link ficou perdido. A resenha tá por ali. Mas a notícia melhor em se tratando de Bidê ou Balde é a de que o site novo dos caras está entrando no ar. E eles já disponibilizaram todas as músicas para download. E se você quiser comprar o É Preciso Dar Vazão Aos Sentimentos, na lojinha no site tá saindo por R$ 11,90. Vai lá!!!!

05/01/2005 - 23h14
Muita correria, plantão pela frente, pau no micro em casa e conta no vermelho fazem 2005 começar complicado por estes lados. Paro. Respiro. Penso em jogar tudo para o alto, mas lembro o que escrevi um pouco abaixo e... planejo meus passos. Devagar. As coisas acontecem! Listas de prioridades para 2005:

Um novo apartamento
Um novo emprego
Pós-Graduação
Tirar carteira de motorista
Reeditar TODO o Scream & Yell

Enquanto as coisas caminham vagorasamente, já começam a chegar por aqui os primeiros votos do especial TOP SEVEN S&Y, MELHORES DE 2004. Convidamos jornalistas, músicos, editores de sites e colaboradores a opinarem sobre os melhores discos, músicas, filmes, shows e livros do ano que se foi. O prazo para entrega dos votos é dia 13/01, mas 26 "cédulas" já foram entregues. A idéia é entregar no dia 20 o especial "Melhores do Ano S&Y", nos moldes do que fizemos em 2001. Não dá para apontar um favorito, mesmo porque em todas as categorias a votação está bem embolada, mas dá para dizer que o nome mais votado até o momento foi o de Brilho Eterno de Uma Mente Sem Lembranças, como Melhor Filme, seguido por Festa no Apê, do Latino, liderando como Melhor Música. Esperamos um total de 100 votantes, ou seja, estamos apenas com 1/4 dos votos apurados. Tem muita coisa lega!


29/12/2004 - 06h59
FELIZ ANO NOVO

Caros amigos que se aventuram a ler espaço, e não só ele, todo o S&Y. Desejo a vocês todos, de todo o coração, um 2005 fucking special. Queria dizer que uma das melhores coisas de 2004 foi poder voltar a atualizar esse site. Foi poder voltar a receber e-mails de gente que eu nem conheço, mas que se atreveu a dividir seu entusiasmo por algum texto publicado aqui. Além daqueles amigos especiais, que vivem freqüentando o S&Y e comentando, divergindo, concordando. Desejo a todos, todos vocês, um 2005 sensacional. Vamos lá, essa é a hora: faça planos. Pequenos, médios, grandes, não importa, mas faça planos. 2005 tem tudo para ser um ano fudidamente especial para você, para nós todos. E ele começa ali na frente, na prática, na próxima segunda-feira. Coloque os seus sonhos em pauta, meu caro. Sonhe. Nunca deixe de sonhar. Sobretudo, nunca desista de realizar os seus sonhos. Brigue por eles. Discuta por eles. Sobretudo, faça amigos por seus sonhos. Comece com algo pequeno. Vá conquistando confiança e espaço. E saiba que a sua felicidade depende só de você. O emprego é foda. É. A família é foda. Também. O mundo não colabora? Foda-se. A sua felicidade está em suas mãos. Seja feliz e faça as outras pessoas felizes. Sempre.

Drummond, que sabe muito mais da vida do que eu, manda o recado:

"Quem teve a idéia de cortar o tempo em fatias, a que se deu o nome de ano, foi um indivíduo genial. Industrializou a esperança, fazendo-a funcionar no limite da exaustão. Doze meses dão para qualquer ser humano se cansar e entregar os pontos. Aí entra o milagre da renovação e tudo começa outra vez, com outro número e outra vontade de acreditar que daqui para diante vai ser diferente."

O S&Y volta em 2005. A gente se vê ali na primeira semana de janeiro, com textos novos e a mesma paixão de sempre.

25/12/2004 - 15h01
FELIZ NATAL

Ok, ok. Preciso assumir que Natal é mais ou menos como o novo disco do Wilco: até tem coisas legais, mas no geral é chato, muito chato. Passar com a família é até legal, se a sua família arma uma festa bacana, se reúne e fica aquela puxação de saco sem tamanho. Não condeno, acho até necessário e divertido. Porém, minha família desmantelada não é uma família exemplar (o que fazer se sou filho de pais separados, neto de avós separados e bisneto de bisavôs separados). Também não reclamo. Gastei todos os créditos que eu tinha no meu celular para falar alguns minutos com a mãe (em uma festa com os vizinhos), papear mais outros minutos com a irmã e a sobrinha (em outra festa na casa de um amigo do cunhado) e finalizar com mais alguns minutos com o pai e a avó (no sossego da baixada santista). E chorei depois da última ligação, afinal, como disse a mãe no primeiro telefonema da noite: "Eu tenho uma família perfeita". É muito difícil explicar, mas a Dona Vilma está certa: tirando todos os defeitos :_), a família Costa até que é perfeitinha e se ama muito. Mas nossos natais não são lá grande coisa. Na verdade, nem os aniversários eram grande coisa. Estranho: somos tão carinhosos uns com os outros, mas não somos de festejar muito em família. Eu, por exemplo, raramente bebo em casa (tanto na do pai quanto na da mãe). Apesar disso tudo, é muito bom ouvir a voz dessas pessoas. O Natal é chato, mas serve para nos aproximar da família. Em se tratando da minha amada família, isso é muuuito importante. No entanto, esse é um post bastante tolo. Natal - assim como o Ano Novo, Feriados e Carnaval - é só um motivo para esse povo sofrido se reunir e tentar ser feliz, ao menos por uma noite. Sinto aquela inveja boa daqueles que ficam felizes nesses dias, e fico feliz por eles. Talvez um dia isso aconteça comigo. Talvez no ano que vem. Mas não nesse, não nesse.

Notícias boas da corte: agora você não tem nenhuma desculpa para não ter o disco número 1 de todos os tempos na sua casa. Acaba de ganhar edição nacional o clássico Pet Sounds, dos Beach Boys. O álbum chega ao País na última versão, aquela que traz o tracking list original de 13 canções todo em mono, depois repete tudo em stereo e fecha com a faixa bônus Hang On To Your Ego. No encarte, Brian Wilson comenta as músicas e relembra as gravações do álbum.

A gravadora EMI promete para março o álbum triplo B-Sides & Rarities, de Nick Cave & The Bad Seeds. A coletânea, como diz o nome, reúne 56 canções raras do grupo de Nick Cave e pinta ser antológica. Mick Harvey, dos Bad Seeds, ficou responsável pela seleção do repertório, centrando foco em canções que Cave gravou com a banda. Isso explica a ausência da maravilhosa versão para Disco 2000, do Pulp, que saiu em um single da banda de Jarvis Cocker. Mesmo assim, tem muita coisa boa no pacote. De uma olhada no tracking list aqui. A gravadora não comenta, por enquanto, do lançamento nacional do não menos maravilhoso álbum duplo The Lyre of Orpheus / Abattoir Blues, disco mais recente de Nick Cave, lançado em setembro no exterior. Os dois disquinhos se alternam entre o meu aparelho de som e o disc-man desde a semana passada. A calminha Breathless e a esporrenta Get Ready For Love colocam a dobradinha de discos entre os melhores do ano.

Quem me conhece sabe o quanto eu abomino musicais. Mesmo assim, um grande amigo (que também não é lá muito fã do gênero) me emprestou, no mês passado, o clássico Singin'in the Rain. Remexi na memória e só me lembrava da famosa cena da chuva, e mais nada. Foi só na madrugada desta noite que decidi assistir ao filme, mais por pressão que por gosto (preciso devolver esse DVD para pegar emprestado o box da Audrey Hepburn - risos). Dou minha mão à palmatória. Singin'in the Rain é bem bacana. Se diferencia de outros musicais pois não é só musical, mas sim comédia e romance. Tem ótimas sacadas e um belo roteiro, além de números de dança matadores que impressionam um cara como eu (que não sabe dançar, nem devagar). Dormi feliz, sonhei com a Debbie Reynolds e agora posso me dedicar à Audrey. :_)

2005 está batendo na porta. Vou passar meu fim de ano em Ubachuva, ops, Ubatuba. Neste ano não vou escrever nenhum editorial especial, pois tudo o que tenho a dizer sobre a virada de ano está nestes dois editoriais antigos.
EDITORIAL DEZEMBRO 2001
EDITORIAL JANEIRO 2002

Vou ali comprar cigarro. Já volto.

20/12/2004 - 9h12
40 minutos de fisioterapia depois...

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Acabo de chegar a 1971, em Ela, nono álbum (na contagem regressiva) da caixa Transversal do Tempo, de Elis Regina, a passar pelo meu disc-man. E um dos que mais tempo ficou flutuando na minha atmosfera particular. Ela é, praticamente, perfeito. Abre com Ih, Meu Deus do Céu (Ivan Lins/Ronaldo Monteiro), destacando sopros, um arranjo musculoso (característica de todo o disco, cortesia Chico de Morais) e uma Elis contagiante no vocal. Black Is Beautiful (Marcos e Paulo Sério Valle) e Cinema Olympia (Caetano) mantém o clima em alta até a chegada de Golden Slumbers (Lennon & McCartney), simplesmente acachapante. Falei e Disse e Aviso aos Navegantes (ambas de Baden Powell e Paulo César Pinheiro), Mundo Deserto (Roberto e Erasmo), o hit Madalena (Ivan Lins e Ronaldo Monteiro), mais a bela interpretação para Os Argonautas (Caetano Veloso) e o encerramento com Estrada do Sol (Tom Jobim e Dolores Duran) completam um álbum magnífico e inesquecível.

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Morar em apartamento é mais ou menos isso...

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Muita gente vai se decepcionar com o que vou escrever agora, mas não vou perder a chance de fazer o serviço sujo, pois ele precisa ser feito. Acaba de aportar por aqui, após longos meses de espera, A Ghost is Born, quinto álbum da carreira do Wilco, uma das cinco bandas em atividade mais adoradas da casa. Por mais que Yankee Hotel Foxtrot seja um disco fudidamente sensacional; por mais que A Ghost is Born lidere a votação de disco do ano na comunidade S&Y no Orkut; por mais que Jeff Tweedy seja um dos caras mais inteligentes da música atual, A Ghost is Born é um ovo podre, uma grande porcaria se comparado aos discos anteriores da banda. Em teoria, a banda perdeu seu apreço pelo country e pelo namoro com melodias pops com a saída do guitarrista Jay Bennett, metade pensante no que dizia respeito a música dentro da banda. Na prática, Tweedy, Jim O'Rourke e Glenn Kotche esqueceram que o projeto Loose Fur era só um projeto, e levaram muito da sonoridade e experimentação do Loose Fur para o Wilco. Nas mãos (e guitarras) de Tweedy, o Wilco virou uma banda chata. Tem gente que não sabe fazer as coisas sozinho, definitivamente. Em se tratando do Wilco, é um pena. Mesmo.

15/12/2004 - 00h15
O Natal está chegando e, para aqueles que não puderam responder algumas cartinhas de Papai-Noel para crianças carentes (a dica estava alguns posts abaixo), ainda há uma oportunidade de fazer uma criança feliz neste fim de ano. Explico: A Flávia Ballvé, uma das pessoas mais especiais que eu conheço, que além de ser um querídissima amiga ainda escreve colunas sensacionais para o S&Y, participa, desde 1998, de um grupo que realiza trabalhos voluntários em orfanatos no Rio de Janeiro, o AUAU (Amigos Unidos Ajudando Unzaozoutros). Para este Natal, o grupo escolheu o Lar Infantil Luz e Amor, uma instituição que sobrevive apenas de doações e cuida de 40 crianças que foram abandonadas, algumas soro-positivas, entre 1 e 15 anos. Com as palavras, o AUAU: "Alguns padrinhos (aproximadamente 19) não conseguiram entregar os kits a tempo e estamos fazendo uma "Campanha em cima da hora" para receber doações, preferencialmente, em dinheiro e dar tempo de comprarmos nesta quinta-feira (16/Dezembro) os kits que faltaram (roupinha, brinquedo e sandália), e o material para a festinha e o lanche no dia do evento. Caso tenha insteresse em ajudar, o kit (roupinha, brinquedo e sandália) sai em torno de R$40,00 e mais informações podem ser encontradas em http://pagina.de/auau/proxima.stm

Fico muito feliz de ter um espaço para divulgar ações como essa. E fico ainda mais feliz de poder participar, como estou participando este ano, o meu primeiro ano. No caos que as coisas andam, isso é pouco, muito pouco, mas com certeza algum bem faz e só os sorrisos das crianças justificam tudo. Sem bom humor, não vale a pena!

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Estou chegando no meio do volume 4 da História do Rock Brasileiro e preciso registrar que o texto do Pedro Só sobre os Mamonas Assassinas é um primor e um dos melhores de todo o pacote.

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Você já comprou um disco por causa da capa? Eu já, alias, vários. Mas nunca isso ficou tão nítido quanto ontem a noite. Estava lá eu fuçando em uma das minhas lojinhas preferidas quando dei com a capa na minha frente. Assumo que essas caixinhas verdes da Riko deixam a capa mais bonita, mas essa estava bonita demais. Por mais que eu não conhecesse o cara tão bem (só tenho um disco clássico e um duplo ao vivo), preferi arriscar. É um show, de 1968, lançado em 1993. Pelo que deu para perceber, é mais teatro rock do que show, mas ali pelo final o bicho pega. Tá, eu deixo você olhar a capa, mas pensa ai: você já comprou algum disco pela capa?
Veja

14/12/2004 - 06h46
Acaba de chegar às bancas o volume 4 da História do Rock Brasileiro, editado pela SuperInteressante. Com Marcelo D2 na capa (o volume cobre os anos 90 e 00), a revista parece ser uma das mais legais do pacote (a primeira e a segunda são imperdíveis). Não dá, ainda, para tirar uma conclusão sobre este volume, mas até agora está bacana: Whashington Olivetto abre a revista com um texto bem bacana. Na seqüência, Paulo Cunha conversa com o Skank, em um excelente entrevista. Ricardo Schott dá uma peneirada boa no texto "A Corrida do Ouro". Tomara que o resto da revista mantenha o pique destes três primeiros textos.

Rock Press nova nas bancas. Social Distorcion ilustra a capa que deveria ser de Brian Wilson (com uma entrevista exclusiva), mas tudo bem. Vale a leitura, sempre.

10/12/2004 - 00h46
NOVIDADES
Música
Em Casa
Histórias Sem Meio, Começo e Fim, Brinde
Sanguinho Novo, Arnaldo Baptista Revisitado
Livin' Love" Teenbeat 196, The Feminine Complex

No Disc Man
Ela, Elis Regina
A Terra é Nossa, Casa Flutuante
Antics, Interpol
Dusty in Memphis, Dusty Springfield

Música do Momento
É Preciso Dar Vazão Aos Sentimentos, Bidê ou Balde
Mais Um Dia Sem Ninguém, Bidê ou Balde
Bette Davis Eyes, Satan Dealers

Filmes
Os Sonhadores (CINEMA) - Um filme para se ver três vezes, no mínimo.
Ilusão de Movimento (CINEMA) - Enfim, um filme argentino meia-boca.
Anjos de Vidro (CINEMA) - Só eu vi relação com Magnólia nesse drama natalino.
Para Sempre Lyla (CINEMA) - A maldade do mundo.
A Grande Sedução (CINEMA) - Uma doce e inocente comédia de costumes.
Trainspotting - Edição Especial (DVD) - 9 cenas extras e o melhor trailer da história.

Livros
Caminhos de Kiarostami, Jean-Claude Bernardet - Tudo ao mesmo tempo agora
Meu Destino é Pecar, Suzana Flag - Divertido, divertido e divertido

08/12/2004 - 06h31
A ressaca parece que me deixou... ufa.

O site No Mínimo está com um bom número de textos matadores a sua disposição, caro leitor. No lado esquerdo da tela, vários colunistas de respeito opinam sobre discos, livros e filmes. No quesito livros, destaque para Marcos Sá Correa. No texto do dia 28/11, Politicamente Incorreta é a Branca de Neve, Marcos escreve sobre o livro A Tapas e Pontapés, do polêmico colunista da revista Veja, Diogo Mainardi. Confira um trecho da coluna:
"O barroco brasileiro não é arte, e sim artesanato. Sadam Hussein foi o maior comprador mundial de equipamento bélico brasileiro e por isso perdeu todas as guerras em que se meteu. Nosso programa militar para o enriquecimento de urânio é bobagem, porque o país só sabe enriquecer político ladrão. Nossa natureza pode não ser lá grande coisa mas, como não temos nada mais original para mostrar ao mundo, um peixe-boi vale mais do que todos os nossos escritores juntos, um pé de cajazeira, mais do que a penca completa dos cineastas. Etc.

Essas frases vieram, quase literalmente, do livro A Tapas e Pontapés, de Diogo Mainardi. É uma seleção dos artigos que, desde 1999, ele publica semanalmente na revista Veja. Tem um capítulo, Empombações, em que os leitores chamam o autor de derrotista, frustrado, invejoso, ególatra, leviano, oportunista e mal-humorado. Ele devolve um a um os 'pesados epítetos', respondendo por exemplo a Volnei Garrafa, presidente da Sociedade Brasileira de Bioética (se é que isso existe): 'Em primeiro lugar, professor, não sou seu amigo. Em segundo lugar, não defendi a descriminalização do aborto, e sim a legalização. Em terceiro lugar, é 'descriminalização', não 'discriminalização'. Qual a classificação da Universidade de Brasília no último Provão?'

Mainardi deixou para justificar o título do livro na última linha do último parágrafo. É o suco que ele extraiu de uma lição de Ivan Lessa, seu 'tutor': 'Se tiver realmente que escrever, trate o resto da humanidade aos tapas e pontapés'. A essa altura, as 205 páginas anteriores já mostraram o que ele quis dizer com isso. Mas pelo menos se esclarece um paradoxo que intriga quem, depois de conhecê-lo por escrito, encontra Mainardi em carne e osso. De perto, ele um sujeito afável, de boa conversa, que anda por aí abrindo espaço na imprensa às caneladas menos por vocação do que por método. E é exatamente isso que faz o livro ser muito melhor do que a soma de todas as crônicas que foram parar lá dentro..."
Leia mais

No quesito música, o grande Arthur Dapieve coloca lado a lado o novo do U2 com a coletânea essencial do Billy Bragg na coluna nova, e elogia Cake e Engenheiros do Hawaii nas colunas anteriores. Para ler agora e sempre. Dapieve entende.
http://www.nominimo.com.br

O jornalista Tom Leão está com um blog. Ele faz questão de deixar claro que o "Na Cova do Leão" não tem nenhuma relação com seu trabalho no jornal O Globo. É só um espaço para dizer: "Vi Os Incriveis e achei... incrivel! É sen-sa-cio-nal! Um dos melhores filmes sobre herois que já vi".
http://www.nacovadoleao.blogspot.com

Marcelo Mim é um dos fotógrafos mais bacanas que eu conheço, e não é porque ele bateu uma foto muito legal minha anos atrás, que acabou em meia página do Folhateen (eu, deitado sobre os meus CDs). Além de ser um cara bacana, Mim tem uma visão muito interessante sobre as coisas. Mas o legal do Fotogarrafa, um site com jeito de blog, é a ironia com que ele versa sobre algumas coisas, principalmente sobre seu cotidiano no "maior jornal da América Latina". Se você quer ser jornalista e é sonhador(a), os comentários de Marcelo Mim vão servir para colocar um pouco de realidade nessa (falta de) história toda. Aproveita e confere o trabalho dele.
http://www.fotogarrafa.com.br

07/12/2004 - 07h
Oração dos Estressados

Senhor, dê-me a serenidade para aceitar as coisas que não
posso mudar, coragem para mudar as coisas que não
posso aceitar, e sabedoria para esconder os corpos
daquelas pessoas que eu tiver que matar por estarem me
enchendo muito o saco.

Também, me ajude a ser cuidadoso com os calos em que
piso hoje, pois eles podem estar diretamente conectados
aos sacos que terei que puxar amanhã.

Ajude-me, sempre, a dar 100% de mim ao trabalho:
12% na segunda-feira
23% na terça-feira
40% na quarta-feira
20% na quinta-feira
5% na sexta-feira

E, ajude-me sempre a lembrar, quando estiver tendo um
dia realmente ruim e todos parecerem estar me
enlouquecendo, que são necessários 42 músculos para
socar alguém, 17 para sorrir e apenas 4 para
estender meu dedo médio e mandar a pessoa para aquele lugar...

Que assim seja.

Ps. Essa oração chegou ao meu email no meu primeiro dia de volta ao trabalho e nunca um email foi tão oportuno. Assim, transcrevo aqui, dizendo que a oração veio assinada por um xará, Marcelo Alcântara. Amém.

06/12/2004 - 02h50
Quase três da manhã. Às sete me preparo para voltar à rotina do trabalho. Após um mês de férias (provavelmente as minhas melhores), voltar ao trabalho é a última coisa que eu gostaria de fazer. Mas, não há muito o que dizer, além de que estarei no show da Bidê ou Balde nesta segunda, no Avenida Clube, e não paro de pensar em Os Sonhadores, do Bertolucci, desde sábado à noite. E eu preciso dormir, agora...

02/12/2004 - 20h18
Ressaca e alma lavada. Vou resumir assim o show do Wado, no Blen Blen lançando A Farsa do Samba Nublado, o terceiro (e mais pop) disco de sua carreira. É preciso, antes que alguém entenda errado, repetir o grande clichê: pop não é palavrão. O som do Wado está mais simples e mais direto, mas não menos inteligente e dançante. Dos três shows que vi dele, este foi (de longe) o que mais gostei. Privilegiando o disco novo, com as excelentes Tormenta (que cita a chuva de sapos do clássico de Paul Thomas Anderson, Magnólia), Vai Querer? e a minha preferida, no momento, Carteiro de Favela, o show ainda teve as pérolas dos dois primeiros discos. Duro mesmo fui eu tentando sambar (como se soubesse) com os joelhos esbugalhados...

Diz ai: existe coisa melhor do que cheiro de Jack Daniels?

Fim de semana movimentado. O Espaço Unibanco lança, neste sábado (04), um horário especial para pré-estréias: às 11h vão ser exibidos Antes do Pôr do Sol, de Richard Linklater, e Os Sonhadores, do Bertolucci, em sessão única. Os dois filmes merecem ser conferidos e devem entrar em circuito comercial no meio de dezembro.

No domingo (05), o Avenida Clube, do lado da FNAC Pinheiros, arma o Festival Filadélfia, com a presença de Los Pirata, PB, Numismata, Dolores, Gram, Abimonistas e Ludov. Os shows vão começar às 16h e o preço é R$ 20 ou R$ 10 com um quilo de alimento não perecível (exceto sal e açucar). O Festival está sendo realizado em prol das crianças e adolescentes da Casa de Assistência Filadélfia. Vale conferir. Eu, particularmente, gostaria muito de ver PB e Ludov...

Na segunda (06) , a Bidê ou Balde marca presença também no Avenida Clube para lançar o seu terceiro disco, É Preciso Dar Vazão Aos Sentimentos. A festa está marcada para começar às 22h com show de abertura da banda Biônica. Em seguida será a vez dos gaúchos da Bidê subirem ao palco. Vamos nessa, vamos???

01/12/2004 - 11h22
Entramos em dezembro e não posso negar que, neste momento, esteja feliz. Olhando para o arquivo, foram 18 novos textos em novembro. Isso porque teve dia em que precisei segurar a atualização para não prejudicar textos legais que tinham entrado!!! E muita coisa legal ainda vem por ai. :_)

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