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Cinco fotos: Barcelona

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O céu e as pedras

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O casal

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O caminho para o campanário

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Porta fechada

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No Violencia

Veja mais imagens de cidades no link “cinco fotos” (aqui)

julho 29, 2011   No Comments

Opinião do Consumidor: Pauwel Kwak

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Uma das melhores cervejarias belgas (olha o nível), a Bosteels foi fundada em 1791 na cidade de Buggenhout, nos Flandres Orientais (40 minutos de Bruxelas), e continua nas mãos da família Everarist sete gerações depois (um feito em um mercado devorado pelos grandes conglomerados). Entre os destaques da Brewery Bosteels estão as indiscutíveis Tripel Karmeliet, a Pauwel Kwak e, claro, a épica DeuS.

Uma das primeiras curiosidades acerca da Pauwel Kwak é seu copo, que traz uma base de madeira que evita que você toque no vidro enquanto bebe (e, em um teatro de bonecos em Bruxelas, vi um norte-americano tentando tirar o copo de vidro da base: falhou miseravelmente e deixou o copo em pedacinhos), mas que foi criado originalmente para que os cocheiros pudessem beber enquanto “pilotavam” carruagens.

Politicamente incorreto? Isso foi na época de Napoleão. A Bosteels quis homenagear uma cervejaria famosa no período, a Hoorn’inn’, com a Pauwel Kwak, lançando essa delícia em 1980 (Hoorn’inn’ era a cerveja predileta dos cocheiros). A história da Bosteels ainda se envolve com arquitetura: a mansão sede da cervejaria foi desenhada pelo arquiteto Louis Minard em 1859 (ele também fez o teatro de Gent).

Quanto à cerveja, já no aroma a Pauwel Kwak se mostra personal: o álcool aparece timidamente sendo vencido por… caldo de cana (e também mel). No paladar, complexo, o álcool se faz mais presente (são 8,4% de graduação alcoólica), mas ainda assim surge ambientado no conjunto, não chegando a soar agressivo. O primeiro toque na língua é adocicado (mel e cana – e o dulçor retorna delicado após o fim da ingestão) e mesmo em grande quantidade, o álcool reitera um leve amargor que conquista o paladar.

A falta do copo original (foto abaixo) descaracteriza um pouco o conjunto, mas não diminui o prazer de se provar uma cerveja especialíssima, uma das melhores da Bélgica, a terra mãe das melhores cervejas do mundo. O preço (em terras brasileiras), no entanto, não é lá muito convidativo: entre R$ 16 e R$ 19 a garrafa de 330 ml. Porém vale muito a experiência. E você não irá precisar (ou conseguir) beber mais do que duas mesmo (ok, conseguir até consegue: o problema é levantar da mesa).

Teste de Qualidade: Pauwel Kwa
– Produto: Strong Belgian Ale
– Nacionalidade: Bélgica
– Graduação alcoólica: 8,4%
– Nota: 4,86/5

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Veja também:
– Top 100 Cervejas, por Marcelo Costa (aqui)
– Top 10 Cervejas Européias, Viagem 2008, por Marcelo Costa (aqui)

julho 29, 2011   No Comments

Uma noite inesquecível na Irlanda

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Semanas atrás estive na Irlanda. Engraçado, nunca pensei na Irlanda como um destino de viagem. Depois que fiz o básico (Londres, Paris, Berlim, Roma, Barcelona e Madri) com alguns bônus (Bruxelas, Bruges, Glasgow, Viena) troquei a Escandinávia (ainda vou) por parte do Leste Europeu (Budapeste, Praga, Bratislava) e acabei descendo para a Grécia (Atenas e Santorini) chegando até a Turquia (apenas Istambul) – cometendo sempre o pecado de deixar Lisboa de fora. Mas nunca tinha pensado em Dublin ou Cork…

Então, de repente, me encontro dentro de um pequeno pub e, em um dos cantos, sentados, um senhor com um banjo, outro com um contrabaixo, um rapaz mais novo com um violão e outro rapaz com outro banjo começam a tocar uma versão dilacerante de “Out on The Weekend”, de Neil Young, em ritmo de folk irlandês de boteco com todo mundo falando alto, erguendo pints de cerveja e cantando uma letra que fala sobre abandonar tudo e começar um novo dia. Olhei aquilo e parte de mim se quebrou em pedacinhos. Que coisa linda. Havia mais. o refrão forte de “Big River”, de Jimmy Nail, emocionante:

A sessão estava apenas começando e muita coisa boa viria pela frente. A ligação foi imediata. O country e o folk norte-americanos devem muito de sua formação aos imigrantes irlandeses que baixaram nos Estados Unidos no começo do século passado. Gangues de Nova York. Martin Scorsese entende. Bob Dylan, que aprendeu boa parte do que sabe ouvindo (e roubando e se inspirando n)a expressiva coletânea sextupla “Anthology of American Music”, também. “Anthology” é um importante fruto de uma ilegalidade. E é histórico (falei mais aqui).

O movimento cíclico: os irlandeses influenciaram os norte-americanos e hoje tocam músicas norte-americanas (com um pouco de sotaque irlandês) e chega a ser impressionante como os Estados Unidos conseguiram fazer essa inversão de valores com tanto êxito (através de guerras, manipulação de interesses e outras coisas, mas independente da “ferramenta”, conseguiram – o mérito é inegável). Porém, a Irlanda herdeira dos celtas e que fala gaélico ainda é o Velho Mundo pré-Cristovão Colombo, pré-América. Fui muito inocente: era óbvio que eu iria me apaixonar por essas cidades, por esse país…

Leia também: Diário Europa 2008 (aqui), 2009 (aqui) e 2010 (aqui)

julho 29, 2011   No Comments