CALMANTES COM CHAMPAGNE
Imitação Tosca de Um Blog - Página Principal 
Marcelo Costa

28/02/2006 - 15h39
Resumo de uma noite de segunda-feira de carnaval:

21h - Cheese Bacon Salada no Pão Frânces no Bar do Zé
23h - Maracatu com cerveja nas ruas da Vila Madalena
01h - Seleta ao som de Killers e Joy Division na Funhouse
07h - Um pão com manteiga na chapa e um pingado na Bela Paulista

O dia inteiro na cama... preciso almoçar... mas vou dormir... tirinha do dia...

27/02/2006 - 16h30
Dia de faxina. Sem muitos comentários então. Mas vou dizer que estou sorrindo, que terminei as duas temporadas de Seinfeld (comento mais pra frente, mas adianto que o episódio The Deal é sensacional) e que estou voltando aos braços de Friends.

Apesar de ter assistido à Capote na madrugada de sábado, não o indico para o carnaval. Carnaval é para se ver filmes fofos e desencanados como Johnny & June, Orgulho & Preconceito ou ABC do Amor, que devo assistir hoje. No entanto, se você não vai sair para a avenida (ou para o maracatu, como eu), o SBT é uma ótima pedida para fugir do desfile das escolas de samba do grupo especial. Às 3 da manhã, Audrey Hepburn adentra à tela como Holly Colighly, personagem fofa de Truman Capote em Bonequinha de Luxo. Assisti anteontem, e recomendo. Saiba mais.

Orgulho & Preconceito, por Marcelo Costa
Como diria Humberto Gessinger, não se prenda a primeira impressão

Johnny & June, por Marcelo Costa
Um belo retrato do amor na idade de ouro do rock'n'roll

Capote, por Marcelo Costa
Recorte histórico exemplar, narrativa arrastada e cansativa

Capote, por Jorge Wagner
Nó-na-garganta. E não é força de expressão...

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É incrível como sou tímido... incrível...

26/02/2006 - 15h15
"O carnaval nem parece que já passou por aqui"... bem, para quem não conhece, é uma música antiga dos Picassos Falsos, banda que têm lugar reservado no coração deste que vos escreve. Lembrei dela agora. Cadê o carnaval, cadê? :/

Boa dica do amigo Palandi: Considerações inúteis sobre o show do Franz Ferdinand

Filme da madrugada: Capote. Philip Seymour Hoffman arrasa no filme, arrasa. Uma grande aula de atuação de um ator extremamente versátil, que consegue posar de enfermeito tímido em Magnólia, jornalista falastrão em Quase Famosos e machão dono de negócios sujos em Punch-Drunk Love. Lembre-se: Russel Crowe ganhou um Oscar pelo papel que ele faz em todos os filmes. Se Philip arrasa, o filme, no entanto, não está a altura. O diretor Bennett Miller arrasta por demais a narrativa colocando-a em pé de igualdade com o modo excêntrico de se expressar de Truman Capote. O resultado induz ao sono, cansa, apesar da história forte, interessante e bem recortada. E a trilha sonora ecônomica, notadamente inspirada em Stanley Kubrick, não provoca o nervosismo que o mestre conseguia provocar. Um bom filme. E só.

Ps. Fiquei de cara com o futebol do Nilmar na vitória do Corinthians sobre o Santo André pelo Paulistinha, no sábado. A visão de jogo do moleque é sensacional...

Não fui ao show do Franz Ferdinand no RJ, mas acabo de derramar lágrimas e lágrimas ao baixar um vídeo da apresentação no Circo Voador. Se eu fiquei completamente arrepiado com o público cantando (e impressionando Kapranos) Walk Away, como deve ter ficado a banda? Baixa o vídeo aqui.

25/02/2006 - 13h03
Ahh, que sono. Clichê número 1: me senti dentro de O Clube dos Corações Solitários na madrugada passada. "Não consegui tirar meus olhos de suas pernas", diria Spit.

sorrisos

Não me lembro do que eu ia escrever... e agora, José?

Já começaram a venda de ingressos para o show do Echo e o site do 2º Campari Rock já está no ar. Confere que vale a pena: http://www2.uol.com.br/camparirock

O André avisa que não foi ele quem pagou a caipirinha de maracujá, então só posso chegar a conclusão de que foi o Marroni. As meninas estavam dormindo... :)

Você já percebeu como a coca-cola do McDonalds tem um gosto completamente diferente da coca-cola normal? Então, fui ao Mac, pedi um Salad Burger, que é aquele lanche pequeno, e que vem com coca pequena e fritas. Como estou de ressaca, pra variar, é claro que um copo pequeno de coca-cola não deu para nada. Fui e peguei uma latinha de coca-cola num restaurante ao lado. Na boa, são duas bebidas completamente diferentes. A coca-cola de máquina do McDonalds é uma coisa (e é muito boa) e a coca-cola de latinha é outra. Faça o teste qualquer dia.

Aliás, bebi tanto ontem... tomara que não tenha dado nenhum vexame...

Siberia, do Echo & The Bunnymen, por Marcelo Costa
Siberia não é só um grande disco, como também uma carta de intenções.

Ok, ok. Mais sete tirinhas do Laerte, vai. Um, dois, três, quatro, cinco, seis e sete.

24/02/2006 - 18h22
Pára tudo, pára tudo, pára tudo: hehehe, gostei disso. Me lembra o velho bordão "parem as prensas". Bem, já acabaram os ingressos para estudantes (meia entrada) para o show que o Oasis faz no estacionamento do Credicard Hall, no próximo dia 15 de março. Agora, só inteira para ver os irmãos Gallagher, que está saindo pela pequena fortuna de $ 144,00. Isso mesmo. R$ 120? Que nada. Existe uma tal taxa de convenciência que custa R$ 24,00 e que engorda o preço do ingresso.

Na boa, para eu ir ao RJ ver os Stones eu gastei, incluindo ônibus ida/volta, café da manhã numa lanchonete da Barata Ribeiro, cerveja e papo com os amigos num boteco de frente para a praia de Copacabana, várias garrafinhas de água e caipirinha de maracujá em Ipanema, tudo por R$ 125. Sério. Um dia inteiro no Rio de Janeiro. É possível se divertir muito mais com R$ 144 do que ficar vendo os irmãos Gallagher tocar Wonderwall, Don't Look Back in Anger e Stand By Me por duas horas.

Ok, ok, ok, assumo: quem pagou a caipirinha de maracujá foi o André Azenha.

Já começou a venda (apenas para clientes Citibank) dos ingressos para o show do Echo & The Bunnymen, no Credicard Hall, dia 19/03. A pista está saindo por R$ 90 e a arquibancada superior por R$ 70. Preços sem a "maldita" taxa de conveniência. :)

"Sensacional, extraordinário, bombástico, catártico. Apertado. Sexy. Suado". Isso tudo é a Juliana Zambelo falando do show do Franz no Circo Voador, ontem. Ela foi.

24/02/2006 - 10h21
Filme da noite: a cartomante chega em você e começa a te desnudar: "seu pai é assim, sua mãe é assim. Quando criança você era assim, mas hoje você é assado. Você não consegue ficar no mesmo lugar muito tempo, já amou tantas vezes e foi amado outras tantas. Você tem medo disso, daquilo e daquilo outro". Nunca fui em uma cartomante, mas as que tentaram algo em mesas de bar sempre erram quantas vezes eu amei (risos). Porém, o filme argentino Roma, do respeitado diretor Adolfo Aristarain, me desnudou completamente no cinema. Me vi em tantas cenas, mas em tantas cenas, que parecia que a autobiografia era minha. No geral, Roma é um filme fraco. Têm um roteiro simplório, uma edição capenga e um ritmo truncado, e tinha que ser um filme exatamente assim para me resumir com tanta perfeição. Lágrimas.

Download: Pop Romantique French Covers and Remakes. É um disco que, pessoalmente, adoro. Sempre que posso, toco a versão do Heavenly para Nous Ne Sommes Pas De Anges em pista. Esse CD ainda traz Luna (La Poupee Qui Fait Non), Apples in Stereo (Avril En Mai), The Hang-Ups (com a deliciosa Pardon), e Llyod Cole, como uma cover de Bob Dylan, em frânces: Si Tu Dois Partir. Download.

23/02/2006 - 11h18

Duas coisinhas rápidas antes de um longo post sobre Lou Reed:

O amigo Gilberto Custódio, que edita o Microfonia, está estreando um podcast no zine: o "Implosões do Folk". Com certeza é coisa boa: http://www.microfonia.org

Na onda de podcasts, outro amigo, o jornalista Paulo Terron (um dos nomes por trás da nova Bizz) apontou alguns em sua lista de Melhores do Ano aqui do S&Y. Volto a lista-los aqui, já que este é o assunto desta primeira parte do post de hoje:

Ricky Gervais (guardian.co.uk/rickygervais)
Bizz (bizz.abril.com.br/aberto/podcast.shtml)
Rolling Stone (rollingstone.com/podcasts)

Particularmente, indico o Road Movie, que já tem 71 programas, e seleções deliciosas para se clicar, e ficar ouvindo por horas e horas e horas . O número 70, por exemplo, traz Cat Power (Hanging on the Telephone), TV on The Radio (New Health Rock), Pixies (Gigantic, single version), The Magnetic Fields (A Chicken With Its Head Cut Off), Tom Waits (Alice) e The Paris Sisters (I Love How You Love Me), entre outros. Vale muuuuito. http://blog.tilos.hu/roadmovie

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DVD do Dia: Existem poucas pessoas no mundo que admiro mesmo, de verdade, entendendo que em algum momento da existência elas foram abençoadas com algum dom especial. Amo Elvis Costello e Neil Young, por exemplo, mas eles me parecem mais normais, pessoas que descobriram o jeito certo de viver a vida, e são ótimos por isso, mas diferentes do que acontece com gente como Ian McCulloch e Lou Reed. O primeiro, porque ficou uma magia após eu o ter entrevistado. Parece que mesmo ele respondendo as perguntas que fiz, algumas coisas não ficaram claras. Como assim, você não lê, Ian? Como o cara que compôs Killing Moon e Back of Love não lê? De onde saíram essas músicas, essas letras? E a ligação de Ian com Lou Reed é imensa. Ian sempre sonhou em ser Lou Reed. Já confessou ter usado várias progressões de acordes do Lou em canções suas. E Lou, no clipe da versão especial de Perfect Day - com a participação de vários músicos - está incrivelmente parecendo Ian! Nisso, me lembro de uma discussão de William Miller com Lester Bangs em Quase Famosos:

- "Você gosta de Lou Reed?" - pergunta Lester
- "Das canções mais antigas" - responde William, acrescentando - "Agora ele está tentando ser Bowie. Devia apenas ser ele mesmo"
- "Mas se o Bowie está sendo Lou, e se Lou está sendo Bowie, então Lou está sendo Lou" - analisa Lester
- "Para quem gosta de Lou" - encerra sabiamente William Miller.

Bem, estou falando de tudo isso porque acabei de assistir o documentário Classic Álbuns - Transformer, e é impossível não ser conquistado por Lou Reed. Lembro dos meus 15 anos embalados por este velho vinil, que eu ainda guardo. E, logo depois, sendo devastado pela tempestade New York, um dos discos que mais ouvi na vida (principalmente o lado A com Romeo Had Julliete, Halloween Parade, Dirty Boulevard e There Is No Time). Ian McCulloch, ele de novo, uma vez observou: "Só mesmo Lou Reed poderia escrever uma canção dizendo 'Romeo had Juliette and Juliette had Romeo'". Porém, a frieza de Lou Reed é incrível. Após 50 e tantos minutos de documentário comentando as gravações de canções clássicas como Perfect Day, Satellite of Love, Vicious, Goodnight Ladies e Walk On The Wild Side (todas do álbum Transformer, produzido por David Bowie e pelo guitarrista Mick Ronson), Lou encerra tudo dizendo: "É só um álbum. São só algumas canções". Como assim?

Se você gosta mesmo de música, já deve ter ouvido os dois maiores clichês do rock que são ligados a este homem: O primeiro diz que o álbum de estréia do Velvet Underground (o famoso disco da banana) foi um retumbante fracasso comercial, e que pouco mais de 500 pessoas viu um show do Velvet na época, mas cada uma dessas pessoas saiu e montou sua própria banda. "Se isso é verdade, quem dera me dessem parte dos direitos autorais", comenta Lou no documentário. O outro clichê é uma frase mesmo dele: "Minha ambição é fazer rock com textos tão fortes quanto os de Shakespeare e Doestoevski". Sobre ela, Lou comentou em uma entrevista (antológica) para o jornalista Pedro Só, do tempo em que a Bizz virou Showbizz: "Eu falo demais (risos). Devia estar um pouco fora de mim quando disse isso (risos). Tudo o que quis dizer é que tento escrever coisas não descartáveis. Em certo nível, fui bem sucedido em algumas canções. Sweet Jane, I Love You Suzanne, Walk On The Wild Side, Rock'n'Roll, aaaahhhh, tem tantas. Agora, quando você escrever que eu disse "aaaahhhh, tem tantas", diga, "ele riu, ele fez uma piada".

Bem, o parágrafo anterior foi só um grande parênteses e, na verdade, este post virou quase uma matéria. Eu só queria falar que me arrepiei assistindo o DVD do disco Transformer. Herbie Flowers explicando como juntou baixo acústico e elétrico para criar a linha melódica de Walk on The Wild Side é algo sensacional. Lou interpreta algumas canções de forma acústica enquanto comenta sobre elas. É uma pequena aula de história da música. "São só três acordes", diz Lou. "Se eu posso, você também pode", continua, e começa a tocar misturando, na mesma batida, I'm Waiting For The Man, Vicious e Dirty Boulevard. "Dizem que eu escrevo sempre as mesmas canções. Ninguém fala isso do blues. Ninguém fala isso de Muddy Watters", comenta, contrariado. Bom, ouvindo o disco agora (acredito que acabo de reentrar numa fase Lou Reed - New York está no meu colo), meu deus, como é bom. O que é Perfect Day, Satellite of Love? Sem palavras.

Transformer - Classic Albuns, por André Fiori
Documentários como esse são um presente

Animal Serenade, de Lou Reed, por Marcelo Costa
Como fazer de um show um momento inesquecível para o público

Velvet Underground & Nico - Deluxe, por Marcelo Costa
"Deluxe Edition" é picaretagem das maiores

Direto do blog de Lour Reed
Eu falo por meio das minhas canções

22/02/2006 - 12h27
Vou ser rápido porque o dia será corrido, eu preciso almoçar, fazer umas longas pesquisas para uns freelas longos que pintaram, e pensar em um novo risoto. O amigo Jonas Lopes insiste para que eu troque o bacon pelo funghi. Será? Dúvidas.

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Aliás, dois amigos queridos que sempre estão com textos publicados no S&Y divulgam seus novos blogs: Jonas Lopes já tinha estreado o Gymnopedies no começo deste ano, após problemas no Yer Blues. Já a queridissima Juliana Zambelo, uma das editoras do BScene e nome constante nas últimas edições impressas da revista Bizz, estréia o Popará. Além dos bons pensamentos pessoais destes dois jornalistas, os espaços permitem posts, aproximando o diálogo com o leitor (e com os amigos).
Links abaixo:

Gymnopedies, de Jonas Lopes
Popará, de Juliana Zambelo

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Não fui no U2. Na verdade, fui. Bem, a Juliana explicar melhor... aqui.

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Fragmentos: eu sou tão fascinado por acasos... amo tanto essa cidade, mas... ando tão desiludido das pessoas... gosto de cerveja escura... viciei em Seinfeld... apaixonar-se não é questão de foco e sim de coragem... tento não me arrepender...

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Como é bom esse disco do Flaming Lips, como é bom...

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Ontem perdi Bonequinha de Luxo, na sessão especial em homemangem a Truman Capote, que está acontecendo no Espaço Unibanco. Tenho o filme em DVD, acho mediano, mas é a Audrey Hepburn, né. E ver um filmes destes, clássico, em uma telona, é sempre bom entretenimento. Hoje tem A Sangue Frio lá. Vou tentar assistir.

21/02/2006 - 13h55
Pára tudo, pára tudo, pára tudo: meu segundo risoto ficou muuuito bom. :o) Como é que eu fui esquecer do queijo da outra vez??? Ele foi o toque que faltou, embora desta vez eu até tenha colocado salsinha e mais vinho. Ah, foi de bacon de novo.

21/02/2006 - 10h43
Só para distrair enquanto estudo os Beatles

Às vezes somos felizes com pouca coisa
A chuva afoga meu desejo inquieto. Rimos alto de tudo aquilo que é imperfeito. Como uma benção, não venta. Ela lava as mãos com as lágrimas do anjo. Ele sempre sonhou com relógios parados. E tudo foi tempo perdido. Uma palavra resume o conto de fadas: desencanto. Não me pergunte quando. Esqueci meu sobrenome, mas como se houvesse alguma raiz amarrada aos meus pés, não esqueço dos seus olhos. É tão estranho. Pareço estar acordado dentro de um sonho que eu não sonhei. E foi um sonho? A melancolia bate na porta da casa, pede uma taça de vinho e diz: voltei. Não basta rir do acaso, é preciso brincar de palhaço e abraçar a vileza como se ela fosse uma princesa. Estar pronto quando levarem seu coração à mesa e entre garfadas reclamarem que a carne está mal-passada. Rimos quase dois segundos antes de nos perdermos no escuro. É uma piada. Enquanto uma menina de saia azul e belas pernas desfila em Ipanema, a noite chega, nos abraça e nos leva a primavera. De mãos dadas. Não espero nada. Famosas sejam as últimas palavras. Me desculpo com Yemanjá pelo desejo que pedi e abandonei. Se preciso falar algo, até hoje não sei. Aconteceu. Não posso me arrepender de tentar ser eu. Ser seu. A noite passa veloz entre taças de sorvete de chocolate, poemas de Hilda Hilst e canções do Morphine. Nem fecho os olhos e o telefone toca. O sol afaga meu desejo inquieto. Rimos alto de tudo aquilo que é imperfeito. Como uma benção, venta. E ventar por hoje basta. Às vezes somos felizes com pouca coisa.

20/02/2006 - 12h46
Na semana passada comentei o quanto criticar negativamente uma banda adorada pode render centenas de e-mails grosseiros em sua caixa postal. Melhor exemplo é o blog que o amigo e jornalista Marco Antônio Bart (Jornal do Brasil, Rock Press, Scream & Yell) criou para postar as mensagens que recebia sobre suas críticas no site Clique Music. Segundo o Bart, o blog não está sendo atualizado desde agosto de 2002, mas vale muito a visita. http://chutemocritico.blogspot.com/

André Ramiro, guitarrista da banda curitibana OAEOZ, apresenta seu novo projeto: Índios Eletronicos. A banda/projeto pretende lançar o disco Brados Retumbantes o final de fevereiro, o qual já está disponível em primeira mão nos meios eletrônicos, porém como pré produção. Baixe gratuitamente no Trama Virtual. Aqui.

Em março, além de Oasis e Echo & The Bunnymen, São Paulo também irá ver, em dois shows, o trio Medeski, Martin & Wood. Um dos shows será no Sesc Pompéia.

Meds, o novo do Placebo, pode ser baixado aqui. Já baixei, mas não ouvi...

A melhor entrevista de Iggy Pop para o Brasil é da Trip. Leia.

A semana começa estranha. Tem U2 hoje e amanhã em SP (e convites aparecendo "misteriosamente" para todos os setores do Morumbi na bilheteria do estádio), devo conhecer a Vila Belmiro na quarta, e torço por um convite do Franz na quinta. Depois, um longo retiro pós-carnaval no interior. Não tenho a mínima idéia do que estou sentindo... e começo a achar divertido tudo isso. É bom rir de si mesmo.

19/02/2006 - 11h57
"Quero que você
me ame bastante
Daqui até a Constante Ramos

Vamos lado a lado
como dois gigantes
enfrentando os ônibus"



Talvez fosse óbvio que a minha canção de sábado no Rio de Janeiro fosse algum clássico stoniano, mas que nada. Como passei a manhã e boa parte do dia bebendo ao lado de amigos num boteco na esquina da Constante Ramos com a Av. Atlântica, me lembrei na hora dessa música do Cazuza, Quarta-Feira, uma das minhas preferidas do álbum Só Se For a Dois. Cantei o dia todo. E sou apaixonado pelo Rio...

E não é legal ficar andando dentro do tabuleiro do Banco Imobiliário? Eu ficava caminhando na Av. Atlântica, em Copacabana e Ipanema, e imaginando em que lugar eu poderia colocar um prêdio e algumas casas (risos). Vou entrar na comunidade do Banco Imobiliário no Orkut :)~ Ah, uma que entrei hoje foi na dos moradores da "Vila Buarque", que é da divertidíssima Pri. Uma outra amiga se refere à Vila Buarque carinhosamente como "Baixo Higienópolis" (hehehe), mas a Pri defende que o legal é exatamente morar na faixa que separa o lixo do luxo. Muito bom! :)

O show dos Stones? Ah, é tudo aquilo que todo mundo já falou. O som estava perfeito. Eu estava com vários amigos na areia da praia. Só clássicos, além de novas como a ótima e funkeada Rain Fall Down e o poderoso rock Rough Justice. O pique de Mick Jagger impressiona. Ron Wood ganhou muitos pontos. Charlie Watts parece um lorde tocando bateria. E Keith Richards é Keith Richards. Meus olhos encheram em Wild Horses (vai ficar linda no DVD), Start Me Up levantou areia e as versões de You Can't Always Get What You Want e Midnight Ramber foram acachapantes.

Essa foi a foto mais bacana que eu vi do show. Onde está Wally? Tô ali no meio.

Após uma hora mergulhado na banheira - recuperando as energias deixadas na água de Ipanema, na praia de Copacabana, e na caminhada Botafogo/Flamengo - dá para começar a pensar no U2. Segunda ou terça? Bem, vou cochilar um pouco, tentar esquecer o desencanto e a melancolia. Como recomenda um texto da BBC (thanks, Li), "o cérebro consciente deve ser usado para questões simples, como escolher entre toalhas e xampus". O problema é que sou tão inconsciente. Às vezes acho que não me amo tanto quanto acho que deveria. Às vezes acho que, na verdade, sou o contrário de Erico Verissimo, que dizia, "eu me amo, mas não me admiro". Pensamentos complicados para um domingo de manhã, né. Esquece. Deixa pra lá.

Para compensar, dois textos recorrentes quando o assunto é carnaval. Como a minha vida anda sem começo nem fim e minha alma foi comprar sorvete de chocolate no Alasca, sei lá o que vou fazer no carnaval, mas assino embaixo destes dois textos que seguem. O primeiro é um texto recorrente que sempre indico nestas épocas: "Curta o Carnaval que esse pode ser o seu último verão", de André Forastieri, uma coluna que só mesmo o grande Forasta poderia ter escrito. Confira.

O outro link é para as seis colunas que o jornalista inglês Matthew Exell, da BBC, escreveu no Carnaval do ano retrasado, uma das mais hilárias visões dessa festa tipicamente brasileira. Os relatos do terceiro e quarto dias são impágaveis. Leia o primeiro dia, e na barra lateral estão os outros dias. Segue um trecho:

"Antes do bloco, no entanto, tem uma coisa que eles chamam "concentração". Não sei se tenho paciência para isso. Eu sei que carnaval é coisa séria para as pessoas daqui, mas de onde eu venho não é preciso se concentrar muito para aproveitar uma festa! Talvez eu pule essa parte, dê uma deitada, tome um banho um pouco mais longo. Estou aqui para a festa, não para alguma reunião chata antes de a festa começar...

Depois da terceira caipirinha, começo a rir sozinho. Afinal de contas, a concentração é divertida, penso eu. Já na sexta caipirinha começo a achar que a concentração é a melhor idéia que já encontrei no Brasil. Todo mundo balança a cabeça, aquiescendo. Eles já sabiam disso. Mas isso não impede que eu tente convencê-los da minha mais nova conclusão."

Confira as colunas que do jornalista inglês Matthew Exell, da BBC

Continuo batendo na mesma tecla: O mundo é uma droga, mas vale muito estar vivo.

17/02/2006 - 13h29

Filme do dia: Feitiço do Tempo. Uma amiga querida sempre me falava desse filme e eu sempre confundia, acho, com Feitiço da Lua. Ela relembrava algumas cenas, eu forçava a memória e nada. Bem, semana retrasada ela me emprestou o DVD e eu amei o filme, uma comédia romântica extremamente inteligente, de frases belíssimas, roteiro absurdo de tão genial, além de ótimas atuações de Bill Murray e Andie MacDowell. Murray é um repórter de televisão que faz previsões de tempo e que vai à uma pequena cidade para fazer uma matéria especial sobre o inverno, no badalado Groundhog Day, ou seja, O Dia da Marmota. Por um feitiço, o jornalista acaba ficando preso na cidade, destinado a viver o mesmo dia para todo o sempre. Toda vez que toca o relógio às 6h, o dia começa exatamente igual ao anterior. E só ele percebe isso. O que você faria se tivesse apenas um dia na vida? Roubaria? Comeria muito? Se mataria? Iria ao cinema? Salvaria o mundo? Se apaixonaria? Teria aulas de piano? "Eu me matei tantas vezes que nem existo mais", diz o personagem, cansado da rotina absurda, tempos depois, para concluir mais tarde: "Não mereço alguém como você, mas se um dia você fosse minha, juro que a amaria pelo resto da minha vida".

Anote: Feitiço do Tempo, e procure na locadora. Vale muito. (Thanks, He, mesmo)

Será que dá para encarar o Ludov tocando Mutantes no Stúdio SP antes dos Stones?

Da série "Recordar é Viver": Djalma Jorge!

A banda curitibana OAEOZ comemora um ano de lançamento do álbum Às Vezes, Céu, disponibilizando o disco na integra no Trama Virtual. As doze faixas de um dos grandes discos de 2005, de graça, num clique. Lembre-se que é deste disco que saiu a baladaça Dizem, apontada como uma das melhores canções de 2005 no Melhores do Ano do S&Y. Siga o link: www.tramavirtual.com.br/oaeoz

Às Vezes, Céu, do OAEOZ, por Marcelo Costa
Caso raro de belas flores que nascem no asfalto

Abaixo, trecho da nova coluna de Dulce Quental, que só deve ser publicada lá para quarta, quinta que vem. Mas é bom para você ficar pensando, caro leitor, enquanto se dirige ao cinema para assistir a Match Point, novo filme de Woody Allen.

"Deve ser duro chegar a conclusão de que a vida é uma questão de sorte. Se estamos de tal forma abandonados, boiando dentro de cenários de realidade, como personagens numa cena do acaso, o que fazer das nossas vidas? Se acreditarmos que a lei de causa e efeito - que faz com que o nosso destino esteja nas nossas mãos - é uma ilusão, o que nos restará? Em 'Match Point', Allen parece nos perguntar: Pra que? Se somos impotentes e não podemos mudar o que nos cerca, se estamos entregues a um mundo psicopata e claustrofóbico? Pra que?"

Match Point, por Marcelo Costa
Trágico como história, genial como cinema

Para finalizar: se eu precisasse escolher uma palavra, apenas uma palavra, para definir um dia, e os últimos seis confusos meses, essa palavra seria "desencanto".

16/02/2006 - 04h19
Por que alguém mantém um veículo de comunicação? Para ganhar dinheiro, responderia o mais esperto. Bem, não é muito o nosso caso, muito embora tenha chego a hora de assinarmos com um grande portal e alçarmos vôos maiores (já estou ouvindo alguém me chamando de traídor do movimento - risos). Fora o dinheiro, a maioria das pessoas que cria um veículo de comunicação, seja ele um jornal, uma revista, um site, um fanzine, está procurando um espaço para falar de coisas que muitos outros lugares não falam, por falta de interesse, foco ou conhecimento. E de uma forma diferente dos outros lugares. Porém, o que sempre me atraiu em ter um veículo não foi só poder falar do disco tal da banda tal de uma forma pessoal, uma mistura de jornalismo com passionalidade. Foi também, em momentos x, poder cuspir no monumento e sacanear toda a engrenagem exercitando a teoria da comunicação. Ter um veículo é plantar ideologias. Se todos estivessem bem cientes disso, talvez não levássemos tão à sério o Jornal Nacional, a Veja, A Folha de São Paulo, o NME. Vez em quando me sinto na obrigação de cutucar o leitor quanto a isso. "Seja dono de suas próprias opiniões", vivo repetindo, clamando para que ninguém leve a mídia à sério. Cuidado quando alguém diz que isso ou aquilo é imperdível, essencial, obrigatório. Vivemos a época da banalização dos adjetivos. Pouca coisa se sustenta. "Não devo acreditar em você?", pergunta o leitor. Sim, não deve acreditar em mim. Nem em ninguém. Você pode tomar as minhas opiniões como um norte à seguir até chegar as suas, mas nem eu, nem ninguém é dono da verdade. Cada um é dono da sua verdade. É claro que ler um texto nos aproxima da pessoa que está escrevendo. E a leitura diária nos faz descobrir várias semelhanças de gostos. Não nego isso. E se estou aqui é porque, um dia, me apaixonei pelos textos de gente como Ana Maria Bahiana, Arthur Dapieve e André Forastieri, só para citar três. Eles me moldaram, e eu sempre pude confiar neles. Eles nunca trairam essa minha confiança. Eu pretendo nunca trair a confiança de ninguém. Em cinco anos escrevendo, já recebi milhares de e-mails, tanto elogiosos quanto críticos. Dos elogiosos não precisamos falar nada além de que eles muitas vezes salvam o dia. Já dos críticos, poucos são os que conseguem ultrapassar o limite raso do ataque pessoal. Exemplo: na resenha de A Bigger Bang, dos Stones, procurei fazer um retrato real da banda e elogiei o disco. Primeiro comentário de uma menina: "Meu, porque vc não morre? vai cuidar da sua vida, inveja é uma coisa horrível, sabia? os Stones são maravilhosos e eu aposto que vc não chega aos pés do Mick! Ele, mesmo tendo 62 anos continua lindo! Pare de invejar os outros, vê se te manca idiota!". Gente, é sério. Está aqui, texto e comentário, no querido site parceiro Speculum. E o texto era elogioso (risos). Esse é um exemplo de 95% dos e-mails reclamativos que chegam não só para mim, mas para todos os jornalistas que ousam criticar instituições da mídia, sejam elas os Stones, o Coldplay, Spielberg ou os Strokes. No entanto, exceções existem, e abri todo esse longo texto para falar de uma destas exceções, um e-mail que recebi na madrugada de quarta-feira, e que me fez derrubar lágrimas, tamanha sua honestidade, sinceridade e emoção. De Belém do Pará para o meu computador em São Paulo, o leitor Elvis Rocha "perdeu" alguns minutos de seu intervalo no trabalho para contar as impressões que o meu texto sobre o último disco dos Strokes causou nele. A clareza de idéias me comoveu. Não é porque um cara que você admira diz que tal coisa é irrelevante que você tem que aceitar. É contra isso que eu brigo. É por isso que eu escrevo. Para que as pessoas pensem. Não mudo uma virgula do texto que escrevi, pois aquela é a minha opinião, e é assim que eu a defendo: argumentando com as minhas palavras e meu coração. Mas me senti honrado em poder receber uma resposta tão lúcida, às vezes contrária, a minha opinião, mas balizada por uma das poucas coisas que são realmente válidas na vida: a emoção. Entendo bem a emoção. E abro espaço neste veículo tosco que edito com toda paixão que me movimenta para publicar a integra do e-mail do Elvis Rocha. Ele praticamente completa o meu texto com coerência e inteligência. Grande abraço, amigo. Valeu pelo carinho.

De: elvis rocha
Enviado: quarta-feira, 15 de fevereiro de 2006 02:25:52
Para: maccosta@hotmail.com
Assunto: Sobre os Strokes


Marcelo,

Meu nome é Elvis Rocha. Moro em Belém do Pará e acompanho o screamyell com bastante assiduidade. Sempre considerei o site um dos melhores referenciais para quem curte música alternativa sem o ranço sectário que muitas vezes quem curte esse tipo de som (alternativo, né? o q é isso?) acaba carregando. Gosto particularmente dos teus textos. Combinas qualidades que admiro em quem se põe a escrever sobre coisas, como a música e a literatura, que nos emocionam: clareza de idéias emoldurada num texto leve, somada a um talento para não ofender mesmo àqueles que não concordam necessariamente com as opiniões que exprimes. Eu, fã de gente como Nelson Motta e Artur Dapieve, considero esse último uma das maiores virtudes para qualquer um que se meta a falar de música.

Resolvi escrever esse email depois de ler o teu texto sobre o disco novo dos Strokes. Já tive vontade de fazê-lo outras vezes, mas não sei bem quala a razão, dessa vez decidi sentar aqui no intervalo do trabalho e mandar esse textinho, feito metade para te parabenizar e metade para dar meu próprio testemunho sobre a imbecilidade dos nova-iorquinos e sua música sem novidade.

Sou um grande fã dos Strokes. Confesso que das bandas que apareceram no cenário da música nos últimos anos, ela foi a única que conseguiu me fazer sentir aquele tipo de excitação que caracteriza muito da música pop. Também adoro as bandas que citaste (Radiohead, Wilco etc), mas elas estão num patamar diferente no meu panteão. O que gosto nos Strokes é que eles reúnem características que fazem com que eu acabe voltando para os primeiros tempos em que curtia música. Era um tempo em que meus pontos de vista sobre música e canções eram muito pouco desenvolvidos para que eu soubesse, por exemplo, que os Beatles sugaram boa parte das suas idéias de bandas contemporâneas, que muitas daquelas idéias que eu considerava tão geniais já haviam sido esboçadas por outros artistas, infelizmente menos cotados na lista de Top Hits da Billboard. A única coisa que eu sabia era que aquela música me emocionava e conseguia - virtude das virtudes - me deixar com um sorriso no rosto.

É isso que os Strokes conseguem fazer comigo. Concordo plenamente contigo quando dizes que não existe novidade no som deles. Não há mesmo, mas não considero que essa seja a intenção principal dos músicos, que são bastante limitados, como bem apontaste no teu texto. Tenho 28 anos, e minha lista de preferências me colocaria num patamar médio em termos de rock´n´roll (assunto principal aqui). Gosto de Beatles como adoro Zombies e Van Morrison e Bob Dylan, assim como venero Elvis, Buddy Holly, Jerry Lee Lewis e tantos outros que vieram fazendo a história dessa coisa que tanto amamos, chamada rock. Mas não consigo resistir a um clichê bem feito nessa área. E é isso que os Strokes são. Um ótimo clichê. Sabes que são muitas as tentativas de impingir aos amantes de música genéricos de todos os tipos. Alguns só conseguem gerar gargalhadas, e esses a história trata de cuidar por si mesma. Mas há outros, e permito-me humildemente incluir os Strokes nessa lista, que não disfaraçam a sua natureza (genéricos), mas resolvem do mesmo jeito. E divertem, Marcelo. Fazem sorrir. Afinal, no fim das contas, o que vale mais que um sorriso gerado por uma melodia amada nesse nosso universo pop, não? Um outro exemplo de genérico adorável, permita-me acrescentar, é o Belle and Sebastian. A diferança entre as duas bandas é q o B&S nunca tomou para si a responsabilidade de "salvar o rock", algo que não sinto que tenha sido a intenção dos garotos dos Strokes. O problema é o que a mídia (esse conceito tão largo e escorregadio) faz com um fato novo como foram os caras no começo dos anos 2000. Exalta e cria celebridades que incorporam atração e rejeição tão grandes quanto seus elogios e impropérios.

Esse último ponto foi o que achei mais bacana em teu texto. Também compreendo as coisas desse jeito. Acho que uma banda que é só uma banda legal já faz o suficiente para ficar na história, pelo menos na história particular de pessoas que, como eu, compra seus discos e tem prazer em buscar novidades sobre ela. Não precisa mais do que isso, não. Levar a música pop a sério é um efeito colateral daquele baseado fumado pelos Beatles com o Dylan em 64, como sempre digo para meus amigos. Não houvesse aquele fuminho, não estaríamos escrevendo sobre tudo isso, e eu não estaria te importunando com minhas impressões sobre Strokes e etc.

Fiquemos com a emoção. O Mario Quintana dizia que há coisas que o vento não consegue levar. Uma lembrança boa é uma delas. Os teus textos quase sempre me fazem pensar que há vida inteligente nos meios alternativos, quase sempre tão raivosos e preconceituosos. Esse, me fez sentar aqui e escrever, o que não é pouca coisa. Grande abraço e desculpe uma possível falta de coerência no texto. Estou escrevendo de acordo com o aparecimento das idéias e correndo contra o tempo (chegou a hora de voltar ao trabalho).

Grande abraço.

Elvis Rocha

14/02/2006 - 23h57
Filme da noite: Diretor do filme mais comentado da temporada (o que não quer dizer que seja o melhor), e virtual dono da estatueta de direção no Oscar 2006, Ang Lee não têm em seu currículo apenas O Tigre e o Dragão, Hulk e Razão e Sensibilidade. Na verdade, o filme mais denso de Lee é - antagonicamente - seu filme mais cult: Tempestade de Gelo. Lançado em 1997, e contando com um jovem elenco que iria dar muito o que falar nos anos seguintes, Tempestade de Gelo é muito melhor, mais pesado tematicamente e dolorido que Brokeback Mountain. O elenco 'juvenil' contava com Elijah Wood, Tobey Maguire, Katie Holmes e Christina Ricci. À frente dessa "molecada", Kevin Kline, Joan Allen e Sigourney Weaver numa trama que ousa juntar a história em quadrinhos O Quarteto Fantástico com Dostoievsky (a citação defendida pelo personagem de Katie Holmes não está à toa ali no começo do filme) para exemplificar a real importância da família. Parece piegas, mas não há nada de pieguice nesta obra tocante de Ang Lee. Há silêncio, chuva e muitos desencontros. Sensacional. Não à toa, um dos meus quinze filmes preferidos da década de 90.

Um Década em Quinze Filmes
Não é uma mera listinha

13/02/2006 - 14h07
Pára tudo, pára tudo, pára tudo. O amigo Leandro Souza, eterna família S&Y e um dos nomes do Gordurama passa a bola: acaba de 'vazar' At War With The Mystics, o aguardadíssimo sucessor de Yoshimi, do Flaming Lips. Link para o blog do Leandro, para que além de baixar vocês deixem um agradecimento. O disco inteiro. Aqui.

13/02/2006 - 01h59
Filme da Noite: Ahhhhhh... relacionamentos (putz, lá vem ele de novo - risos). Assistindo Seinfeld durante os últimos dias (terminei a primeira temporada hoje), comecei a pensar em algumas coisas da mesma maneira que o humorista. Sabe, isso de você viver algo e querer entender esse algo de alguma forma, e daquilo ser repassado de alguma maneira? Bem, é o que estou tentando fazer aqui. Penso o seguinte sobre duas pessoas que se gostam: se ele gosta dela e ela gosta dele, eles ficam juntos. É simples, não? Não, não é simples. Nunca é. Geralmente alguma coisa dá errado e acabamos todos dentro de um filme hollywodiano em que o mocinho precisa enfrentar mil e um obstáculos até conseguir o amor da donzela. Particularmente, não consigo entender como alguns homens podem insistir tanto em conquistar uma mulher. Penso que somos todos inteligentes, então nada de joguinhos, ok. Eu estou afim, você também, então não vamos perder um tempo em que poderíamos estar se divertindo com jogos de amor. Geralmente, se me declaro, ou dou uma cantada em uma garota numa balada, ou algo assim, e não rola, automaticamente eu desisto. Não confunda com diminuição de desejo. Se eu me declarei, é porque eu a quero. E provavelmente vou estar a querendo na semana seguinte. Só acho que mais do que estar apaixonado (ou interessado), me preocupa estar sendo inconveniente. Eu me declarei, não rolou nada, por que eu tenho que me declarar de novo? Não é o medo de levar outro fora, e sim o medo de insistir em algo que não existe. De bancar o chato. E de ser um bocadinho racional: se eu a quis ontem, e ela não me quis, por que hoje ela iria me querer? Essas coisas mudam de acordo com o dia da semana, as fases da lua, a posição dos planetas? O fato é que raramente eu tento uma segunda vez. Parto da idéia que ela já sabe, e se amanhã ela acordar e pensar "eu ficaria com ele hoje", ela viria e se declararia. Simples. No mínimo, daria um belo sinal (mas como expliquei uns posts atrás, os homens sempre, sempre, sempre confundem os sinais). Então o senhor Wong Kar-Wai joga na tela de seu filme, o belíssimo 2046, que "só quem não aceita um 'não' consegue tudo o que quer". E o senhor Johnny Cash prova a regra em Johnny & June, que acabei de reassistir: ele precisou pedir June Carter dezenas de vezes em casamento até ela aceitar. Pior: eles foram felizes "para sempre", que se resume em um casamento de 35 anos. Oras, se Johnny Cash tivesse desistido na primeira vez, ele nunca teria sido feliz como foi com June Carter. E ele insistiu. Muuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuito. Qual a saída? Quem está certo? Qual a regra? Sinceramente, não sei. Não entendo muito de charme (risos) e sou meio impaciente com joguinhos. Sempre tento respeitar a outra pessoa. Gostaria de ser respeitado da mesma forma. No amor - e em quase tudo na vida - não existem meias palavras. As coisas são. Amamos e pesamos um monte de coisas que nos obrigam a decisão x e a decisão y. Só gostaria de entender esse joguinho de caça e caçador. Não só gostaria de entender como invejo os insistentes. É claro que às vezes eu insisto, mas me culpo tanto como se estivesse fazendo algo tolo. Então vejo Cash e Carter, um casal praticamente perfeito, e fico me perguntando quem é o tolo. E o tolo ainda sou eu. No amor não existem saídas, ninguém está certo ou errado, não existem regras. Existe você e quem você ama. Parece complicado? :o)

Johnny & June
Um belo retrato do amor na idade de ouro do rock'n'roll

2046
O amor sem final feliz

12/02/2006 - 14h24
Preguiça. E um pouco de ressaca. Só um pouco. Um pouquinho mesmo. Morrissey pede para que Deus o ajude. "I am walking through Rome/ With my heart on a string/ And I am so very tired/ Of doing the right thing", ele canta. Ao final, ele repete algumas vezes sobre a orquestração de Ennio Morricone: "The heart feels free".

Acredita que depois de feito o risoto, aprovado segundo as observações do post de ontem, descobri que, ao guardar os ingredientes, esqueci de colocar o queijo? :)

A versão de Nick Cave para Disco 2000 é algo belíssimo demais para ser descrito.

Mais alguns episódios de Seinfeld (já foram uns sete), um filme de Woody Allen (o mediano Sonhos Eróticos de Uma Noite de Verão), e Ana Cristina César dormindo ao meu lado: "Hoje estou doente de tanta estupidez porque espero ardentemente que alguma coisa... divina aconteça. F for Fake. Os horóscopos também erram".

Dia de sol, mas já sabe: se chover não precisa molhar as plantas.

Parei de respirar por segundos quando vi a capa da Vanity Fair nova. Para sonhar.

11/02/2006 - 14h52
Dia nublado. A melancolia rasga o peito. Um disco no repeat: Colin Meloy sings Morrissey. Colin é vocalista dos elogiados Decemberists e lançou este EP em 2005. Apenas ele, um violão e aquelas canções mortíferas que batem forte na alma. A versão dele para Every Day Is Like Sunday é algo simplesmente emocionante. Colin Meloy sings Morrissey reúne seis faixas e pode ser baixado diretamente neste link.

Do capítulo "o primeiro risoto a gente nunca esquece". O arroz poderia estar mais macio e acho que o alho poró refogado passou um pouquinho do ponto. Mesmo assim, meu primeiro risoto, que fiz sozinho, eu e meu fogão, está bem bom. Dá para sentir o gosto do vinho em algum lugar, mas quem manda no prato é o bacon. Muito legal e terapeutico ficar mexendo no arroz. Acho que tenho jeito. Não vou morrer de fome.

:)

O novo disco do Los Pirata promete. A banda já é responsável por um dos melhores shows de rock do País e o repertório novo está bem bacana. O show nesta madrugada, no projeto A Moda é Rock, foi ótimo. Já os portugueses do The Gift surpreenderam o público com uma excelente apresentação. Bela noite, boa música. Falo um pouco mais sobre tudo quando minha alma voltar. Ela foi comprar sorvete.

10/02/2006 - 15h25
Acordei tão sem vontade hoje. Dei uma volta, olhei as ruas, voltei pra cama. Não sei nem o que dizer mais. Convenhamos: eu não preciso dizer nada. Mas vou sorrir, ok.

09/02/2006 - 17h16
Morrissey, Seinfeld e Homens de Vênus/Mulheres de Marte. Ok, vamos por partes:

Já está circulando na rede You Have Killed Me, a terceira (e melhor) faixa de Ringleader of the Tormentors, o aguardado novo álbum de Morrissey, que só chega às lojas em abril. Vou organizar meus comentários, ok:

01) I Will See You In Far Off Places (Download)
Guitarras barulhentas, teclados com tons orientais e a voz imponente de Morrissey sobre tudo isso. Ele já escreveu essa música umas cinco vezes, mas até que ela começa a ficar bem bacana após duas ou três audições. Na ótima letra, o bardo joga uma balde de água gelada sobre aqueles que o tomam como messias ("Nobody knows what human life is. Why we come, why we go. So why then do I know?) e termina falando das bombas dos EUA em um final melodicamente apoteótico.

02) Dear God, Please Help Me (Download)
Baladaça com mão de Ennio Morricone no arranjo. Outra canção que o cara já escreveu várias vezes, mas é impossível negar a beleza da melodia. A letra é o Morrissey de sempre, desta vez caminhando pelas ruas de Roma (a Itália deverá ser a grande influência do álbum):
"I am walking through Rome / With my heart on a string / Dear God, please help me"

03) You Have Killed Me (My Space)
Primeiro single. "Antecede" o álbum chegando às lojas no dia 30 de março. Rock de riffs fortes e refrão empolgante. A letra cita "entidades" italianas como os diretores Pier Paolo Pasolini, Luchino Visconti e a atriz Anna Magnani. Confira o refrão:

"As I live and breathe
You have killed me
You have killed me
Yes I walk around somehow
But you have killed me
You have killed me"

Fique atento ao blog do Rodolfo para ir baixando as outras nove faixas de Ringleader of the Tormentors conforme elas forem aparecendo na Web. Aproveitando, vou linkar aqui o meu texto sobre a edição especial do álbum You Are The Quarry.

You Are The Quarry - Special Edition
É impossível negar a força de Stephen Patrick Morrissey

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Assisti nesta manhã ao episódio piloto da série Seinfeld, que abre o box especial com as duas primeiras temporadas do programa. Acho que devo gostar da série conforme ela engrenar. O episódio piloto tem vácuos e buracos que o próprio Seinfeld assume no making of. Não traz cenas antológicas, mas é bem interessante. No entanto, o que me faz escrever dele aqui é o tema, bem sacado, e bem desenvolvido no final do episódio: como os homens confundem os pseudos-sinais das mulheres.

É mais ou menos assim: Laura, uma garota que Jerry conheceu em uma viagem, liga para ele avisando que estará em Nova York para um seminário, e que gostaria de vê-lo. A pergunta que fica é: "Por que ela ligou? Será que ela está interessada em algo? Será que vai rolar algo?". Bem, corte para a véspera da chegada da garota. Ela liga à noite perguntando se pode dormir na casa dele, porque não encontrou um quarto de hotel vago. O amigo George dispara: "Devem existir milhões de quartos de hotéis em Nova York. Como ela não encontrou?". No dia seguinte estão os dois esperando Laura no aeroporto. Jerry a recebe, a leva pra casa. Ao chegar, diz para que ela se sinta à vontade. Ela tira o sapato, coloca os pés no sofá. Ele oferece pão, chá. Ela pede vinho e pergunta se pode diminuir a luz. Ele se empolga. Ela pergunta se pode ficar um dia a mais e eles fazem planos para o dia seguinte. Nisso toca o telefone e é o... noivo de Laura. No monólogo final, Jerry define sabiamente:

- Juro que não faço idéia do que as mulheres pensam. Eu não entendo, certo. Eu não capto os sinais. As mulheres são muito sutis. Tudo o que fazem é muito sutil. Os homens não são sutis. Nós somos óbvios. Elas sabem o que eles querem. Eles também. O que nós queremos? Mulheres. É isso. É a única coisa de que temos certeza. Como conseguir mulheres? Isso não sabemos. Nós ignoramos o passo seguinte. O incrível é que ainda conseguimos mulheres. Os homens estão com mulheres. Você os vê com elas. Como eles conseguem mulheres, muitos se perguntam. Vou contar um pouco sobre a nossa organização. Onde estiver uma mulher, tem um homem trabalhando na situação. Ele pode não ser o melhor dos homens. Há muitas áreas para cobrir, mas alguém da nossa equipe sempre estará no local. Por isso ficamos chateados quando vemos mulheres lendo artigos "Onde conhecer homens?". Nós estamos em todos os lugares.

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Vamos combinar que a opinião do Jerry Seinfeld é um bocadinho machista (risos). Mas ele têm razão em muitos pontos, principalmente quando diz que nós, homens, nunca entendemos os sinais ou seja lá o que for que vocês, mulheres, deixam escapar aqui e ali. Não entendemos e isso é um fato. Uma amiga querida me prometeu um manual que irá versar sobre ser homem e amigo de uma mulher. De cara me lembro do Harry (de Harry & Sally - Feitos Um Para o Outro) defendendo que homens não conseguem ficar amigos das mulheres. É uma generalização tola, mas que também tem seu fundo de verdade. Acredito que podemos sim ser amigos de mulheres, mas a admiração (tanto física quanto de personalidade) muitas vezes pode levar um casal de amigos a se transformar em um casal de namorados. Há problema nisso? A Cá, que irá fazer o manual, diz que temos que ser mais claros em nossos intentos: ou queremos ser amigos ou queremos ficar com elas. Não vejo isso de forma tão simples. Primeiro porque o interesse pode surgir com o tempo. Segundo porque uma boa parcela de nós homens é romântica. A gente não vai sair por ai dando em cima das amigas apenas porque descobrimos que estamos afim delas. Há um momento x para isso acontecer. A gente espera esse momento pacientemente. E quando acontece a gente erra tudo, mas tudo bem. O problema é sempre o risco de se perder uma amizade especial pelo simples fato de se querer estar um pouco mais próximo do que amigos podem ficar. De repente, aquilo que não era nada pode se transformar em uma bela história de amor. Ou não. O fato intrigante, na verdade, é o quanto confundimos os sinais. Pelo começo que tive em 2006, desisti de entender estes malditos sinais (risos). Só cometo erros, e tudo bem que apaixonados só vivem cometendo erros, mas às vezes tudo parece tão claro, tão claro, mas tão claro, que é impossível imaginar que seja outra coisa. E é outra coisa. Quase sempre é outra coisa. Seria tão mais fácil se tudo fosse mais simples, não? Seria, mas nunca é simples. Depois dizem que nós, homens, não entendemos as mulheres. Eu ainda acho que não precisamos entender as mulheres, precisamos apenas ama-las. Mas para se amar é preciso entender um pouco de sinais. Alguém tem um manual prático ai?

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Me lembrei de Bob Dylan: "É impossível amar e ser esperto ao mesmo tempo". Anote.

08/02/2006 - 01h51
Filme da madrugada: Match Point. Algumas considerações após assistir ao melhor filme de Woody Allen em anos. 01) É incrível como existe um número grande de pessoas que é preparada para sentir as coisas sempre do mesmo jeito. Então, quando se come uma picanha, é sempre gosto de picanha, independente se ela estiver bem ou mau passada, independente se o cara colocou patinho no lugar da picanha: a pessoa já colocou na cabeça que o gosto é aquele, pra que pensar e descobrir um novo gosto, não é? Bem, desta forma, é incrível a quantidade de pessoas que ria durante a sessão de Match Point. Não que rir incomode, muito ao contrário. O problema é que não havia cenas para rir. As pessoas riam porque é isso que se espera de um filme de Woody Allen: que ele te faça rir. Não estranho, as gargalhadas foram diminuindo de acordo com que o tempo ia passando. Não há comédia em Match Point, mas sim muita ironia, mas muita mesmo. E pessimismo. Allen é um pessimista por natureza, mas sempre disfarçou isso com o humor. Match Point exibe outro Woody Allen, o do lado trágico de Crimes & Pecados (conforme reiterou o amigo Jonas Lopes pós sessão). Match Point é uma tragédia dos tempos modernos. A ópera não está á toa ali. Pode-se rir, mas de nervoso. 02) O roteiro do filme entortou tanto a cabeça do cara que estava atrás de mim que alguém precisa dizer a ele que a carreira de investigador não combina com ele. "O cara vai fazer isso". E acontecia outra coisa. "Nossa, agora vai acontecer aquilo". E acontecia outra coisa. Allen deu um baile no rapaz falastrão com seu ótimo roteiro. 03) O filme fica ainda melhor após a segunda sessão. 04) Acho que, definitivamente, cheguei ao ponto de ouvir e admirar uma ópera. Tão bonita a trilha do filme. 05) Por fim, Scarlett Johansson. :)

Gostei muito de Dear God, Please Help Me. Morrissey também já escreveu essa balada umas cinco vezes, mas ela continua bela. Será que o disco todo será assim, deja vu?

Bem, finalmente aportou aqui em casa as duas primeiras temporadas de Seinfeld. Como estou gostando até de ópera, acredito que a série também passe pelo meu crivo chato. Conto depois, ok. Antes vou finalizar a 3ª temporada de Friends.

Ah, domingo tem São Caetano x Juventus na Rua Javari. Eu sempre quis conhecer o estádio do moleque travesso... vou tentar assistir este jogo lá.

Pra fechar: que calor do car*%#$@&+=)(*&¨%EEXSXCqw33#@!

07/02/2006 - 15h07
Como esta cidade ferve, meu deus!

Vazou a segunda faixa de Ringleader of the Tormentors, álbum que Morrissey lança em abril. Siga o link para baixar Dear God, Please Help Me. Aqui!

Nesta terça, première de Match Point, o novo filme de Woody Allen, no Cinemark Iguatemi. A sessão, única, será às 22h40, o filme tem mais de duas horas de duração (é o primeiro de Allen em anos a ultrapassar os 120 minutos) e vale muito ser visto.

Na quinta, a banda recifense Casa Flutuante se apresenta no Milo. Perdi o show deles na Funhouse semanas atrás, e pretendo marcar presença neste. Vale ir no Trama Virtual, baixar gratuitamente Você e Esse Mundo Louco (e mais seis músicas), ler a minha resenha (que também está lá) e marcar presença no show, embora o Milo não seja o melhor dos lugares para shows. Casa Flutuante no Trama Virtual.

Na sexta será a vez do Los Pirata agitar a festa A Moda é Rock, no Stúdio SP, na Vila Mada. O local também irá receber a banda portuguesa The Gift e o jornalista Lúcio Ribeiro nas pick-ups. O local é excelente e para se tornar perfeito só precisava de um som lounge rolando no bar do mezanino, mas mesmo assim vale muito. E o show do Los Pirata, com várias músicas novas, já é um dos shows do ano.

Já estão no ar, mas ainda não destacados na capa do site, a minha resenha sobre Syriana, que deverá dar o Oscar de Ator Coadjuvante para George Clooney e estréia nesta sexta, uma excelente entrevista de André Azenha com o Forgotten Boys e uma importante coluna do amigo Carlos Eduardo Lima, sobre suícidio. Confiram abaixo:

Syriana - A Indústria do Petróleo
Hollywood não teme as grandes corporações

S&Y encontra o Forgotten Boys em Santos
Um bate papo sobre o cenário nacional, gravadoras e influências

Crônica de Uma Morte Anunciada
Carlos Eduardo Lima mostra que a vida vale à pena

Sobre este último texto, gostaria de comentar que o suícidio é algo que não me atraí, e nunca me atraiu. Ato de extremo egoismo, se suicidar é assumir que não se entende o mundo que o cerca. É não vislumbrar que com a falência do mundo também surgem motivos inúmeros para se continuar lutando, por você mesmo e pelos outros. Tirar sua própria vida é acabar com a vida de mais umas quatro ou cinco pessoas, no mínimo. O assunto é bastante delicado, merece muita reflexão. Sobretudo merece a lembrança de que a vida é uma montanha russa de bons e maus momentos. De que se, hoje, as coisas estão uma droga, amanhã tudo irá melhorar. De que acordar todos os dias, batalhar por seus próprios sonhos, e realiza-los aos poucos é mais gratificante que desistir de tudo. A vida é o bem mais valioso que temos. CDs, livros, televisão, carro do ano, uma casa confortável são bobagem. Valemos mais que qualquer objeto ou bem material. Quero estar vivo, consciente dos meus atos, brincando, escrevendo e sonhando quando chegar aos 90 e poucos anos. Acalme-se, respire fundo, e viva a vida. Vale muito a pena. Mesmo. Garanto.

06/02/2006 - 22h27
"Paul McCartney and Ringo Starr
are the only Beatles and the world
are ya getting hungry
do you fell like dancing
do you wanna be my girl

RickyTickyTicky canta El Troubador
como la flor mas gorda que no tiene sabor
que rica es la vida que rico es la amor
mata el toro no mates el toreador"

05/02/2006 - 14h05
Filmes do dia: Good Night, And Good Luck. Tudo que eu tinha para falar sobre este filme já está falado no texto destacado na capa do site, porém, é possível acrescentar mais coisas. Boa Noite & Boa Sorte é meu filme preferido do ano e na corrida pelo Oscar - entendendo que Crash é de 2004 e está ali por alguma letra miuda em algum contrato da Academia. Vi no sábado pela terceira vez atentando apenas à fotografia e a trilha sonora, ambas majestosas. Ainda acredito que Brokeback Mountain irá levar filme e direção (Clooney ser indicado pelo seu segundo filme já é uma consagração), mas se há um filme que pode arranhar o brilho das estatuetas de Ang Lee é Boa Noite & Boa Sorte. Johnny & June é especial (e tem Johnny Cash), Match Point é inteligente (e tem Woody Allen e Scarlett Johansson), mas Boa Noite & Boa Sorte é o filme deste ano. Vale ver e rever.

Ok, ok. Brigando pelo posto de filme do ano aqui em casa ainda tenho o 2046.

Gerou polêmica o texto divertido de Larry David sobre Brokeback Mountain para o New York Times, que a Folha de São Paulo traduziu e destacou na capa da Ilustrada de sexta-feira. Larry David criou e estrela a série Curb Your Enthusiasm, da HBO, e é co-criador da série Seinfeld. No texto em questão, David escreve que não assistiu O Segredo de Brokeback Mountain e não têm a menor intenção de fazê-lo. "Não quero ver dois homens trocando beijos", diz o colunista do Times. Pessoalmente, achei o texto extremamente divertido. A sociedade atual, afundada da bota de couro até o chapéu num pseudo bom-mocismo e no politicamente correto não consegue rir de si mesma e de suas imensas diferenças, costumamente disfarçadas para não incomodar a ordem vigente. David brinca com o assunto e diverte em um texto leve e interessante. Acredito que a função de um texto é informar e opinar. Acho errado uma pessoa ir ver um filme porque o jornal diz que é bom. E vice-versa. Não é porque Larry David diz que não irá ver o filme que as pessoas não devem ir. No entanto, o ponto de vista do colunista é interessante e exterioriza um pensamento que muitos de nós guarda consigo, mas não torna público com medo de represálias. No fundo, o texto em questão acaba jogando, por via terceira, muito mais luz sobre Crash do que só Brokeback. Porque além de mal-humorados, somos racistas. Você pensa que se conhece? Você nem imagina. Larry David está de parabéns pelo texto divertido e a Folha por ter republicado. Às vezes é bom rir sem preocupação com isso ou aquilo.

Ps. Eu não gosto de Seinfeld...

"Não quero ver dois homens trocando beijos"
LARRY DAVID
DO "NEW YORK TIMES"
Tradução Paulo Migliacci

Alguém precisa escrever isso, e por que não eu? Não assisti a "O Segredo de Brokeback Mountain" e não tenho a menor intenção de fazê-lo. Mesmo que caubóis me laçassem e arrastassem ao cinema, ainda assim me esforçaria para manter os olhos fechados e tapar as orelhas.

E eu adoro os gays. Ei, eu tenho até alguns conhecidos gays. Sou favorável ao casamento gay, ao isso e aquilo gay; só não quero ver dois homens heterossexuais se apaixonando, trocando beijos, caminhando de mãos dadas e sozinhos pela pradaria. É só isso.

Será que é algo tão terrível? Será que isso quer dizer que sou homófobo? Bem, se sou, lamento, mas não vou mudar. Porque as pessoas podem me chamar do que quiserem, e mesmo assim eu não vou assistir. Para minha surpresa, tenho alguns amigos heterossexuais que não só assistiram ao filme mas gostaram dele.

"Uma das melhores histórias de amor de todos os tempos", elogiou um deles. E outro disse: "Oh, meu Deus, você se esquece completamente de que se trata de dois homens. Acho que você, em particular, vai adorar". "Por que eu?"
"Porque sim, confie em mim."

Mas eu não confio. Se os dois caubóis, ícones da masculinidade e 100% machos, podem sucumbir, que chance teria eu, que valho no máximo entre 25% e 50% de um homem, a depender de quem esteja comigo no momento?

Sou uma pessoa muito suscetível, facilmente influenciável, nasci para seguir os líderes, e minha resistência a qualquer técnica de venda é zero. Quando entro em uma loja, os vendedores disputam a tapa o direito de me atender. Minha mulher não me deixa assistir a infomerciais devido à pilha de porcarias que já comprei e que estão lá, atulhando a garagem. Meu armarinho de remédios está repleto de vitaminas e de tratamentos contra a calvície.

Assim, quem é que pode garantir que eu não vou me encantar por essa história de ser gay? É preciso encarar os fatos: há algo de interessante na idéia. Eu sempre me dei muito bem com homens. Jamais tive que ficar caminhando de um lado para outro no meu quarto ensaiando o que dizer antes de convidar um homem a ir comigo ao cinema. E, quando saio com homens, não pago suas contas, o que evidentemente representa o maior atrativo da idéia.

Além disso, os homens gays sempre parecem estar se divertindo muito. Na festa de Natal a que compareci, eles foram os únicos que cantaram. Eu teria adorado cantar, mas o peso da minha heterossexualidade não me permitiu.

Tenho certeza de que, se assistisse ao filme, aquela voz que vive em minha cabeça simplesmente pelo prazer de me torturar teria momentos de imensa diversão. "Você gosta desses caubóis, não gosta? Eles parecem bonitinhos. Não tente me enganar, seu gay. Melhor desistir de combater essa vontade. Você é gay! Você é gay!" Não que haja algo de errado nisso.


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Bem, muitos filmes bacanas aportando no cinema. Vou tentar rever Match Point na terça. E preciso assistir 2046 de novo... e escrever sobre Paradise Now e Syriana

O Segredo de Brokeback Mountain
Apenas uma bela história de amor como outra qualquer

Boa Noite e Boa Sorte
Um exercício de estilo que traduz em PB a briga de um jornalista contra um político

Crash - No Limite
Você pensa que conhece a si mesmo. Você não faz idéia

04/02/2006 - 13h27
"Vem aí o novo Nirvana. Não só novo, mas melhor que o Nirvana".

Ahn? Ok. Regra 1: sempre desconfie. Raconteurs, a banda que traz de um lado Jack White e do outro Brendan Benson (responsável por um dos discos mais subestimados de 2005, The Alternative of Love) mais baixo e bateria chegam com um compacto e todo um blá blá blá imenso. Não entendi a relação com o Nirvana. Steady As She Goes é, desde já, uma das grandes canções do ano, e Store Bought Bones, o "lado b", também é muito bom, mas eles estão longe de serem revolucionários. Ou será que não? Será que o Raconteurs vai dar uma chacoalhada geral no cenário? Enquanto ficamos matutanto isso, que tal baixar as duas faixas matadoras, link direto:
Steady As She Goes
Store Bought Bones

Atenção: I Will See You In Far Off Places, faixa que abre o aguardadíssimo Ringleader Of The Tormentors, novo álbum de Morrissey, já está circulando na Internet. Ringleader Of The Tormentors sucede You Are The Quarry, álbum que bateu a casa de 1 milhão de cópias vendidas no mundo todo. O disco novo só chega às lojas no dia 04 de abril, mas você pode conferir aqui a capa excelente (se em You Are The Quarry Morrissey era flagrado empunhando uma espingarda, aqui temos o bardo tocando violino!) e pode 'baixar' I Will See You In Far Off Places. Bem, sou obrigado a dizer que fiquei um tiquinho decepcionado. Morrissey já fez umas cinco I Will See You In Far Off Places em sua carreira, principalmente ali no inspirado e barulhento Your Arsenal, mas é só a primeira música. Baixa lá e depois a gente conversa.

03/02/2006 - 03h46
Adoro andar de madrugada em São Paulo. Adoro. Caminhar mesmo, sabe. Durante o dia, mesmo às duas da tarde para ir ao supermercado, que fica na esquina da rua da minha casa, eu calço tênis. Não me sinto à vontade usando chinelos na rua durante o dia em São Paulo. Mas à noite é outra coisa. Convenhamos: a noite é outra coisa. E para fechar uma noite extremamente agradável, nada como uma boa caminhada de dez minutos de pés descalços. Acabo de voltar para casa e este gesto simples me deixou ainda mais contente. Eu sou meio maluco, não sou? Não precisa responder. :)

Filme do dia: Quase Famosos - Não me lembro da última vez que havia visto esse filme. Lembro que escrevi sobre ele quando o filme estreou, e depois quando assisti a esplendorosa versão em DVD com 36 minutos a mais, tornando o que já era sensacional em algo ainda melhor. Se você viu Almost Famous apenas no cinema fica a dica: assista o DVD. Não só pelos 36 minutos excelentes (com várias cenas impagáveis e muitas outras que fazem o filme ter muito mais sentido), mas também pelos extras. A cena deletada "Stairway To Heaven" é fácil fácil a cena deletada mais bacana de todos os tempos. Teria ficado inesquecível no cinema, se o senhor Robert Plant não tivesse vetado o uso dessa música em especial (o Led liberou ao menos cinco músicas para o filme). Não foi para o cinema, mas está no DVD. E na parte do extras, leve o cursor acima do ícone "cenas deletadas" para encontrar uma pedra. Esseícone (o popular easter egg) traz uma cena escondida com Kate Hudson ralando mais de nove minutos por uma passagem curtinha de uns 20 segundos. Curioso.

Quase Famosos, de Cameron Crowe
Um declaração de amor tardia

Quase Famosos - The Bootleg Cut (DVD)
Cameron Crowe sabe fazer as coisas direitinho

O Cinefília divulga o especial "Melhores e Piores em 2005". Minha lista está lá, além de comentários sobre Sin City, Cidade Baixa e Um Dia Sem Mexicanos. Vale conferir!

Acho que aprendi a fazer risoto... de verdade. Acho. Assim que tiver certeza convido todo mundo prum almoção aqui em casa. Mas vai demorar até eu pegar o jeitinho... Thanks, He :))))

Ps. Continuo viciado em Devendra Banhart...

02/02/2006 - 00h54

"Homens-Bomba só precisam de um abraço"

Impossível não lembrar dessa frase durante uma sessão do excelente Paradise Now. Apesar do tema pesadíssimo, a história de dois homens-bomba, o diretor palestino Hany Abu-Assad destila leveza e humor em quase todos os 90 minutos. Quase. De maneira simples, Hany consegue alcançar muito mais brilhantismo cinematográfico do que Spielberg e seu Munique, cujo o tema terrorismo ambos dividem. Filmaço.

A propósito, o assunto Munique continua rendendo. Um leitor do Cinefília viu o filme de outra maneira, diferente da minha. Confira o comentário dele, a minha replica, e entre na discussão se tiver algo bacana a acrescentar sobre o filme. Confira.

Entre os filmes do dia estão Syriana, thriller de primeira com um super-elenco e uma atuação arrasadora de George Clooney, e Crime Delicado, em que Beto Brant abandona a trilogia rebelde (Os Matadores, Ação Entre Amigos, O Invasor) para invadir a alma de um crítico teatral e de uma musa de um pintor. Ainda não sei dizer o que achei deste segundo. Os recortes funcionam de maneira exemplar separados, mas juntos precisam de mais tempo de análise. Vale uma segunda conferida.

Dificilmente teremos uma capa de disco tão bacana quanto esta em 2006. Confira.

NOVIDADES
Música
Em Casa
Do The Bambi, Stereo Total
The Definitive Collection, Buddy Holly & The Picks
Flames In The Head, Wry
Hot Fuss, Killers (Japan Edition)

No Disc Man
Apologies to the Queen Mary, Wolf Parade
Whatever People Say I Am, That's What I'm Not, Arctic Monkeys
Kicking Television, Wilco

Música do Momento
A Design For Life, Manic Street Preachers (Remix Version)
Santa Maria de Feira, Devendra Banhart
All Because Of You Days, Echo & The Bunnymen

Filmes
Syriana (Cinema) - O Oriente Médio fervendo em petrôleo
Crime Delicado (Cinema) - Críticos de teatro são caras chatos
Paradise Now (Cinema) - Nem uma mulher impede um homem-bomba
Free Zone (Cinema) - Bela fotografia, a Natalie Portman e só
O Segredo de Brokeback Mountain (Cinema) - As Pontes de Madison gay
Match Point (Cinema) - Sorte é tudo na vida
Magnólia (DVD) - Ainda o melhor filme dos últimos 10 anos

Livros
Carmen, Ruy Castro - Eita menininha porreta!
Crônicas, Bob Dylan - O cara

Aliás, falando em Bob Dylan... três trechos interessantes do imperdível Crônicas

"...Cantava como um assassino profissional. Em geral, começava em uma escala baixa, quase inaudível, ficava ali um pouco e então deslizava para o melodramático de modo espantoso. A voz dele podia levantar um defunto, sempre deixava você murmurando algo do tipo: 'Cara, não acredito nisso'. (Roy) Orbison era mortalmente sério - não tinha nada de principiante ou de um novato juvenil. Não havia nada como ele no rádio. Eu escutava e esperava a próxima canção, mas perto de Orbison a seleção musical era estritamente enfadonha... insossa e frouxa."

"...O livro de Clausewitz parecia ultrapassado, mas havia muito de real nele, e pode se entender muito da vida convencional e das pressões do ambiente ao lê-lo. Quando afirma que a política tomou o lugar da moralidade e que a política é a força bruta, ele não está brincando. Você tem que acreditar. Você faz exatamente como mandam, seja você quem for. Submeta-se, ou você está morto. Não me venham com nada de lero-lero sobre esperança ou disparates de integridade. Não me venham com aquela onda de que Deus está conosco, ou que Deus nos ampara. Vamos direto ao ponto. Não existe nenhuma ordem moral. Pode esquecer. Moralidade não tem nada em comum com política. Não está ali para transgredir. Também não é questão de alto ou baixo nível. É assim que o mundo é, e nada vai mudá-lo. É um mundo maluco e complicado, e você tem que olhar direto no olho dele. Clausewitz, de certo modo, é um profeta. Sem que se perceba, algumas das coisas do livro dele podem moldar suas idéias. Se você se acha um sonhador, pode ler esse lance e perceber que não é sequer capaz de sonhar. Sonhar é perigoso. Clausewitz faz você levar seus pensamentos um pouco menos a sério".

"...Irwin Silber, editor da revista de folk Sing Out! também estava lá. Em poucos anos, ele me repreenderia em público na revista por eu ter voltado as costas para a comunidade folk. Foi um texto irado. Eu gostava de Irwin, mas não podia me relacionar com aquilo. Miles Davis seria acusado de algo semelhante ao fazer o álbum "Bitches Brew", obra musical que não seguia as regras do jazz moderno, o qual estivera à beira de irromper no mercado popular, até o disco de Miles aparecer e liquidar as chances. Miles foi repudiado pela comunidade do jazz. Não posso imaginar Miles ficando muito contrariado. Artistas latinos também estavam quebrando regras. Artistas como João Gilberto, Roberto Menescal e Carlos Lyra estavam libertando-se do samba infestado de percussão e criando uma nova forma de música brasileira com modulações melódicas. Eles a chamavam de bossa nova. Quanto a mim, o que fiz para me libertar foi pegar modulações simples do folk e colocar imagens e atitudes novas, usar fraseados que capturavam a atenção e metáforas combinados com um novo conjunto de costumes que evoluiam para algo diferente, que não fora ouvido antes. Em sua carta, Silber me censurou por fazer isso, como se só ele e alguns poucos tivessem a chave para o mundo real. Contudo, eu sabia o que estava fazendo e não ia dar um passo para trás ou recuar por causa de ninguém".

Tamos ai.

01/02/2006 - 00h28
Filme do dia: Free Zone, de Amos Gitai. A fotografia é maravilhosa, principalmente no começo, quando sobrepõe imagens de passado (com diálogos) com o presente. O "passeio" pelas fronteiras do Oriente Médio também convida a contemplação. E a música que abre e fecha o filme remonta a velha cantiga de "Cadê o queijo que estava aqui? O rato comeu. Cadê o rato? O Gato pegou" até finalizar com o anjo da morte. Não deixa de ser tocante admirar os povos que deram origem a todos os outros povos, e que ainda não se entendem. Mesmo assim, falta unidade no filme. E por mais que Natalie Portman seja um encanto, vê-la chorando por 10 minutos sem qualquer sentido é um desperdício de rolo de filme. Se a cena - que abre o filme de forma desconexa - tivesse três minutos iria manter o mesmo impacto.

Acaba de ganhar edição nacional o álbum ao vivo duplo do Wilco. Está custando uma pequena fortuna, R$ 60, mas vale cada centavo. Aliás, que tal baixar um vídeo com a música I Am Tryng To Break Your Heart ao vivo no Tim Festival RJ? Segue o link.

Kicking Televison - Live in Chicago 2005, Wilco
Poucos shows emocionam tanto quanto este

A Rock Press exibe a minha segunda L'Âge D'or. Em Duas faces de Hollywood coloco lado a lado Munique e Boa Noite & Boa Sorte. Confira a coluna aqui.

Trailer do dia: Gatão da Meia Idade. Só pelos segundos em que aparece a Lavínia Vlasak. Ela existe mesmo ou foi (per)feita por computação gráfica? Meu deus...

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