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A autobiografia de Dave Grohl

Pra mim, o Foo Fighters já deu o que tinha que dar faz tempo (ao vivo então eu fujo deles!). Eles nunca mais vão igualar “The Colour and The Shape” (1997) e “There Is Nothing Left To Lose” (1999) e foram os primeiros a saber disso.

Mas Dave Grohl anda fazendo bons filmes (“Sound City” e a série “Sonic Highways“, tirando as músicas, e amigos ainda recomendam “What Drives Us” e “From Cradle To Stage”) e, surpresa boa demais, livros. A autobiografia “O contador de histórias: Memórias de vida e música“, recem-lançada no Brasil pela Intrínseca, é coisa fina.

Nesse texto que escrevi a pedido da editora sobre o livro, falo um pouco sobre como Dave acompanhou as mudanças da música nas últimas décadas, da banda Scream aos seus projetos (como o Them Crooked Vultures, que ele montou com Josh Homme, do QOTSA, e o ex-Led Zeppelin John Paul Jones – disco do ano no Scream & Yell na época).

Mas o que realmente me emocionou no livro (sim, eu chorei e ri bastante, em doses quase iguais) foi sua relação dele com a mãe (como não amar uma professora que diz pro filho: “Nem todo mundo foi feito pra escola. Pode abandonar. Espero que você seja bom na bateria”) e as filhas (paternidade tá à flor da pele aqui).

O livro segue o formato de pequenos contos levemente amarrados, sem ordem obrigatória de acontecimentos, e Dave evitar se repetir, então histórias que ele já contou em outros lugares (como essa maravilhosa sobre Bob Dylan no Storytellers), ele não repete no livro – os contos seguem o tom do Storytellers!

Da mesma forma, tudo que vão conseguir arrancar dele sobre “In Utero” e Steve Albini está no episódio “Chicago”, do “Sonic Highways”. Sinceramente, eu achei que ele fosse falar menos de Nirvana no livro – é preciso lembrar que as filhas dele também vão ler o livro… logo. Talvez por isso ele tenha evitado alguns temas tensos.

Mas, sim, tem histórias do começo (o jeito que ele entra no assunto “bateria” é antológico), de sua fase no Scream, dos tempos do Nirvana (principalmente “Nevermid”), do começo do Foo Fighters além daquilo que se espera: exibicionismo de um moleque que amava Beatles e Motorhead, e ficou amigo dos caras. Foi uma leitura leve e bastante agradável. Recomendo. E leia o texto!

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