"Rosas e Vinho Tinto" - Capital Inicial (Abril)

"220 volts" abre o disco com guitarras chupadas de "O Eleito", música de Lobão. Na seqüência, "A Sua Maneira" é uma versão de uma versão de uma música que os Paralamas do Sucesso haviam gravado no excelente "Nove Luas", original da banda argentina Soda Stereo. A suavização da canção não honra nem Paralamas nem Soda Stereo. Passado o desconforto inicial causado por estas duas canções, o Capital Inicial preenche o resto do álbum com aquilo que sabe fazer melhor: baladas rock. Apesar da introdução com guitarra distorcida, a levada de "Como Devia Estar" é leve, como praticamente todo o resto do álbum, exceções de "Quatro Vezes Você", tentativa pueril de retratar o cotidiano classe média alta, e a bacana faixa título em levada punk rock inspirada. Pinta como um acústico volume 2 e não há problema nenhum nisso. Alvin L (o melhor letrista do rock brasileiro anos 90) assina onze canções, o que eleva a qualidade do álbum. Como um todo, "Rosas e Vinho Tinto" é um álbum nota 8 e está um passo a frente do álbum anterior de estúdio, o ótimo "Atrás dos Olhos", e surge como um dos melhores álbuns da banda, mas ainda é inferior ao pior trabalho da Legião Urbana (pra ficar numa comparação brasiliense) e não fica entre os cinco melhores do Ira! (em comparação nacional). É mais um disco que exemplifica o capitulo "bandas medianas lançam discos medianos". Se continuar melhorando disco a disco, daqui há uns quatro ou cinco discos eles alcançam a perfeição pop. Por hora é ok, enquanto Pato Fu, Paralamas, Mundo Livre, Ira! e Los Hermanos (pra ficar só em cinco bandas melhores) não lançam nada novo.

Marcelo Silva Costa