Capital
Inicial comemora a volta por cima
S&Y
entrevista Dinho Ouro Preto
por
Alexandre Petillo
Disco "Acústico
MTV" já vendeu 800 mil cópias e está há 14
meses nas paradas de sucesso
Poucas
bandas na história do rock, depois de um longo período de
separação, voltam ainda melhores do que eram. O Capital
Inicial é um desses raros exemplos. Depois de cinco anos separados,
a banda formada por Dinho Ouro Preto (vocal), Loro Jones (guitarra), Fê
Lemos (bateria) e Flávio Lemos (baixo), voltaram com um ótimo
disco ("Atrás dos Olhos", de 99) e com o seu maior sucesso
("Acústico MTV", de 2000).
No embalo do sucesso da banda, a gravadora
Universal lançou uma caixa com os quatro primeiros discos da banda,
que até então estavam fora de catálogo.
Ironicamente, o Capital pode trazer
o segundo disco de diamante ( 1 milhão de cópias vendidas)
para a gravadora Abril Music. Marcos Maynard, presidente da Abril Music,
era um dos diretores da antiga CBS. O próprio Maynard dispensou
o Capital no começo da carreira da banda, em 85. Maynard dizia que
eles não tinham nenhuma música de sucesso.
Em entrevista exclusiva, Dinho fala
sobre a carreira, sucesso, fundo do poço, erros e rock’n’roll.
O Capital
Inicial de hoje é melhor do que o do início da carreira?
Dinho - Eu acho que ele tem menos
excessos. E isso é uma coisa que é um problema para a banda.
Você vai acumulando maneirismos ao longo dos anos. Acho que graças
à separação, nós conseguimos nos livrar um
pouco disso. Eu ouço os primeiros
discos e acho tudo muito excessivo. Produção demais, teclados
demais, vocal demais. Eu acho que a gente aprendeu a controlar isso tudo.
Estamos melhor. Principalmente este
disco que a gente lançou antes do acústico, o "Atrás
dos Olhos". Eu acho esse disco o nosso melhor trabalho. A gente só
tinha conseguido atingir essa simplicidade, ir direto ao assunto, somente
no primeiro disco. O resto ficou meio barroco, com excesso de tudo
Vocês
não percebiam esses excessos na época?
A gente cometeu um grande erro nos
anos 80, não quero culpar ninguém, mas a entrada do Bozo
descaracterizou muito a banda. A gente levo muito tempo tentando equacionar
a entrada dele e acho que até hoje não conseguimos resolver
isso direito. Eu acho que a volta do Capital é a volta como quarteto.
Aliás, os nossos melhores discos foram gravados como quarteto.
Mas foram
vocês que o convidaram para a banda.
Sim. Foi. Por isso a culpa foi toda
nossa. Ele não tem culpa de nada, ele aceitou e tudo bem. A culpa
foi inteira nossa. Ele era um músico letrado, que tinha se formado
na ECA, tinha tocado com Arrigo Barnabé, ele era semi-erudito. E
a gente era uma banda punk, que aprendeu tocando dois acordes. Não
poderia dar certo. E não deu.
Por que você
saiu da banda em 1994? Qual foi o motivo do racha entre vocês?
Já rolava uma estafa entre
a gente. Já estávamos juntos desde os 19 anos, passamos por
tudo, altos e baixos. Eu também queria tocar com outras pessoas,
fazer outras coisas da vida. Acho que todos nós tínhamos
uma certa dúvida existencial quanto ao Capital, não sabíamos
direito para onde ir. E eu acho que quando a gente não sabe o que
dizer, é melhor não dizer nada. Não que isso fosse
deliberado, mas olhando para trás, acho que a gente fez a coisa
certa em parar. Foi a melhor coisa que a gente fez. E parte do que está
acontecendo agora é fruto desses cinco anos de silêncio. Tanto
quanto a relação entre nós como a nossa relação
com o público. Deu para pensar na vida, pensar na nossa música.
Amadurecemos, tanto eu quanto a banda passamos por muitas dificuldades.
Eu fiquei solo. Eu fiquei solo e independente nesses cinco anos e tudo
foi muito difícil. Tudo. Gravar, fazer vídeo, todo o trabalho
era mais difícil. Quando você passa por isso, ganha uma nova
consciência, aprende a se virar sozinho. Me ensinou muito, passei
a moderar as expectativas.
A relação
entre os membros da banda voltou fortalecida?
Cara, a nossa amizade foi salva. Foi
recuperada. A gente teve que cavar e varrer muita coisa para debaixo do
tapete. Percebemos que maior do que qualquer um é a banda. Não
ficamos mais embriagados com o sucesso e outras coisas que vem com ele.
Sabemos que tudo é efêmero. A conseqüência é
que nos damos muito melhor agora do que antes. Existe um respeito muito
maior entre a gente.
O projeto
do disco acústico já estava nos planos da banda desde a volta?
Sim
e não. Existia a idéia de fazer um disco ao vivo. A gente
nunca tinha feito um juntos e, fatalmente, um dia isso ia acontecer. A
gente não sabia bem o formato, tínhamos duas alternativas:
lançar um disco de rock mais pesado ou encarar o desafio de um acústico.
Nós achamos que o acústico era melhor por inúmeras
razões, entre elas, a própria visibilidade do projeto. Sabíamos
que era um formato altamente vendável e vencedor. Mas quando eu
digo isso, nem eu, nem gravadora, nem a MTV e muito menos a banda, esperava
por essa repercussão. Todo mundo foi surpreendido pelo que aconteceu.
E eu acho que isso acabou sendo uma vantagem. Entramos em campo sem nenhuma
expectativa.
Mas vocês
também pretendiam resgatar alguns velhos hits para o público
novo que vocês acabaram conquistando com a volta?
Cara, a nossa maior preocupação,
o nosso maior medo quando essa história começou, pelo menos
o meu maior medo era que isso fosse visto com uma onda nostálgica.
Que fosse uma coisa tipo "vamos lembrar como eram legais os anos 80" ou
"jovem também tem saudade". O meu maior medo é que o disco
tivesse essa característica. Por isso a gente botou várias
músicas novas, como "Natasha", "Tudo Que Vai"... E conseguíamos
o que queríamos, que era falar para a moçada e não
para gente da minha idade. É o que vem acontecendo. A média
de idade do público que vai aos nossos shows é de 16, 17
anos. Eu considero isso uma vitória.
Só
que um lançamento desse não consegue esconder o clima de
oportunismo.
E eu acho que em alguns casos, são
oportunistas. Mas eu costumo dizer para as pessoas que sugerem que nós
fomos oportunistas, que a gente voltou com um disco novo, antes, cheio
de inéditas. Queremos virar a página do acústico o
quanto antes. Devemos estar entrando em estúdio no começo
do próximo semestre. Ou seja, não temos nada a ver com essa
onda de nostalgia. As músicas que mais tocaram no rádio,
que foram extraídas do acústico, eram músicas novas.
E se uma banda não consegue mais compor ou apresentar novas idéias,
não merece muita consideração, o que não é
o nosso caso.
foto de
Priscila Prade
Você
não acha que banda de rock tem que durar pouco para não cair
no ridículo?
Eu discordo. Tem várias bandas
boas que estão há anos fazendo bons trabalhos. E, principalmente,
eu acho que não existem regras no rock. Tem exemplos nos dois sentidos.
Tem bandas-relâmpago maravilhosas, como o Sex Pistols e o Nirvana
e tem bandas mais longas, como o Rolling Stones e o Aerosmith, que são
ótimos. O segredo é você conseguir compor e apresentar
novas idéias. Se você pegar o "Tatto You", que eu acho um
dos melhores discos dos Stones, eles já tinham 20 anos de carreira.
Nem tudo que é novo é bom e nem tudo que é velho é
ruim.
É que algumas bandas envelhecem
melhor ou pior do que outras. E tem aquelas bandas que vivem só
do passado, como, por exemplo, o Deep Purple. Você vai ao show dos
caras só para ouvir o "Machine Head", que é um disco de mais
de 20 anos.
E você também pode envelhecer
com dignidade. É só não ficar embarcando no último
modismo. Você tem que abraçar o que sempre fez. Um exemplo
é a volta do Echo & The Bunnymen, que é do caralho. Os
discos recentes deles são sensacionais. Eu acho um erro o Clash
não voltar. Todos estão inteiros, relativamente moços,
não sei porque não voltam a tocar, são uma puta banda.
Por que o
rock nacional perdeu espaço nos anos 90? As bandas estabelecidas
perderam o gás? Ou não houve uma segunda geração?
Um pouco de tudo. Mas eu acho que
houve uma segunda geração que nos sucedeu, como Raimundos,
Planet Hemp, o Rappa, acho que é um pessoal bem anos 90.
Acredito que existia uma crise de
identidade entre a nossa geração. Tudo isso coincidiu com
a ascensão do grunge e no Brasil de bandas como Raimundos e o Rappa.
Acho que de um certo modo, teve uma crise de consciência em quase
todo mundo da minha geração. Várias bandas perderam.
Foi o fundo do poço para todos, até os grandões como
Legião Urbana, Paralamas do Sucesso, Titãs, passaram por
essa crise.
Todo mundo ficou com a auto-estima
bem abalada no começo dos anos 90. Foi como se cada um de nós
achasse que tinha se corrompido. Ou virado o inimigo. As coisas que a gente
apontava como defeito aos outros, no começo da nossa carreira, foi
o que acabamos virando. Com o passar dos anos, essa avaliação
severa que nós fazíamos de nós mesmos, mudou. Falando
por mim, a avaliação super séria que eu tinha do Capital,
do que a banda tinha virado, eu já não acho mais hoje. Eu
sou menos maniqueísta. Acho bacana muita coisa que a gente fez.
Não é tudo lixo, que tem que jogar fora, como eu pensava
nos anos 90.
Esta crise de identidade explica o
fato de vocês terem mudado bastante de perfil, passando por eletrônicos,
depois grunge, depois metal, aí acabaram...
Sim. Estas mudanças foram causas
da entrada do Bozo, também. O Capital em determinados momentos passou
por uma crise existencial muito forte, seguida de uma crise de identidade
que já existia há anos. E também existia a eterna
comparação com a Legião. Essa comparação
fez com que a gente entregasse os pontos. Chegou um momento em que todo
mundo falou "foda-se". Aí resolvemos virar ídolos a qualquer
preço.
Assim que
você saiu do Capital, você disse que não conseguia enxergar
uma personalidade na banda, que vocês viviam atrás da Legião.
E agora? Você enxerga uma personalidade no Capital?
Sim. A gente se desenvolveu ao longo
dos anos. Agora, eu vejo um estilo, uma personalidade bem resolvida. Mas
a gente levou 10 anos para alcançar isso. A ligação
com o Renato e a Legião era intestinal, visceral. O Fê e o
Flávio aprenderam a tocar no Aborto Elétrico. Eu aprendi
vendo eles tocarem. O Dado é meu irmão e o Bonfá meu
melhor amigo, nós crescemos juntos. Foi difícil romper esse
cordão umbilical e caminhar com as próprias pernas.
Por que a
sua carreira solo não decolou?
Eu estava numa gravadora independente,
que é o selo do Dado (Villa Lobos, ex-Legião, e o selo é
o Rock It!). Ambos não tinham dinheiro. Acho que as pessoas ouviam
o meu disco e falavam, "isso é Capital!". Viviam dizendo,
"é igualzinho, por que você saiu então?". Não
viam nenhum propósito e eu acho que essas pessoas tinham razâo.
Mas eu gosto do meu disco solo, acho que é um dos meus melhores
trabalhos. Tive a oportunidade de trabalhar com o Suba, que foi um grande
produtor. Mas aquilo poderia ter sido feito com o Capital, não precisava
ter saído.
Qual foi
a importância da cena de Brasília para o rock nacional?
Eu acho que é a mais importante
cena roqueira do país. A única cidade que pode se rivalizar
com Brasília é Porto Alegre. Em São Paulo tinha várias
cenas isoladas, o Ira! era mod, o Inocentes era punk, os Titãs eram
pop, o Ratos do Porão era hardcore, cada banda era uma coisa diferente,
cada banda era uma ilha. Em Brasília, como em Porto Alegre, existia
uma unidade. Unidade de referências, de origens, nos discursos...
Não sei se atribuiria o sucesso
do rock brasileiro à cena de Brasília, mas é uma cena
crucial na história do rock nacional. Em todo o momento, dos anos
80 para cá, sempre existiu uma banda de Brasília entre as
maiores do país.
Por que a
crítica especializada gosta de massacrar o rock nacional, principalmente
as bandas dos anos 80?
Se você perceber um padrão
nessas críticas, vai ver uma coisa engraçada. Eles sempre
estão falando muito bem de alguém e, aproveitam, para alfinetar
o rock brasileiro. Dizem coisas como "dentro desse roquinho nacional, essa
é uma coisa que se destaca". Para falar bem de alguém tem
que falar mal do rock brasileiro.
Mas a crítica restringe-se
apenas ao rock nacional e a MPB. Eles não se dignam a analisar os
gêneros mais populares – como a música sertaneja, o axé
e o pagode – esses são completamente ignorados. Se eles se preocupam
com a gente, ok, significa que nós temos importância.
Por que a
volta de bandas veteranas como vocês e o Ira!? Não há
nada novo que preste?
Não, existem bandas novas muito
boas. E o bacana é que a gente está co-existindo com essas
bandas novas. Rappa, Planet Hemp, Raimundos, Jota Quest, Rumbora, Pato
Fu, Skank, são bandas legais pra caralho que estão indo super
bem. E nós estamos co-existindo com eles. No Brasil isso é
um a coisa nova, mas lá fora isso é bem normal. Um garoto
vai ao show do Offspring e do Aerosmith com o mesmo prazer. Não
existe isso de uma geração ou outra
Existem diferenças
entre ser um artista popular e fazer música pop?
Sim. A gente não tem acesso
aos veículos populares. Não entramos nas grandes rádios,
temos dificuldades de entrar na Globo. Nós fazemos música
pop mas não somos populares.
E nós não temos pudores.
Eu faço o que for preciso pelo rock nacional e pela minha música.
A gente faz música para os nossos veículos. Mas, se uma rádio
popular me convidar, ou algum programa de TV, eu vou. Mas vou nos meus
termos. Eu vou para tocar a minha música. O Brasil tem uma mania
muito anti-social. Não adianta fingir que estamos no Primeiro Mundo.
Se a gente ficar restrito a 89FM e a MTV, a nossa música só
será ouvida pela classe média branca. É legal sair
desse castelo de mármore. E se você quer mostrar o rock brasileiro
para o povo, tem que abraças todas as oportunidades que lhe são
oferecidas.
Mas ainda
existem pessoas pré-dispostas, no grande público consumidor,
a conhecer o rock nacional?
O perfil dessas pessoas mudou dos
anos 80 para cá. A molecada de hoje é menos intransigente
do que a gente era. Com a gente não tinha muita conversa. Hoje,
o mesmo cara que gosta de forró, gosta de Capital. O cara gosta
de Raimundos,Capital, Falamansa... É um cara muito mais tolerante
do que a gente nos anos 80.
E você
acha isso legal?
Não muito (cai na gargalhada)
... Confesso que sou intolerante. É uma das minhas manias. Em relação
a tudo na vida, menos música, eu sou tolerante. Ainda acho que a
segmentação é uma coisa positiva. Acredito que a segmentação
é o melhor caminho para todos os gêneros musicais no Brasil.
E o novo
disco do Capital?
Estou começando a compor. Já
existem umas cinco bases prontas. Em janeiro eu vou entrar em estúdio.
Eu queria chegar em março com as bases todas prontas para já
começar a pré-produção. Se tudo der certo assim,
sai em junho. Mas já antecipo que vai ser bem cru, pesado, uma banda
de rock básico.
Dinho no
Rock In Rio 3 - Foto de Marcelo Rossi
E o seu livro
sobre a cena de Brasília? Em que pé que está?
O livro está em um disquete.
Assim que assentar um pouco a poeira do acústico, acho que no final
do ano, eu vou retomá-lo. Não dá tempo de escrever.
Só este ano a gente fez 120 shows e eu ainda tenho duas crianças
pequenas em casa. Fica impraticável. Mas se tudo der certo também
eu o lanço em junho, junto com o novo disco do Capital. O problema
é que escrever o livro está se mostrando muito mais difícil
do que eu pensava. E eu estou escrevendo de um modo totalmente caótico,
eu conto as histórias da maneira que eu vou lembrando.
Você
leu o "Diário
da Turma", do Paulo Marchetti?
Sim, inclusive está bem aqui
na minha mesa. Eu achei legal, mas o meu não é bem isso.
A minha história se passa antes, o livro acaba quando as bandas
começam. As bandas, eu falo, quero dizer a Legião Urbana
e o Capital Inicial. O Paulinho era molequinho nessa época, devia
ter 6 ou 7 anos. Eu tinha 16 anos quando o meu livro começa. O livro
do Paulo começa bem depois. E ele conta a história entrevistando
as pessoas. O meu é um romance, eu falo na primeira pessoa e você,
leitor, em alguns momentos vai ficar em dúvida se alguns fatos aconteceram
ou não. E eu também não sei se aconteceram do jeito
que eu estou contando.
Cds da caixa da EMI-ODEON
Análise:
ROCK BRASIL DEVE MUITO À
CENA BRASILIENSE
Boa parte da crítica musical especializada
sempre desdenhou o rock nacional, principalmente as bandas egressas da
chamada "cena de Brasília". Salvo raras excessões, sobraram
farpas a geração roqueira dos anos 80.
Mas, queiram ou não, a cultura
jovem do país, hoje, deve muito a esse movimento. E o movimento
só tomou gás com a gradativa explosão da turma de
Brasília.
Até então as bandas
brasileiras de destaque no gênero roqueiro mantinham os dois pés
na new wave (Blitz, Barão Vermelho, Sempre Livre, Titãs).
O rock nacional só ganhou peso e objetividade com o "boom" da Legião
Urbana, Plebe Rude, Capital Inicial e - por que não? - os Paralamas
do Sucesso.
Em tempos finais de ditadura, os grupos
de Brasília lançaram discos crus e diretos, atacando o sistema
com músicas como "Veraneio Vascaína", "Proteção",
"Soldados" e "Que País é Esse? ". Era um novo tempo para
a juventude. Novas idéias e novos hinos, apropriados para uma época
de líderes. Infelizmente, (ou felizmente), o gás, a inspiração
e a criatividade dessas bandas acabou, mergulhando, sem exceção
na decadência. Ou viraram uma caricatura de si mesmo. É uma
pena não envelhecer decentemente.
A nova geração, capitaneada
por Charlie Brown Jr., Tihuana, Rumbora e similares, não tem consistência
nem tutano para injetar boas idéias no rock brazuca. Culpa da falência
do ensino básico. Tcharoladrão. (Alexandre Petillo) |