Camila, Camila
de Marcelo Silva Costa

A angústia flutua em meu quarto como a canção
mistura-se com o incenso e a gaita de Neil Young
e não perdoa essa lágrima que dos olhos desabotoa
toda minha alma cravada em saudade
enquanto lá fora a noite, estrelas e a chuva, caem...
 

E eu que queria tanto o silêncio preciso me acostumar a gritar,
ultrapassei todos os limtes olhando a tua boca
e tentando explicar que não sabia de nada...
agora os fantasmas exigem sua presença imediata
e nem uisque, poesia, chuva, sangue ou REM acalmam...
 

Sei que ainda não perdi toda minha inocência
mas estar aqui é uma condenação que lhe devo
por amar em silêncio...
alguém me disse que estar vivo é ter medo
e que mesmo a tristeza é uma bela companheira...
 

Perdoe a minha ignorância e o meu egoismo
leoninos nunca esquecem um sorriso
vicios serão eternamente vicios...
serei tão louco por te querer desse jeito
e além, esse querer você precisa ser tão imperfeito...
 

A angústia flutua tão densa que a vejo sorrindo neste poema
vestida de melancolia e dançando com a minha sorte
que traz Mick Jagger cantando "Angel in My Heart"
um arco-iris esperando apenas o fim da tempestade
e todos os anjos que se divertem quando o paraiso desaparece...