CALMANTES COM CHAMPAGNE
Imitação Tosca de Um Blog - Página Principal 
Marcelo Costa

30/03/2007 - 00h40
Semana bastante cansativa esta que passou, sabe. Tive alguns bons momentos, como a ótima tarde de entrevista para o pessoal de Araraquara na quarta-feira (Itaici, reforço, se precisar, conte comigo), que culminou em um presente especial: uma cópia em DVDR do "Live Bootleg", do Twilight Singers, que registra um show em Newport em 2004, que ali pelo final traz o mestre Greg Dulli interpretando "Somethin' Hot", uma das minhas canções preferidas do repertório do Afghan Whigs. Presentaço.

Na quinta teve outra entrevista. Fiz o Bruno encarar uma espera de mais de uma hora (odeio quando o entrevistado me deixa esperando), pois estava em uma reunião fora do prédio que demorou mais do que o planejado. O papo da entrevista era a cena manguebeat, e me fez refletir em coisas que eu nunca tinha pensado. Foi bem legal. Na verdade, houve mais pontos positivos do que negativos na semana, incluindo uma boa apresentação de um projeto para a chefia, mas mesmo assim heróis pessoais tombaram, e começo a duvidar da gentileza do mundo.

Acho que ando em período sentimental estranho, sabe. A leitura de alguns parágrafos do livro sobre o disco "Kind of Blue", lançado pela Barracuda, me levou as lágrimas no ônibus, as 9 da manhã. Enxuguei os olhos, fechei o livro, e fiz uma pausa. Desci do ônibus e voltei a lê-lo. E voltei a marejar os olhos. Isso aconteceu em mais partes do livro. Vou tentar falar dele com mais calma, me aguarde.

De música, Arcade Fire e seu "Neon Bible" voltaram a conquistar minha atenção. Descobri uma música ótima do Ludov, "Sintonia", colocada para download no Trama Virtual da banda, que já tinha sido lançada um tempo atrás, mas só fui prestar atenção agora. Foi a canção da semana, e um dos trechos fortes ainda ecoa na cabeça: "A gente fala tanto e, no entanto, se complica / Eu gosto do Arnaldo, você só ouve a Rita." Baixa lá. Também chegou por aqui o ótimo álbum dos brasilienses do Superquadra, velhos conhecidos do S&Y. Vou falar sobre eles com mais calma, mas enquanto isso vá no My Space dos caras e ouça a poderosa "As Histórias de Amor Sempre Acabam": http://www.myspace.com/superquadra

Hora de ir, nem vi o adiantado da hora. Ligia preparou um jantar especial, temos vinho, Lili está devorando queijo e Kátia diz que sou chitado... amanhã preciso comprar o ovo da páscoa perfeito para a pequena Gabriela... torça por mim.

28/03/2007 - 23h47
Dias atrás, acho que na segunda-feira, uma manchete em uma página interna do Jornal do Metrô - que estava sendo lido por algum passageiro do ônibus em que ia para o trabalho - me chamou a atenção: "Cuidado com o 'Mesmo'". Era uma reportagem sobre acidentes em elevador, e a boa sacada jornalística havia surrupiado com inteligência a brincadeira popular. Isso foi no começo da semana, e eu até havia esquecido a história. Só lembrei porque o "Mesmo" me aprontou uma nesta noite, me deixando alguns minutos trancado entre um andar e outro.

Essa foi a segunda vez que fiquei preso no elevador do prédio em que Lili mora. Na primeira, mais rápida, eu estava acompanhado, o que diminui o pânico por você estar em uma situação em que não pode fazer nada além de esperar. Desta vez, no entanto, eu estava sozinho. E ao contrário da vez anterior, que era de dia, o "Mesmo" me deixou preso quase às onze da noite desta vez. Não é lá uma situação das mais agradáveis, vou lhe dizer, caro leitor. Acontece mais ou menos assim:

Você vai, aperta a tecla do andar para o qual você quer ir, e o elevador começa a se movimentar, claudicante, como todos os dias. Quando ele se aproxima do andar, pára bruscamente. A porta não abre. Você calcula que esteja entre o quarto e o quinto andar, e a porta não abre. Uns dez segundos depois (quase uma eternidade) ele volta a se movimentar, e repete a história entre o oitavo e o nono andar. Novamente, dez segundos (outra eternidade) depois ele se coloca em movimento, e já imagino que do 14º andar ele não vá passar, mas tenho cá as minhas dúvidas.

Ele pára, finalmente, entre o décimo primeiro e o décimo segundo andares. A porta não abre. Pela janelinha ouço vozes de crianças. Duas chegam perto, riem e saem correndo. Espero um adulto aparecer, e quando a pessoa aparece, peço:

- Por favor, avisa o porteiro que o elevador parou.

A mulher, meio com cara de assustada, diz que vai avisar. Eu já tinha apertado a campainha de emergência, que acho que está ali para enfeite (sacumé, um botão vermelho em meio a tantos outros todos pretos). Apertei um botão de alarme, que acho que não deve ter sido ouvido da portaria doze andares abaixo. Pacientemente, pego o celular e ligo para Lili. Ela já estava dormindo, e atende sonolenta.

- Amor, liga na portaria e avisa que estou preso no elevador

- Você está preso no elevador?

- Sim, Lili, liga lá.

- Perae, estou meio sonolenta.

Pausa

Ela desliga, e me liga logo em seguida.

- Ninguém atendeu.

- Ok, então quer dizer que o porteiro já está vindo pra cá. Vá dormir que em três minutos estou ai.

Ela vai, enquanto aguardo o porteiro. Ele chega, faz algum gracejo sobre eu estar ali preso, e eu tento achar graça enquanto ele tenta abrir a porta, e não consegue. Começo a pensar que estou no "Mesmo" suspenso onze andares em um alçapão. Que se, por algum acaso, o elevador despencar, não vou conseguir escrever sobre o livro que me fez chorar duas vezes durante o dia. Nem sobre o livro, nem sobre mais nada. Os pensamentos se atropelam. Enquanto penso coisas assim, o porteiro avisa.

- Vou descer para pegar uma chave de fenda maior para abrir a porta. Você espera?

- Espero sim, respondo sem perceber a grande bobagem que é esse diálogo, afinal, a única coisa que me restava era esperar.

Enquanto o outro elevador desce com o porteiro, pego o celular e começo a jogar uma partida de Galaxy Ball. Se esse vício, um dia, tornar-se um fardo, acho que ganho uma grana processando a sindica do prédio, afinal, já fazia sete dias que eu não jogava esse maldito joguinho, mas foi a única coisa que me veio a cabeça fazer enquanto esperava que o porteiro, ou o "Mesmo", decidissem pelo meu destino. Não fiz nem 100 pontos e o porteiro retornou. Forçou a nova chave, e diante de sua dificuldade pensei que talvez a noite pudesse ser mais longa naquele espaço. Uns trinta segundos depois ele conseguiu abrir a porta. Pulei. Mesmo estando pela metade, a parte debaixo do elevador ainda evitava que o alçapão fosse visto, um alívio, pois pensei mentalmente que, sei lá, na hora que eu pulasse pra fora do elevador, talvez eu pudesse perder o equilíbrio e cair... tragicomédia braba.

Fiquei uns cinco minutos ao lado do porteiro, enquanto ele resmungava contra a sindica, que já tinha sido avisada da situação precária dos elevadores, mas não tomava iniciativa. Segundo ele, "ela só sabe reclamar". Enquanto ele falava, me imaginei descendo até o apartamento dela, para contar do enorme prazer de ficar preso em um elevador. Após cinco minutos, deixei o porteiro em sua luta particular para fazer o elevador funcionar (ele merece um aumento, senhora sindica), e desci para o apartamento de Lili. Assim que entrei no outro elevador, pensei que talvez eu devesse ter descido de escada. Mas, desta vez, o raio não caiu duas vezes no mesmo lugar. Mesmo assim, é bom tomar muito cuidado com o "Mesmo". Acho que amanhã de manhã vou descer pelas escadas, penso enquanto bebo a única Skol queestava na geladeira.

27/03/2007 - 23h50
Eu não entendo de jazz. Eu não entendo de música erudita (embora tenha visto apresentações nas últimas semanas que me deixaram mal acostumado). Na verdade, eu não entendo nem de rock, mas desse eu me sinto seguro para falar, porque acho que pouca gente entende realmente (e por mais que pareça brega, rock é mais uma coisa de espírito do que uma porção de acordes combinados). Mesmo não entendendo lhufas de jazz nem de música erudita, preciso registrar meu descontentamento com a Jazz Sinfônica, orquestra que acompanhou o genial maestro e arranjador Eumir Deodato no show desta quarta-feira, no Auditório Simon Bolívar, no Memorial da América Latina. Perto de Eumir, a Jazz Sinfônica me pareceu uma Fanfarra de Escola tocando para uma turma da terceira idade. Sério.

Provavelmente, pensei isso após a apresentação de "Jobimniana", uma fantasia sinfônica sobre temas de Tom Jobim assinada por Cyro Pereira. Não sei como é o arranjo original, mas posso dizer que com a Jazz Sinfônica a peça ficaria perfeita para um programa Festa Baile, com muitas velhinhas de 70 anos dançando com senhores de 75. Todos bailando pra lá e pra cá, sem muita ginga, como a própria música. A peça seguinte, "Mãe Iracema", de Moacir Santos, chamou a atenção por um belo arranjo de contrabaixo acústico, ali pelo meio. E "Milagre dos Peixes", do Milton Nascimento, trouxe um bonito arranjo de violinos, em um trecho. E isso meio que resume a apresentação: só alguns trechos de cada peça soavam interessantes em meio ao atropelo da bateria, o exagero da percussão, e os barulhos que martelavam o som mal amplificado da casa. Anos atrás vi Shirley Horn, no Tim Festival, mastigar palavras de forma enternecedora. Seu baterista era de um charme indescritível. O jazz, através de suas baquetas, parecia pegar nossa alma para dançar. Na Jazz Sinfônica, parecia que minha alma estava levando tapas na cara.

Tudo isso melhorou quando Eumir Deodato pisou no palco. Abrindo com uma composição própria, "Rio Sangre", e emendando com a triste "Pavana Para Uma Criança Morta", de Ravel, Deodato mostrou - com uma boa dose de melancolia - que ali começava uma nova apresentação. A Sinfônica continuou soando exagerada e caricata, a ponto de Eumir - entre o sintetizador e o piano - brilhar ainda mais com suas teclas. Assim foi em "Rapsódia In Blue", de Gershwin, e principalmente em "Garota de Ipanema", brilhante em um arranjo econômico do maestro, que evita a melodia conhecida - e assoviada por tantos - suprindo notas e dando um certo punch de funk para a canção. Não fosse o sax terrivelmente óbvio, a interpretação teria sido perfeita (juro que pensei, na hora que o sax entrou: "Por favor, atirem no saxofonista". E, se dependesse de mim, outras mortes ocorreriam, como a do percussionista, que castigava o prato com uma vontade que doía nos ouvidos).

Para o final, uma execução correta de seu arranjo para "Assim Falou Zaratustra", de Strauss, que virou tema do filme "2001, Uma Odisséia No Espaço" foi completamente apagada pela versão improviso que veio logo após, no bis, aí sim valendo realmente a noite. O que não explica, de forma alguma, os aplausos ensurdecedores da apresentação. Ficou parecendo que havia uma Jazz Sinfônica que não sabia tocar música (e quando falo tocar, não estou dizendo ler partitura e executa-la. Estou dizendo algo sobre colocar alma no som que você está tirando do instrumento) para um público que não sabia ouvir, e que saiu de casa pronto para gostar de qualquer coisa (menos de um bis feito apenas por um rápido trecho de uma canção, que foi o que aconteceu antes dos músicos atacarem a versão completa de "2001", pela segunda vez). Na verdade, faltou jazz e faltou música erudita no show. Como não entendo nem de um, muito menos de outro, pode até ter sido bom. Eu é que não tenho 70 anos para dançar com a minha senhora enquanto a fanfarra toca.

26/03/2007 - 17h55

Bem, tirando a dorzinha de cabeça desta segunda (volta à rotina? Imagina), o fim de semana foi agitado e especial. Vamos a ele, e no final eu conto algumas novidades.

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Você deve estar querendo saber como foi o jantar romântico de sexta, eu sei. Só posso dizer que foi beeeeeem legal. Fomos ao ICI Bistrô, indicação da querida Ale Blanco, que fica na Rua Pará, em Higienópolis. Após um couvertzinho básico, veio a entrada, que não foi lá algo inesquecível, mas serviu para nos ambientar (sorry, esqueci de anotar o nome dos pratos). Para beber, vinho francês (um Bordeaux), mas taça, afinal a garrafa poderia estourar o orçamento (e assumo: uma taça de vinho está de muito bom tamanho para mim). Decidimos pedir pratos diferentes, e Lili acabou escolhendo os dois, me destinando a Picanha de Cordeiro, e ficando com o Magret de Pato. Me dei bem. Nunca havia comido uma carne tão saborosa, e até difícil traduzir em palavras o quão foi bom prová-la. Ela derretia na boca, uma delícia. Veio acompanhada de salada, batata sauté (também ótimas) e um tomate simplesmente divino. Não pode ser o mesmo tomate que compro na feira aos domingos, definitivamente. O peito de pato que Lili pediu não desceu bem. Ela não aprovou e, quando fui experimentar, eu também. Nunca mais como pato na vida. Porém, o purê trufado que veio acompanhando o prato dela me dá água na boca até agora. Finado o prato principal, as sobremesas foram bem básicas. O ambiente aconchegante e o ótimo atendimento também foram importantes em tornar a noite ainda mais especial.

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Sábado teve João Donato e Quinteto Jobim no Theatro Municipal. O Quinteto abriu os trabalhos, inseguro, seguindo seu repertório de canções obscuras do maestro Tom. A coisa só começou a andar ali pela quarta música, quando um violonista entrou na formação (até então de sax, piano, baixolão, percussão e bateria). Depois disso, o grupo se soltou, e o show melhorou muito, alcançando seu ápice na versão da canção "Mojave". João Donato assumiu o piano na segunda metade do show - com sua típica camisa florida, e seu boné - e foi fazer a coisa valer realmente a pena na última canção do show, "A Rã", e no imperdível bis, com "Só Danço Samba".

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Domingo teve a Orquestra Sinfônica Municipal e o Coral Lírico de São Paulo apresentando a Nona Sinfonia de Beethoven. De cara, me surpreendi na entrada, com cambistas perguntando convites para comprar, e gente de mãos abanando na porta do Theatro Municipal. Não passava das 11h da manhã de domingo. Ao contrário do sábado, em que assistimos ao show de um lugar privilegiado, no domingo fomos parar no Anfiteatro, que fica no último andar do Theatro, e no fundo. Não conseguíamos nem ver o maestro. Mas conseguimos ouvir a música, e só isso já valeu. Eu - como quase o mundo todo - amo o quarto movimento, mas ali, ao vivo, me surpreendi com a beleza do terceiro. Queria estar mais perto, vendo tudo, mas foi muuuuito legal.

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Almoço de domingo no Pátio do Colégio, ali onde essa cidade chamada São Paulo foi fundada uns 450 e poucos anos atrás. Um bom picadinho de carne, em um prato de pão (isso mesmo), que só não foi melhor aproveitado porque o atendimento do lugar não foi lá grandes coisas (demora, confusão nos pedidos, coisas assim). Mas foi legal estar ali (minha foto no orkut, nesta semana, é de lá, em frente a única parede original do lugar, datada de 1586 - ou algo assim).

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De passeios para downloads: o MQN está liberando sua segunda Fuck Sessions. O novo single, "Cobra", está disponível para download gratuito no site oficial do MQN e também no My Space. Gravado nos Estúdios Trama, com produção de Iuri Freiberger em parceira com Rodrigo Sanches, "Cobra" traz no lado B a inédita "Let It Explode".

O selo Senhor F Virtual liberou o single do quinteto mineiro Acidogroove, com três faixas. No release, a banda se apresenta como tendo influências de Mutantes, Tom Zé, Clube da Esquina e Chico Buarque. O resultado lembra (e muito) Los Hermanos, e vai agradar fãs do quarteto carioca. Como é o primeiro lançamento do Acidogroove, a banda ainda têm tempo para burilar o som e valorizar as influências. Mesmo assim, vale conhecer. Baixe as músicas aqui.

25/03/2007 - 10h20

São Pedro do Atacama, me aguarde

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Bem, não tive tempo de falar sobre o jantar de sexta com Lili. Conto com calma depois. Só adianto que picanha de cordeiro é algo marabilhosamente delicioso. E que magret de pato não é tão bom. Alta culinária é foda. Conto mais depois. Agora, vou ali ver a Orquestra Sinfônica Municipal tocar a Nona do Beethoven...

23/03/2007 - 13h14



Qual música define você? É uma pergunta simples, vai. Mas sua resposta pode dizer muita coisa. Vejamos por mim: a música que me define é "Rust", do Echo & The Bunnymen. Não só porque o Echo é uma das bandas que mais gosto em toda história da música pop, mas porque em "Rust", Ian e Will conseguiram traduzir em palavras e melodias muito daquilo que sou. Na letra, Ian McCulloch conta que precisa de ajuda, precisa de alguém que possa confiar, porque as cicatrizes de sua pele estão fazendo com que ele enferruje. A música começa com um orgão de tom melancólico fazendo a cama para a voz - castigada pelos excessos - de Ian. Logo entra um violão, e a guitarra absurdamente mágica de Will Sargeant só aparece no refrão, simulando as estrelas disparadas pelo coração do vocalista em meio a gotas de chuva.

É isso que sou. Um romântico incurável apaixonado pela vida. Estrelas saem do meu coração e caem como chuva. E a linha que separa o prazer e a dor é tão fina que me pego, em momentos ao acaso, pisando os dois lados numa variante de humor que impressiona quem está ao meu redor. Sou urgente, não páro um minuto, e preciso concluir alguns desejos diários para voltar para a cama feliz, e conseguir repousar. Na frase mais significativa da letra de Ian, ele diz que carregamos nossas histórias escritas em nossa pele. E isso é o resumo de uma vida. Nas minhas cicatrizes - que às vezes enferrujam e me machucam - está a minha história. Tudo o que vivi e que me faz ser a pessoa que sou. Minha pele exibe tudo isso. Meu coração, que dói além do normal de vez em quando, é tão devotado as coisas que vivo que às vezes me sinto refem de minhas próprias emoções. E tudo isso é "Rust".

Por mais que eu ame o barulho de uma guitarra, nunca poderia dizer que uma canção barulhenta me define. Eu sou agitado, mas sou calmo (risos). A loucura muitas vezes nos permite perceber a beleza do mundo. Deixo-me levar. Tento aproveitar cada segundo como se fosse o último, tento evitar que as cicatrizes enferrujem os meus sonhos, tento ser feliz apesar de saber que "viver é acumular tristezas". Hoje, especialmente, percebo que até sou um pouco injusto com meu passado. Em minha pele estão escritas muitas histórias, e nem todas são tristes, muitas delas são especiais além da conta. Quando "Rust" está chegando ao fim, Ian diz: "Everything's gonna be all right". Eu também acho, também acho.

"Rust" é a faixa dois do álbum "What Are Going To Do With Your Life?", segundo disco do Echo & The Bunnymen após o retorno da banda, em 1997. Ao contrário de um disco usual da banda, "What Are Going To Do With Your Life?" soa como um álbum solo de Ian McCulloch, que conta com a participação de Will Sargeant (o disco seguinte, "Flowers", é exatamente o contrário). Baladas orquestradas e letras confessionais compõe o disco. Sobre "Rust", Ian disse: "É a canção mais pessoal que já escrevi. Rust é mais do que tudo, é sobre envelhecer. É também sobre a corrosão das coisas, dos relacionamentos, da sua pele, da sua mente".

Sabe, tenho muito medo de olhar para trás e perceber que não "aproveitei" a vida.

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Ontem consegui bater o recorde do jogo Galaxy Balls. Na verdade, em dezembro consegui fazer 2910 pontos. Em janeiro cheguei a 2921 pontos. E eu tinha prometido parar quando passasse dos 3000 pontos. Passei ontem, marcando 3422 pontos. E vou parar de jogar, porque esse negócio vicia. :)~ Galaxy Balls é um joguinho que veio no meu celular Nokia 6060, quando o comprei no ano passado, e é basicamente um Tetris com algumas funções a mais. E vicia que é uma beleza. Mas vou ser mais forte. Bati o recorde ontem, e não vou joguei desde então. Um dia sem jogar, diriam os gamemaniacos anônimos.

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Do capítulo "viver também é acumular felicidades". Hoje, por exemplo, é um dia muito especial e feliz para este que vos escreve. Eu e Lili estamos completando um ano de namoro. Na verdade, isso só vai acontecer à noite, pois se bem me lembro, eu acordei neste mesmo dia, no ano passado, ansioso por vê-la. Eu tinha um vôo para Maceió agendado para às 22h, e desde as primeiras horas da manhã estava trocando e-mails com ela, tentando acertar um almoço antes da viagem. No meio da troca de e-mails, eu argumentava: "Vou ficar quatro dias sem te ver". E ela retrucava, taurina que só ela: "Quatro dias passam rápido. Eu acho". Fui almoçar na casa dela, com a irmã e um amigo. Enrolei o mais que pude, e ela só foi chegar lá pelas 18h. Ficou um clima no ar, mas o famoso primeiro beijo só foi acontecer na porta do elevador, ali pelas 20h, quando eu estava saindo correndo para não perder o avião. Era aniversário de uma amiga dela (agora, nossa, né Katiusca: feliz aniversário), e eu fui pra casa, olhei pra mala, peguei o telefone, liguei para a TAM e consegui adiar o vôo para o dia seguinte, de manhã (claro, pagando uma grana, mas tem coisas que só o amor faz por você). E voltei pra festa, voltei pra ela, e fui viajar na manhá seguinte com o coração feliz, só pensando na hora de voltar. Faz quase um ano isso. E foi um ano muuuuito especial. Parabéns, Lili, parabéns. Te amo.

22/03/2007 - 19h23



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A página da minha coluna Revoluttion já foi aberta por quase 65 mil leitores (64545 entre 25 de agosto e 19 de março). Destes, 65 mil, 19108 voltaram para ler a coluna. O Top Ten de cidades é liderado por São Paulo, que registra o maior número de leitores (18296), seguido pelo Rio de Janeiro (8470), Brasília (4104), Belo Horizonte (2865), Curitiba (2618), São Caetano do Sul (1765), Salvador (1676), Porto Alegre (1393), Guarulhos (1174) e Campinas (1135). No Top 100 de cidades ainda aparecem Nossa Senhora Do Ó, Vila Anastácio, Louveira, Campo Magro, Penha De França, Santa Felicidade e... Lisboa (mas tem gente de Porto, Setubal, Braga e Aveiro também). :) Obrigado a todos os leitores.

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A já que falamos na coluna, você se lembra da fitinha cassete? Já gravou alguma para alguém? Já escolheu músicas que te definissem para uma outra pessoa?

Qual música te define?

20/03/2007 - 08h26



Baixe gratuitamente o tributo duplo da fase psicodélica de Ronnie Von.

19/03/2007 - 23h19

Eu queria dizer: nada como um fim de semana na roça para recarregar as baterias da alma. Porém, apesar do ótimo fim de semana de descanso, eita segunda-feira estraga prazeres, viu. Estou aqui, mastigando meu nervosimo enquanto penso em uma maneira de ser feliz sem arredar um milímetro das minhas convicções do que é certo e do que é errado. Ser justo é bastante difícil, acredite.

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Enquanto vinha para a casa da namorada, encontrei a melhor definição para falar sobre o filme "Maria Antonieta", de Sofia Coppola, que eu tinha acabado de resenhar para este site. A definição perfeita é:

'Maria Antonieta' é a versão cinema do livro 'Zélia, Uma Paixão', de Fernando Sabino

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Bom mesmo é "O Bom Pastor", do De Niro como diretor. E que belíssima atuação de Matt Damon. E para todos aqueles que acreditam no amor, o fato do personagem de Damon 'recusar' Angelina Jolie já vale uma ida ao cinema. Pois o amor não escolhe a mais bela, a mais inteligente, a mais gostosa. O amor escolhe a amada. Filmaço.

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Já fez uma visita nos blogs bacanas que devem ser visitados todos os dias? O The Sad Pandas, por exemplo, tem links para os novos do Black Rebel Motorcycle Club (fodaço), para o tributo a Joni Mitchell (com Sufjan Stevens, Bjork, Prince, Elvis Costello, Caetano e outros), além do "Live At Massey Hall, 1971", segundo lançamento dos arquivos de Neil Young (um acústico maravilhoso). Já o nosso querido Una Piel de Astracán destaca o álbum "Night of The Furies", do badalado The Rosebuds, e o ótimo Part Of The Queue disponibiliza a coleção completa do Radiohead (incluindo os singles solo de Thom Yorke). O Wilco, etc. joga luz sobre o álbum solo de Shannon McNally, que participa do disco mais recente do Son Volt. E o Músicas Que Ninguém Nunca Escutou vai do novo do Wilco, passa pela coletânea do Soft Cell e chega até a trilha sonora macabra do filme "O Bebê de Rosemary".

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Pra fechar, texto escrito por Patti Smith para o The Guardian (valeeeeu, Fábio)

Love and an electric guitar
Should artists in rock take laurels from institutions?
I did it for my late husband and other maverick souls

Patti Smith
Tuesday March 13, 2007
The Guardian

On a cold morning in 1955, walking to Sunday school, I was drawn to the voice of Little Richard wailing Tutti Frutti from the interior of a local boy's makeshift clubhouse. So powerful was the connection that I let go of my mother's hand.

Rock'n'roll. It drew me from my path to a sea of possibilities. It sheltered and shattered me, from the end of childhood through a painful adolescence. I had my first altercation with my father when the Rolling Stones made their debut on the Ed Sullivan Show. Rock'n'roll was mine to defend. It strengthened my hand and gave me a sense of tribe as I boarded a bus from south Jersey to freedom in 1967.

Rock'n'roll, at that time, was a fusion of intimacies. Repression bloomed into rapture like raging weeds shooting through cracks in the cement. Our music provided a sense of communal activism. Our artists provoked our ascension into awareness as we ran amok in a frenzied state of grace.

My late husband, Fred Sonic Smith, then of Detroit's MC5, was a part of the brotherhood instrumental in forging a revolution: seeking to save the world with love and the electric guitar. He created aural autonomy yet did not have the constitution to survive all the complexities of existence.

Before he died, in the winter of 1994, he counselled me to continue working. He believed that one day I would be recognised for my efforts and, though I protested, he quietly asked me to accept what was bestowed - gracefully - in his name.

Last night I joined REM, the Ronettes, Van Halen and Grandmaster Flash and the Furious Five to be inducted into the Rock and Roll Hall of Fame. On the eve of this event I asked myself many questions. Should an artist working within the revolutionary landscape of rock accept laurels from an institution? Should laurels be offered? Am I a worthy recipient?

I have wrestled with these questions and my conscience leads me back to Fred and those like him - the maverick souls who may never be afforded such honours. Thus in his name I will accept with gratitude. Fred Sonic Smith was of the people, and I am none but him: one who has loved rock'n'roll and crawled from the ranks to the stage, to salute history and plant seeds for the erratic magic landscape of the new guard.

Because its members will be the guardians of our cultural voice. The internet is their CBGB. Their territory is global. They will dictate how they want to create and disseminate their work. They will, in time, make breathless changes in our political process. They have the technology to unite and create a new party, to be vigilant in their choice of candidates, unfettered by corporate pressure. Their potential power to form and reform is unprecedented.

Human history abounds with idealistic movements that rise, then fall in disarray. The children of light. The journey to the east. The summer of love. The season of grunge. But just as we seem to repeat our follies, we also abide.

Rock'n'roll drew me from my mother's hand and led me to experience. In the end it was my neighbours who put everything in perspective. An approving nod from the old Italian woman who sells me pasta. A high five from the postman. An embrace from the notary and his wife. And a shout from the sanitation man driving down my street: "Hey, Patti, Hall of Fame. One for us."

I just smiled, and I noticed I was proud. One for the neighbourhood. My parents. My band. One for Fred. And anybody else who wants to come along.

Patti Smith is a poet and performer


15/03/2007 - 16h35

Enquanto fico caminhando contra o vento, vai no With Lasers, blog pra lá de bacana comandado pelos jornalistas Paulo Terron e Ronaldo Evangelista. Link abaixo:

http://withlasers.blogspot.com/

Fui comprar fanta-uva. Já volto.

14/03/2007 - 21h44

Dias cinzas...

13/03/2007 - 22h02

Ludovic e Supercordas em tour pelo interior paulista. Não perca!

FRANCA
Festa Studio Eleven (15/03 - Quinta)
bandas: LUDOVIC + SUPERCORDAS
DJs: TIAGO (Groselha Fuzz) + MARCO CHAOS (Chaos - Universidade FM) + STD11
local: Arpoador Bar Cultural
convite: R$ 10,00
vendas: Casa São José e Chaminé (Centro)
flyer: http://ubbibr.fotolog.com/studio11/22387954

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RIBEIRÃO PRETO
Festa Groselha Fuzz (16/03 - Sexta)
bandas: LUDOVIC + SUPERCORDAS
DJs: SINEVAL (pale sunday) + LOUIE LOUIE (aumenta que é rock) + AZ (std11 djs)
local: Penélope Bar (r: conde afonso celso, 1500)
convite: R$ 10,00
vendas: UniLAN (R: São José, 834 - Centro)
flyer: http://img98.imageshack.us/img98/6189/flyfinalbd3.jpg

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ARARAQUARA
Festa Veludo Subterrâneo (17/03 - Sábado)
bandas: LUDOVIC + SUPERCORDAS
DJs: MARK + AZ (std11 djs)
local: Videokeria
convite: R$ 8,00
flyer: http://www.fotolog.com/veludosub

12/03/2007 - 09h02
Estranho. No momento em que meu coração estava mais dilacerado, partido, tentando se ajustar em mundo muitas vezes injusto (como sou exagerado), o fim de semana funciona a perfeição de tudo aquilo que sempre planejei, mas nunca consegui fazer: filmes, shows, almoço com amigos, sono, tudo na dose exata para colocar a alma no lugar. Não colocou, mas já acalantou meus sonhos rebeldes. E tudo começou na sexta-feira, no fim da tarde...

Uma amiga avisa: "desce aqui no estúdio que está todo mundo vendo o Vanguart". Os cuiabanos estavam no estúdio do iG gravando sua participação (em áudio e vídeo) no programa Poploaded, de Lúcio Ribeiro e Fábio Massari. Assisti a três músicas, uma delas nova e muuuuito boa. E esse mini-show serviu de esquenta para a balada à noite, com o Vanguart tocando e eu discotecando no Inferno, clube bacana da Augusta.

O show dos cuiabanos foi o melhor que vi deles até então. A banda está afinada, afiada e segura de si no palco. Além do repertório original, tocaram Lou Reed/Velvet, Bob Dylan e Beatles. Show profissa, um tiquinho mais longo do que deveria ser, com uma introdução que precisa ser melhor ajustada pra receber a banda, mas que foi esquecida assim que pintaram os primeiros acordes. Grande show, grande banda.

A discotecagem foi curtinha, rápida demais até. Como o show foi longo, e como havia mais um DJ pra brincar nas pick-ups, nem esquentei em pensar numa discotecagem. Apenas fui soltando algumas bombas-relógio na pista. Ficou assim:

Banquet (Phones Disco Edit), Bloc Party
Na Na Na Na Naa (Polysiccs Remix), KaiserChiefs
This Fffire, Franz Ferdinand
Magick (SMD Mix), Klaxons
Dashboard, Modest Mouse
Recover, The Automatic
Bang Bang You're Dead, Dirty Pretty Things
Lithium, Polyphonic Spree
Over and Over (Naum Gabo Remix), Hot Chip
No One Knows (Unkle Reconstruction Radio Edit), QOTSA

No sábado, cinema à tarde e de madrugada: "Notas Sobre Um Escândalo" é uma porrada no estômago com Judi Dench e Cate Blanchett sensacionais. Já "Scoop", novo de Woody Allen a estreiar por estes lados, é bonitinho, mas tremendamente ordinário. Mas me surpreendeu a atuação de Scarlett Johansson, distante da sexy persona de "Match Point", muito próxima da Velma, aquela mesma do Scooby-Doo, seriado que, por sinal, parece ter influenciado o filme. Na verdade, curti mais ter achado o DVD do "Todos Dizem Eu Te Amo" por R$ 12,99 nas Lojas Americanas...

Sábado ainda teve festinha na república de uma amiga da Lili, e aquilo sim é festa de faculdade (embora as nossas em Taubaté não ficassem tão atrás não, que eu me lembre). Sei que bebemos uma garrafa de Pisco (docinha, mas com gradução alcoólica de 40%), comemos uns cachorros quentes ótimos, e nos divertimos muito. Fomos dormir por volta das duas da manhã, pra acordar às 9h do domingo, para ir ver às 11h a Orquestra Experimental de Repertório no Theatro Municipal...

Isso mesmo. Na série Novos Compositores, o programa selecionava três obras de Edward Elgar (1857/1934), a "Elegia" (para cordas), as "Cenas Maritimas" (para contralto e orquestra) e as "Variações Enigma Op. 36". Gostei muito da segunda parte, e de alguns temas do "Enigma". E só o prazer de se estar no Theatro Municipal já vale o passeio. Anotei mais três visitas: dia 18 de março, a Orquestra Sinfônica Municipal, na série Panorama do Mundo - União Européia, irá apresentar Verdi, Elgar e Ravel. No dia 24, o Quinteto Jobim Instrumental recebe João Donato para um especial (vai ser imperdível este) e, por fim, no dia 25, a Orquestra Sinfônica Municipal acompanhada do Coral Lírico apresentará a Nona de Beethoven (e eu garanto que vou chorar na segunda parte do scherzo). Garanto.

O final de domingo foi preguiçoso e aconchegante: almoço na casa de uma amiga, cochilo durante a tarde enquanto as meninas discutiam arquitetura, e volta pra casa para dormir cedo. Acordamos às 6h30 hoje... e uma boa semana para todos nós.

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Laerte, e a genialidade em forma de tirinha:



10/03/2007 - 23h41



A imagem aí de cima leva você, caro leitor, ao blog do programa Poploaded, comandando pelos chapas Lúcio Ribeiro e Fábio Massari. Assisti a um trechinho da produção deste programa de estréia, e estou arrependidíssimo de ter perdido o set do Superguidis no estúdio do iG (logo abaixo de onde trabalho). Mas no link da imagem (ou aqui: http://radiopoploaded.blig.ig.com.br/) você pode baixar os dois arquivos de MP3 da Poploaded número 1, e assistir quatro vídeos da sensacional session do Superguidis no iG. Presta atenção no pedal de distorção dos guris...

09/03/2007 - 23h25
Só passei para dar um oi. Oi. :o)

Semana tremendamente cansativa, tão cansativa que até bateu uma tristeza vinda sei lá onde sei lá por que. Mas tudo bem, o final de semana está ai, e hoje tem discotecagem no Inferno, um lugar que não toca Coldplay... risos. Não resisti.

Aliás, coluna nova no iG: a bíblia néon do Arcade Fire

Aos que não me escreveram, mas ficaram preocupados com o post anterior, por favor, não se preocupem: está tudo ok. Mesmo. Só queria registrar o fato. Para os que escreveram - e até ligaram, obrigado pela preocupação. Sabe que eu tenho um pouco mania de achar que pensamentos ruins atraem coisas ruins. Então, a tonelada de mensagens ruins da coluna do Coldplay meio que deixou o ar pesado por aqui. É fácil lidar com pessoas inteligentes que discordam de você, mas não com pessoas ignorantes que não sabem discutir. No entanto, sou cercado por tantos amigos que me mandam boas vibrações, que me sinto protegid. Hoje, no fim de tarde, após uma semana mediana no trabalho, uma colega de trabalho que nem conheço (sempre converso com ela por MSN), abriu uma janelinha só pra dizer que gostaria que todos por ali fossem leves e bem humorados como eu (não com essas palavras, mas foi quase isso). E foi o elogio certo, na hora certa. Completando agora com o colo da namorada, acho que estou revigorado para aproveitar o fim de semana. Então, obrigado caro (a) leitor (a), pelos pensamentos positivos. Pode parecer bobagem, mas ajuda pacas esse coraçãozinho tropecante a continuar batendo.

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E o que é esse novo disco do Wilco? Que beleza pop...

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Lúcio Ribeiro e Fábio Massari estrearam ontem a rádio Poploaded no iG. Neste primeiro número, Superguidis e muito papo bom. No próximo, gravado hoje, Vanguart (em um show muuuito foda). Ouve lá no blog do Lúcio. Está na barra lateral, sobre o meu, o seu, o nosso Guia Out (hehehe). http://lucioribeiro.blig.ig.com.br/

07/03/2007 - 18h14
Anteontem à noite, quando me dirigia para a casa da namorada, pós meia-noite, sofri a primeira tentativa de assalto dos meus oito anos de São Paulo. Em Taubaté, eu já estava meio descolado nisso, afinal, o ápice foi entrar em casa certa vez e encontrar um revólver calibre 32 em direção à minha testa. Mas em São Paulo, cidade que assusta, sempre ouvi sobre assaltos, sem nunca ter sido abordado "decentemente". Foi algo assim: eu entrei em uma rua meio escura próxima a casa da amada, dei uns quinze passos até perceber que estava sendo seguido. Eu estava com uma sacola daquelas de papelão, com roupas, e com mochila nas costas. Quando percebi alguém atrás de mim, virei-me lentamente para acompanhá-lo, e ele percebendo que havia sido descoberto, disse a famosa frase: "Isso é um assalto, entrega a mochila". Enquanto ele dizia isso tentando agarrar a gola da minha camisa, virei-me bruscamente com uma cotovelada (negando erroneamente a primeira regra clara de assaltos: não reaja), que não atingiu o cara, mas serviu para assustá-lo. Ele deu dois passos para trás, com a mão na cintura "simulando" como se estivesse com uma arma, e saiu correndo quando me virei de frente para ele. O sangue ferveu, depois gelou. O cara é um moleque, talvez 15 anos, e era menor que eu. Assim que ele correu, meu primeiro pensamento não foi "me dei bem", e sim: "e se ele estivesse mesmo armado?" :/

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Estou numa semana Bloc Party, apesar do disco novo do Wilco estar me acompanhando, e o tema da coluna de amanhã no iG estar me rondando também. Mas olha que bacana é essa "Hunting For Witches" ao vivo:



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Vazaram vários CDs bacanas nesta semana: "Little Pop Rock", da Sister Vanilla (banda de Linda Reid, irmã de Jim e William Reid, do Jesus & Mary Chain); "Mirror the Eye EP", de Lou Barlow; "The Adventures of Ghosthorse and Stillborn", da dupla CocoRosie; CocoRosie, e "Our Earthly Pleasures", do Maximo Park. Tudo isso você encontra no Una Piel de Astracan. E se você quiser passear um pouco mais, de uma passada pelo Musecology, que exibe três músicas novas do Arctic Monkeys, incluindo a monumental "Brianstorm". Se achavam que a banda iria descambar na eletrônica, ninguém pensou que o ponto de partida seria o Ministry... (né, Carlos Freitas)

05/03/2007 - 18h35
Correria imensa por aqui. São pouco mais de 18h e ainda não terminei tudo que tinha que fazer no dia. E olha que fui dormir a uma da manhã após ter publicado uma entrevista que fiz com Wander Wildner... e também não consegui falar dos shows que vi na sexta-feira... mas vamos devagar...

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A essa altura do dia você já esbarrou com "Sky Blue Sky", o novo do Wilco que vazou inteiro ontem à noite. Ouvi algumas vezes hoje, e vou ouvir mais e mais e mais. Pega ele abaixo, se você não quiser esperar até 15 de maio, quando ele chega às lojas:

http://wilcoetc.wordpress.com/2007/03/05/wilco-sky-blue-sky/



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A América do Sul me aguarda em julho. Argentina e Chile no roteiro...

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A noite de sexta foi perfeita para rivalizar (des)gostos. Fiquei catatônico após o show da banda Sebastião Estiva. Acho que nunca vi nada tão ruim, e a definição "Mamonas Assassinas Indie" é até elogiosa demais. Sabe quando você tem a sensação de que está perdendo um tempo precioso de sua vida? Então, senti isso enquanto a banda tocava. E insisti, mesmo contra o sono, porque queria ver Superguidis. E valeu, e muito. Os moleques fizeram um senhor show de rock. Com uma presença de palco rara, que une diversão nerd com guitarradas, a banda gaúcha apresentou quase todas as canções de seu primeiro álbum, liberado para download na integra no site Senhor F, além de várias canções novas, e uma ótima cover de "Stereo", do Pavement. Um dos melhores shows do ano para compensar um dos piores shows da minha vida. Tudo na mesma noite. Vá entender o mundo.

Baixe o disco do Superguidis, na integra, no site Senhor F
http://senhorf.com.br/agencia/main-senhorf-discos.jsp?codSessao=39

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A coluna Revoluttion deixou seu lado polêmico de lado nesta segunda para falar sobre "A Weekend In The City", do Bloc Party. Mas todo papo sobre Chris Martin está lá, e me dei ao trabalho de comentar todos os comments. No fim das contas, o texto foi mais elogiado que criticado. E foi mais elogiado com clareza do que detonado com sabedoria. Fico feliz. Leia a coluna, os comentários e as respostas aqui.

02/03/2007 - 07h41
enviado por: Bruno
"Revoluttion é o %!@$&@# VocÊs são um bando de pederastas!
Venham aqui chupar a minha coxinha!"


enviado por: Naná
"Se eu disser que concordo com 101% do que você disse, me chamaria de paga-pau? GENIAL (E PONTO.)"

enviado por: beto
"agora vc só vai ter q ingolir q eles são uma das melhores bandas do mundo. "

enviado por: BRUNO
"Genial!!! Esse cara realmente é um mala...ou melhor um coxinha!!! Gênio!!!"

enviado por: william
"Vai lamber sabão Marcelo costa"

enviado por: Cristina
"Faz muito tempo que não leio uma matéria TÃO bem escrita!

enviado por: Rodrigo
"Coluna de baixo nível essa. Deixa o cara! Cada um na sua. reporter mau comido"

enviado por: Cacrizinha
"SENSACIONAL este texto!!!!!! Obs.: Sou fã do som dos caras!!! bjs"

enviado por: Carlos
"Mala por mala, pelo menos o Chris Martin é famoso, bem sucedido, casado com uma estrela de hollywwod, etc., etc. Mas Marcelo Costa quem é? "

enviado por: ana alice
"FABULOSO, Mac! "

enviado por: anônimo
"Metaleirinho de %!@$&@# Não pega ninguém! Fica assistindo mtv vendo tudo bandinha lixo, não conseguiu ingresso e ficou puto! Põe sua blusinha rosa aquela preferida e sai pra arrumar um namorado! Justin é apelação! "

enviado por: Marco
"Achei muito bom o texto, ferino e implacável. Sensacional. "

enviado por: Aline
"Que podridão. "

enviado por: Andréa
"Eu gosto do Coldplay, mas AMEI a reportagem! e marcelo, vou usar o termo "coxinha" mais vezes hahahahahaha adorei! "

Estas mensagens de carinho e ódio são alguns dos 62 comentários que já foram postados sobre a minha novo coluna no IG: Sete motivos para rir de Chris Martin

O placar, até o momento, está a meu favor: 33 a 29. E fazia muito tempo que eu não me divirtia tanto, escrevendo e lendo os comments... :)

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Pára tudo: caiu na web, ontem, três músicas do álbum "Sky Blue Sky", novo do... Wilco (até me arrepia). O JW colocou as músicas ("Either Way", "Walken" e "You Are My Face") aqui: http://wilcoetc.wordpress.com/2007/03/02/wilco-3-sons-novos/

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Hoje tem M. Takara no MIS; Superguidis e Sebastião Estiva no Studio SP; Relespública e Debate no Inferno, Autoramas e Cabaret no Festival Ruído. Noite agitada. Confere aqui: http://igpop.ig.com.br/lucioribeiro/out_interno.html

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Um dos melhores disco que não ouvi no ano passado: "Post War", do M. Ward

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Terminal Guadalupe ao vivo nos estúdios da rádio Jovem Pan:




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