"Velvett Fogg" - Velvett Fogg
por Wagner Xavier
Wagner2505@yahoo.com.br
14/04/2005

Formada em 1968, em Birminghan, na Inglaterra, o Velvett Fogg tem como curiosidade o fato de ter tido Tony Iommy como guitarrista por um curto espaço de tempo. O fundador do famoso Black Sabbath participou da banda quando ela ainda se chamava Gavy Train (não confundir com a excelente banda do mesmo nome). Porém, Iommy ficou por pouco tempo e foi fazer história ao lado de Osbourne, Butler e Ward.

Após a saída do legendário guitarrista do Sabbath, Paul Eastment foi recrutado para o seu lugar e deu-se início ao Velvett Fogg. Assim a banda ficou com a seguinte formação: Frank Wilson nos teclados, Mick Pollard no baixo, Graham Mullet nabateria e Paul Eastment nas guitarras e vocais.

Uma das bandas mais interessantes da onda psicodélica do final dos anos 60, o Velvett Fogg lançou um álbum homônimo, que é um dos itens mais procurados por colecionadores deste estilo musical. Lançado em 1969, Velvet Fogg, o disco, tem como destaque os teclados, além dos vocais também serem bem legais.

Velvet Fogg abre com Yellow Cave Woman (6.59") e já mostra a capacidade da banda em criar climas psicodélicos, porém com uma levada de fácil assimilação. A guitarra também se destaca nesta faixa, que funciona a perfeição como tema de abertura, apresentando o som do quarteto.

Na seqüência temos um cover da famosa New York Miming Disaster 1941 (2:56"), original dos irmãos Gibb, dos Bee Gees. Ao contrário da fase Disco dos anos 70, os irmãos faziam na época bonitas baladas açucaradas, porém de boa qualidade. New York Miming Disaster 1941 é uma das melhores música do Bee Gees e está contida também no primeiro álbum da banda. Nesta versão, o Velvett Fogg esquenta a canção com sua veia mais pesada e psicodélica, onde novamente os teclados e os vocais fazem a diferença. Um belo cover para uma grande canção.

Wizard of Gobsolod (2:57") dá seqüência ao álbum e é bem interessante, de teor extremamente pop, bem típica da época. Once Among the Trees (5:39) abre a parte de baladas do disco, e versa sobre aventuras sexuais. O grande destaque da música é a levada da guitarra em praticamente toda sua duração, uma baladona da melhor safra. A melodia é daquelas assobiáveis (de forma agradável, claro) e gruda na memória.

Logo após temos Lady Caroline (2:23"), outra balada, mas no melhor estilo folk inglês, cuja sonoridade é cheia de overdubs. Claramente triste, lembra coisas mais atuais (e legais) do british pop dos anos 80/90. Come Away Melinda (5:53") começa com um teclado hammond radical, no melhor estilo Jon Lord, e destaca os vocais de Eastment. Ganhou, anos depois, uma versão mais leve da ótima banda alemã UFO.

Owed To The Dip (6:10"), a seguinte, tem uma introdução com uma queda para o jazz. O órgão é quem dita o andamento da música. Within the Night (4:47") lembra bastante o famoso e consagrado The Doors em sua introdução e andamento de baixo e teclado. O refrão é uma espécie de Light my Fire sem Jim Morrison. Em sua metade, a música toma outro andamento e a guitarra passa a prevalecer sob a marcação ritmada do baixo e bateria. Um sonzão.

A última faixa do álbum original é Plastic Man (4:47"), também típica da época, com letra falando sobre a revolta com os parasitas políticos, tema bastante conhecido por estes lados. O lançamento em CD do álbum ainda traz um uma faixa bônus, chamada Telstar 69 (2:47"), que foi lançada em single antes do lançamento do LP. A música, instrumental, é bem interessante também.

Quem era fã do Velvett Fogg, e falava sempre sobre ele, era o mito (recém falecido) John Peel. "There is a lot of good music on this record remember Velvett Fogg. You will hear the name again", escreveu o DJ na época de lançamento do álbum. Sobre a capa do disco, não restam dúvidas: os caras eram xaropes mesmo.

Após a gravação do debute, a banda não conseguiu o sucesso esperado, tendo se separado na seqüência. Frank Wilson formou, com o ex-Deep Purple Nick Simper, o ótimo grupo de hard rock Warhorse. O guitarrista Paul Eastment seguiu a carreira com o Holy Gost, em uma linha mais blues rock.

Encontrar uma copia em vinil desta relíquia é algo praticamente impossível nos dias de hoje, mas caso você queira conhecer este excepcional disco, o relançamento feito em 2000, em CD, pela Sanctuary Records, ainda está em catálogo, e pode se encontrado em qualquer boa loja do ramo.


Conheça mais discos da seção ROCK RARO