Não sobrou ninguém
de Marcelo Silva Costa

Não sobrou ninguém para dividir a culpa;
o luar é escapismo
a distância é fuga
e enquanto a noite vem nos envolver
será que a saudade é sempre assim, assim...
 

Não sobrou ninguém no meio dessa chuva;
andar é se esconder
querer é procurar
e enquanto meus olhos já não podem ver
será que a saudade é sempre assim, assim...
 

Ela chegou procurando alguma coisa
e todo esforço que ele fez
para não aninhar-se em seus braços
para não tocar-lhe a boca
parece loucura, parece loucura, se...
 

Não sobrou ninguém para pegar estrelas;
queria que tudo fossem flores
mas logo o outono chega
e enquanto caminhamos no muro
será que a saudade é sempre assim, assim...
 

Não sobrou ninguém para dançar a última música;
amor é abrigo
silêncio é dúvida
e enquanto escrevo seu nome na areia
será que a saudade é sempre assim, assim...
 

Será que um chocolate quente resolve?