Maladroit, Weezer
20/08/2002

Do capítulo "nós vamos fazer a mesma coisa o resto de nossas vidas", o Weezer chega ao 4º álbum, Maladroit. A banda que ficou quase seis anos sem lançar nada novo depois do segundo álbum, Pinkerton (1996), não repete a demora e coloca na praça, praticamente em menos de um ano do lançamento de Green Album (2001), um novo disco.

Maladroit é Weezer sem ser tanto Weezer. O primeiro sinal já vem na capa: saem os integrantes para entrar um desenho e essa não é a única semelhança com o depressivo Pinkerton. Musicalmente, apenas uma ou outra segue na linha "guitarras chiclete + vocal em coro + uououou" (como a bacana Dope Nose, a power pop festeira Possibilities e a sonhadora Love Explosion).

O som remete ao Pinkerton em baladas rock como Death and Destruction e December e rocks raivosos como Take Control e Slob (de introdução inspirada). O que incomoda aqui e ali é o som setentão farofa de alguns timbres e principalmente solos de guitarra (American Gigolo e Fall Together), mas nada que comprometa a carreira da banda.

Só fica a impressão que Maladroit foi feito, como diz o ditado, com as mãos nas costas, sem muita obrigação e sem toda inspiração que o Weezer tem. Só para você ter uma idéia, uma das melhores canções do álbum é Island In The Sun. Sim, a mesma que saiu no álbum verde, sem nenhuma diferença, nem nada. Acenando o sinal de feito as pressas, Maladroit ainda traz sete video clips de canções do álbum, a maioria ao vivo, todos cortados. E para dizer que eles não variam em nada, Burndt Jamb tem guitarrinha suingada em clima soft rock. Legal e tal, mas poderia (deveria) ser bem melhor.

Por Marcelo Costa