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News: Frank Turner, QOTSA, Gruff Rhys

Frank Turner, uma das cabeças mais fodas da “nova geração” de músicos idealistas, parou pessoas aleatórias em ruas dos Texas para que elas mandassem seu recado no clipe de “Make America Great Again”, seu novo single. “Esta é, obviamente, uma das músicas com título mais provocativo que lancei nos últimos anos, mas, de certa forma, não estou brincando. A América é muito boa, um dos meus países favoritos no mundo. Assim como está acontecendo lá em casa (na Inglaterra), eles estão passando por um momento politicamente difícil, e eu queria dizer algo sobre isso. E para o vídeo, pensei em fazer novos amigos (no Texas!)”. Assista abaixo (e leia a entrevista que a Ana Clara fez com ele em 2015 para o Scream & Yell):

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“Babelsberg” é o nome do quinto álbum de Gruff Rhys (eterno Super Furry Animals), seu primeiro disco para a Rough Trade desde “Candylion” (2007). A banda que ele reuniu para gravar incluiu seu baterista regular Kliph Scurlock (ex-Flaming Lips) e os multi-instrumentistas Stephen Black (Sweet Baboo) e Osian Gwynedd. As 10 faixas então hibernaram por 18 meses aguardando partituras orquestrais do compositor Stephen McNeff, de Swansea, e o trabalho da 72ª BBC National Orchestra of Wales. Abaixo você confere o clipe de “Frontier Man”.

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De Austin, no Texas, o duo The Division Men surge com seu terceiro álbum, “Niños Del Sol”, com convidados que adiantam um pouco do que você encontrará no disco: Rafael Gayol (Leonard Cohen Band), Jake Garcia (The Black Angels), Steven Hufsteter (Tito and Tarantula, Del Shannon), Jay Reynolds (Asleep at the Wheel) e Javier Escovedo (The Zeros). Abaixo, o primeiro clipe do disco!

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De Londres surge a singer songwriter Bella Barton, jovem cantora que acaba de debutar com “Ten Songs” (2018), seu disco de estreia produzido pelo seu pai, Tim Barton. Fique de olho na garota. O single promete (ainda que o release exagere: “Bella’s lazy Bossa Nova inflected songs are romantic visions of Townshend’s dystopian ‘teenage wasteland’ and invoke a deceiving mix of Corrine Bailey Rae, Lily Allen and early eighties Tracey Thorn”). Ok, ok.

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Perdi um pouco a paciência com o QOTSA depois do episódio da fotógrafa e do show meia bomba abrindo pro Foo Fighters em São Paulo além, claro, do disco meia boca recente. Mas curti essa música mesmo sabendo que eles podem mais, muito mais.

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abril 11, 2018   No Comments

Dylan com café, dia 42: Rolling Thunder Revue

Bob Dylan com café, dia 42: em 1969, o jornalista Greil Marcus escreveu um longo texto na Rolling Stone lamentando que Bob Dylan, nos anos 60, tenha lançado “apenas” 9 discos em 8 anos. Corte para os anos 2000, que vão ver apenas três discos inéditos de Dylan na primeira década. Porém, se o material novo não será tão farto (ou melhor, estará adaptado às necessidades do mundo moderno), o baú de raridades trará surpresas maravilhosas aos fãs do homem. Após encantar o público com a reedição imperdível do show no Royal Albert Hall, em Manchester, 1966 (o show do “Judas!”), no volume 4 das Bootleg Series em 1998, a Columbia voltou a produzir ouro no formato de compact disc a laser em 2002 quando compilou em dois CDs (e um DVD extra bônus) alguns dos momentos mais brilhantes da mais brilhante turnê de Bob Dylan, a The Rolling Thunder Revue 1975 – ou como compara o biógrafo Brian Hilton, uma turnê que se equivale a mítica turnê de 1966, mas se lá havia uma batalha entre banda e público toda noite, aqui os shows são pura celebração de amor.

Lançado em novembro de 2002, “The Bootleg Series Vol. 5: Bob Dylan Live 1975, The Rolling Thunder Revue” é uma volta a um tempo que não existe mais. Bob vislumbrou a ideia da turnê quando estava em férias na Córsega e a inspiração surgiu das trupes italianas de “commedia dell-arte”, uma forma de teatro popular que aparece no século XV, na Itália, e se desenvolveu posteriormente na França, e cujo intuito era opor-se (muitas vezes por necessidade) a comédia erudita com apresentações realizadas em ruas e praças, companhias itinerantes de estrutura e esquema familiar e atores que seguiam apenas um roteiro simplificado e tinham total liberdade para improvisar e interagir com o público. Ao chegarem a cada cidade, pediam permissão para se apresentar nas suas carroças ou em pequenos palcos improvisados. Com exatamente esse mesmo mote, quando voltou à Nova York, Bob Dylan juntou um grupo de músicos do Greenwich Village, convidou alguns amigos e caiu na estrada (com dois álbuns matadores fresquinhos de base de repertório: “Blood on The Tracks” e o ainda não lançado – mas já gravado e tocado na tour – “Desire”) no mesmo modelo italiano: as casas de shows, pequenas e intimas, eram reservadas sob pseudônimo, e a banda aparecia disfarçadamente e começava seu “teatro”: Bob Neuwirth fazia seu set, T-Bone Burnett dava um pitaco, Dennis Hopper declamava um poema, Mick Ronson (que havia deixado a banda de David Bowie para acompanhar Dylan) tocava “Life On Mars” e Bob Dylan então surgia para um set acústico. Meia hora depois, Roger McGuinn assumia o lugar de Dylan, tocava algumas coisas do Byrds e passava a função para Joan Baez, que tocava durante cerca de 40 minutos. Dylan então voltava para encerrar a noite em formato banda com mais uma hora de show! No total, mais de 3 horas de espetáculo noite após noite.

Na teoria apaixonada dos hippies, lindo. No papel, porém, as contas não estavam fechando, o que tornou esses primeiros 30 shows (de outubro a dezembro de 1975) únicos. Bob queria que essa turnê durasse para sempre, mas ela não resistiu nem até o natal de 1975, e quando a trupe retornou a estrada em 1976, num modelo de shows em estádios e grandes ginásios, a magia já tinha se perdido (e sido registrada no canto de cisne da turnê, o álbum “Hard Rain”). A inocência, as máscaras pintadas fellinianas, os duetos imperdíveis, a voz de Dylan em seu auge (“Ele nunca cantou dessa forma, nem antes, nem depois”, escreveu o jornalista Peter Doggett), a emoção genuína da The Rolling Thunder Revue 1975 surge compilada nas 22 canções (retiradas de quatros shows) destes dois CDs (uma pena não ser um lançamento quádruplo ou quíntuplo, afinal o CD duplo não faz justiça ao espetáculo de três horas), todas da primeira perna da tour, quando sonhar ainda era possível. Assim como o show de 66 em Manchester, esse é outro momento mágico da música moderna digitalizado para a posteridade. Deleite-se.

Ps. Muitas imagens dessa turnê aparecem no filme “Renaldo & Clara” (1978), escrito por Dylan e Sam Shepard, e dirigido por Bob. São quase quatro horas de projeção com cenas de shows, entrevistas  documentais e vinhetas dramáticas de ficção que refletem as letras e a vida de Dylan à época.

Especial Bob Dylan com Café

abril 11, 2018   No Comments

Sobre a biografia de Bruce Dickinson

A convite da Intrínseca, escrevi sobre a autobiografia de Bruce Dickinson, vocalista do Iron Maiden (entre muitas outras coisas), para o blog da editora:

“Um dos caras mais gente boa do metal, Bruce Dickinson consegue fisgar o leitor tanto com histórias escabrosas (tipo urinar na sopa dos professores do colégio — e ser pego depois) quanto por momentos emocionantes (como uma visita a uma creche em Sarajevo no meio da guerra ou outra a Auschwitz: “Chorei muito depois da visita. Senti raiva e ?quei em silêncio”, conta). Sua autobiografia vai além da história de uma celebridade relembrando momentos de sua vida”. (Texto completo aqui)

abril 11, 2018   No Comments