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Batendo perna em Eindhoven

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Uma das coisas legais de montar seu próprio roteiro de viagem é, de vez em quando, cair em alguma pequena cidade fora da rota sem nunca ter ouvido falar nela (ou prestado atenção). As vezes isso acontece por um fator econômico (você pega um trem ou um avião para um lugar x para dali ir a um lugar y) ou, mais costumamente, ver um show e/ou festival. Cidades grandes estão todas inscritas no seu imaginário por mais que você nunca tenha pisado nelas. As cidades pequenas, no entanto, provocam um interesse diferente.

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Foi pensando nisso que sai para caminhar em Eindhoven, que os futebolistas já devem ter ouvido falar por ser a casa do PSV (o estádio é aqui pertinho). Com pouco mais de 210 mil habitantes, Eindhoven é a quinta maior cidade holandesa (e a maior da região do Brabante Norte), e lembra uma cidadezinha de interior. O centro histórico é pequeno e aconchegante, com quatro longas ruas com bares e restaurantes lotadas nestes dias em que o sol se põe às 22h. É uma das cidades próximas ao Best Kept Secret Festival, que começa na sexta.

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A sensação é de que algo está acontecendo em algum lugar, e só eu não estou sabendo. Provavelmente não está acontecendo nada, mas a impressão que fica é que essa cidade pacata deve ter o seu lado libidinoso. A Baekeland Square Red Light Area fica um pouco distante do centro (fiscalizada e liberada pela prefeitura) e os poucos coffee shops são espalhados e discretos. Na caminhada de 40 minutos só vi um, estrategicamente disposto ao lado de uma famosa rede de hostels, embora uma placa na porta avisasse: “Turistas não são permitidos”.

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Buscando informações sobre a cidade na internet descobri que ela “possui uma estátua em pose militar do cantor norte-americano Michael Jackson” (WTF!), mas não consegui encontra-la (ainda – risos). No entanto passei em frente à catedral gótica da cidade, uma das mais true que já visitei, pois em frente, na calçada, espelhos de vidro mostram esqueletos de pessoas enterradas no local. Perto deles, as gárgulas seculares incrustadas nas paredes são apenas palhacinhos divertidos.

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A cidade é tão pacata que ao atravessar uma das avenidas principais, vazia, vi um holandês do outro lado da rua esperando o sinal verde para pedestres. Decidi ser correto e esperar também. Passa um minuto, nada de carro (como dezenas de outras cidades nesse país e nos vizinhos, Eindhoven é dominada por bicicletas), ele me olha do outro lado como se dissesse: “Puta que pariu, como demora, né?”. E espera. O sinal abre uns três minutos depois, e ninguém atravessou no vermelho.

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Três coisas me chamaram a atenção: cerveja, carne e sorvete. Estamos praticamente ao lado de Tilburg, caso da La Trappe, então é fácil encontra-la em todos os bares da região. Quanto à carne, após duas negativas em restaurantes da pracinha central (segundo eles, a cozinha fechava às 22h), acabei no… Gaúchos, uma churrascaria especializada em… cortes argentinos. Tem um bifinho de um quilo aqui que adoraria dividir com alguns amigos, mas fui modesto e peguei uma tira de 350 gramas. No ponto, sangrando, mas a do Estocolmo era mais saborosa.

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Estou na dúvida do que fazer nesta quinta-feira livre. A primeira ideia era esticar até Amsterdã, uma hora e 10 minutos de trem, e passar o dia inteiro lá. Mas, consultando o guia, descobri que Haia está à uma hora e meia de trem daqui, e a real sede do governo dos Países Baixos (a capital, no entanto, é Amsterdã) possui um museu interessantíssimo com vários quadros de Rembrandt e, principalmente, Vermeer, incluindo aquele da Scarlett Johansson com um brinco de pérola (hehe). E tem Roterdã no caminho. Uma cidade conhecida ou duas novas? Dúvida.

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Leia mais: Diário de Viagem Europa 2013 (aqui)

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