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Do velho-oeste paulista, Landbier

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Nasce mais uma cervejaria artesanal no interior paulista, desta vez, em Presidente Prudente. De propriedade da família Mantovani, que há 15 anos mantém uma produção caseira de vinhos, a Landbier engarrafou seus primeiros rótulos em outubro. A fábrica está localizada em um anexo do restaurante da família, na zona rural de Presidente Prudente, e ideia é seguir a Lei de Pureza alemã. Neste primeiro momento, a Landbier chega aos balcões com três rótulos: Pilsen, Weiss e Stout.

A Pilsen da casa prudentina traz no aroma notas de malte, lúpulo e fermento, sem muitas surpresas. No paladar, o fermento toma a frente, e incomoda levemente. Passada essa primeira impressão, nota-se uma cerveja de pouquíssimo amargor, em que o lúpulo marca presença apenas para evitar um dulçor excessivo do malte, resultando em uma cerveja suave, destinada ao brasileiro acostumado com as american lagers tradicionais de boteco. Ao invés de enfrentar o mercado e vencer pela diferença, a Landbier Pilsen tenta ser mais uma. É pouco.

Por sua vez, a Landbier Weiss ameaça chegar próximo ao estilo proposto, mas fica nisso. Um dos fatores talvez seja a não filtragem, que acaba deixando a cerveja mais densa e confunde suas propriedades de aroma e sabor. No primeiro, algo de mel e um pouco de cravo – mesmo a expectativa de banana não traz as notas ao nariz. O sabor se posiciona entre o leve amargor e o azedo com o fermento novamente marcando presença. Em sua primeira tentativa no campo da weiss, a Landbier fracassou. Que eles acertem nas próximas.

A Stout me pareceu a mais acertada desta primeira leva da Landbier. Assim com as duas anteriores, nesta os prudentinos não arriscam e tentam seguir a fórmula tradicional. Desta forma já é possível imaginar o que vem pela frente: aroma de malte torrado que remete a café, chocolate e principalmente, neste caso, calda de ameixa. No paladar, as notas de café surgem com toda força, e grudam no céu da boca traçando um risco até as notas finais, levemente amargas. Das três da casa foi a que mais agradou.

Nestes primeiros barris nota-se uma cerveja que ainda precisa evoluir, tanto na receita quanto na feitura. O fato de produzir cerveja artesanal fora dos grandes centros é bastante louvável, mas com cada vez mais rótulos importados a bons preços em grandes redes de supermercados, os cervejeiros artesanais brasileiros só vão se destacar se oferecer neste mercado com um produto não apenas melhor, mas inovador, diferenciado, como o pessoal da Way, Wäls e Coruja vem fazendo – além de muitos cervejeiros anônimos.

Se uma Weiss alemã da Erdinger sai pelo mesmo preço da Weiss da Landbier, qual o bebedor vai escolher? A resposta é óbvia, e se é difícil competir com um alemão no que eles fazem de melhor, cerveja alemã, então está mais do que na hora de investir numa cerveja brasileira. Ou então apostar no know-how e fazer aqui a melhor cerveja alemã do mundo. O meio do caminho não resolve. Não basta se deixar levar pela moda do momento. É preciso criar algo novo ou ser muito bom no que já existe. Que a Landbier cresça e tome um bom rumo.

Landbier Pilsen
– Produto: German Pilsner
– Nacionalidade: Brasil
– Graduação alcoólica: 5%
– Nota: 2,06/5

Landbier Weiss
– Produto: German Weizen
– Nacionalidade: Brasil
– Graduação alcoólica: 5%
– Nota: 2,04/5

Landbier Stout
– Produto: Dry Stout
– Nacionalidade: Brasil
– Graduação alcoólica: 6%
– Nota: 2,18/5

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Leia também:
– Top Cervejas: Cold 200, por Marcelo Costa (aqui)

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