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Top 5 – Festival Se Rasgum, Belém, 2011

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Adriano Costa (Coisa Pop)
01) Bidê ou Balde
02) Lobão
03) Laurentino e os Cascudos
04) DeFalla
05) Gang do Eletro

Iuri Freiberger (Produtor)
01) B Negão e os Seletores de Frequências
02) Marcelo Jeneci
03) El Cuarteto de Nos
04) Gang do Eletro
05) Maquine

Jarmeson de Lima (Coquetel Molotov)
01) Gang do Eletro
02) Marcelo Jeneci
03) Mestre Vieira
04) Totonho e os Cabra
05) Bidê ou Balde

José Flávio Júnior (Revista Bravo)
01) Gang do Eletro
02) Mestre Vieira
03) Marcelo Jeneci
04) Lobão
05) B Negão e os Seletores de Frequências

Marcelo Costa (Scream & Yell)
01) Gang do Eletro
02) Laurentino e os Cascudos
03) DeFalla
04) Marcelo Jeneci
05) Mestre Vieira

Ricardo Moraes (Natura Musical)
01) Gang do Eletro
02) Marcelo Jeneci
03) El Cuarteto de Nos
04) Arraial do Pavulagem
05) Mestre Vieira

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Leia também:
– Tudo sobre o Festival Se Rasgum 2011, por Marcelo Costa (aqui)

novembro 21, 2011   No Comments

Festival Se Rasgum VI, Belém, Dia 3

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 O tucupi é um caldo amarelo extraído da raiz da mandioca brava, que é descascada, ralada e espremida. Após extraído, o molho “descansa” para que o amido (goma) se separe do líquido (tucupi). Inicialmente venenoso devido à presença do ácido cianídrico, o líquido é cozido (o que elimina o veneno), por horas, podendo, então, ser usado como molho na culinária. Tradicionalmente come-se Pato no Tucupi, mas arriscamos uma versão mais leve, com peixe Dourada (cozido com folha de jambu e acompanhado de macaxeira, arroz e purê), bastante apetitoso. Devidamente introduzidos na cultura culinária paraense.

O domingo, último dia do Se Rasgum, começou com uma viagem até a Ilha de Mosqueiro, ligada a Belém por uma ponte de 1.457 metros, que atravessa o braço sul do enorme rio Amazonas. Dia de praia, rede, cerveja, tucupi e, novamente, sorvete da Cairu, descanso necessário para cabeça, tronco e pernas se revezarem novamente à noite entre o Salão B e o Hangar 1. A programação foi aberta pelos metal do Antcorpus, seguiu-se com Vinil Laranja e com Fusile, banda mineira que vem chamando a atenção com sua mistura nervosa e pesada de ska, ritmos latinos e punk rock. O disco “The Coconut Revolution” está para download no site oficial (http://www.fusile.com.br/).

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O Arraial do Pavulagem, que arrasta multidão pelas ruas de Belém em datas festivas com sua mistura de música folclórica, carimbó, siriá e toadas de boi, fez um show extremamente poético no palco principal do festival. Com um integrante comandando o agiito na pista, as danças coreografadas do grupo formaram um painel delicado e bonito na noite paraense.

Mas depois da delicadeza, o esporro: aos 87 anos, Mestre Laurentino comandou o barulho escudado pelos Cascudos (Camilo Royale, João Sincera, Elder Effe e Junhão). Seja tocando gaita, pandeiro ou apenas cantando, Laurentino passa uma imagem de Chuck Berry paraense, rock and roll na alma e muita simpatia. “Lourinha Americana” (com o palco lotado de gente estilo Iggy Pop) e principalmente “Forro Maluco” foram os grandes momentos da noite.

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 De uma lenda para outra lenda: maior nome da guitarrada paraense, Mestre Vieira recebeu antigos companheiros de banda, a presença da cantora Iva Rothe e do guitarrista João Erbetta (Los Piratas), que mantiveram o suingue e o balanço maneiro em alta com pequenas rodas de dança se espalhando pela pista do Hangar 1. B Negão e os Seletores de Frequencia, que substituíram Mallu Magalhães no line-up, fizeram um show barulhento e conciso.

Já eram mais de duas da manhã de segunda-feira quando Marcelo Jeneci pisou no palco do Se Rasgum, aguardado ansiosamente por uma plateia apaixonada, que cantava todas as letras, gritava quando o músico se alternava de um instrumento ao outro, e presenciou belíssimas execuções de “Feito Pra Acabar”, “Felicidade”, “Longe” e “Amado” (originalmente cantada por Vanessa da Mata). No fim, uma fila extensa se formou par abraçar o músico, que parece (merecidamente) cada vez mais mainstream e menos independente.

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Com 22 shows em três dias de festa, a sexta edição do Se Rasgum marca a passagem do festival para um nível altamente desejado, aquele em que não só os atentos a música independente marcam presença nos shows, mas sim o público em geral, que foi ao Hangar para ver notadamente Leoni, Lobão e Jeneci, e acabou saindo apaixonado por Bidê ou Balde, El Cuarteto de Nos e Fusile, Totonho e os Cabras, entre outros.

De curadoria esperta e produção cuidadosa, o Se Rasgum segue um modelo que tem tudo para dar certo: escalar um grande artista para chamar público, que será apresentado a grupos que dificilmente chegariam a eles. Nestes tempos sombrios de programação de rádio e TV viciadas, o festival cumpre com louvor a função de apresentar o novo ao público. Além de romper barreiras: a junção da música folclórica, guitarrada, tecnobrega, rock, indie, metal, punk e samba na programação mostra uma saudável variedade musical que tem que ser festejada. Que venha 2012.

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Foto 1: Marcelo Costa
Foto 2 e 5: Taiana Laiun
Foto 3 e 4: Caio Brito (Maveka)
Veja mais fotos do Se Rasgum no Flickr oficial (aqui)

Leia também:
– Tudo sobre o Festival Se Rasgum 2011, por Marcelo Costa (aqui)

novembro 21, 2011   No Comments