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Cinco shows na Virada Cultural 2009

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Comentários rápidos sobre cinco shows que vi na Virada Cultural. A idéia era ter visto Camisa de Vênus (mas eu e duas amigas não conseguimos sequer enxergar o palco), Reginaldo Rossi (bateu cansaço, mas já me contaram que o show foi chatão) e a Osesp, mas cabulei os três. (Ou)vi a última do Camelo (justamente “Além do Que Se Vê”) e vi três do Novos Baianos (as três caidaças), e gostaria de ter visto Tom Zé no Municipal e Nasi no Palco Raul cantando o “Krig-Há Bandolo”, todos no mesmo horário que o Camisa (mancada da produção), que eu acabei não vendo.

Em resumo, acabei me concentrando no palco brega (e se você lembrar que eu já disse que o Zeca Baleiro é o novo Odair José, eu vi 75% de shows bregas nessa Virada), menos lotado, sujo e fedido que os outros (principalmente o palco rock na Praça da República). Era para eu ter visto o Wander Wildner também, mas como desisti do Reginaldo acabei passando no Sesc Consolação uma hora antes do show, às 3 da manhã, e só conseguia pensar na minha cama. E ah, me disseram que o Violeta no Theatro Municipal foi beeem legal. Todas as fotos por Marcelo Costa.

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Tutti Frutti no Palco Rock – 19h
Quando saiu a escalação da Virada, o Tiago Agostini virou pra mim e disse: “A Rita Lee não faz falta nenhuma no mundo. Os Mutantes se reúnem e não chamam ela. O Tutti Frutti toca o álbum mais clássico dela, e não chama ela. Ninguém sente falta da Rita Lee”. Pode ser, mas ela fez falta sim no show que homenageava o álbum “Fruto Proibido” (1974). O Luiz Carlini segura a onda, dezenas de tiozinhos grisalhos dançavam felizes, mas é impossível não sentir falta da Rita. O show foi nota 5. Valeu pela inclusão da linda “Lá Vou Eu”, mas não tem como um show homenagear o álbum “Fruto Proibido” sem ter “Luz Del Fuego”. Falha

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Wando no Palco Brega – 23h30
Armado de um escudeiro tocando guitarra e de uma bateria eletrônica, Wando cantou dezenas de hits (alguns bregas, outros românticos) do cancioneiro nacional. Foi de “Estou Apaixonado” (sucesso no Brasil de quando Daniel ainda era acompanhado por João Paulo, que faleceu), o clássico “Deixa Eu Te Amar” (Agepê) e “Eu Sei Que Vou Te Amar” (Tom e Vinicius), mas o povão queria mesmo era ouvir suas frases sábias (“Todo homem tem que se ajoelhar aos pés da cama de uma mulher” / “Esta música vai para aquela mulher que sabe cruzar a perna no momento certo e descruzar no momento exato”) além de superhits como “Moça” e “Fogo e Paixão”, que encerrou a festa ali pela 1h com todo o Arouche cantando “me chama de céu”. Melhor momento da noite: Wando enxugando o suor da testa com uma calcinha que foi jogada ao palco por uma fã.

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Zeca Baleiro no Palco Principal – 12h
A Avenida São João estava tão lotada que não deu nem para chegar perto do palco, então tive que me contentar com um telão bacana na esquina da Rua Aurora. Com uma banda afiadíssima, Zeca Baleiro mostrou canções mais recentes dos dois volumes de seu álbum “O Coração do Homem Bomba” – como as covers para “Alma Não Tem Cor” (Karnak) e para a sábia “Bola Dividida” (Luiz Ayrão) além da hilária “Toca Raul” – mas não negou sucessos tocando desde “Mamãe Oxum” e “Heavy Metal do Senhor”, de seu primeiro álbum (1997) até “Telegrama”, “Eu Despedi o meu Patrão” e “Salão de Beleza”. Ali pelo final se animou e arriscou uma homenagem para Wando com “Fogo e Paixão”. Showzão.

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Odair José no Palco Brega – 13h30
Debaixo de um sol castigante, Odair mandou um hit atrás do outro passando por “Vou Tirar Você Desse Lugar”, “Cadê Você”, “Pare de Tomar a Pilula”, “Que Saudade de Você” e “Eu, Você e a Praça”, esta última ao lado de Zeca Baleiro, que ainda suscitou um momento antológico do show, quando Odair apresentou em primeira mão uma parceria inédita dos dois – que pode ser descrita como “Vou Tirar Você Desse Lugar, Versão 2009” – feita para Bruna Surfistinha chamada “E Depois Volta Pra Mim” cujo refrão crava: “Pra todo mundo diz que é modelo e atriz / Mas hoje eu sei na verdade o que ela faz / Quando me telefona pra dizer que não vem mais // Não precisa mais mentir / Quero você mesmo assim /  Diga sempre que me ama / Vá fazer o seu programa / E depois volte pra mim”. Sem palavras. (hehe)

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Los Sebosos Postizos no Sesc Santana – 19h
Em primeiro lugar: o galpão do Sesc Santana é fácil um dos melhores lugares para shows médios em São Paulo. Quando digo show médio falo entre 2 mil e 4 mil pessoas de público. Lugar de acesso ok (do metrô ao Sesc Santana a pé dá uns cinco minutos), bom som, cerveja barata. Tem tudo para ser popularizado. Foi esse lugar que abrigou a Virada Nordestina com shows de Siba, Lenine, Cordel, Wado (que gravou Poploaded Session no iG: assista “Tarja Preta“, “Tormenta” e a nova “Atlântico Negro“) e Eddie. O Los Sebosos Postizos é a Nação Zumbi mais Bactéria (do Mundo Livre S/A) e Guizado tocando covers de Jorge Ben. Faltam hits ao show, que empolga muito em coisas como “Os Alquimistas Estão Chegando”, “O Homem da Gravata Florida”, “Comanche”, “Zumbi” e “O Telefone Tocou Novamente”. Para o final, uma versão ótima de “Tomorrow Never Knows” e “Umbabarauma”. E só. 🙂

Leia também:
– Virada 2007: Paulinho da Viola, Maria Alcina, Garotos Podres (aqui)
– Virada 2008: Luiz Melodia, Vanguart, Tom Zé, Ultraje (aqui)
– Virada 2009: Wando, Odair José, Los Sebozos Postiços (aqui)
– Virada 2010: Céu, Tulipa Ruiz, Raimundos (aqui)
– Virada 2012: Man Or Astro-Man, Defalla, Titãs, Pinduca (aqui)
– Virada 2014: Ira!, Juçara Marçal, Falcão, Pepeu Gomes (aqui)
– Virada 2015: 51 shows que o editor do Scream & Yell gostaria de ver (aqui)

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